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Zezé Motta recebe título de Doutora Honoris Causa da Fiocruz

A atriz Zezé Motta recebeu o título de Doutora Honoris Causa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ela foi a primeira artista a receber a honraria máxima da instituição. A decisão de premiar a artista foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Deliberativo.

“Sempre digo que é muito importante o reconhecimento das coisas boas que você realiza, porque é um incentivo para que você continue lutando pelo que acredita”, disse Zezé, ao receber o título nesta quinta-feira (31). 

“Minha carreira foi marcada pela busca da representatividade e pelo combate ao preconceito. Hoje, recebendo esse título, sinto que a minha trajetória se entrelaça à de todos que lutam por justiça e igualdade”, completou a atriz. 

O presidente da Fiocruz, Márcio Moreira, disse que o título busca reconhecer o trabalho de pessoas que contribuíram para a melhoria da humanidade e do país.

“Entendemos que a expressão científica também se dá pela cultura e pelas artes, mas, para além disso, Zezé encarna a luta do nosso cotidiano por um país menos desigual”, disse o presidente. “Essa é uma luta da Fiocruz, porque é uma luta da sociedade brasileira”.

A atriz é natural de Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro. Chegou a trabalhar como operária na indústria farmacêutica. Estreou como atriz em 1967, na peça Roda viva, de Chico Buarque. No total, foram 13 peças de teatro e mais de dez discos, sendo o mais recente Pérolas negras (2024), no qual divide os vocais com Alaíde Costa e Eliana Pittman. 

Zezé Motta também se destacou em novelas e filmes. Ela foi protagonista de Xica da Silva (1976), filme dirigido por Cacá Diegues e atuou em mais de 45 produções na televisão, como a novela Beto Rockefeller (1968), e mais de 60 filmes. Em 2022, venceu o Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro de Melhor Atriz Coadjuvante pelo filme Doutor Gama. E recebeu o Troféu Oscarito do Festival de Cinema de Gramado, pelo conjunto de sua obra, em 2007.

“Ser uma mulher preta no Brasil é, por si só, um marco diário. Mas ser uma mulher preta que conseguiu se firmar no cenário artístico, desafiando estereótipos e conquistando espaços é uma vitória que carrego comigo e com todas as mulheres pretas que vieram antes e as que ainda vivem agora”, disse Zezé.  

Uerj concede título de doutora honoris causa a Sonia Guajajara

O Conselho Universitário da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) aprovou a concessão do título de doutora honoris causa à ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara. Ela é a primeira indígena a receber a honraria da instituição universitária fluminense.

Segundo a Uerj, a decisão de conceder o título à ministra, integrante do povo tenetehara (também conhecido como guajajara), deve-se, entre outros motivos, à intenção de reforçar o compromisso com a visibilização e reparação histórica a todos os povos originários.

“O histórico do trabalho de Sonia Guajajara revela a sua influência positiva na sociedade e a importância de seu engajamento para promover a justiça social, a preservação ambiental e os direitos humanos”, afirmou o conselheiro Affonso Nunes, relator do processo, segundo nota divulgada pela Uerj.

Pedro Geiger

Na mesma sessão, o conselho também aprovou a concessão do título ao pesquisador Pedro Geiger, de 101 anos, que trabalhou por mais de 40 anos no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foi professor visitante da Uerj.

Geiger fez estudos sobre a ocupação espacial de áreas específicas como Teófilo Otoni, Colatina e Baixada Fluminense. Ele também apresentou uma proposta de divisão do Brasil em regiões geoeconômicas que não considerava apenas os aspectos físicos do país, segundo a Uerj.