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CPI das Bets convoca Gusttavo Lima e convida Felipe Neto para deporem

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets aprovou, nesta terça-feira (26), a convocação do cantor sertanejo Gusttavo Lima e o convite para o influenciador digital Felipe Neto para que eles expliquem a relação com empresas de apostas esportivas online, as chamadas Bets. Enquanto Lima é obrigado à comparecer por ter sido convocado, Felipe Neto pode decidir se comparece, ou não, por ter sido apenas convidado.

A CPI do Senado investiga a crescente influência dos jogos virtuais de apostas online no orçamento das famílias brasileiras, além da possível associação das Bets com organizações criminosas para lavagem de dinheiro, assim como o uso de influenciadores digitais na promoção e divulgação dessas atividades.

O cantor Gusttavo Lima chegou a ter a prisão decretada em investigação que apura o uso de apostas online para lavagem de dinheiro, mas a prisão foi revogada por habeas corpus.

“Sua convocação é essencial para esclarecer o nível de envolvimento com esse mercado, incluindo possíveis recebimentos irregulares ou participação em ações consideradas antiéticas ou ilegais. Como uma figura pública influente, sua atuação pode ajudar a compreender o impacto de celebridades na promoção de apostas online, especialmente entre consumidores mais vulneráveis”, justificou a relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos/MS).

A senadora lembrou que o cantor comprou 25% de uma casa de apostas investigada pela Operação Integration, da Polícia Federal (PF). “A relação do cantor com os administradores da VaideBet levanta dúvidas sobre a integridade das transações financeiras e seu possível auxílio a investigados na fuga da Justiça”, acrescentou.

Os senadores também aprovaram requerimento para ter acesso aos relatórios de inteligência financeira ligados ao cantor sertanejo e à empresa dele no Coaf, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras.

Felipe Neto

O influenciador digital Felipe Neto também foi chamado a colaborar com a Comissão por ter promovido, durante dez meses, uma casa de apostas, tendo depois reconhecido que esse trabalho foi um erro da sua carreira.

“O depoimento do Felipe Neto poderá trazer luz a alguns pontos que são cruciais aos trabalhos desta comissão, por exemplo como são feitos os contratos de promoção entre influenciadores e as casas de apostas, incluindo valores de propostas e de valores recebidos, modelo de recompensas, duração do contrato e pontos principais que o levaram a não mais promover casas de apostas”, justificou o autor do requerimento, senador Dr. Hiran (PP/RR).

Outros requerimentos

A CPI ainda aprovou uma série de outros requerimentos, como o convite a autoridade federal responsável pela regulação das Bets, o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Regis Alexandre Dudena. A Comissão ainda convidou o secretário Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Wadih Damous.

A CPI ainda aprovou o convite, ou convocação, de especialistas que estudam o tema, de defensores públicos que atuam contra o endividamento das famílias, de policiais envolvidos em investigações contra jogos de azar online clandestinos, além de representantes de empresas do mercado de Bets, da Loterj, responsável por autorizar jogos de azar no Rio de Janeiro, e da Associação Brasileira de Apostas Esportivas.

Cármen Lúcia convida eleitores a votarem no segundo turno

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, convidou os eleitores a comparecerem às urnas no próximo domingo (27), data do segundo turno das eleições municipais.

Os eleitores de 15 capitais e de 36 municípios voltam às urnas para eleger os prefeitos que disputam os cargos. 33,9 milhões de eleitores estão aptos a votar. Não há segundo turno para a disputa ao cargo de vereador.

Ao conclamar o eleitor a votar, Cármen Lúcia disse que o voto é uma benção da democracia.

“A Justiça Eleitoral convida as eleitoras e os eleitores que compareçam às urnas. O voto é uma benção democrática. Em nome dos que vieram antes de nós e que lutaram para que nós tivéssemos esse direito fundamental de votar, em nome dos que vierem depois de nós, que precisam de ter um Estado democrático, uma sociedade democrática da qual o voto é um gesto da participação livre”, afirmou. 

A ministra também ressaltou que quem não votou no primeiro turno pode votar no segundo.

“Se você [eleitor] não votou no primeiro turno, não tem importância. Pode comparecer com título de eleitor ou com outro documento com foto para que exerça seu direito, que também é um dever cívico com a sociedade brasileira”, completou.

Justificativa

Os eleitores que não puderem comparecer ao pleito deverão fazer a justificativa de ausência na votação. Assim como ocorreu no primeiro turno, não há possibilidade de voto em trânsito no segundo.

No dia da eleição, o cidadão pode fazer sua justificativa de ausência por meio do aplicativo E-título da Justiça Eleitoral ou por meio de pontos físicos montados pelos tribunais regionais eleitorais (TREs) no dia do pleito.  

O app pode ser baixado gratuitamente nas lojas virtuais Apple e Android até sábado (26), véspera da eleição.

Em cadeia de rádio e TV, Cármen Lúcia convida cidadãos a votar

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, convidou os eleitores e as eleitoras a comparecerem às urnas neste domingo (6) para “exercer seu direito fundamental de participar, com tranquilidade e com serenidade, deste grande momento de escolha do seu representante na cidade”.

Em cadeia de rádio e televisão, a ministra lembrou que o voto nem sempre foi garantido aos cidadãos brasileiros. “O voto foi conquistado para que a democracia prevalecesse, e ela é construída com a participação de todas das pessoas, os que pensam igual e os que pensam diferente”.

Cármen Lúcia lembrou ainda dos 36 anos da Constituição, completados neste sábado (5), e afirmou que foi a Carta Magna que garantiu o direito fundamental do eleitor. “Em nenhum outro momento da vida política, cada cidadã, cada cidadão é mais soberano que na hora do voto, que tem seu sigilo garantido pela urna, absolutamente segura”.

A ministra destacou ainda o trabalho da Justiça Eleitoral que, com afinco e engajamento, atuam para que os eleitores possam exercer seu direito e para que urna “segura, auditável e inquestionável” acolha o voto de todos.

“O seu voto é a cidade que se constrói”, concluiu a ministra desejando um “excelente domingo de eleições democráticas”. 

Bill Clinton convida Lula para evento sobre mudanças climáticas em NY

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi convidado pelo ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton para um evento evento organizado pela Fundação Clinton sobre mudança do clima, que ocorrerá nos dias 23 e 24 de setembro, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. O convite ocorreu durante ligação telefônica entre os líderes, na tarde desta quinta-feira (22). A conversa durou cerca de 35 minutos, informou o Palácio no Planalto.

Na ligação, Lula estava acompanhado do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, e pela secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha. O presidente reiterou a Clinton o compromisso do governo com a transição energética e com a proteção das florestas, afirmando que pretende apresentar resultados ambiciosos para as COP 29, em Baku, no Azerbaijão, no fim deste ano, e a COP 30, em Belém, no ano que vem. A COP é a Conferência Anual das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

Novo livro de Itamar Vieira Junior convida crianças a conhecer o campo

Em Chupim, sua estreia na literatura infantil, o escritor Itamar Vieira Junior retoma o universo retratado em Torto Arado para convidar o leitor a conhecer a realidade do campo.

Julim é a criança que é despertada pelo pai para ir conhecer campos de arroz. Já Chupim é um passarinho, uma praga que Julim precisa espantar daquele lugar.

“Essa história já foi contada em Torto Arado sob a perspectiva de uma mulher mais velha, que é a Bibiana, que está lembrando suas memórias de infância. E o desejo de retomar essa história, sob a perspectiva de uma criança, fugiu a mim. E foi dessa maneira que surgiu Julim, personagem deste livro, mostrando sua semelhança com Chupim. Julim é uma criança que desperta para o seu primeiro dia de trabalho ou de brincadeira na fazenda onde os pais trabalham. E ele vai espantar a praga. E assim ele vai conhecer o Chupim”, contou o escritor.

Chupim foi lançado na Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô), em Salvador. Trata-se de uma história que retrata o trabalho no campo e as desigualdades sociais. “O livro traduz muito o universo do campo brasileiro”, conta o escritor.

“É importante trazer para a literatura temas como este. Claro, de uma maneira lúdica, sensível, sutil e que possa chegar à criança de maneira suave. Mas, mesmo assim, ela não ficará a parte desse mundo”, disse o escritor.

Por meio dessa história, Itamar leva os pequenos leitores a perceber as semelhanças entre os trabalhadores do campo e as pragas, como Chupim, além de como ambos estão lutando por sua sobrevivência.

“Os pais levam as crianças para trabalhar porque isso faz parte do universo dos trabalhadores rurais. Hoje as crianças estudam, mas certamente muitas passam algum tempo na roça com o pai. Quando estão trabalhando para um fazendeiro, muitas vezes isso é um trabalho infantil, ou seja, há uma exploração do trabalho. Daí a ideia dessa contraposição da vida das crianças e da vida dos trabalhadores com a vida dos chupins. Os chupins já encontram a roça pronta de arroz e vão lá colher seus grãos para poder ser alimentar. Os homens do campo ficam trabalhando e, como não têm terra, saem de um lugar para o outro, assim como os chupins. Todos eles precisam sobreviver”, argumenta.

Em um bate-papo com jornalistas e com a também escritora Paloma Jorge Amado, filha de Jorge Amado, antes de apresentar seu novo livro ao público da Flipelô, Itamar Vieira Junior descreveu o romance.

“Chupim é sobre a importância de se trazer temas sociais para as histórias, inclusive as histórias infantis. Somos pessoas, seres humanos, cidadãos e nossa vida não acontece desgarrada de tudo o que está acontecendo a nossa volta. As crianças querem saber porque as coisas são dessa maneira”.

Para o escritor, mesmo as crianças com realidade distinta de Julim poderão se identificar com essa história. “Você pode ler um livro com personagens que são radicalmente diferentes de você, do mundo que você vive. E você vai descobrir que, mesmo sendo diferente, temos ainda assim muitas semelhanças.”

“Para uma criança da cidade, ler Chupim talvez a coloque no lugar dessa criança do campo, reconhecendo um universo diferente e entendendo que o arroz não nasce no supermercado. Hoje há mais crianças vivendo nas cidades do que no campo. Mas, ainda assim, o livro vai descortinar um universo que existe e que, mesmo sendo diferente, vai indicar para essa criança que temos muitas semelhanças”.

Público reunido no Espaço Mabel Velloso para o lançamento do livro infantil Chupim, do escritor Itamar Vieira Junior, na Flipelô – Rovena Rosa/Agência Brasil

O chupim do grafiteiro

Se chupim é a praga de Torto Arado e dos arrozais, para o artista visual e grafiteiro Marcos Costa o chupim é arte.

Enquanto Itamar apresentava seu novo livro ao público, Marcos Costa, também conhecido como Spray Cabuloso, ia pintando seu chupim ao ar livre, no mesmo Espaço Instituto CCR Mabel Velloso, na Flipelô.

“Essa pintura aqui eu fiz inspirada no livro. Ele é um pássaro preto, mas vai ser extraterrestre também. Ele vai sair da Terra e estar no universo, em tons intergalácticos. Isso foi para pegar o gancho com o tema da Flipelô deste ano, Raul Seixas. Esse é o Chupim, mas que também está no universo do Raulzito”, contou o grafiteiro à Agência Brasil.

Esse chupim grafitado por Costa também carrega raízes da cultura negra. “Trouxe uma referência que faz parte do conceito do meu trabalho, que é o afrografite. Fiz um pássaro com a cabeça virada para trás, fazendo referência ao ideograma adinkra chamado Sankofa. A cabeça virada para trás significa que a gente precisa saber de onde viemos e conhecer nossos ancestrais para saber quem somos e para onde vamos”, explicou o artista.

Para Costa, grafite é também uma forma de se contar histórias. “A gente faz aquela poesia através das imagens. O grafite pega as pessoas ou no meio do caminho, ou às vezes até na contramão do fluxo das coisas. É uma arte democrática. Ele une e costura todas as camadas da sociedade, une pessoas de diferentes contextos. O grafite é realmente uma arte democrática, uma arte do povo para o povo”.

Pituco

Paloma Jorge Amado durante o lançamento de sua obra Pituco, na Festa Literária Internacional do Pelourinho, Flipelô – Rovena Rosa/Agência Brasil

Um passarinho também é o tema do livro Pituco, de Paloma Jorge Amado, que foi relançado junto com Chupim. “Meu pai diria que essa coincidência [sobre passarinhos] são coincidências da Bahia”, brincou Paloma, ao ao lado de Itamar Vieira Junior.

Pituco, no entanto, não é um livro infantil. Mas uma homenagem ao centenário de sua mãe, Zélia Gattai Amado.

Neste livro, Paloma retrata a história de um passarinho que viveu com a família e foi fotografado por sua mãe durante 22 anos. “O pássaro de Itamar é o chupim. Já esse pássaro, que é de verdade, se chamou Pituco. Ele existiu e esteve conosco por 22 anos. Quando foi no centenário de minha mãe, em 2016, eu resolvi homenageá-la, ilustrando, com texto, fotos dela. Minha mãe, antes de ser escritora, foi uma fotógrafa extraordinária”, contou Paloma.

A Flipelô é gratuita e termina neste domingo (11). Mais informações sobre o evento e programação estão no site do evento.

*A repórter e a fotógrafa Rovena Rosa viajaram a convite do Instituto CCR, patrocinador da Flipelô

Comissão do Senado convida Amorim e Vieira para explicarem Venezuela

Os dois principais interlocutores do governo brasileiro para assuntos internacionais devem ir à Comissão de Assuntos Exteriores (CRE) do Senado para explicarem a atuação do Brasil nas eleições venezuelanas.

A Comissão aprovou nesta quinta-feira (8) convites para que compareçam ao colegiado o assessor especial da Presidência da República, o embaixador Celso Amorim, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

 CRE do Senado aprovou também convite para o ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira falar sobre Venezuela. Foto:  Tânia Rêgo/Agência Brasil

O primeiro a comparecer ao Senado será o embaixador Amorim, que esteve na Venezuela durante a eleição e chegou a se encontrar com o presidente Nicolás Maduro.

“Estamos dispostos a fazer o convite para que o embaixador Celso Amorim compareça na próxima semana, exatamente na quinta-feira (15), e o ministro Mauro Vieira virá na sequência, nós ficamos apenas de combinar com o ministro e com os senadores uma data”, informou o presidente da CRE, o senador Renan Calheiros (MDB-AL)

Renan informou que o ministro Vieira viajará pelas duas próximas semanas e, por isso, a audiência com o chefe do Itamaraty deve ficar para quando ele regressar.

Os requerimentos para chamar os representantes do governo brasileiro para assuntos internacionais foram apresentados pelos senadores da oposição Ciro Nogueira (PP-PI) e Tereza Cristina (PP-MS).

No caso do Celso Amorim, o requerimento apresentado pela senadora Cristina era para convocação do embaixador. Diferentemente do convite, a convocação cria a obrigação da pessoa comparecer à sessão. Porém, um acordo foi costurado para trocar a convocação pelo convite. 

Crise Venezuela

O Brasil tem mediado a crise aberta na Venezuela após as eleições presidenciais do dia 28 de julho. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país caribenho deu a vitória para o atual presidente Nicolás Maduro por 51,95% dos votos, contra 43,18% do 2º colocado, o opositor Edmundo González.

O CNE, porém, não publicou os dados de cada uma das mais de 30 mil mesas de votação, como determina a legislação da Venezuela. A oposição questionou os dados e apresentou supostas atas eleitorais que mostram que Edmundo teve mais de 60% dos votos. A oposição tem pedido que os militares intervenham e o governo acusa tentativa de golpe de Estado.

O Brasil, México e a Colômbia têm solicitado que as autoridades publiquem os documentos originais por mesa de votação e defendem uma solução pela via institucional. O impasse foi parar no Tribunal Superior de Justiça (TSJ) da Venezuela, que abriu uma investigação sobre o processo eleitoral. 

 

Mãe de Marielle convida ao aquilombamento nos seis anos do assassinato

O combate ao racismo, a luta contra desigualdades raciais, a busca por titulação de territórios quilombolas e o clamor por justiça são oportunidades para aquilombamento. A avaliação é da advogada Marinete da Silva, mãe da vereadora carioca Marielle Franco, assassinada há quase seis anos, no Rio de Janeiro, ao lado do motorista Anderson Gomes.

Marinete participou, na sexta-feira (1º), de um encontro de representantes de comunidades quilombolas, promovido pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro.

Para uma plateia de centenas de ativistas, de várias gerações – alguns tendo percorrido centenas de quilômetros para participar do evento – a mãe da vereadora convocou as pessoas para se unirem, ao longo do mês deste março, em uma série de atividades que vão homenagear a memória de Marielle e Anderson e pedir, mais uma vez, justiça.

“A gente está iniciando o ‘Março com Marielle e Anderson’ com várias atividades no Brasil todo, nas capitais e no interior. [O marco de] seis anos do assassinato é bem doloroso, mas um encontro para a gente se aquilombar cada vez mais”, disse.

A resistência de comunidades quilombolas faz parte do conjunto de ações antirracistas que permeava a ação política da vereadora, nascida no complexo de favelas da Maré. De acordo com o Censo 2022, o Brasil tem cerca de 1,33 milhão de quilombolas. Desse universo, 87% (1,07 milhão) vivem fora de territórios oficialmente reconhecidos.

Em conversa com a Agência Brasil, Marinete da Silva explicou como sofrimentos vivenciados pela população negra agem como combustível para o que chama de aquilombamento.

“Eu acho que esse aquilombamento é o que temos vivido hoje, enquanto instituto [Instituto Marielle Franco], enquanto mulheres negras se aquilombando cada vez mais, se reinventando nesse estado que a gente vive, de racismo, falta de estrutura, de falta de incentivo para a mulher, principalmente para a comunidade quilombola, de modo geral”, comentou.

“Esse aquilombamento é juntar, unir, agregar. É isso que a gente tem feito por esse Brasil afora, tanto nas ações do instituto como do Ministério [da Igualdade Racial]. A gente vive no Rio de Janeiro com tantos quilombos não sendo reconhecidos, e essas mulheres estão aqui, são as mulheres que estão na ponta”, completou, citando o ministério comandado pela filha Anielle Franco.

Março por justiça

O Instituto Marielle organiza e divulga diversas ações (inclusive organizadas por terceiros) previstas para março para marcar os seis anos do crime. No dia 14, data do assassinato, já está confirmada uma missa às 10h na Igreja Nossa Senhora do Parto, no centro do Rio de Janeiro.

A região é emblemática para a trajetória política de Marielle, uma vez que fica a poucos metros do Buraco do Lume, uma praça pública em que ela costumava fazer discursos abertos à população. Hoje, o centro do Lume dá espaço para uma estátua da vereadora, com o braço erguido.

“Independentemente de qualquer coisa, Marielle estava lá toda sexta-feira, com um turbante”, lembra a mãe.

Às 17h começará o Festival Justiça Por Marielle & Anderson, na Praça Mauá, também no centro do Rio. A atração será de graça e contará com apresentações artísticas e exposições com obras em homenagem à Marielle.

O crime

Marielle Franco e Anderson Gomes foram mortos em uma noite de terça-feira. Ela tinha saído de um encontro no Instituto Casa das Pretas, no centro do Rio. O carro dela foi perseguido pelos criminosos até o bairro do Estácio, que faz ligação com a zona norte carioca. Investigações e uma delação premiada apontam o ex-policial militar (PM) Ronnie Lessa como autor dos disparos.

Lessa está preso, inclusive tendo já sido condenado por contrabando de peças e acessórios de armas de fogo. O autor da delação premiada é o também ex-PM Élcio Queiroz, que dirigia o Cobalt usado no crime.

Outro suspeito de envolvimento preso é o ex-bombeiro Maxwell Simões Correia, conhecido como Suel. Seria dele a responsabilidade de entregar o Cobalt usado por Lessa para desmanche. Segundo investigações, todos têm envolvimento com milícias.

Desde 2023, a Polícia Federal está à frente do caso.

Lewandowski convida procurador-geral de SP para chefiar Senasp

O futuro ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, convidou o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo, para assumir o comando da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

De acordo com o Ministério Público de São Paulo, Sarrubbo aceitou o convite feito por Lewandowski. A data da saída do procurador do cargo ainda não foi definida.

O procurador-geral é membro do Ministério Público desde 1989, atuou na área de políticas criminais do órgão e leciona direito penal em uma universidade da capital paulista. 

Mario Sarrubbo é mais um nome que vai compor a equipe de Lewandowski, anunciado na semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a cadeira de Flávio Dino, atual ministro, no Ministério da Justiça e Segurança Pública. Dino será empossado no Supremo Tribunal Federal no dia 22 de fevereiro. Lewandowski tomará posse no dia 1° de fevereiro.

Além de Sarrubbo, outro membro da equipe do novo ministro será o advogado Manoel Carlos de Almeida Neto, que vai ocupar o cargo de secretário-executivo da pasta no lugar de Ricardo Cappelli. 

Lewandowski foi ministro do Supremo entre 2006 e 2023, indicado durante o primeiro mandato de Lula. Ele deixou a Corte em abril do ano passado ao completar 75 anos, idade para aposentadoria compulsória.