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Projeto CasaBloco vai apresentar a diversidade dos carnavais do Brasil

“Ô abre alas, que eu quero passar…” é a CasaBloco pedindo para apresentar a sua 6ª edição com toda a multiplicidade e a diversidade dos carnavais do Brasil. A diversão do público de 6 a 8 de fevereiro terá mais de 10 horas de programação diária, que inclui shows em dois palcos, performances, oficinas, feiras de moda, gastronomia, bailes e apresentações de blocos. Neste ano, o tema é Onde os Carnavais do Brasil se Encontram.

Pela primeira vez, o local do encontro será o Jockey Club, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro, onde vai se espalhar nas tribunas B e C. Artistas como Roberta Sá, Vanessa da Mata, Elba Ramalho, Mart’nália, Chico César, Diogo Nogueira, Sidney Magal, Gretchen e Mãeana, estão confirmadas entre as 25 atrações.

“A gente sabe que é importante ter um artista grande de renome, mas ele tem que ser um facilitador de divulgação de um artista que não tem visibilidade. Quando montamos a nossa programação, sempre tem um artista grande, um jovem e um novo na cena, os blocos e as tradições de raiz, porque uma coisa completa a outra e assim conseguimos dar visibilidade para todo mundo”, explicou a idealizadora e diretora geral do projeto, Rita Fernandes, à Agência Brasil.

A programação do festival, patrocinado pelo Ministério da Cultura e Petrobras, com direito a bailes com o Monobloco e a Carnageralda, mistura festa e bloco. O reforço na alegria virá com um tributo inédito à figura de destaque da TV brasileira, o Chacrinha, com apresentação do Bloco Fogo & Paixão, que convida Sidney Magal, Gretchen e Natascha Falcão. O Velho Guerreiro, como era chamado, será caracterizado pelo apresentador Milton Cunha, que se apresentará ao lado das Chacretes.

Rita Fernandes, idealizadora e diretora geral da Casabloco – Suzana Tierie/Divulgação

Junto e misturado

Como a proposta da CasaBloco 2025 é ser ainda mais diversa e inclusiva, na sexta-feira, 7 de fevereiro, o festival vai juntar representantes dos carnavais dos estados. A tarde começa com o Bloco da Terreirada, referência da cultura popular do Ceará se misturando ao Reisado de Congo do Cariri com a Cultura Carioca dos Blocos de Rua. No dia seguinte, a CasaBloco terá ao mesmo tempo atrações do Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro.

Para a cantora do bloco Fogo & Paixão Mariana Guedes, a integração com manifestações de outras partes do país ajuda os promotores de carnaval do Rio a fazer novas conexões com blocos e bandas de outras partes do Brasil. 

“É super importante para a gente poder crescer, mudar, diversificar. A CasaBloco traz esse intercâmbio de maneira muito fluida e muito importante, mostrando que o carnaval não é só aqui, muito pelo contrário, está crescendo. Eu sou de Curitiba, que não costumava ter carnaval de rua tão forte, e hoje está enorme o carnaval de rua lá. A CasaBloco começa a mostrar pra gente esses outros carnavais, que são diferentes, mesmo que sejam blocos de rua”, disse à Agência Brasil.

“Cada ano mais cheio e os ingressos esgotam mais rapidamente. Pra mim isso é a prova de como o público aceita e quer essa diversidade e conhecer essa mistura toda”, completou.

CCBB

As atrações têm agendas também no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no centro da cidade, das 9h às 21h. Com ingresso gratuito, na CasaBloco Multilinguagem o público vai se divertir em oficinas de máscaras carnavalescas, lambe-lambe, maquiagem, na Mostra de Cinema Petrobras CasaBloco, e participar de rodas de conversa e das apresentações dos grupos Filhos de Gandhi e Caxambu do Salgueiro.

Haverá uma conversa sobre o livro Salgueiro, o “Quilombo” Moderno: batuqueiro, mandingueiro, diferente, com a participação da pesquisadora Helena Theodoro, do jornalista Leonardo Bruno, autor do livro junto com Nei Lopes, e Marcelo da Paz Ọlajinminá, vice-presidente do grupo cultural Caxambu do Salgueiro, patrimônio cultural e imaterial do Brasil.

“Participar de um evento desse é uma forma de fomentar um bem imaterial, porque o Caxambu do Salgueiro é Patrimônio Imaterial Brasileiro reconhecido pelo Iphan desde 2005, a referência cultural mais antiga que nós temos. O Morro do Salgueiro é um ancestral do samba, e participar de um evento desse é uma forma de ajudar a salvaguardar a nossa cultura pela própria visibilidade do próprio evento para este grupo. A gente se sente honrado pelo convite”, disse Marcelo da Paz Ọlajinminá à Agência Brasil.

O vice-presidente do grupo cultural explicou que o Caxambu do Salgueiro é composto majoritariamente por mulheres acima de 70 anos de idade, e as matriarcas mais longevas são Tia Dorinha, de 97 anos, e Tia Celina, de 87, que passam a cultura da dança do Caxambu às gerações mais novas do Morro do Salgueiro, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro.

Marcelo da Paz Ọlajinminá e Tia Celina, 87 anos, matriarca do Caxambu do Salgueiro – Foto: Marcelo da Paz Ọlajinminá/Arquivo pessoal

Moda

O festival terá ainda Feira de Moda A Rua é Nossa, em parceria com o Instituto Black Bom. O evento vai reunir 20 empreendedores do estado do Rio de Janeiro promovendo impacto social e econômico na economia criativa do carnaval. 

“Dos participantes 80% são pretos e pardos, 81% são mulheres, 75% empreendem há mais de 5 anos, 61,5 % têm filhos e 71% têm o seu empreendimento como a principal fonte de renda da casa”, informou a organização.

A secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Danielle Barros, lembra que a CasaBloco faz parte do calendário do estado do Rio de Janeiro. E ressalta que promove o carnaval fluminense para além da folia e da festa, porque também pensa o segmento como economia criativa e geração de emprego e renda.

A diversidade estará presente ainda na gastronomia, com assinatura da Junta Local – comunidade que busca transformar o sistema alimentar pela comida boa, local e justa – na curadoria com produtores locais. Os foliões vão poder saborear comidas veganas, lanches saudáveis e comidas de diversos sotaques.

Social

Nesta edição, o festival empregará mais de 1 mil pessoas desde a pré-produção até a pós-produção. “O projeto mantém uma parceria com o Muca – Movimento Unido dos Camelôs, fundado em 2003, que recebe os alimentos doados por meio da meia-entrada solidária. A CasaBloco também firmou uma parceria com a ONG Sorrindo RJ, para a contratação de pessoas com deficiência”, informou a organização.

Olinda

Antes de todos esses eventos, a CasaBloco continuará se estendendo para fora do Rio e, este ano, pela segunda vez, participará do pré-carnaval de Olinda, nos dias 1º e 2 de fevereiro, em parceria com o Centro Cultural Casa Estação da Luz, misturando o samba carioca com o frevo pernambucano. 

“A gente tem planos de expandir em 2026 para mais uma cidade. A gente está querendo levar o projeto para Salvador, para fazer o triângulo Rio, Olinda e Salvador”, adiantou Rita Fernandes.

TSE cita diversidade e rejuvenescimento de eleitos empossados hoje

Com base nos resultados das eleições municipais de 2024, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) avalia que há rejuvenescimento e maior diversidade entre os 5.543 prefeitos, 5.543 vice-prefeitos e 58.072 vereadores que serão empossados para mandatos de quatro anos nesta quarta-feira (1º).

Dados do Portal de Dados Abertos do TSE mostram que a faixa etária abaixo dos 39 anos foi a que mais cresceu entre os eleitos. O número de mulheres eleitas, segundo o tribunal, também aumentou em todos os cargos em disputa, quando comparado ao último pleito municipal, realizado em 2020.

Faixa etária

No cargo de prefeito, o grupo com até 29 anos mais que triplicou, passando de 36 eleitos nessa faixa etária em 2020 para 119 no pleito deste ano. As prefeituras registraram quedas classificadas como significativas entre as faixas mais avançadas – em 2024, foram 851 eleitos entre 60 e 69 anos (-29%) e 249 eleitos acima dos 70 anos (-38%).

Para vice-prefeito, o cenário, segundo o tribunal, é semelhante, com um número três vezes maior entre os mais jovens, com até 29 anos, e quedas substanciais nas faixas de 50 a 59 e acima dos 70 anos.

O mesmo movimento foi observado entre os eleitos para vereador, em que os candidatos mais jovens, com até 39 anos, conquistaram mais espaço. “As faixas de 60 a 69 anos e de 70 a 79 anos tiveram diminuições acentuadas”, avaliou o TSE.

A idade mediana de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores eleitos é 46 anos. “Há mais de uma década, em 2012, o “ponto do meio” foi 56 anos. A mediana (ou ponto do meio) é utilizada para separar o conjunto de idades sem refletir valores muito pequenos ou muito grandes que podem estar nas pontas”, informou o tribunal.

Presença feminina

Para o cargo de prefeito, houve um aumento de 7% no número de mulheres eleitas em relação a 2020, totalizando 728 eleitas.  No cargo de vice-prefeito, o crescimento foi ainda mais expressivo, 15% — 1.066 vices eleitas. Já para o cargo de vereador, o crescimento foi 12% (10.537), embora o número de homens eleitos continue superior (47.189).

Diversidade étnica

A representatividade por cor e raça autodeclaradas, de acordo com o TSE, segue um padrão de “ligeira diminuição” para candidatos brancos em todos os cargos. Entre prefeitos eleitos, houve queda de 3% (3.634) entre os autodeclarados brancos, enquanto o número de indígenas cresceu 12% (9) e os pretos aumentaram 14% (128).

Entre os vice-prefeitos, os eleitos de cor preta também apresentaram crescimento classificado pelo tribunal como expressivo, de 38% (250), o maior em comparação a outros grupos étnicos.

Já entre vereadores, eleitos de cor preta e indígenas registraram maiores crescimentos, com 11% (3.984) e 31% (240), respectivamente.

Grau de instrução

Em relação ao nível educacional, a maioria dos candidatos eleitos em 2024 tem ensino superior completo para os cargos de prefeito (59%) e vice-prefeito (47%) – 3.285 e 2.617, respectivamente. Para vereadores, o ensino médio completo é o nível predominante, com 21.952 (38%) eleitos, seguido pelo superior completo.

Réveillon na Avenida Paulista terá diversidade musical

A festa de Réveillon da Avenida Paulista começará às 16h30 desta terça-feira (31), com apresentações musicais que vão até o dia 1º de janeiro. A Escola de Samba Mocidade Alegre, campeã do Carnaval 2024, sobe ao palco para a última apresentação da festa da virada, às 4h45. O evento é gratuito.

A dupla Brenno & Matheus, do hit “Descer Pra BC”, abrirá o evento. A contagem regressiva será feita pelos sertanejos Bruno e Marrone. Com 32 metros de largura e 22 de altura, o palco está localizado entre as ruas Haddock Lobo e Bela Cintra. Para conforto visual e maior participação do público, telões estarão distribuídos ao longo da avenida.

Roberta Miranda, Gloria Groove, MC Livinho, Junior Lima, Thales Roberto e Renascer Praise também vão se apresentar. Os intervalos dos shows terão apresentação de MCs e DJs. Os mestres de cerimônia da festa serão a bailarina Ivi Mesquita e o funkeiro Bio G3. 

A população terá ônibus gratuitos para participar da festa – projeto Domingão Tarifa Zero – ativado aos domingos, Natal, Réveillon e aniversário da cidade. A prefeitura da capital paulista afirmou que a expectativa de público para este ano é grande, já que na virada para 2024 cerca de 2 milhões participaram do evento.  

“Depois do sucesso no Réveillon passado, o palco da virada do ano na Avenida Paulista terá novamente uma cenografia especial. Saem as imagens dos prédios históricos e modernos usadas na passagem para 2024 e entra a temática da literatura: livros com frases alusivas à capital enfeitarão a festa”.

Segundo a prefeitura, o evento atrai principalmente moradores da cidade, mas também recebe turistas do interior paulista e de outros estados. Em média, cada turista gasta R$ 1.765 na cidade, calcula o município.

Programação do evento:

16h30: Brenno e Matheus 

17h40: Renascer Praise e Thalles Roberto

19h20: Júnior Lima

20h55: Gloria Groove

23h15: Bruno e Marrone

1h40: MC Livinho

3h45: Roberta Miranda

4h45: Escola de Samba Mocidade Alegre

Intervalos: DJ Vivian Marques e DJ Gugu Reis

Amazônia tem diversidade empobrecida por incêndios florestais

Pesquisadores que investigam os impactos de queimadas na floresta constataram o empobrecimento de espécies e a redução de estoque de carbono em áreas de transição da Amazônia e Cerrado. O estudo, financiado pelo Instituto Serrapilheira, detectou uma diminuição de até 68% na capacidade de conter dióxido de carbono (CO₂) na biomassa da vegetação de florestas impactadas pelo fogo de forma reiterada.

Os cientistas liderados por Fernando Elias, da Universidade Federal Rural da Amazônia, e Maurivan Barros Pereira, da Universidade Estadual do Mato Grosso, analisaram 14 áreas de florestas, divididas em três categorias: nunca impactadas pelo fogo, queimadas uma vez e aquelas que registraram múltiplos incêndios. Em campo, foram coletados dados como o número de espécies, densidade de troncos e calculados os estoques de carbono acima do solo.

“A Amazônia não está virando uma grande savana, ela está virando uma floresta secundária. Está ocorrendo uma secundarização da floresta. Uma floresta mais pobre, com menos estoque de carbono, como a gente observou, uma redução de quase até 70%, e com menos indivíduos”, alerta Elias.

Cenas da Amazônia, por Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Risco de extinção

Para entenderem como a composição florística das florestas é afetada pelo fogo, ou seja, que espécies são mais atingidas e que mudanças ocorrem na diversidade após um incêndio, os pesquisadores classificaram as espécies como típicas do Cerrado, de ambientes florestais ou generalistas, que ocorrem tanto no Cerrado quanto na floresta nas áreas afetadas em épocas distintas e sem um controle científico.

Segundo Fernando Elias, a conclusão de que não haverá uma savanização da Amazônia e sim um empobrecimento da floresta veio a partir da observação de que número de espécies savânicas e generalistas permaneceu igual após a perturbação causada pelo fogo, enquanto que as espécies florestais, mais sensíveis, sofreram um declínio. “O súber, que é a casca, em algumas espécies florestais é até ausente, ou muito fino. Então, diante de uma chama, do evento de fogo, essas espécies são muito vulneráveis e sofrem uma mortalidade extrema. Então você imagina uma espécie rara ocorrendo em uma floresta e essa floresta pega fogo. Se ela não tiver as características de defesa contra esse fogo, para suportar esse fogo, ela é extinta localmente”, explica.

Amazônia tem o maior número de queimadas e incêndios em 17 anos. (Brigadistas combatem fogo no Pará. André Noboa). Foto: Agência Santarém.

Serviços

De acordo com o pesquisador, esse empobrecimento da floresta, além de representar uma ameaça de extinção de espécies, é uma ameaça ao planeta e à humanidade. “Vai gerar uma floresta pobre, com espécies que já não conseguem gerar e nem fornecer o serviço ecossistêmico, como, por exemplo, de regulação de chuva, de sequestro de carbono para mitigação das mudanças do clima, serviço de polinização. Todos os variados serviços ecossistêmicos possíveis que uma floresta pristina [original] consegue fornecer à sociedade, essas florestas queimadas serão comprometidas”, diz.

Entre esses comprometimentos está a capacidade de retirar da atmosfera e reter dióxido de carbono (CO₂) na biomassa da vegetação. “Em termos de densidade, em termos de estoque de carbono, a gente observou que queimadas uma única vez, eu já tive redução de aproximadamente quase 50% nos valores dos estoques. E queimadas múltiplas vezes até 68% de perdas”, explica.

Na prática, significa que cada área queimada, além de emitir gases do efeito estufa pela própria queima, também libera o dióxido de carbono que estava na composição de cada árvore. “Os estoques de carbono das áreas que não foram queimadas são de 25,5 toneladas por hectare. E as áreas que queimaram uma vez, 14,1. Já as áreas que queimaram múltiplas vezes, 8. Então, você imagina a diferença que se tem entre a área que queimaram múltiplas vezes e a área que nunca queimou”.

Vulnerabilidade

As áreas estudadas ficam localizadas nas divisas dos estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso, em uma região que integra o Arco do Desmatamento. Segundo os pesquisadores, a degradação também ocorre por causa da atividade da agropecuária nas proximidades da floresta e pelo fato de estar em uma região mais seca que a região mais intocada da Amazônia, por isso, todas as áreas demonstraram mais vulnerabilidade ao avanço rápido das mudanças climáticas. “São áreas muitas vezes tratadas como Cerrado, mesmo tendo elevado estoque de carbono e espécies tipicamente amazônicas. E, no Código Florestal, em áreas de Cerrado, pode-se desmatar 80%”, diz Elias.

Financiamento

O estudo Mudanças Pós-fogo na Diversidade, Composição e Carbono das Árvores em Períodos Sazonais das Florestas no Sul da Amazônia teve ainda a participação de pesquisadores do Campus de Confresa do Instituto Federal de Mato Grosso Geography, Faculty of Science, Environment and Economy, da Universidade de Exeter. O projeto também foi  financiado pelo Instituto Serrapilheira, que é uma instituição privada sem fins lucrativos para a promoção da ciência no Brasil. Desde o início de suas atividades, em 2017, já apoiou financeiramente mais de 300 projetos de ciência e de comunicação da ciência, com mais de R$ 90 milhões investidos.

 

Festival em Brasília celebra diversidade e temas “da quebrada”

Uma instalação artística inflável, no formato de catraca dupla de ônibus, de 28 metros quadrados, provoca ironia e reflexões em quem chega ao Festival Periferia Viva, evento que se encerra, nesta quinta-feira (28), em Brasília. A obra, com o nome de Pula Vai, de autoria do jovem artista Gustavo Santos, o Gu da Cei, de 27 anos de idade, foi implementada para um evento que deve atravessar a noite na Torre de TV, um dos pontos turísticos da capital. 

“Quis provocar com essa obra a discussão sobre os direitos básicos dos cidadãos periféricos, como o de transporte, saúde e educação”, disse o artista. A “catraca” inflável é um convite a ser “pulada” de fato, como uma metáfora sobre a necessidade de se enfrentar obstáculos. 

O rapaz vive na periferia da região administrativa de Ceilândia, a maior do Distrito Federal. Para ele, o evento, organizado pelo Ministério das Cidades,  tem mérito ao levar temas periféricos para o centro de Brasília. “Ceilândia tem uma força coletiva da diversidade. É um lugar que reúne a cultura urbana com a nordestina em um cenário de cerrado”.

Visibilização

Além das intervenções, a primeira atração no palco tem a criatividade e a irreverência do grupo Breguenaite, que reúne música e performances em um baile que se apresenta como o mais “despretensioso do DF”, com a mistura de reggae e brega. 

“É de extrema importância a visibilização da cultura periférica para que ocupemos os territórios culturais”, avalia a multiartista Loba Makua, de 32 anos de idade, que coordena o baile que pretende ser acessível e livre de qualquer exclusão ou preconceito. 

Para ela, que é da região administrativa de São Sebastião, a cultura é o que pode dar força às comunidades periféricas para a luta por direitos e políticas públicas. Loba Makua disse que os artistas periféricos não têm o trabalho cultural como o principal gerador de renda. Um dos exemplos é a própria mestre de cerimônias Negra Eve, de 29 anos de idade, que também é cantora do baile. No dia a dia, trabalha como vendedora de roupas no centro de Ceilândia. 

Negra Eve já atuou também como cabeleireira, mas a principal paixão dela está na música. “A arte surgiu para mim dentro da minha casa. A minha mãe era cantora de rap [Thug Di]”. Ela viu a mãe trabalhar o dia inteiro e dedicar-se à cultura nas horas vagas. Para ela, manifestar-se pela música é uma necessidade ao tratar de amor, afetos e protestos. 

O espaço para a periferia segue pela noite inteira da Torre de TV, em Brasília, com atrações como a cantora Gaby Amarantos, às 20h40, e o rapper Criolo, às 22h.

Confira toda a programação no site do Ministério das Cidades.

Sob comando de Teresa Cristina, Samba na Gamboa aposta na diversidade

O programa Samba na Gamboa estreia a nova temporada no domingo, 8 de dezembro, às 13h, na TV Brasil. A principal novidade desse ano está no comando da atração: a cantora e compositora Teresa Cristina. Ela ocupa o lugar que foi do também cantor Diogo Nogueira, apresentador do programa por sete temporadas, em gravações que ocorreram entre 2008 e 2018.

Na roda estarão artistas consagrados da música brasileira, como Áurea Martins, Dorina, Dudu Nobre, Jorge Aragão, Moacyr Luz, Nei Lopes, Tia Surica, Marquinhos de Oswaldo Cruz, Neguinho da Beija-Flor, Nelson Rufino, Nilze Carvalho e Sombrinha. O convidado do primeiro episódio é Zeca Pagodinho, que vai interpretar os principais sambas de sua autoria.

Zeca Pagodinho será o primeiro convidado da nova temporada – Fernando Frazão/Agência Brasil

As duas atrações seguintes do programa são Xande de Pilares e Leci Brandão. Além de artistas do samba, outros artistas da MPB participarão da atração: Adriana Calcanhotto, Fabiana Cozza, Hermínio Bello de Carvalho, Mônica Salmaso, Simone Mazzer e Zé Renato.

“O Samba na Gamboa está de volta com toda glória, colorido e força. Os episódios certamente vão tocar o público de alguma forma. A gente conseguiu selecionar artistas que contemplam a música brasileira. Um programa transparente, honesto, sincero. E tenho certeza de que a família brasileira vai amar se reunir em torno de uma mesa, em um domingo, em um horário bem pertinho da hora do almoço para assistir. Então, é um programa que vai trazer muitas alegrias para o povo brasileiro”, disse a apresentadora Teresa Cristina.

Leci Brandão é uma das convidadas do Samba na Gamboa – Fernando Frazão/Agência Brasil

Segundo a diretora de Conteúdo e Programação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Antonia Pellegrino, a nova apresentadora representa a ancestralidade feminina e negra do samba, muitas vezes relegada a um segundo plano.

“Quando a gente assume essa gestão no ano passado, está colocada no Brasil uma agenda de representatividade e de maior diversidade. E é a função da TV pública promover esse tipo de reflexão. O samba ainda é um espaço muito masculino. E o nosso desejo para ancorar o programa era trazer uma mulher negra que fosse do samba. A partir disso, chegamos até a Teresa Cristina, uma sambista negra, pesquisadora, extremamente culta, que conhece muito o samba. Que vive, respira e transpira samba”, disse.

O Samba na Gamboa traz ainda uma série de programas com conteúdos temáticos que reverenciam o trabalho de Arlindo Cruz, Chico Buarque e Paulinho da Viola. E de homenagens a outros artistas que já morreram, como Aldir Blanc, Almir Guineto, Beth Carvalho, Candeia, Clara Nunes, Dona Ivone Lara, Elizeth Cardoso, Elton Medeiros, Lupicínio Rodrigues, Monarco, Nelson Cavaquinho, Nelson Sargento, Reinaldo, Wilson Moreira e Zé Keti.

Samba na Gamboa – Fernando Frazão/Agência Brasil

A nova temporada do programa terá 52 episódios, com exibição semanal aos domingos. As gravações foram feitas no Teatro Ruth de Souza, no Parque Glória Maria, em Santa Teresa, região central do Rio de Janeiro. O palco é um cenário colorido que evoca uma praça na Gamboa, bairro histórico da zona portuária da capital fluminense.

“O programa me deu oportunidade de fazer o que eu gosto, que é mostrar para as pessoas o que o samba tem de melhor, o que o Brasil tem de melhor, que é uma cultura rica e plural”, disse Teresa Cristina.

“Ao longo do programa, vocês vão reparar que a gente está entrevistando artistas que são conhecidos de todos nós, mas também outros nomes que estão na estrada há muito tempo, mas não tem espaço na mídia. O Brasil tem que conhecer um sambista chamado Bico Doce, que é da Mangueira, merece conhecer a história da Nilza Carvalho, sambista com 50 anos de carreira, além da Luísa Dionísio, da Marina Íris. E artistas como o Nego Alvaro, do Samba do Trabalhador, Mingo Silva, Moacyr Luz, Serginho Meriti”.

Os conteúdos exclusivos ficam disponíveis no app TV Brasil Play e podem ser acompanhados também no YouTube da emissora.

Parada PCD em SP celebra diversidade e reforça luta contra exclusão

Em junho de 2023, Sônia Maria de Jesus, que vivia em condição análoga à escravidão e sofria violências, foi resgatada em uma operação realizada na casa de um desembargador de Florianópolis (SC). Mulher negra, analfabeta e com profunda deficiência auditiva, Sônia viveu 40 anos a serviço da família desse desembargador. No entanto, meses após ter sido resgatada, uma decisão judicial possibilitou que Sônia regressasse à casa dos investigados, o que gerou diversos protestos e mobilizações pelo Brasil.

Para protestar contra essa autorização judicial que permitiu que Sonia Maria voltasse a viver com a família que a escravizou, a Parada do Orgulho da Pessoa com Deficiência (PCD) adotou o tema Sônia Livre para sua segunda edição, que é realizada neste sábado (21) na Praça Roosevelt, na capital paulista.

São Paulo (SP), 21/09/2024 – Praça Roosevelt recebe a segunda edição da Parada PCD, que celebra a diversidade, a inclusão e o orgulho de ser PCD – Paulo Pinto/Agência Brasil

“A gente fala de número, de dados e de opressões que a gente sofre, mas este é o primeiro caso de retorno de uma pessoa que havia sido libertada de uma escravidão. A Sônia é uma mulher negra, que tem uma deficiência e foi escravizada por uma família de um desembargador, sendo submetida a situações análogas à escravidão. Ela foi liberada dessa condição mas, por ele ser um desembargador e ela ser uma mulher com deficiência surda e que também não tem a plenitude de entender onde está, ela acabou voltando para esse lar”, explicou Julia Moraes Piccolomini, presidenta da Parada do Orgulho PCD.

Para Julia, a história de Sônia demonstra a opressão e violência que podem ser praticadas contra pessoas com deficiência. “Não deram para a Sonia Maria o suporte necessário para ela estar em equidade, para ela entender pelo que ela estava passando. Ela foi escravizada por ser uma mulher negra e ela voltou a ser escravizada por ser uma mulher com deficiência”, disse a presidenta da Parada, em entrevista à Agência Brasil. “A violência contra a Sônia Maria é extrema e é por isso que a gente está colocando ela como prioridade, trazendo essa história como nosso primeiro tema de parada para fazer um alerta, para falar que não é possível que em 2024 a gente esteja vivendo um caso de escravidão como esse”, destacou.

São Paulo (SP), 21/09/2024 – Para Júlia Piccolomini (à direita), a história de Sônia demonstra a opressão e violência que podem ser praticadas contra pessoas com deficiência – Paulo Pinto/Agência Brasil

Parada

Durante todo o dia de hoje, a Parada do Orgulho PCD vai promover uma programação especial para celebrar a diversidade e a inclusão e alertar a sociedade sobre os direitos da pessoa com deficiência e a acessibilidade. Além de discursos e uma homenagem especial para Sonia Maria, o evento promoverá shows, apresentações culturais e até um desfile de moda inclusiva.

“As pessoas estão vindo de São Paulo, do interior, de outras cidades e de outros estados para poder expressar nessa parada que há uma demanda reprimida em todo o território nacional das pessoas com deficiência. Temos cerceadas nossas experiências de participação na cidade em que vivemos, de circularmos pelos espaços, de nos relacionarmos com pessoas e de desenvolvermos nossas habilidades e potências”, disse o filósofo, fundador do Coletivo de Pessoas Negras com Deficiência e vice-presidente da Parada, Marcelo Zig.

“É uma manifestação das pessoas com deficiência que estão cansadas de ainda existir uma cultura que continua nos excluindo, seja em soluções físicas e estruturais da nossa sociedade, seja em questões sociais ou culturais, que continua nos colocando neste lugar de incapazes ou de que merecemos caridade. A Parada do Orgulho PCD vem para falar que nossos corpos não são inferiores, eles são diferentes”, completou Julia.

A parada também lembra o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. “O dia do Orgulho PCD é um momento de reflexão e de ponderação, onde as pessoas podem levantar a bandeira e defender a bandeira dos direitos da pessoa com deficiência”, explicou Marcos da Costa, secretário estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência. “Eventos como esse, que estão acontecendo no Brasil inteiro, permitem que as pessoas com deficiência se reúnam, celebrem a data e possam divulgar cada vez mais o respeito e a importância da pessoa com deficiência”.

“Hoje é o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Fizemos questão de fazer a Parada nesse dia para poder trazer uma maior repercussão para essa data no país”, conta Marcos da Costa..Para o secretário, apesar de a data  existir, ela ainda se apresenta de maneira muito tímida e dentro de uma perspectiva muito assistencialista.

“Estamos hoje ocupando a cidade de São Paulo fazendo uma parada protagonizada quase que essencialmente por pessoas com deficiência. No palco teremos um desfile de potencialidades e de belezas artísticas, mostrando para a sociedade que nós somos muito mais do que nossas deficiências”, acrescentou Zig.

EBC firma compromisso pela diversidade em parceria com o governo

A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) assinou, nesta quarta-feira (4), a adesão ao Pacto pela Diversidade, Equidade e Inclusão nas Empresas Estatais. Coordenado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), por meio da Secretaria de Governança das Estatais, o acordo tem como objetivo aumentar o compartilhamento de estratégias que promovam políticas públicas relacionadas ao tema nas empresas.

A diretora de Administração, Finanças e Pessoas (Diafi), Sabrina Gabeto, destacou a importância de a EBC fazer parte deste grupo. “A iniciativa vai permitir conhecer novas experiências e estratégias a fim de avançarmos nas nossas políticas internas de inclusão e promoção da diversidade, valores que estão intrinsecamente ligados à nossa missão na comunicação pública”.

A assinatura do documento também contou com o apoio dos ministérios dos Direitos Humanos e da Cidadania, da Igualdade Racial, das Mulheres e dos Povos Indígenas, que contribuíram com as discussões temáticas. Além da EBC, outras 33 empresas públicas firmaram o acordo.

Com o pacto firmado, as estatais se comprometem a entregar valores públicos à sociedade, criando um espaço de troca de experiências sobre boas práticas de equidade e inclusão. A ideia é que sejam construídas ações conjuntas, com eventual otimização de custos, tendo o respeito e a valorização das diferenças como base das relações a fim de potencializar a visibilidade do tema na sociedade e no meio empresarial.

Lula diz que alistamento feminino dará diversidade às Forças Armadas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o alistamento militar voluntário de mulheres representa passo significativo das Forças Armadas para seu aprimoramento e modernização. Segundo ele, a medida “reforça a máxima de que o lugar da mulher é onde ela quiser”.

A declaração foi feita nesta quarta-feira (28), em Brasília, durante cerimônia comemorativa dos 25 anos do Ministério da Defesa. Aproveitando a data, foi publicado no Diário Oficial da União de hoje um decreto que possibilita o alistamento voluntário de mulheres no serviço militar no ano em que elas completarem 18 anos.   

“Os anúncios aqui feitos demonstram os esforços das Forças Armadas para se modernizar e aprimorar. Cito como exemplo a abertura ainda maior para o ingresso de mulheres, reforçando a máxima de que o lugar da mulher é onde ela quiser. E sabemos que quanto mais diversa for uma situação, mais representativa ela será”, explicou o presidente.

Ele destacou que a verdadeira missão da Forças Armadas é a de servir à nação brasileira; e de “garantir a ordem, não em nome de uma ideologia ou a serviço de pretensões políticas individuais. Mas em nome, acima de tudo, da sabedoria de um país e da proteção do povo brasileiro”, acrescentou.

O presidente citou algumas frentes de ações das Forças Armadas visando tais objetivos. Entre elas, as voltadas à crise humanitária vivida pelo povo yanomami; ao enfrentamento do garimpo ilegal e dos crimes transfronteiriços e ambientais no país; as ações de auxílio à população do Rio Grande do Sul durante as recentes enchentes que assolaram o estado; o apoio logístico comunitário e a assistência básica de saúde a ribeirinhos e indígenas; e o combate a incêndios criminosos no estado de São Paulo.

Medidas

O ministro da Defesa, José Múcio, detalhou algumas das medidas anunciadas hoje, além da relativa ao serviço militar voluntário feminino, prática que, segundo ele, é comum em diversos países.

Múcio citou a criação da carreira civil da Defesa no âmbito do ministério. “Com a criação da carreira, vamos profissionalizar ainda mais o nosso corpo técnico, trazendo pessoas que passarão a compor o quadro de concursados altamente habilitados para os temas tão específicos que tratamos no dia a dia”, disse.

E acrescentou: “nosso terceiro destaque é a transferência do programa Calha Norte para o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. Assinamos hoje a portaria que cria o grupo de estudos para efetivar a mudança, sob a justificativa de que o perfil do programa tem mais afinidades com a pasta da Integração”, disse o ministro, referindo-se ao programa que atua em 442 municípios, a fim de promover o desenvolvimento ordenado e sustentável em suas áreas de atuação.

EBC cria Comitê de Participação Social, Diversidade e Inclusão

O Conselho de Administração da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) aprovou nesta sexta-feira (23) uma alteração no regimento interno para a inclusão, na estrutura da empresa, do Sistema Nacional de Participação Social na Comunicação Pública. O sistema foi concebido pelo Grupo de Trabalho de Comunicação Pública e Participação Social, criado em novembro de 2023 pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República.

relatório do GT foi apresentado à Secom (foto) em julho deste ano.

Fazem parte do sistema o Comitê de Participação Social, Diversidade e Inclusão da EBC, o Comitê Editorial e de Programação, a Ouvidoria e a Assessoria Especial.

“O resultado desse trabalho é a consolidação de uma tríade fundamental. O primeiro passo foi a separação da comunicação pública da governamental; o segundo, a expansão da Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP), e o terceiro é este, a consolidação da participação social na EBC. Não há comunicação pública sem participação social”, destaca o presidente da EBC, Jean Lima.

O comitê de Participação Social, Diversidade e Inclusão foi instituído por meio da Portaria 461 da EBC, assinada pelo presidente Jean Lima e publicada no último dia 19. 

Já o Comitê Editorial e de Programação foi criado por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 23 de abril de 2024. 

Comitê de Participação Social

Conforme a Portaria 461, o Comitê de Participação Social terá 11 representantes da sociedade civil, sendo um de entidade representativa de radialista ou jornalista; 11 membros do Comitê Editorial e de Programação; cinco representantes da Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP), sendo um de cada região do país, totalizando 27 integrantes.

É prevista participação de, pelo menos, 40% de mulheres, negros e indígenas, bem como representantes de pessoas com deficiência, da população LGBTQIA+ e dos trabalhadores (um de cada grupo).

Os integrantes das organizações da sociedade civil, não governamentais, serão selecionados via editais de chamamento público.

O grupo irá se reunir a cada três meses, podendo ter encontros extraordinários convocados pelo presidente do comitê ou por dois terços de seus membros.

Metade dos membros do comitê terá mandato de três anos e a outra, de dois anos, sem direito à recondução. A participação não será remunerada, considerada prestação de serviço público relevante.

Competências

Entre as competências do grupo estão acompanhar as diretrizes da programação dos veículos da EBC em relação à diversidade social, cultural e regional, a pluralidade de ideias e de fontes, além das finalidades educativa, artística, cultural, informativa e de promoção da cidadania.

O comitê poderá organizar audiências públicas, criar grupos internos para debates e aprofundamento de ideias, debater novas tecnologias para produção e divulgação de conteúdo, propor banco de pautas colaborativas e sugerir cursos e oficinas, além da publicação de relatórios regulares sobre suas atividades.

A relatora do Grupo de Trabalho de Comunicação Pública e Participação Social e ex-conselheira do Conselho Curador da EBC, Rita Freire, destaca a importância da criação do comitê, já que uma das funções da EBC é promover a participação da sociedade dentro da comunicação pública e defende que sejam feitos ajustes durante a implantação efetiva do grupo. 

“Damos boas-vindas ao anúncio do sistema de participação na comunicação pública, mas pressupondo um diálogo real da EBC com a sociedade civil. Ainda defendemos alguns ajustes para implementar o que foi negociado e acordado no grupo de trabalho que o desenhou, como algumas questões de prazos e obrigações que materializem a participação social ativa e a devolutiva da empresa. Precisamos cuidar para que futuros e futuras integrantes, representando todas as regiões do Brasil, sintam que a EBC vai ouvir e interagir com suas preocupações e ideias. E para que isso aconteça, é preciso formalizar desde a portaria de criação”, afirma. 

O presidente da EBC, Jean Lima, reforça que o comitê foi criado observando regras da empresa e marca o retorno da participação social no âmbito da empresa. 

“A criação do Comitê de Participação Social, Diversidade e Inclusão (CPADI) observou as competências estatutárias e regimentais do Conselho de Administração da EBC, não podemos adentrar nessas competências. Reafirmamos que esse momento é de extrema importância para o fortalecimento da comunicação pública no Brasil e que marca o retorno da participação social à nossa empresa. Estamos muito otimistas com esse projeto de retomada e agradecidos com a contribuição de todos os envolvidos”, ressalta.

Para o professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) e um dos integrantes do grupo de trabalho, Fernando Paulino, o comitê vem para aproximar a sociedade do acesso à informação. 

“A nossa expectativa é que a empresa leve em conta o relatório que foi feito e implemente as medidas acordadas para que com isso consiga envolver a sociedade na defesa do acesso à informação, no direito à comunicação e da comunicação pública. Criando uma cooperação bastante produtiva em relação aos conteúdos que são publicados, sugestões de pautas, algo essencial para o fortalecimento da democracia e para aperfeiçoamento das atividades que são desenvolvidas nos veículos de comunicação pública administrados pela EBC e da RNCP”, afirma.

Assessoria e Ouvidoria

As titulares da Assessoria Especial, responsável pela assessoria de Participação Social e Diversidade, e da Ouvidoria já foram definidas.

A Assessoria Especial será ocupada pela comunicóloga Eloisa Galdino. Mestra em Comunicação Social pela Universidade Federal de Sergipe, Eloisa Galdino trabalha há quase 20 anos com gestão pública. Já foi secretária estadual de Comunicação e de Cultura em Sergipe e presidenta do Fórum de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura. Ela representou gestores na Comissão Nacional de Incentivo à Cultura e no Conselho Nacional de Cultura.

A jornalista Luiza Seixas comandará a Ouvidoria no biênio 2024-2026, após aprovação pelo Conselho de Administração. Com 18 anos de experiência na área, já passou por agências de comunicação (RP1, Com+ e Inpress), redação de jornal, agência de notícias e rádio (Correio Braziliense, Agência Senado e Rádio Senado). Nos últimos anos, trabalhou em empresas como Transpetro, Odebrecht e no Senado Federal. Atuou na EBC no período entre 2016 e 2019 e retornou à empresa como gerente executiva de Comunicação Institucional em 2023.