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Competições de esportes coletivos do JUBs começam nesta segunda no DF

Dia oficial do “até logo” e do “bem-vindo” nos Jogos Universitários Brasileiros 2024 (JUBs 2024). A 71ª edição do maior evento universitário da América Latina fez hoje um breve intervalo nas competições. Após uma semana de disputas em 19 modalidades individuais, chegou o momento dos esportes coletivos, como o futsal, vôlei e handebol. São esperados cerca de 3.400 estudantes nos próximos seis dias de competições. 

Os atletas da primeira fase do JUBs (esportes individuais) se despedem depois de seis dias de concentração, preparação física, psicológica e, claro, muito suor. Foram mais de 1700 estudantes, sendo 101 paradesportistas, 163 técnicos e 257 dirigentes de todos os estados do Brasil, além do Distrito Federal. Cerca de três mil pessoas envolvidas, segundo a Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU),  organização do evento, somando árbitros, membros da organização e voluntários. 

Sem contar com a participação dos medalhistas olímpicos Caio Bonfim e William Lima, embaixadores do JUBs, e Petrúcio Ferreira, tricampeão paralímpico. Inclusive, o nadador Daniel Xavier Mendes, medalhista na Paralimpíada de Paris, disputou esta edição do JUBs, em Brasília.

Neste domingo (13), dia da despedida dos atletas, o Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB) –  um dos 13 locais de competições e que também funcionou como hospedagem e centro administrativo do JUBs –  seguia movimentado.  Bagagens espalhadas, medalhas guardadas, cansaço e muita história para contar.

Como os estudantes da Universidade Federal de Viçosa (UFV), de Minas Gerais. Reunidos no Boulevard dos Atletas, carregando celulares para a viagem de volta,  com cerca 18 horas de duração, eles conversavam sobre esta primeira semana de competição.

Daniel Araújo cursa o quarto período de Zootecnia, é velocista dos 100m rasos, mas competiu também no salto em altura. Não ganhou medalha, mas leva para casa aprendizado.

“O nível da competição foi muito alto. Era a minha primeira vez no JUBs. Vi que preciso me dedicar mais e, no ano que vem, vou sair daqui com medalha no pescoço. Foi o maior evento que participei na minha vida. Superou todas as minhas expectativas, nunca vi algo tão insano. Vou me esforçar demais para vir nos próximos”.

Thayana Soares não é “caloura” de JUBs. Ela concluiu o curso de Educação Física na UFV na semana anterior ao evento e competiu em provas de fundo de 5kms e 10kms. Ela já tinha competido no basquete no início da faculdade, mas admitiu que correr em Brasília não foi nada fácil.

“Treinei em climas de pico, nas piores condições, mas nada se compara. Mesmo as atletas que estavam acostumadas falaram que realmente estava duro. Esta é minha última competição. O JUBs mudou muito da primeira vez que vim. Este tipo de socialização não era frequente antes, está incrível”.

Participantes do JUBs,  Rafael Furriel, Ana Carolina Prado, Daniel Araújo, Thayana Soares e Rebeca Bamberg se despedem do JUBs com muitas histórias para contar – Maurício Costa/EBC

Ana Carolina Prado, que nadou os 400 metros livre apenas 19 anos, já pensava no retorno.

“Agora são 18 horas de volta, né? Cansativo. Vim com um friozinho na barriga, mas aqui deu tudo certo, com a troca de experiências com outros estudantes. Superou minhas expectativas. A piscina estava um pouco lenta, mas não atrapalhou”.

Dentro do grupo de Viçosa havia uma intrusa. Rebeca Bamberg. Pós-graduanda em Fisioterapia Esportiva pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A “inimiga íntima” veio competir no salto em distância e deixou as rivalidades locais de lado por um bem maior.

“As meninas aqui ficaram brincando comigo, falando da UFMG, mas tem que levar na esportiva. Todo campeonato acontece isso. Quando as competições são lá em Minas Gerais a rivalidade fica mais acirrada, mas aqui somos uma coisa só, representando o estado”, brincou.

Viagem de volta para atletas de tênis, tênis de mesa, tênis de mesa paradesportivo, atletismo, atletismo paradesportivo, judô, taekwondo, natação, natação paradesportiva, jiu-jítsu, breaking, badminton, badminton paradesportivo, basquete 1×1, Clash Royale, Free Fire, League of Legends. Ao todo foram distribuídas 823 medalhas ( 327 ouros, 230 pratas e 264 bronzes) além de 109 troféus ( 37 de ouro, 34 de prata e 37 de bronze). 

* Maurício Costa viajou à Brasília a convite da CBDU

Em meio a competições, JUBs Atléticas amplia horizontes profissionais

O clima nos Jogos Universitários Brasileiros-Atléticas (JUBs Atléticas) em Natal, claro, é de competição. Afinal, todo mundo quer vencer e levantar o troféu. Contudo, reunir mais de mil estudantes universitários em um mesmo evento pede um espaço específico para a socialização. O diretor de marketing da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), Pedro Pontes, explica qual foi a solução encontrada nesta edição.

“Colocamos os locais de competição o mais próximo possível uns dos outros, para facilitar o deslocamento dos atletas, até porque, no JUBs Atléticas, muitos estudantes participam de diversas modalidades. Também montamos o Boulevard dos Atletas, um ambiente onde eles podem relaxar, curtir um som, conversar e aguardar as próximas disputas”, detalhou Pontes.

São seis locais de competição. A maior concentração de arenas é no Aeroclube do Rio Grande do Norte. É dentro do aeroclube que também fica o Boulevard dos Atletas. Com 1.200 metros quadrados, o espaço tem DJ, distribuição de energético, photo point, maquina de brindes e até um bugre, que faz sucesso nas lentes dos smartphones dos universitários.

““Eu participei da criação da Atlética na minha faculdade, no Ibmec. Isso me trouxe oportunidades de conhecer muita gente na minha área, participar de projetos”, revelou Pontes, diretor de marketing da CBDU- Guilherme Taboada/CBDU/Direitos Reservados

Só que o clima totalmente tranquilo, às vezes, “dá um tempo”. Em competição  não tem como escapar de rivalidades. A Atlética Fortuna de Economia, da Universidade Regional do Cariri ficou na terceira posição geral ano passado, em Maceió. Em Natal, levou a melhor no futevôlei feminino sobre a Akademus, da Universidade Federal de Alagoas. Mas tinha perdido antes no handebol feminino. E durante a comemoração do futevôlei, veio a troca de provocações.

Tudo normal, como se diz no esporte: segue o jogo. O importante é que depois  a galera fica “de bem”, como lembra a vice-presidente da Atlética Fortuna, Fernanda Santos.

“A gente vem aqui para vencer, para melhorar nossa posição em relação a 2023. Essas provocações são normais, somos atletas e torcedores ao mesmo tempo. Depois a gente passa a borracha nisso e fica junto. Eu mesmo conheço muita gente de lá, sem problema”.

Pontes explica como funciona esse clima  do JUBs Atléticas.

“Diferente do que possam pensar, no JUBs Atléticas as equipes vêm para vencer. É competitivo mesmo. Só que quando acabam as partidas, claro que fica o clima amistoso, a troca de conhecimentos até para outras competições e para o crescimento das Atléticas como um todo”.

O dirigente é um exemplo para os universitários do JUBs. Pontes fez parte de uma Atlética no curso de graduação.

“Eu participei da criação da Atlética na minha faculdade, no Ibmec. Isso me trouxe oportunidades de conhecer muita gente na minha área, participar de projetos. Fui crescendo profissionalmente e hoje trabalho justamente dentro da CBDU”

* O repórter Maurício Costa viajou à Natal a convite da CBDU.