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Sócios do laboratório PCS Saleme deixam a prisão

Os sócios do laboratório PCS Saleme Walter Vieira e Matheus Vieira deixaram a prisão nesta quinta-feira (12), de acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro. O laboratório, localizado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, é investigado por emitir laudos errados que permitiram o transplante de órgãos infectados pelo vírus HIV.

Na terça-feira (10), a 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) julgou parcialmente procedente os pedidos de habeas corpus impetrados pela defesa de Matheus Vieira e Walter Vieira, decretando a liberdade provisória dos acusados, mediante a aplicação de medidas cautelares.

Os efeitos da decisão também foram estendidos aos corréus Ivanilson Fernandes dos Santos e Jacqueline Iris Bacellar de Assis, funcionários do laboratório.

O relator do acórdão foi o desembargador Marcelo Castro Anátocles da Silva Ferreira, que determinou a expedição de soltura dos acusados e fixou o prazo de 6 meses para a reavaliação das medidas cautelares. O descumprimento das condições acarretará a revogação do benefício.

Os quatro terão que entregar os passaportes; comparecer em juízo cinco dias após as solturas para informar seus respectivos endereços e, depois disso, terão que comparecer também mensalmente, até o dia 10 de cada mês, e sempre que forem intimados. Também estão proibidos de exercer atividade profissional relacionada ao ramo de laboratório de análises clínicas, até o trânsito em julgado da ação penal, e estão proibidos de fazer contato com as vítimas, salvo para fins de eventual acordo civil em processo próprio.

Os acusados não poderão mudar de endereço sem comunicar ao juízo e nem se ausentar da região por mais de oito dias sem prévia autorização judicial.

Investigação

O laboratório PCS Saleme é investigado por ter emitido laudos que diziam que dois doadores não tinham HIV, quando na verdade eram positivos para o vírus. Isso levou à infecção por HIV de seis pessoas que receberam os órgãos. O laboratório é apontado como responsável pela emissão de laudos fraudulentos que permitiram a utilização de órgãos contaminados. 

O Ministério Público estadual, por meio da 3ª Promotoria de Justiça e Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da Capital, instaurou inquérito civil para investigar eventuais irregularidades em contratos da Fundação Saúde do estado com a empresa Patologia Clínica Dr. Saleme Ltda.

A 1ª Promotoria de Justiça da região metropolitana apura as condições do laboratório, enquanto a 5ª Promotoria da capital verifica a contaminação de pacientes pelo vírus HIV em transplante de órgãos e as irregularidades noticiadas no programa de transplantes do estado.

Chuvas deixam uma pessoa morta em Uberlândia, no Triângulo Mineiro

A Defesa Civil de Minas Gerais confirmou, neste domingo (24), a morte de uma pessoa em decorrência das chuvas no estado. Durante a madrugada, chuvas intensas, acompanhadas de vendaval, atingiram o município de Uberlândia, no Triângulo MIneiro,onde uma mulher de 28 anos foi arrastada pela enxurrada após sair do seu veículo, que estava sendo alagado.

Vários pontos da Avenida Rondon Pacheco foram danificados, diversos carros foram arrastados pela enxurrada, houve a queda de um muro e pequenos deslizamentos. A situação, no momento, está sob controle. “Os serviços de energia elétrica, abastecimento de água, internet e telefonia não foram afetados. Não há comunidades ilhadas nem rodovias obstruídas”, diz comunicado da entidade.

Além do óbito registrado hoje, desde o dia 22 de setembro 140 pessoas ficaram desabrigadas e 293 foram desalojadas de suas residências em 13 municípios de Minas Gerais.

A Defesa Civil orienta que a população se inscreva no sistema de alertas meteorológicos. Basta enviar uma mensagem de texto (SMS) com o CEP do local desejado para o número 40199.

Previsão

Nas próximas 24 horas, a previsão é de céu encoberto a nublado, com pancadas de chuva e trovoadas nas regiões do noroeste, norte e Vale do Jequitinhonha. No Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba e na Central Mineira, o céu ficará nublado a parcialmente nublado, com pancadas de chuva e trovoadas isoladas. Nas demais regiões, o céu será nublado a parcialmente nublado, com possibilidade de chuva isolada nas regiões do Rio Doce, Mucuri, Zona da Mata e Metropolitana.

As temperaturas permanecerão estáveis, com máxima de 32°C. A mínima terá ligeiro declínio, chegando a 10°C. Em Belo Horizonte, a previsão é de céu nublado a parcialmente nublado, com possibilidade de chuva isolada. As temperaturas também se manterão estáveis na capital, com máxima de 27°C e mínima de 15°C.

“A Defesa Civil de Minas Gerais monitora todos os eventos associados ao período chuvoso e está pronta para apoiar os municípios nas ações de resposta, como a decretação de situação de anormalidade, distribuição de ajuda humanitária, elaboração de planos de trabalho para captação de recursos para reconstrução, entre outras medidas”, explicou o órgão.

Mais 204 brasileiros deixam Líbano; voo com repatriados chega amanhã

O 12º voo para repatriar brasileiros que estão na zona de conflito no Líbano decolou nesta terça-feira (19) de Beirute com destino a Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos. Estão no voo 204 pessoas, incluindo três crianças de colo, e quatro pets, conforme informações divulgadas pela Presidência da República.

A previsão é que o avião, da Força Aérea Brasileira (FAB), pouse na madrugada desta quarta-feira (20).

Desde o dia 5 de outubro, a Operação Raízes do Cedro já repatriou 2.513 brasileiros e suas famílias e 33 pets, que deixaram a região que vive um conflito entre Israel e o grupo Hezbollah. De acordo com o governo federal, essa é a maior missão de repatriação de brasileiros de uma zona de conflito já realizada.

A Embaixada do Brasil em Beirute continua em contato com brasileiros para verificar se há necessidade de novos voos, que são definidos a partir da demanda e condições de segurança na região. O número de plantão consular do Itamaraty é +55 (61) 98260-0610 (Whatsapp).

“O governo brasileiro reitera o alerta para que todos sigam as orientações de segurança das autoridades locais e, para os que disponham de recursos, que procurem deixar o território libanês por meios próprios”, informa o governo. 

O aeroporto de Beirute continua em operação, com a realização de voos diários da companhia libanesa Middle East Airlines. A empresa, após negociações com a Embaixada do Brasil em Beirute, está priorizando passageiros portadores de passaportes brasileiros em seus voos com destino a Madri, Frankfurt, Londres e Roma.

Chuvas em Carapicuíba deixam 350 famílias desalojadas

Pelo menos 350 famílias foram afetadas pela enchente na cidade de Carapicuíba, na grande São Paulo. A situação decorreu do transbordamento ontem (6) de um córrego na Avenida Francisco Pignatari, onde está localizada a Comunidade Porto de Areia.

Os moradores ficaram desalojados e foram encaminhados para casas de parentes, de acordo com a Defesa Civil do estado. O órgão informou que as secretarias de Assistência Social e Cidadania, Obras e Serviços Municipais e a Defesa Civil prestaram auxílio aos moradores na remoção de seus pertences, bem como na limpeza do local.

A Defesa Civil encaminhou também, na manhã desta quinta-feira (7), ajuda humanitária para as famílias afetadas, com kits de materiais de higiene pessoal e limpeza, entre outros.

Um rapaz levado pela enxurrada foi localizado com vida e dispensou o apoio do Corpo de Bombeiros.

Temporais causam estragos no Sul do país e deixam milhares sem energia

O deslocamento de um ciclone extratropical pelo sul do continente está causando prejuízos. Após atingirem parte do Uruguai e da Argentina, as chuvas e ventos fortes provocaram estragos no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná.

Segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, entre a tarde desta quinta-feira (24) e a manhã de hoje (25), ao menos 51 cidades gaúchas informaram ter registrado algum tipo de dano decorrente da tempestade que destelhou imóveis residenciais e comerciais; derrubou árvores e afetou a iluminação pública.

Em Cachoeirinha (RS), onde os ventos destelharam ao menos 45 casas e duas escolas, dois bairros (Vista Alegre e Parque da Matriz) ficaram às escuras. Em Erechim (RS), onde mais de 100 residências foram atingidas e o número de casas destelhadas ainda está sendo contabilizado, uma pessoa se feriu ao cair enquanto tentava recobrir um imóvel com uma lona. Em Sapucaia do Sul, uma mulher sofreu ferimentos na cabeça e teve que ser encaminhada ao hospital.

Paraná

Os efeitos do ciclone extratropical também causaram estragos em algumas regiões do Paraná, sobretudo na região oeste do estado. As consequências do evento climático chegaram a interromper o fornecimento de energia elétrica para cerca de 515 mil unidades consumidoras – até a manhã desta sexta-feira, 36 mil imóveis seguiam sem luz.

Em Cascavel (PR), a chuva foi tão intensa e os ventos tão fortes que derrubaram uma torre de energia elétrica; arrancaram parte do telhado de uma escola municipal; alagaram o Instituto de Previdência dos Servidores Municipais (IPMC) e afetaram várias residências.

“Tivemos, ontem, um volume de água muito grande, que trouxe um grande problema, não só para o poder público, mas também à iniciativa privada, [atingindo] locais em que estamos com obras e outros onde já as terminamos”, comentou, em nota, o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, destacando que, na região, os vendavais têm sido cada vez mais frequentes e intensos.  

“Esses ventos não tinham essa intensidade. Agora, a gente percebe que está acontecendo mais vezes e com mais intensidade. Temos que reagir, [mas] essa é uma questão da natureza e não se resolve isso por decreto. Resolve-se com ação e atenção”, acrescentou o prefeito.

De acordo com a Defesa Civil paranaense, as condições climáticas devem começar a se estabilizar no estado a partir desta sexta-feira, embora ainda possa ocorrer tempestades isoladas nas regiões norte e nordeste e ventos de intensidade moderada a forte nos setores central e leste.

Santa Catarina

Os temporais também atingiram o território catarinense, causando estragos em diversas cidades. Cerca de 237 mil unidades consumidoras ficaram sem energia elétrica no Estado – 120 mil delas apenas na região de Itajaí. Segundo a a concessionária Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A (Celesc)., até pouco antes da publicação desta reportagem, faltava reestabelecer o fornecimento para cerca de 9 mil unidades. Além disso, uma nova ocorrência, registrada esta manhã, e que a empresa não trata como reflexo das chuvas, embora ainda esteja apurando as causas, afetou mais 21 mil unidades.

Em Laguna, no sul do estado, os ventos atingiram 100 km/h nesta quinta-feira. “Os fortes ventos, acompanhados de chuvas intensas e granizo provocaram destelhamentos, quedas de árvores e galhos, além de interrupções no fornecimento de energia elétrica em várias localidades”, informou a Defesa Civil estadual, em nota.

Ponte Alta, no Planalto Serrano, foi uma das cidades catarinenses que sofreram os maiores impactos. Entre outras ocorrências, quase 200 residências foram destelhadas. Já em São Miguel do Oeste, na região oeste do estado, os fortes ventos destelharam ao menos 30 imóveis.

De acordo com a central de monitoramento da Defesa Civil estadual, as tempestades ainda podem ocorrer entre o planalto norte e o litoral norte, com riscos de destelhamentos, quedas de árvores, interrupções no fornecimento de energia elétrica e alagamentos. Nas demais regiões, a chuva deve variar entre fraca e moderada.

Confrontos armados na zona norte do Rio deixam morto e cinco feridos

Pelo menos, uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas durante operação policial na zona norte da cidade do Rio, na manhã desta quinta-Feira (23). A ação da Polícia Militar gerou confrontos armados com criminosos da região de Cordovil, que resultaram em interdições da Avenida Brasil e na interrupção da circulação de trens e de ônibus na região.

O morto é um homem de 60 anos, atingido por um tiro na cabeça. Paulo Roberto de Souza chegou a ser encaminhado para o Hospital Municipal Moacyr do Carmo, em Duque de Caxias, mas morreu antes de ser atendido pelos médicos.

Um homem de 49 anos também foi baleado na cabeça e levado para o mesmo hospital. Segundo a prefeitura de Duque de Caxias, ele está entubado, em estado gravíssimo. No mesmo hospital, foi atendida uma mulher de 24 anos, baleada na perna. O quadro clínico dela é estável. Outras três pessoas foram encaminhadas com ferimentos para o Hospital Federal de Bonsucesso. 

De acordo com a nota divulgada pelo hospital federal, uma delas, de 48 anos, atingida na cabeça, está em estado grave e recebe assistência das equipes clínica e cirúrgica. O segundo paciente, ferido no antebraço, foi atendido e já recebeu alta. Por fim, uma terceira vítima segue internada na unidade.

Aulas suspensas

Escolas da região tiveram suas aulas suspensas devido ao tiroteio. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, 16 unidades da rede foram impactadas pelas operações policiais nas comunidades de Vigário Geral, Parada de Lucas, Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-pau. Uma escola estadual da região também foi fechada, segundo a Secretaria Estadual de Educação.

Transportes

A Supervia informou que interrompeu a circulação de trens do ramal Saracuruna entre a Penha e Duque de Caxias, no início da manhã. O ramal voltou a normalizar a operação por volta das 10h. O BRT (corredor exclusivo de ônibus articulados) Transbrasil, que atravessa Cordovil, teve também seu serviço suspenso.

A prefeitura informou que, das 7h às 10h, várias interdições intermitentes foram realizadas na avenida Brasil, principal via de ligação das zonas oeste e norte com o centro da cidade.

De acordo com o Rio Ônibus, o sindicato das empresas de ônibus da cidade, 35 linhas de coletivos urbanos foram afetadas com o fechamento da Avenida Brasil. Todas as linhas que passam pela via e que tem o centro da cidade como destino foram prejudicadas, segundo o Rio Ônibus.

O município do Rio de Janeiro entrou em estágio 2, quando há risco de ocorrências de alto impacto na cidade, devido a um evento previsto ou a partir da análise de dados provenientes de especialistas ou há ocorrências com elevado potencial de agravamento.

Temporais deixam mais de 1,6 milhão de pessoas sem energia elétrica

No momento em que 1,6 milhão de pessoas estão sem luz por causa de temporais no estado de São Paulo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, determinou neste sábado (12) a instalação de uma sala de situação para acompanhar o trabalho de restabelecimento de energia elétrica em São Paulo.

Fortes chuvas e vendavais atingiram diversas cidades do estado nessa sexta-feira (11), causando pelo menos sete mortes.

Em nota divulgada à imprensa, a pasta diz que o ministro considera que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) “se mostra falha na fiscalização” da Enel, distribuidora de energia que atua em São Paulo. Segundo Silveira, a agência tem o dever que cobrar celeridade da Enel para garantir o restabelecimento da energia.

“A agência claramente se mostra falha na fiscalização da distribuidora de energia, uma vez que o histórico de problemas da Enel ocorre reiteradamente em São Paulo e também em outras áreas de concessão da empresa”, diz a nota.

O ministério também afirma que a Aneel “não deu qualquer andamento” ao processo que pode levar ao fim da concessão da empresa.

“O MME esclarece ainda que não há qualquer indicativo de renovação da concessão da distribuidora em São Paulo e que a falta de apuração adequada da Aneel no caso não pode ser justificada”, completou a pasta.

Aneel

Em nota, a Aneel informou que acompanha presencialmente o caso em São Paulo e cobrou justificativas da Enel pelas falhas na prestação do serviço.

“No caso da Enel-SP, a diretoria da Aneel solicitou que a área de fiscalização intime imediatamente a empresa para apresentar justificativas e proposta de adequação imediata do serviço diante das ocorrências registradas ontem e hoje, de falha na prestação do serviço de distribuição”, informou a agência.

Enel

A empresa afirmou que a energia foi restabelecida para 500 mil clientes e que 500 geradores serão disponibilizados para os moradores de locais mais críticos. Além disso, dois helicópteros estão sendo utilizados para verificar os danos na rede elétrica.

“De imediato, a companhia acionou um plano de emergência e cerca de 800 equipes (1,6 mil técnicos) estão em campo. Ao longo do dia, a empresa mobilizará cerca de 2500 técnicos”, completou.

Novas chuvas deixam quase 500 pessoas desalojas e em abrigos no RS

Ainda se recuperando das chuvas intensas de abril e maio, O Rio Grande do Sul voltou a ser atingido por temporais ao longo desta semana. Pelo menos 349 pessoas estão desalojadas e 143 em abrigos. Ao todo, 52 cidades e 16.166 pessoas foram afetadas pelos temporais. Até o momento, não há feridos, mortos nem desaparecidos. Os números foram atualizados neste sábado (28) pela Defesa Civil do estado.

O governo do RS informou que, no intuito de aumentar o nível de prevenção, a população pode se cadastrar para receber alertas meteorológicos. Para isso, é necessário enviar o Código de Endereço Postal (CEP) da localidade por SMS para o número 40199. Em seguida, uma confirmação é enviada, tornando o número disponível para receber as informações sempre que forem divulgadas.

Também é possível se cadastrar via WhatsApp. Neste caso, é preciso registrar o telefone (61) 2034-4611 ou clicar neste link. Em seguida, a pessoa deve interagir com o robô de atendimento enviando um simples “Oi”. Após essa primeira interação, o usuário pode compartilhar sua localização atual ou qualquer outra de seu interesse para receber as mensagens.

 

Três elevadores despencam no Rio e deixam dois mortos e um ferido

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ) vai investigar três acidentes com elevador que ocorreram em menos de 24 horas no Rio de Janeiro. Dois deles em prédios públicos e outro num edifício residencial.

O primeiro foi no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, e outro no prédio da Secretaria Estadual de Fazenda, causando ferimentos em uma funcionária. O terceiro foi registrado em Copacabana e resultou na morte de um homem.

O Crea-RJ constatou que o responsável pela manutenção do elevador que despencou no Hospital Salgado Filho não tem registro no Crea de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), o que poderia indicar alguma irregularidade.

A fiscalização do Crea-RJ vai enviar equipes aos locais de acidente a fim de apurar a responsabilidade pela prestação do serviço. O Crea verificou que a empresa responsável pela manutenção do elevador da Secretaria de Fazenda está regularizada no conselho, mas vai apurar o que aconteceu.

Acidentes

Um paciente de 28 anos, identificado como Sérgio Gabriel, internado no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, morreu nesse domingo (30) após ficar 16 minutos preso dentro de um elevador. De acordo com o hospital, houve queda e descarrilamento da porta do elevador.

O paciente sofria uma doença crônica. Ele tinha acabado de passar por uma reanimação cardiorrespiratória e estava sendo transferido de andar justamente pelo agravamento do quadro.

A direção do hospital disse – por meio de nota – que vai abrir uma sindicância para averiguar o caso. Informou ainda que um novo conjunto de elevadores está em processo de licitação para compra.

A unidade de saúde afirmou, também, que uma equipe de manutenção fica de plantão durante 24 horas para reparos que se façam necessários. Disse, ainda, “que a licitação já foi finalizada e a empresa vencedora tem prazo de três dias para iniciar os trabalhos”.

Outro acidente com elevador ocorreu nessa segunda-feira (1º), na sede da Secretaria Estadual de Fazenda, na Avenida Presidente Vargas, centro do Rio. O elevador foi até o 20º andar e atingiu o teto, ferindo uma servidora. Ela foi levada para o Hospital Souza Aguiar, no centro. O atendimento ficou suspenso na secretaria devido ao acidente.

Em nota, a Secretaria de Fazenda informou que a empresa especializada na manutenção dos elevadores realiza ações mensais. Segundo uma vistoria realizada em 21 de junho, os elevadores estavam em perfeitas condições de uso. Dois técnicos em mecânica também trabalham em regime de dedicação exclusiva para atender chamados emergenciais.

O atendimento aos contribuintes no segundo andar da sede será retomado nesta terça-feira (2). O acesso será feito pelas escadas. Para quem tem dificuldades de locomoção, será montada uma estrutura especial no hall de entrada, no térreo do prédio, para prestar o serviço.

A Secretaria de Fazenda esclarece que acompanha o estado de saúde da funcionária que estava dentro do elevador e presta toda a assistência necessária a ela e a seus familiares.

Elevador despenca

Um terceiro acidente com elevador ocorreu no prédio 35 da Rua Barão de Ipanema, em Copacabana. O elevador despencou e foi parar no poço. Alex Fernandes, funcionário da empresa que fazia a manutenção do equipamento, morreu na hora.

A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o que provocou a queda e apurar as responsabilidades pela morte do trabalhador.

Grandes invisíveis: enchentes deixam gaúchos gordos sem o que vestir

A catástrofe climática no Rio Grande do Sul trouxe à tona o que não era percebido por muitos: nas tragédias, as pessoas são atingidas de forma desigual. Há o racismo climático, que faz com que pessoas pretas e periféricas sejam afetadas primeiro e tenham mais dificuldade de se reerguerem. Existem as pessoas em situação de rua, que têm a dignidade ainda mais degradada. São as mulheres chefes de família que, além de perderem tudo, ainda não conseguem voltar ao trabalho porque precisam cuidar dos entes. E as pessoas gordas, que além de se sentirem invisíveis, ao perderem tudo, não encontram para comprar ou nas doações, roupas adequadas para seus tamanhos.

Já nos primeiros dias das enchentes que atingiram quase todo o estado desde o fim de abril, a empreendedora Viviane Lemos começou a mobilização para atender esses afetados. Referência no segmento plus size e criadora de uma feira plus em Porto Alegre, Viviane logo começou a receber relatos desesperados de pessoas que, por não terem o que vestir, no frio da capital gaúcha, estavam usando lençóis para cobrir o corpo.

“Mas nunca pensei que fosse nesse nível, nessa escala que a gente está tendo hoje. E com certeza ser uma mulher gorda me deixou nesse lugar empático, porque pessoas não gordas não conseguem visualizar essa dificuldade e essa crise que a gente está vivendo no sentido de vestir essas pessoas gordas que não conseguem roupas”.

A gaúcha Flávia, mãe de gêmeos, foi uma das pessoas que pediu, e recebeu ajuda. “Além de perder todos os meus bens, tudo, perdi minha casa também. Está sendo bem difícil, mas a alegria do meu dia foi as roupas que chegaram. Justamente no dia do meu aniversário, dia 30 de maio agora. Quando eu vi aquele senhor chegando com a sacola, a sacolinha de roupas, nossa! Foi como um presente”, conta emocionada. Flávia recebeu kit, com roupa íntima, blusa, agasalho e meia, como é idealizado pela campanha. 

A Associação de Doação de Roupas Plus Size, liderada por Viviane, entregou 48 mil peças de vestuário grande desde o início das enchentes, mas a demanda é muito maior. Cerca de 95 mil pessoas precisam de roupas desse tamanho. E para angariar mais doações, as redes sociais têm sido aliadas do projeto. Foi assim que a criadora de conteúdo Maqui Nóbrega ficou sabendo da mobilização em Porto Alegre. Ela já vinha fazendo doações pontuais a seguidoras que pediam ajuda, mas quando soube da organização, se prontificou a usar seu engajamento para ajudar na arrecadação.

“Se mal tem (roupas plus size) pra comprar, imagina pra doar, né? Então, quando eu percebi que tinha essa dificuldade, eu falei, bom, São Paulo, maior cidade do país, onde tem a maior quantidade de opções de roupas plus size, acho que aqui a gente vai conseguir reunir mais doações”, conta Maqui. E conseguiram. Junto a outras criadoras de conteúdo voltado para o público gordo e outras aliadas enviaram de São Paulo para o Rio Grande do Sul um caminhão cheio de roupas plus size.

Viviane Lemos, no trabalho da associação – Doação de roupas plus size e gordofobia na enchente. Foto: Viviane Lemos/Arquivo Pessoal

Mas doações grandes como essa são muito raras e, no dia a dia, alguns tamanhos já estão em falta no estoque da associação. “Principalmente 54 e 56 feminino; 54 e 56 masculino; e cuecas de todos os tamanhos. E hoje a gente não teria nem onde comprar aqui em Porto Alegre dos lugares que a gente conhece. Só para se ter uma ideia da escassez e das dificuldades que a gente enfrenta por aqui”, relata Viviane.

De acordo com a associação, o fato de os Correios terem parado de receber doações de roupas pode ter impactado diretamente no recebimento das peças tamanhos grandes. Questionado, os Correios enviaram nota afirmando que devido ao tamanho da campanha, que já arrecadou cerca de 30 mil toneladas de donativos em todo o Brasil, a triagem de roupas específicas se torna complexa. Mas cientes da importância do tema, os Correios estão à disposição para realizar ações específicas de coleta e transporte de grandes volumes desse tipo de item. Apesar da disposição para ação específica, a estatal não deu detalhes da ação.

Novas etapas

Sempre que aparece em alguma mídia ou rede social com muitos seguidores, o projeto recebe mais peças e aportes em dinheiro. Nos outros dias, míngua. Então, além de receberem doações via Pix para a aquisição de itens novos, principalmente roupas íntimas, os voluntários têm ido até os armazéns da Defesa Civil para fazer a triagem do que foi recebido por lá e pode ser usado no projeto. Em uma das ações desta semana, eles conseguiram filtrar 180 peças, que serão redirecionadas para quem precisa exatamente desses tamanhos.

Mas só isso não será suficiente para atender a todos que precisam. Para Viviane Lemos, fica evidente que a questão vai se prolongar e se aprofundar, pois, se antes da tragédia já existia uma demanda grande pela compra de roupas plus que não era atendida, agora será pior. Além de doações materiais, a empreendedora acredita que será preciso investir em outros tipos de ajuda, “como apoio emocional, apoio para se colocar num campo de trabalho, apoio para reconstruir suas vidas em geral. Então, a gente está estudando uma forma de dar continuidade ao projeto, para atender essas pessoas para além da roupa. Porque ser um corpo gordo na sociedade não é só sobre existir e resistir”, afirma.

Invisibilidade com muitas camadas

Para a criadora de conteúdo Maqui Nóbrega, o fato das campanhas para a arrecadação de roupas para pessoas gordas, nesse momento, serem lideradas por pessoas gordas, é um reflexo do que já é o comportamento da sociedade em geral. “As pessoas acham que é justificado você não gostar de pessoas gordas e por isso elas não importam. Tipo ‘Ah, elas não têm o que vestir? Ué, emagrece, aí você vai ter o que vestir”. Então, eu acho que vai continuar sendo a gente pela gente”, desabafa.

De acordo com as previsões científicas, a catástrofe do Rio Grande do Sul não será a única deste porte, já que as mudanças climáticas seguem em curso e a tendência é que eventos extremos sejam cada vez mais frequentes. E será que a sociedade aprendeu algo com os últimos acontecimentos?

No que diz respeito à população gorda, Maqui Nóbrega é pessimista. “Eu gostaria de ser otimista e dizer que sim, que acho que estaremos mais atentos às necessidades das pessoas gordas nas próximas tragédias climáticas, mas não consigo ser tão otimista. Eu acho que no fundo, no fundo, ninguém tá nem aí, infelizmente. Eu acho que a gordofobia ainda é a última ”fobia” aceita socialmente. A gente combate todo dia racismo, LGBTQIA+fobia, o capacitismo e tudo mais. Tem uma educação sobre como esses preconceitos são nocivos, mas muito pouco se fala sobre a gordofobia”, denuncia.

Gordofobia é o termo usado para o conjunto de situações em que o acesso à pessoa gorda é negado por conta do seu tamanho. E vão de afeto, passando pelo tamanho da catraca do ônibus e do bullying escolar, até às macas hospitalares que só atendem até determinado peso. E Maqui Nóbrega defende que conhecer isso é um dever de toda a sociedade. “O racismo não é um problema da pessoa preta, é um problema da pessoa branca, é a pessoa branca que tem que trabalhar nisso, eu acho que o mesmo vale para a gordofobia. Então eu queria que as pessoas magras pensassem sobre isso, se elas se importarem, sabe? A gente não tá falando só sobre roupa, a gente não tá falando sobre moda, sobre querer ficar bonitinha, a gente tá falando sobre acessos mesmo. É você não encontrar nenhuma roupa e ter que viver de lençol, enrolada no lençol”, provoca.

Ajuda

Quem quiser contribuir com o trabalho da Associação de Doação de Roupas Plus Size pode fazer via Pix para o CNPJ – 26423527000112,  ou enviar a doação para o seguinte endereço: Shopping João Pessoa – Loja 02 (Ao Lado Da Panvel) – QG Ação Da Feira De Moda Plus Size – Praça Piratini N. 50 Cep 90040-170 – Porto Alegre/RS

As informações sobre o projeto têm sido atualizadas diariamente na página BpsPoa.Feira do Instagram.