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Hoje é Dia: osteoporose e conquistas LGBTQIAPN+ são os destaques

A quarta semana de outubro tem como um dos destaques o aniversário da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que celebra 17 anos no dia 24. Referência brasileira em comunicação pública, a EBC leva diariamente aos brasileiros conteúdos que ajudam a fomentar a construção da cidadania. São produtos jornalísticos de qualidade, atrações com finalidade educativa, inclusiva, artística, cultural, informativa e científica, oferecidos por meio dos veículos de comunicação sob a sua gestão: TV Brasil, Canal Gov, Agência Brasil, Agência Gov, Radioagência Nacional, Rádio Nacional, Rádio MEC e Canal Educação. A missão e as conquistas da EBC foram destaque nesta reportagem especial da Agência Brasil, publicada em 2022, por ocasião da comemoração dos 15 anos da empresa. 

Direitos LGBTQIAPN+

Aproveitando que a promoção da diversidade e defesa dos direitos humanos é um dos carros-chefe da EBC, vamos falar de uma importante conquista da comunidade LGBTQIAPN+. O dia 21 de outubro foi a data em que a transexualidade deixou de ser considerada doença, sendo excluída do Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais da Associação Norte-Americana de Psiquiatria e da Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS). O tema ganhou destaque em programas da TV Brasil, como esta edição de outubro de 2017 do Estação Plural.

Prevenção da osteoporose

Hoje, 20 de outubro, é comemorado o Dia Mundial da Osteoporose. Instituída em 1997, a efeméride chama a atenção para a doença que se se desenvolve de forma silenciosa e acomete principalmente as mulheres. O tema foi abordado nos veículos da EBC, como esta reportagem de 2022 da Rádio Nacional e esta outra, publicada em 2023, na Agência Brasil, que destacou como o diagnóstico tardio em homens prejudica o tratamento. 

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Grandes artistas brasileiros 

O cineasta Walter Hugo Khouri, um dos principais expoentes do cinema produzido na chamada Boca do Lixo, em São Paulo, nasceu no dia 21 de outubro. Khouri dirigiu filmes que criticam a decadência moral da alta sociedade e dramas existenciais. Sua obra foi analisada por ocasião dos 10 anos de sua morte, em 2013, na TV Brasil

Já no dia 22 de outubro faleceu Oswald de Andrade, um dos promotores da Semana de Arte Moderna de 1922, realizada em São Paulo. Em 2022, nas comemorações dos 100 anos desse icônico evento, que transformou para sempre a produção artística brasileira, o programa Arte Clube, da Rádio Nacional, abordou a importância da obra do escritor, ensaísta e dramaturgo. Os 60 anos de seu falecimento também foram lembrados nesta edição do História Hoje, da Radioagência Nacional, que foi ao ar em 2014. 

 

O cantor e compositor paulista Walter Franco faleceu no dia 24 de outubro. Membro da Vanguarda Paulista e popularmente conhecido pelo apelido de Maldito, Walter foi um dos compositores mais atuantes e criativos dos anos 1970. No dia de seu falecimento, em 2019, a Agência Brasil publicou esta extensa reportagem sobre sua obra, que conta desde o começo de sua carreira, compondo trilhas para peças teatrais, até despontar nos festivais da época com as músicas “Não se queima um sonho”, “Cabeça” e “Canalha”. Os 50 anos do álbum “Ou não”, um dos mais celebrados de sua carreira, foram destaque do programa Clube do Vinil, da Rádio Nacional, em 2023 

Invenções que mudaram a história da humanidade

Em 23 de outubro é comemorado no Brasil o Dia do Aviador, em celebração ao que pode ser considerado um dos feitos mais importantes já realizados por um brasileiro. Nesta data, em 1906, Alberto Santos Dumont fez o primeiro voo em um avião, pilotando o 14 Bis, em Paris. A vida e as obras do pai da aviação foram amplamente exploradas pelos veículos da EBC. Quando o voo do 14 Bis completou 115 anos, em 2021, foi publicada esta reportagem da Agência Brasil e esta outra, da Radioagência Nacional. Santos Dumont também foi homenageado nesta edição de 2017 do programa Na Trilha da História, da Rádio Nacional.

Além do avião, outra invenção divisora de águas na história também foi criada nesta semana de outubro. Thomas Edison desenvolveu a lâmpada elétrica incandescente no dia 21. Ele não foi o primeiro a trabalhar nessa ideia, mas seu modelo foi o mais bem sucedido e o primeiro a ter alcance comercial. O feito do americano foi contado no programa História Hoje, da Rádio Nacional, em 2014.

Para fechar a semana, não podemos deixar de citar a criação da Organização das Nações Unidas, no dia 24 de outubro. A ONU começou em 1945, reunindo 51 nações. Hoje já integra 193 estados-membros. A Organização trabalha pela manutenção da segurança e da paz, a promoção dos direitos humanos, o apoio ao desenvolvimento econômico e ao progresso social, a proteção do meio ambiente o fornecimento de ajuda humanitária em casos de fome, desastres naturais e conflitos armados. O importante papel por ela desempenhado foi explicado em 2018 pela Agência Brasil.

Confira a relação de datas do Hoje é Dia de 20 a 26 de outubro de 2024:

Outubro de 2024

20

Morte do novelista e compositor musical paulista Fred Jorge (30 anos) – participou do Movimento Jovem Guarda

Nascimento do filósofo e pedagogo estadunidense John Dewey (165 anos) – foi reconhecido como um dos fundadores da escola filosófica de Pragmatismo, pioneiro em psicologia funcional, e representante principal do movimento da educação progressiva estadunidense

Nascimento do poeta francês Arthur Rimbaud (170 anos)

Nascimento do compositor estadunidense Charles Ives (150 anos) – considerado o principal compositor dos Estados Unidos do século XX

Dia do Poeta

Dia do Arquivista – comemorado no Brasil para marcar a data da fundação da Associação dos Arquivistas Brasileiros, que foi constituída em 20 de outubro de 1971 na cidade brasileira do Rio de Janeiro

Dia Mundial da Osteoporose – comemoração internacional que foi instituída em 1996 pela Sociedade Britânica de Osteoporose e que, a partir de 1997, foi adotada pela Fundação Internacional da Osteoporose

21

Dia Mundial de Luta contra a Patologização da Transexualidade – comemoração móvel (sábado entre 17 e 23 de outubro) da comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros e Simpatizantes, que está relacionada com a luta pela exclusão da definição transexualidade do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da Associação Norte-Americana de Psiquiatria e da Classificação Internacional de Doenças da OMS

Morte do jornalista, radialista, poeta e escritor fluminense Alziro Zarur (45 anos)

Nascimento do futebolista fluminense Albino Friaça (100 anos) – autor do único gol brasileiro na final da Copa do Mundo de 1950, em que o Uruguai derrotou o Brasil por 2 a 1, em pleno Maracanã

Morte do comerciante, armador, industrial e banqueiro gaúcho Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá (135 anos)

Morte do cineasta francês François Truffaut (40 anos) – um dos fundadores do movimento cinematográfico conhecido como Nouvelle Vague

Morte do escritor britânico Jack Kerouac (55 anos) – um do líderes do movimento literário conhecido como geração beat

Nascimento do cineasta paulista Walter Hugo Khouri (95 anos)

Nascimento do cantor e compositor acreano Osni Silva (105 anos)

Nascimento da cantora e atriz fluminense Doris Monteiro (90 anos) – em 1949, foi revelada como cantora no programa “Papel Carbono”, de Renato Murce, na rádio Nacional do Rio de Janeiro

Inauguração do Museu Guggenheim em Nova Iorque (65 anos) – projeto arquitetônico de Frank Lloyd Wright, é símbolo da arquitetura modernista

Thomas Edison desenvolve a lâmpada elétrica (145 anos)

Dia do Podcast

O líder religioso José de Paiva Netto inaugura o Templo da Boa Vontade (35 anos) – espaço ecumênico e democrático de espiritualidade, cultura, arte e história

22

Nascimento da atriz francesa Sarah Bernhardt (180 anos) – considerada por alguns como “a mais famosa atriz da história”

Morte do escritor, ensaísta e dramaturgo paulista Oswald de Andrade (70 anos) – um dos promotores da Semana de Arte Moderna que ocorreu 1922 em São Paulo

Morte da compositora francesa de música erudita Nadia Boulanger (45 anos) – renomada educadora musical. Foi professora de diversos compositores de grande relevância no século XX

Jean-Paul Sartre recusa Prêmio Nobel de Literatura (60 anos)

Congresso Nacional é reaberto 10 meses após a promulgação do AI-5 (55 anos)

23

Nascimento do cineasta, produtor e roteirista taiwanês Ang Lee (70 anos) – primeira pessoa de origem asiática a ganhar o Oscar de Melhor Diretor

Nascimento da jornalista, escritora, militante política e pesquisadora paraense Eneida de Moraes (120 anos) – foi criadora do baile do Pierrot no Rio de Janeiro e em Belém

Equipe brasileira de basquete masculino conquista medalha de bronze nas Olimpíadas de Tóquio (60 anos)

Dia da Força Aérea Brasileira

Dia do Aviador – comemorado por brasileiros, conforme Lei Nº 218 de 4 de Julho de 1936 da então República dos Estados Unidos do Brasil, para marcar a data daquele que é tido, principalmente por brasileiros, como o 1º Voo em Avião da história da aviação mundial, e que foi realizado na cidade francesa de Paris em 23 de outubro de 1906 pelo inventor brasileiro, Alberto Santos Dumont, enquanto piloto do “14 BIS”

24

Morte da cantora e compositora fluminense Adiléia Silva da Rocha, a Dolores Duran (65 anos)

Morte do cantor e compositor paulista Walter Franco (05 anos) – membro da Vanguarda Paulista

Morte do ator portoriquenho Raúl Juliá (30 anos)

Morte da médium, poeta, conferencista, contista e educadora potiguar Adelaide Augusta Câmara, conhecida como Aura Celeste (80 anos)

Crise econômica estadunidense conhecida como “A Grande Depressão” (95 anos)

Dia Internacional da Informação sobre o Desenvolvimento – comemoração instituída pela 27ª sessão da Assembleia Geral da ONU na Resolução A/Res ou NRES/3038 de 19 de dezembro de 1972, com o objetivo de chamar a atenção da opinião pública mundial para os problemas de desenvolvimento e a necessidade de se reforçar a cooperação internacional para a solução desses problemas a cada ano

Dia das Nações Unidas – comemoração internacional que tem por fim marcar a data da entrada em vigor da “Carta das Nações Unidas”, que se tornou vigente a partir de 24 de outubro de 1945, com a ratificação dos 5 países do Conselho de Segurança da ONU, representados por Estados Unidos da América, França, Reino Unido, República da China (posteriormente substituída pela República Popular da China), e a então URSS (União Socialista das Repúblicas Soviéticas)

O desmoronamento de um aterro ilegal provocou a morte de 14 moradores, sendo 12 crianças, da favela Nova República, no Morumbi. Um barranco de 80 metros de altura desmoronou e soterrou 32 dos 120 barracos da favela (35 anos)

Aniversário de Manaus (355 anos)

Criação da Empresa Brasil de Comunicação – EBC, pelo Decreto nº 6.246, de 24 de outubro de 2007 (17 anos)

25

Aniversário da Região Administrativa de Samambaia – RA XII (30 anos)

26

Morte do músico Ayres de Andrade (50 anos) – redator de programas da Rádio MEC

Nascimento do político e líder sindical Evo Morales (65 anos) – presidente da Bolívia entre 2006 e 2019

Nascimento do arquiteto francês radicado no Brasil Affonso Eduardo Reidy (115 anos) – considerado um dos pioneiros na introdução da arquitetura moderna no país, sendo um dos grandes nomes do urbanismo moderno

Dia da Visibilidade Intersexo

Dia Nacional de Luta pelo Passe Livre – comemorado no Brasil para marcar a data da entrada para votação de um projeto de lei de iniciativa popular pelo passe livre, para ser aprovado em 4 de novembro de 2005 na Câmara de Vereadores da cidade brasileira de Florianópolis; busca aprofundar o debate sobre o direito de ir e vir das pessoas, sobre a mobilidade urbana nas grandes cidades e sobre um novo modelo de transporte para o Brasil, além de lutar por um transporte público fora da iniciativa privada, que garanta o acesso universal pelo passe livre para todas as camadas da população brasileira

Ouro de Fernanda Yara encabeça dia de conquistas do atletismo

O currículo do atletismo mostra que o esporte é o que mais trouxe medalhas para o Brasil na história dos Jogos Paralímpicos. Neste sábado (31), os atletas da modalidade fizeram jus à fama e, de uma tacada só, acrescentaram mais cinco a essa conta, chegando a um total de 180.

O destaque no segundo dia de competições de atletismo foi a prova dos 400 metros classe T47, para atletas com deficiência nos membros superiores. A paraense Fernanda Yara foi a grande vencedora, com o tempo de 56s74 e para completar a potiguar Maria Clara Augusto ficou com o bronze, registrando 57s20.

Fernanda Yara, de 38 anos, tem uma trajetória peculiar dentro dos Jogos Paralímpicos. Esta é a terceira participação dela na carreira, porém com um longo hiato de 13 anos entre e a primeira e a segunda – Pequim 2008 e Tóquio, em 2021. Ela vem de um bicampeonato mundial nesta mesma prova, na mesma Paris, em 2023 e em Kobe, no Japão, neste ano. 

Fernanda tem uma má-formação congênita no braço esquerdo, logo abaixo do cotovelo. Já Maria Clara, que tem uma deficiência muito semelhante, tem apenas 20 anos e participa dos Jogos Paralímpicos pela primeira vez. Tanto Fernanda quanto Maria Clara conquistaram um inédito pódio paralímpico.

Mais cedo, na final dos 400 metros rasos femininos classe T11 (atletas cegos), Thalita Simplício chegou à quinta medalha paralímpica da carreira ao conquistar a prata, com o tempo de 57s21.

Na final dos 100 metros rasos T12 (atletas com baixa visão), Joeferson Marinho ficou com o bronze com o tempo de 10s84. O atleta de 25 anos conquistou a primeira medalha paralímpica de sua carreira.

Para fechar a tarde/noite vencedora do Brasil em Paris, a prova mais longa terminou com o bronze de Cícero Nobre no lançamento de dardos classe F57 (atletas competem sentados). Ele registrou 49,46m. Nobre já havia conquistado o mesmo resultado nesta prova em Tóquio.

Natação

Logo depois do atletismo, a natação é a maior fonte de medalhas para o Brasil nos Jogos. Depois dos ouros de Carol Santiago e Gabriel Araújo, quem fechou o sábado com chave de ouro – ou prata – para o país foi Wendell Belarmino.

O nadador brasiliense ficou em segundo lugar na prova dos 50 metros livre classe S11, para atletas com deficiência visual. Belarmino – que já tinha três medalhas no currículo, todas conquistadas em Tóquio – fez exatamente o mesmo tempo que o chinês Dongdong Hua (26s11).

Ambos levaram a prata porque o japonês Keiichi Kimura foi o medalhista de ouro, com o tempo de 25s98. Na mesma prova, outro brasileiro, Matheus Rheine, terminou em oitavo.

Alavancado pelos bons resultados do atletismo e da natação, o Brasil terminou o terceiro dia de competições em terceiro lugar no quadro de medalhas, com 23 pódios, sendo oito medalhas de ouro, três de prata e doze de bronze. Apenas China e Grã Bretanha estão à frente.

Paris 2024: as 10 conquistas mais marcantes dos Jogos Olímpicos

A Olimpíada de Paris chegou ao fim no domingo (11). Daqui em diante, tudo é passado ao se falar da edição de 2024 dos Jogos. As lembranças que ficam são de atletas vencedores sim, mas não somente. Além da excelência esportiva e conquistas inéditas, o legado olímpico imortalizou cenas que nos trarão alegria por muito tempo. Confira abaixo algumas das histórias mais  marcantes de Paris 2024.

Imane Khelif (boxe)

A boxeadora argelina esteve no centro da principal polêmica dos Jogos. Ao derrotar a italiana Alessandra Carini na estreia da categoria até 66 quilos, após desistência relâmpago da adversária, Khelif foi vítima de uma onda de desinformação nas redes. Formou-se um discurso de que a argelina, que fora desclassificada do Mundial de boxe de 2023 por, segundo a Associação Internacional de Boxe (IBA, na sigla em inglês), não atender “critério de elegibilidade para participar na competição feminina”, seria uma atleta transsexual e que sua participação entre mulheres seria injusta.

Alvo de campanha de fake news sobre gênero, a argelina Imane Khelif faturou o ouro na categoria até 66 kg – REUTERS/Peter Cziborra/Proibida reprodução

Embora não houvesse qualquer informação mais detalhada sobre que critérios seriam esses, logo o debate foi tomado pela teoria de que Khelif seria mais um caso de mulher com níveis elevados de testosterona e que poderia ser portadora de uma condição genética rara que afetaria sua distribuição de cromossomos. Durante os Jogos, o COI, que assumiu o comando das competições de boxe nas últimas duas Olimpíadas por não considerar a IBA uma entidade confiável e apta para a tarefa, afirmou que a boxeadora argelina era, sem nenhuma dúvida, uma mulher.

Khelif avançou fase a fase até sair com a medalha de ouro na categoria. O peso emocional de tudo que viveu nos Jogos a levou às lágrimas. Segundo comunicado divulgado pela assessoria da atleta, ela contratou um escritório de advocacia para representá-la em um processo por assédio virtual apresentado à Promotoria de Paris.

Simone Biles (ginástica artística)

A ginasta norte-americana chegou como a principal estrela dos Jogos como um todo. Quase uma estrela pop, dada a quantidade de artistas famosos e até astros de outros esportes que compareceram às suas competições. A trajetória da carreira de Biles também gerava uma curiosidade natural: após os quatro ouros nos Jogos do Rio, ela se retirou das disputas no meio da Olimpíada de Tóquio para cuidar da saúde mental. O retorno da ginasta de 27 anos ao palco olímpico virou até tema de série da Netflix.

Com todas as câmeras apontadas para ela, Biles não decepcionou: saiu de Paris com três ouros e uma prata.  

Após se retirar dos Jogos de Tóquio para cuidar da saúde mental, Biles retornou em grande estilo a Paris 2024, conquistando três ouros e uma prata – REUTERS/Hannah Mckay/Direitos Reservados

Rebeca Andrade (ginástica artística)

Quase como num roteiro cinematográfico, se o mundo queria ver Simone Biles, a protagonista, o mundo viu Rebeca Andrade, a antagonista – mas certamente a ‘mocinha’ para os brasileiros e fãs da ginástica. A ginasta brasileira não apenas estava literalmente em todas as provas em que Biles competiu, mas disputou com ela ponto a ponto as mesmas medalhas. Além disso, as duas tiveram inúmeros momentos de interações nos bastidores destes duelos.

Paris 2024 entrou para a história de Rebeca Andrade, que se tornou a maior medalhista olímpica do Brasil, com um total de seis pódios – REUTERS/Hannah Mckay/Direitos Reservados

Mas Rebeca não ficou à sombra da norte-americana. Mais do que mostrou, comprovou ter brilho próprio. O ouro no solo, desbancando Biles, foi um dos pontos altos da ginástica em Paris e, merecidamente, ela foi reverenciada ao receber a medalha no pódio. De quebra, Rebeca saltou para o topo da lista de atletas olímpicos do Brasil. Em Paris, foram quatro medalhas (um ouro, duas pratas e um bronze), que, somadas às duas conquistadas em Tóquio, a colocam como a maior medalhista do país em Olimpíadas.

Uma multicampeã olímpica e mundial, Rebeca cativou muita gente também com o jeito simples e descontraído de encarar as competições.

Yusuf Dikeç (tiro esportivo)

Provavelmente, nenhum atleta teve um ganho maior de popularidade por conta da Olimpíada do que Yusuf Dikeç, atirador turco de 51 anos. E no caso dele, não foi por nenhum recorde ou resultado histórico. Ao conquistar a medalha de prata na prova mista da pistola de ar 10 metros, junto com Sevval Ilayda Tarhan, Dikeç não fazia ideia de que sua imagem rodaria o mundo por um motivo tão singelo.

 A imagem Yusuf Dikeç, atirador  turco de 51 anos, competindo na prova mista de pistola, sem equipamentos para melhorar sua performance, viraralizou nas redes sociais – Reuters/Cagla Gurdogan/Direitos Reservados

No tiro esportivo, é comum que, além da pistola, os atletas utilizem uma série de equipamentos para melhorar a performance, como óculos que potencializam a mira evitando qualquer tipo de ‘sujeira’ na visão. Também usam fones de ouvido com isolamento acústico de primeira categoria. Dikeç, no entanto, foi ‘flagrado’ competindo usando apenas seus óculos de grau e pequenos fones intra auriculares. Para completar, ao ser fotografado atirando com uma das mãos no bolso da calça, ele ganhou status nas redes sociais como um medalhista ‘casual’, que conseguiu o pódio com uma postura estilosa sem precisar de equipamentos sofisticados. No entanto, a pose com a mão no bolso para atirar é extremamente comum na modalidade, por motivos de equilíbrio corporal.

Em pouco tempo, a imagem e a história de Dikeç viralizaram na internet, movidas pelos fãs pouco familiarizados com o esporte. O turco se tornou um ícone mundial, personagem de vários memes e inspirou comemorações nos próprios Jogos de Paris. O sueco Armand Duplantis, do salto com vara, por exemplo, comemorou o ouro com recorde mundial imitando a pose de Dikeç.

Teddy Riner (judô)

O judoca de 35 anos poderia até não ser mais aquele que passou quase dez anos e 154 lutas invicto no cenário mundial. Mas certamente ainda era uma das principais, senão a principal figura do esporte olímpico francês. Tanto que foi, ao lado da velocista Marie-José Perec, responsável por acender a pira olímpica na cerimônia de abertura dos Jogos.

No tatame, Riner brilhou também. Depois de parar na semifinal e ficar com o bronze em Tóquio, ele voltou a se sagrar campeão olímpico na categoria peso-pesado (mais de 100 kg), chegando a três ouros e dois bronzes em Olimpíadas.

O multicampeão Teddy Riner foi sorteado para o duelo de desempate da disputa por equipes do judô e justificou o favoritismo ao vencer por ippon o japonês Tatsuro Saito, conquistando o ouro para os franceses  – Reuters/Arlette Bashizi/Direitos Reservados

No entanto, a grande lembrança ligada a Teddy Riner nos Jogos de Paris se deu na disputa por equipes, em que vence o país que ganhar quatro lutas primeiro. Na final contra o Japão, os franceses perdiam por 3 a 1 e estavam a um revés de ficar com a prata. O time da França conseguiu igualar e levar para o duelo-desempate, que é definido por um sorteio exibido no telão. Ao ser sorteada a categoria de Teddy Riner, o Campo de Marte, palco do judô, foi à loucura antes mesmo da luta. No duelo decisivo, Riner justificou a confiança dos franceses, derrotou o japonês Tatsuro Saito por ippon e garantiu outro ouro para a França, num desfecho apoteótico.

Novak Djokovic (tênis)

Se alguns queriam reviver a glória olímpica, outros almejavam senti-la pela primeira vez. O sérvio Novak Djokovic, de 37 anos, maior vencedor de Grand Slams entre tenistas masculinos, campeão da Copa Davis e jogador com mais semanas na história como número 1 do mundo, não escondia de ninguém que queria o ouro olímpico mais do que qualquer outra coisa.

Aos 37 anos, o tenista sérvio faturou o ouro olímpico, única conquista que faltava a sua coleção de títulos –  Reuters/Edgar Su/Proibida reprodução

Em Paris, na quadra de Roland Garros, onde um dia ele chorou ao comemorar o Grand Slam que mais demorou a adicionar à sua galeria de títulos, Djoko chorou novamente após coroar uma semana perfeita com um título em uma grande final contra o espanhol Carlos Alcaraz, 16 anos mais novo que ele.

Agora, sim, ele pode se autointitular ‘campeão de tudo’.

Mijain López (wrestling)

Michael Phelps pode ser visto por muitos como o maior atleta olímpico de todos os tempos, mas um recorde em termos individuais não pertence a ele. O cubano Mijain López, de 41 anos, conquistou o ouro na luta greco-romana, na categoria até 130 kg e, com isso, chegou a cinco títulos olímpicos consecutivos. Nenhum atleta de esportes individuais alcançou isso na história. López, que estreou em Olimpíadas sendo quinto colocado em Atenas, em 2004, enfileirou ouros em Pequim, Londres, Rio, Tóquio e agora Paris.

O cubano Mijain López, de 41 anos, fez história em Paris ao se tornar o primeiro atleta a emplacar ouro em edições seguidas dos Jogos Olímpicos – – Reuters/Arlette Bashizi/Direitos Reservados

Na França, ele derrotou desafiantes mais novos e saiu com o primeiro lugar antes de uma despedida marcante. López retirou as sapatilhas e deixou-as no meio da área de combate, simbolizando sua aposentadoria do esporte.

Cindy Ngamba (boxe)

A partir dos Jogos do Rio, em 2016, o COI introduziu o time de refugiados, para dar vez a atletas que, por variados motivos, se inserem em uma das questões geopolíticas mais tensas dos últimos tempos: a população que deixa a terra natal e passa a viver em outro país. Há oito anos, a equipe contou com dez representantes. Em Paris, foram 37. Pela primeira vez, a bandeira do time de refugiados apareceu no pódio.

Nascida em Camarões, a boxeadora Cindy Ngamba conquistou o bronze, a primeira medalha olímpica do time de refugiados, que surgiu nos Jogos Rio 2026 – Reuters/Louisa Gouliamaki/Direitos Reservados

Cindy Ngamba, boxeadora nascida em Camarões mas que fugiu para o Reino Unido aos 11 anos, conquistou o bronze na categoria até 75 kg. A atleta de 25 anos deu um depoimento forte à ONU:

“Quero dizer aos refugiados em todo o mundo, incluindo os que não são atletas, que continuem trabalhando, continuem acreditando em si mesmos, vocês podem alcançar tudo o que quiserem”, disse Ngamba.

Julien Alfred (atletismo)

Uma das provas mais nobres do atletismo teve também uma das melhores histórias. Os 100 metros rasos femininos foram vencidos por Julien Alfred, velocista de 23 anos que representa Santa Lúcia, uma pequena ilha no Caribe. A primeira medalha da história do país foi logo de ouro, que Alfred conquistou com o tempo de 10 segundos e 72 centésimos.

Julien Alfred, de 23 anos,conquistou o  foi ouro nos 100m rasos, a primeira medalha olímpica de Santa Lúcia, uma pequena ilha no Caribe – Reuters/Aleksandra Szmigiel/Direitos Reservados

Em Paris, Alfred ainda saiu com uma segunda medalha, nos 200 metros rasos. As imagens da população de Santa Lúcia festejando os pódios da atleta também rodaram o mundo. Para se ter uma ideia, o país tem uma área de aproximadamente 539 quilômetros quadrados, mais de dez vezes menor que o Distrito Federal.

Leon Marchand (natação)

O nadador francês Leon Marchand, de 22 anos, concluiu os Jogos de Paris como o novo potencial nome olímpico histórico. Na letra fria, a chinesa Zhang Yufei, com seis pódios (uma prata e cinco bronzes), foi a maior devoradora de medalhas nesta Olimpíada. No entanto, Marchand, que vem logo depois, com cinco, foi quem mais causou um impacto.

Ao 22 anos, o francês Leon Marchand não só faturou quatro ouros e um bronze em Paris, como derrubou recordes olímpicos do norte-ameriano Michael Phelps – Reuters/Clodagh Kilcoyne/Direitos Reservados

O fenômeno caiu na piscina para seis provas e só não saiu com medalha no revezamento misto 4×100 medley. Nas outras cinco, foram quatro ouros e um bronze. E não apenas isso: nos 200 e nos 400 medley, o francês derrubou recordes olímpicos que pertenciam a Michael Phelps. O americano, que esteve em Paris, acompanhou e até torceu pelo seu possível sucessor.

Ainda muito jovem, Marchand se coloca como candidato ao seleto grupo de atletas com mais de dez medalhas olímpicas, do qual fazem parte gigantes como os já citados Phelps e Biles, hegemônicos em esportes com muita oferta de medalha. Em Los Angeles, pode se afirmar como um dos maiores da história.