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Diplomata e escritor: conheça o novo imortal Edgard Telles Ribeiro

Embaixador, cineasta, crítico, professor universitário, escritor. O novo eleito para a Academia Brasileira de Letras, Edgard Telles Ribeiro, teve várias profissões, sempre ligadas à palavra. Nascido no Chile, na cidade de Valparaíso, e naturalizado brasileiro, o autor de contos e romances foi eleito na quarta-feira (11) para a Cadeira 27. Antes dele, ocupava essa cadeira o poeta e letrista Antonio Cicero, que teve uma morte assistida na Suíça, aos 79 anos.. 

Escolhido por 28 votos de 39 possíveis, o diplomata é autor de 15 livros, sendo o mais recente, Jogo de armar (2023), finalista do Prêmio Jabuti. O romance Olho de rei recebeu o prêmio da ABL para melhor obra de ficção de 2006. Já O Punho e a Renda, sobre a ditadura militar, conquistou o prêmio de melhor romance do Pen Clube, em 2015.

Telles Ribeiro estudou cinema na Universidade da California (UCLA) e deu aula no curso de cinema na Universidade de Brasília (UNB). Iniciou a carreira de diplomata em 1966, quando entrou no Instituto Rio Branco, e dedicou parte importante de sua carreira à diplomacia cultural. Chegou a chefiar o departamento cultural do Ministério das Relações Exteriores, entre 2002 e 2005.

O presidente da ABL, Merval Pereira, destacou que Telles Ribeiro produziu contos e romances, e acumulou experiência na diplomacia cultural que será benéfica à ABL.

“Edgard foi eleito por ser um romancista, e não um diplomata, mas como diplomata também trabalhou na área cultural, inclusive com o Gilberto Gil ministro da Cultura. Então, ele tem mais essa vantagem para a Academia, a experiência com a cultura que vai nos ajudar muito”.

Também concorriam à vaga Lucas Pereira da Silva, Tom Farias (Uelinton Farias Alves), José Efigênio Eloi Moura, Eduardo Luiz Baccarin-Costa, Ruy da Penha Lôbo, João Calazans Filho, Martinho Ramalho de Melo, Alda Nilma de Miranda, Chislene de Carvalho J. M. Monteirás, Remilson Soares Candeia. Entre eles, Tom Farias recebeu seis votos.

Já ocuparam a cadeira 27 Antonio Cícero, Maciel Monteiro, Joaquim Nabuco, Dantas Barreto, Gregório da Fonseca, Levi Carneiro, Otávio de Faria e Eduardo Portela. 

Diplomata e ex-ministro José Botafogo Gonçalves morre, aos 89 anos

Faleceu no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (8), o diplomata José Botafogo Gonçalves, aos 89 anos. Ele foi ministro da Indústria, do Comércio e do Turismo, entre 1998 e 1999, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Além disso, ocupou o cargo de embaixador na Argentina de 2002 a 2004, tendo ainda desempenhado diferentes funções no Ministério das Relações Exteriores ao longo de sua carreira.

Durante anos, ele também presidiu o Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), um dos principais think tanks sobre diplomacia da América Latina. A entidade compartilhou uma mensagem de pesar.

“Lamentamos profundamente e expressamos nossas condolências à família, amigos e colegas do Embaixador.”

José Botafogo Gonçalves deixa a mulher Susana, três filhos e sete netos. Ele é natural de Belo Horizonte e formou-se em Direito e Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio). Sua carreira diplomática teve início em 1960.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores destacou sua trajetória na pasta, citando por exemplo sua atuação como chefe da Divisão de Política Financeira (1970) e Chefe da Divisão de Política Comercial (1977).

O texto lembra ainda seu trabalho como membro da delegação encarregada de renegociar a dívida externa brasileira (1983), bem como seu desempenho como vice-presidente de Relações Externas do Banco Mundial em Washington (1985-1987).

“No exterior, serviu nas Embaixadas do Brasil em Moscou (1962-1964), Roma (1964-1967), Santiago (1967-1969), Paris (1973-1975) e Bonn (1976-1977). Foi Cônsul-geral em Milão (1991-1995) e Embaixador em Buenos Aires (2002-2004). Foi também Embaixador Especial para Assuntos do Mercosul”, acrescenta a nota.