Skip to content

Abin comemora 25 anos em meio à reforma do sistema de inteligência

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) completa 25 anos neste sábado (7). A efeméride coincide com a ênfase do governo federal na “reformulação abrangente” não só do órgão responsável por fornecer ao presidente da República e aos ministros de Estado informações e análises confiáveis sobre temas sensíveis e estratégicos, como de todo o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin).

“Diante do desafio transnacional representado pelo avanço da criminalidade organizada, do extremismo violento e do caos informacional, nosso Sisbin precisa ser reorganizado e nossas instituições civis de inteligência precisam ser fortalecidas”, sustenta o diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, no livro Inteligência na Democracia: desafios e perspectivas para a Agência Brasileira de Inteligência, lançado para marcar o quarto de século da agência.

Segundo Corrêa, a reestruturação do Sisbin tornou-se uma meta de governo após ataques extremistas às sedes dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), em 8 de janeiro de 2023. Projeto de reformulação começou a ser colocado em prática já em março do ano passado, quando o Palácio do Planalto transferiu a Abin para a Casa Civil, motivou a reformulação do Sisbin, em setembro do ano passado e está subsidiando a revisão da Política Nacional de Inteligência e da Estratégia Nacional de Inteligência, conforme proposta em debate no âmbito do Conselho Consultivo do Sisbin.

Brasília (DF) 05/12/2024 O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Luiz Fernando Corrêa, defende a reformulação do Sisbin- Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

As mudanças na Abin estão escoradas em três pilares: redirecionamento, ou seja, uma revisão dos objetivos estratégicos da agência, alinhando-os com as novas realidades e desafios nacionais e internacionais; reorganização, que busca melhorar a eficiência operacional e a capacidade de resposta do órgão, e, por fim, o reposicionamento, para ampliar a transparência e a integração entre os profissionais de carreira da inteligência e outras áreas do governo federal e da sociedade.

Já a reorganização do Sisbin se dá em torno de quatro eixos: o fortalecimento da Abin, cujas obrigações enquanto órgão central do sistema foram redefinidas; o reposicionamento do Consisbin enquanto instância consultiva de alto nível e de supervisão da atividade nacional de inteligência e o reordenamento dos órgãos que já integram o Sisbin, classificando em categorias, conforme suas competências e características.

O quarto eixo prevê a ampliação do número de participantes do Sisbin. Hoje, o sistema é composto por 48 órgãos e entidades do Poder Executivo federal, mas com a publicação do Decreto 11.693, em setembro do ano passado, e a reorganização do sistema, a Abin passou a negociar a adesão dos 26 estados, mais o Distrito Federal. Também criou três câmaras temáticas para permitir que empresas públicas ou privadas estratégicas, instituições financeiras e todo o sistema de inteligência do Poder Judiciário possam participar regularmente do sistema – com o qual, até então, contribuíam por meio de acordos de cooperação.

“Nossos atos estão todos casados”, disse Corrêa a jornalistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), na quinta-feira (5). “Nada é isolado. Estamos colocando a Abin para atender as demandas da realidade da sociedade. Seja para proteger as instituições democráticas ou o meio ambiente, seja para antecipar o conhecimento necessário para orientar as decisões de nossas melhores políticas públicas”, acrescentou Corrêa. Ao assumir a direção da agência, ele definiu junto com o presidente Lula três temas prioritários: mudanças climáticas; segurança cibernética e combate ao extremismo e a consequente proteção à democracia.

Ditadura

No mesmo livro (Inteligência na Democracia) em que Corrêa defende uma Abin “apartidária, apolítica, com atuação nacional e representação no exterior”, as professoras Priscila Carlos Brandão e Samantha Viz Quadrat, das universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e Fluminense (UFF), respectivamente, examinam o processo de transição do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) para a Abin.

Referências no estudo das atividades de inteligência, as pesquisadoras discutem como as práticas evoluíram no Brasil e como a Abin, não de hoje, tenta distanciar sua imagem do passado autoritário do SNI – órgão criado para coordenar as atividades estatais de informação e contrainformação durante a ditadura militar (1964-1989) e que se dedicou a espionar e reprimir críticos e opositores do regime, censurar notícias e manipular informações. O que, conforme notícias da época, teria motivado o próprio general Golbery do Couto e Silva, seu principal idealizador e primeiro dirigente (1964-1967), a afirmar: “criei um monstro”.

As pesquisadoras lembram que, com a redemocratização, o sistema de inteligência começou a ser reorganizado. O que resultou na extinção do SNI – embora parte dos agentes do órgão tenha atuado primeiro para evitar que isso ocorresse; depois, para tentar reverter a medida. E embora não tenham tido sucesso, também não se ajustaram de imediato aos novos tempos.

“No começo dos anos 1990, continuava ocorrendo espionagem a antigos oponentes políticos, com a presença de agentes em eventos universitários, em sedes de partidos e movimentos sociais”, concluem as pesquisadoras a partir da análise de documentos hoje sob a guarda do Arquivo Nacional.

“O formato dos informes e os termos e expressões utilizados também não mudaram. Porque não houve, naquele momento histórico, nenhuma nova doutrina ou mudança profunda na formação de quadros. Gerações de agentes formados pela ditadura, ainda que em número reduzido se comparado ao que o SNI fora um dia, seguiram trabalhando em órgãos da área no governo federal e nos estados. A estrutura seguiu militarizada durante algum tempo, o que não era esperado ou desejado em tempos democráticos, mas que, com outras ações, deixou claro como a anistia aos servidores públicos civis e militares envolvidos com graves violações dos direitos humanos, como tais continuidades prejudicaram a transição à democracia no Brasil” acrescentam as pesquisadoras antes de citar episódios recentes, como o “uso abusivo de ferramentas de vigilância e de desvios de finalidade para atender interesses privados da família [do ex-presidente Jair] Bolsonaro”, e concluir que, “mesmo diante de significativos avanços institucionais, uma cultura permissiva para com o uso politicamente enviesado de recursos de poder pode ensejar comportamentos em desacordo com as finalidades estabelecidas legal e doutrinariamente”.

No mesmo livro, o oficial de inteligência Leonardo Singer Afonso e a professora-adjunta da Escola Superior de Defesa (ESD), Cintiene Sandes Monfredo Mendes, sustentam que, “em razão do processo de redemocratização e dos desafios que se impuseram” após o fim da ditadura, os sistemas de inteligência brasileiros sofreram “adaptações mais ou menos drásticas”. Neste novo contexto, foi criado o Sisbin, cujo arcabouço legal, ao longo do tempo, acabou também se provando insuficiente “para que uma democracia como o Brasil lide com um sistema que representa o nível máximo desse setor de tamanha sensibilidade”.

“Em 2023, a readequação do Sisbin passou a ser prioridade manifesta pelo próprio presidente da República [Lula] à Abin, que precisou se debruçar sobre os problemas e iniciar um processo de restabelecimento do sistema e da atividade de inteligência de Estado no Brasil”, reconhecem Leonardo e Cintiene, classificando o atual processo de reformulação do Sisbin como “um esforço inicial”.

“O Brasil, um país continental com desafios geopolíticos, econômicos e sociais expressivos, requer serviços de inteligência à altura das suas complexidades”, declarou o diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, durante uma cerimônia alusiva aos 25 anos da agência, realizada nesta quinta-feira (5), em Brasília.

“Sob influência das transições globais e da competição entre os Estados, as ameaças às instituições democráticas e ao desenvolvimento nacional assumiram natureza transnacional impondo mudanças na maneira tradicional de conduzir as atividades de contrainteligência. Diante desse desafio, o presidente [Lula] reconheceu a necessidade de uma reformulação abrangente da atuação da Abin e do Sisbin”, comentou Corrêa, garantindo que a estratégia de “reposicionamento” da Abin contempla mais transparência e abertura ao diálogo com a sociedade em geral, em particular com acadêmicos e especialistas.

Já o ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao qual a Abin está subordinada atualmente, declarou aos jornalistas da EBC que a “reconstrução” de instituições como a Abin serve para colocá-las a serviço do Estado, e não de governantes. “Vivenciamos um período [no qual] o nome da Abin esteve vinculado a ações que não condizem com o Estado Democrático de Direito. Portanto, este novo sistema de inteligência, este novo conselho [Consisbin] e esta nova Política Nacional de Inteligência [já aprovado pelo conselho] garantem segurança, capilaridade e reafirma o papel destas instituições enquanto defensoras da democracia e da lei em vigor”.

Brasília, 04/12/2024 – Ministro da Casa Civil, Rui Costa na reunião do Conselho Consultivo do Sistema Brasileiro de Inteligência – Wilson Dias/Agência Brasil

TV Brasil comemora 17 anos com novidades na programação

A TV Brasil, emissora pública da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) completa 17 anos no ar nesta segunda-feira (2). A cada minuto, mais de 183 mil pessoas estão sintonizadas no canal, com a possibilidade de acompanhar os produtos do telejornalismo, atrações infantis, séries, esportes, filmes, teledramaturgia, musicais e entretenimento. 

De acordo com dados da Kantar Ibope Media, atualmente, a TV pública ocupa o quinto lugar entre as emissoras abertas mais assistidas do país, em todos os estados, mais o Distrito Federal. Em 2017, a audiência da TV Brasil alcançava o 27º lugar, na concorrência pela audiência com as grandes redes comerciais de comunicação.

Em 2024, a parceria com as emissoras da Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP) possibilitou o acesso à programação da TV Brasil de mais de 128 milhões de cidadãos. Atualmente, a RNCP conta com a operação 126 afiliadas de televisão e 162 geradoras de rádio, em todo o território nacional.

Para o diretor-presidente da EBC, Jean Lima, a TV Brasil, como emissora pública, cumpre funções que as outras emissoras, por interesse comercial, por vezes, não cumprem. “A TV Brasil é um patrimônio do povo brasileiro, que tem a missão de informar e prestar um serviço público para mostrar nossa identidade, cultura e a nossa pluralidade. E tem também o papel de levar para o cidadão informação de qualidade e conteúdo cultural”.

“O papel da TV Brasil é informar, levar conteúdo de qualidade e, também, entretenimento e cultura e acesso à informação”, declarou o diretor-presidente da EBC, Jean Lima.

Desafios

Em entrevista à reportagem da TV Brasil, o diretor-presidente da EBC adiantou que a emissora terá mais investimentos nos conteúdos nacional e regional; no audiovisual brasileiro; no esporte, com destaque ao futebol feminino; no entretenimento e na produção cultural, e sobretudo, no fortalecimento do jornalismo, que detém a informação cotidiana necessária para ser levada à população brasileira e que tem papel relevante no combate às fakenews.

Jean Lima ressaltou que investimentos estão sendo feitos na produção de conteúdo audiovisual nacional do canal de comunicação. “A EBC lançou o edital histórico com mais de R$ 110 milhões de investimento no audiovisual em sete eixos de atuação, que envolvem a programação infanto-juvenil, infantil, as séries sobre natureza, sobre o meio ambiente, sobre culinária. A ideia também é produzir uma novela, que temos os direitos da escritora Janete Clair, do que era uma radionovela da Rádio Nacional”.

Projeções

Para 2025, o presidente da EBC projeta que a emissora pública será protagonista na cobertura de dois eventos internacionais, a exemplo do que ocorreu nas transmissões de imagens do G20, no Rio de Janeiro, em novembro. No próximo ano, o Brasil assumirá a presidência do Brics, bloco originariamente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e que foi ampliado pela participação de Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia. 

O Brasil sediará, também, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30, em Belém do Pará, em novembro, “Pretendemos ser a emissora sede nestes dois eventos para transmitir para todo mundo o que é de suma importância para o debate sobre o fortalecimento do multilateralismo e, também, para discutir um mundo mais justo e sustentável.”

Jornalismo

A diretora de Jornalismo da EBC, Cidinha Matos, destaca o fortalecimento do jornalismo da comunicação pública na TV Brasil e o crescimento da participação de emissoras da Rede Nacional de Comunicação Pública com conteúdos que valorizam a diversidade regional e cultural. 

“Nosso jornalismo tem conquistado relevância e credibilidade. Crescemos em audiência, em participação nos grandes debates, e estamos cada dia mais empenhados em levar informação de qualidade, com responsabilidade e prestação de serviço aos nossos telespectadores”.

 

Brasília (DF) 06-04-2023 – Por dentro da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

 

Destaques

A diretora de Conteúdo e Programação da EBC, Antonia Pellegrino, enfatizou o papel da TV Brasil de ser a mídia brasileira que oferece uma programação de qualidade e diversificada, que dialoga com a diversidade da população brasileira, e que tem foco na cultura, educação e informação. 

“É muito importante que a gente consiga acolher toda a diversidade da população brasileira, em uma grade que seja diversa e que traga também a regionalidade. É importante que essas pessoas se reconheçam na TV Brasil, na TV pública.”

 “É importante falar da cultura brasileira e que a TV Brasil seja um veículo do audiovisual brasileiro, da produção independente brasileira. Nós temos hoje uma ampla prateleira de conteúdos brasileiros [na programação da emissora], afirmou a diretora de Conteúdo e Programação da EBC, Antonia Pellegrino.

Pellegrino declarou que os destaques da emissora pública são a TV Brasil Animada, a única programação de uma TV aberta, em nível nacional voltada às crianças, além do jornalismo esportivo, das transmissões de partidas de futebol feminino, da telenovela e dos programas já consolidados na grade deste meio de comunicação, o Sem Censura, com a apresentadora Cissa Guimarães; Dando a Real com Demori, apresentado pelo jornalista Leandro Demori.

A diretora adiantou as novidades da programação da TV Brasil, a partir da próxima semana: a nova temporada do programa Samba na Gamboa, sob comando da cantora e compositora Teresa Cristina, e o programa de culinária Xodó de Cozinha, que será apresentado pela fundadora do projeto Favela Orgânica, Regina Tchelly.

Redes sociais

A TV Brasil também se destacou como a instituição federal com maior engajamento nas redes sociais. De acordo com levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que analisou 136 instituições federais, a emissora se consolidou como o principal meio de comunicação pública digital do país.

De acordo com a diretora Antonia Pellegrino, esse resultado foi alcançado a partir da criação de conteúdos exclusivos e escolhas acertadas do que vai ao ar, e da capacidade da TV pública de estabelecer um diálogo com seu público. 

“Precisamos pensar que a audiência não é medida apenas pelos números das pessoas que assistem pela televisão. Há pessoas que nos assistem por plataformas, pelas redes sociais. Existe uma múltipla variedade de meios para se acessar o conteúdo da TV Brasil”. 

Brasil comemora Dia Nacional do Samba

O Brasil celebra nesta segunda-feira (2) o Dia Nacional do Samba, com eventos programados em diferentes regiões e estados. No Rio de Janeiro, a festa começou antes, com desfiles das escolas de samba do Grupo Especial entre a sexta-feira (29) e o domingo (1º). Mais uma série de festejos está prevista para hoje para homenagear um dos mais populares gêneros musicais do país.

Na zona norte, o bairro de Oswaldo Cruz, onde estão localizadas as escolas de samba Portela e Império Serrano, recebe o Caminho do Samba. Conforme noticiado pela Agência Brasil, a rota turística a ser lançada nesta segunda-feira pela Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e pela prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro pretende promover o samba enquanto patrimônio cultural e atrair mais turistas estrangeiros.

O lançamento da rota conta com um intervalo com roda de samba e com a tradicional Feijoada da Tia Surica. Também está programada a inauguração do Negro Muro, um mural em homenagem ao sambista Paulo Benjamin de Oliveira, mais conhecido como Paulo da Portela, fundador da escola de samba azul e branca. Com 101 anos de história e 22 títulos, a Portela é considerada a mais antiga escola de samba em atividade.

Ainda na zona norte, a quadra do bloco carnavalesco Bohemios de Irajá, no bairro do Irajá, promove Um Ato ao Samba, iniciativa do Terreiro de Crioulo em celebração ao Dia Nacional do Samba. O Ato ao Samba começa às 16h, na Avenida Monsenhor Félix, 451. “Saúde a nós e viva o samba, Axé”, diz uma publicação sobre o evento.

No bairro de Andaraí, o Renascença Clube, muito ligado à introdução da black music no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, promove a roda de samba Moacyr Luz e Samba do Trabalhador. Em Vila Isabel, na Praça Barão de Drummond, haverá apresentações com as rodas de samba do Barão e Canta Canta, Minha Gente. Além de comemorar a data, o evento dará destaque ao aumento da violência no bairro. Em agosto deste ano, quatro pessoas morreram durante um ataque a tiros na praça que reúne público e sambistas.

“Nosso bairro, que é tão famoso por sua boemia e por suas calçadas musicais, mais uma vez terá o samba como um agente transformador social. O samba é o carro-chefe de Vila Isabel e, em um momento delicado como este, nada mais propício do que o samba pedir paz nessa praça tão famosa por sua alegria e convívio familiar. E, não por acaso, a partitura que se encontra na praça servirá de hino para este momento. Vamos renascer das cinzas, plantar de novo o arvoredo”, declarou o cantor e compositor Raoni Ventapane.

Outras rodas de samba serão realizadas na Pedra do Sal, na Saúde, e no Beco do Rato, na Lapa.

No país

As comemorações do Dia Nacional do Samba não se restringem ao Rio de Janeiro e, em diferentes estados, estão previstos eventos relacionados ao ritmo reconhecido como patrimônio imaterial da cultura brasileira pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 2007.

Em Vila Maria, na zona norte de São Paulo, uma das atrações é o Pagode do João, com o artista João Martins, no Galpão Zona Norte.

Em Brasília, o projeto Rodoviária do Samba, que está na 18ª edição, será na rodoviária do Plano Piloto e homenageará o sambista Marcelo Sena. O artista, conhecido por levar o samba e o pagode do Distrito Federal para os estados da Região Sudeste, como Rio de Janeiro e São Paulo, morreu no ano passado. 

Com a presença de Debinha Ramos e a roda de samba Segunda de Vagabundo, a prefeitura de Natal faz a 16ª comemoração do Dia do Samba na capital do Rio Grande do Norte. O evento será na Rotatória da Vila Rocas e promete “uma celebração vibrante da cultura brasileira”, segundo publicação da prefeitura. 

*Estagiária sob supervisão de Vinícius Lisboa

Planetário do Rio comemora 54º aniversário com diversa programação

O Planetário do Rio está completando 54 anos e, neste sábado (23), as comemorações pelo aniversário têm como destaque as contribuições dos povos indígenas e da África ao encantamento que o ser humano tem, desde a Antiguidade, pelos temas do universo e do desconhecido. A partir das 10h, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) haverá a estreia da exposição de ciências e artes Cosmologias e Cosmopolíticas Afropindorâmicas.

A exposição, idealizada e coordenada pelo professor Alan Alves Brito (UFRGS), apresenta distintas perspectivas sobre as relações céu-território de povos africanos, afro-brasileiros e indígenas. Na abertura da exposição, o curador Alan Brito participa de uma visita mediada para explicar ao público detalhes da exposição.

Em seguida, na cúpula Carl Sagan será apresentado um vídeo sobre o processo criativo da exposição. Para participar, é preciso se inscrever no site ou retirar o ingresso na bilheteria.

Na parte da tarde, a partir das 15h15, haverá nova roda de conversa sobre o processo criativo da exposição e nova visita mediada com o curador da mostra. Alan Brito fala sobre o sentido da exposição. “Apresentamos cosmopoéticas sobre as formas de olhar, pensar, sentir e se relacionar com os “pluri-versos”. Trata-se de uma exposição artístico-científica para recuperarmos o passado, nos sentindo responsáveis, no presente, pela construção de futuros outros”.

Povos indígenas

A professora Julia Otomorinhori’ô, da etnia Xavante, fará palestra sobre grafismos indígenas, suas superfícies e significados, a partir das 11h. Às 14h30, Ricardo Ybyrîara Ajuricaba Tupinambá falará sobre a cosmologia Tupinambá. Às 16h30, haverá roda de conversa com Isael Guarani, que abordará aspectos da cultura de sua etnia no auditório do Planetário.

“A presença indígena no Planetário reforça nosso compromisso em dar protagonismo a diferentes grupos sociais. A nossa nave da ciência se destaca por apresentar uma programação diversa e inclusiva, e não apenas em seu aniversário”, avaliou Everton Gomes, secretário municipal de Trabalho e Renda.

Na programação, haverá ainda oficina de educação ambiental e interação com animais comandadas pela EcoFuture, das 10h às 11h. À tarde, roda de música e atividades sensoriais com Panos pra Manga, das 15h às 16h. E exposição Olhe para o Céu, que apresenta fotografias de paisagens celestes. Na 7ª edição do Tack Festival, com atrações das 10h às 17h, haverá shows de dança, música, cinema a céu aberto e oficinas de arte, atrações circenses, pintura artística e shows de palhaços.

 

Delegação brasileira na COP29 comemora aprovação de mercado de carbono

A aprovação do projeto de lei que regula o mercado de carbono foi comemorada pela delegação brasileira que participa da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), em Baku, no Azerbaijão. O projeto, que ainda será submetido à Câmara dos Deputados, cria regras para as emissões de gases de efeito estufa no país.

Para o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, a aprovação da proposta é necessária, “Esse é o grande estímulo para o setor privado e para todos os países. Você estimular uma produção com menor pegada de carbono, com menor emissão, você vai, de um lado, premiar, dando um crédito de carbono que pode ser comercializado no mercado regulado, e você vai onerar aquele está poluindo mais”, afirmou.

A votação simbólica no Senado que aprovou a proposta ocorreu nessa quarta-feira (13), no mesmo dia em que o Brasil apresentou a nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC na sigla em inglês), com a meta de emissões de gases de efeito estufa, às Organizações das Nações Unidas. Alckmin destacou que o projeto é uma das prioridades do governo federal.

“Vem ao encontro do NDC, que nós apresentamos ontem. Um NDC ambicioso, ousado, uma redução de 67% de emissões em tonelada de carbono. Isso significa sairmos de praticamente 2 bilhões de toneladas de CO2 equivalente/ano, para 850 milhões, uma medida ambiciosa do Brasil. Vamos trabalhar para ela ser cumprida. Isso significa 67% a menos de CO2 e emissão comparado a 2005, em um país crescendo a mais de 3% ao ano”, destacou.

A proposta em tramitação no Congresso nacional regula a compra de créditos de preservação ambiental para compensar as emissões de gases poluentes, ou seja, medidas de conservação e recuperação de vegetação nativa geram créditos, enquanto que emissões gerarão débitos a serem compensados. “O contexto não poderia ser melhor. Nós sabemos que para o cumprimento da meta de redução de emissão que o Brasil apresentou, que é ambiciosa e comprometida com a missão 1.5, vamos precisar de diferentes instrumentos financeiros e de incentivo”, disse a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

A delegação brasileira, comandada pelo vice-presidente, participou nessa quarta-feira (14) de reunião com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o setor empresarial internacional para tratar de estratégias de redução das emissões globais. De acordo com a ministra, o Brasil tem apresentado nesta COP resultados contundentes, com a implementação de políticas públicas alinhadas à ambição climática e ao comprometimento com a vida das pessoas. “Nosso desafio de desmatamento zero está muito associado a esses mecanismos inovadores que possibilitam que a gente faça com que a proteção das florestas, a restauração florestal, seja algo que possibilitará sequestrar mais e mais emissões e, ao mesmo tempo, promover renda e condição de vida digna para aqueles que protegem florestas.”, diz.

*A repórter viajou a convite do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

SP: Zoológico comemora sucesso em reprodução de saguis-da-serra-escuro

Prestes a completar um mês de nascimento, dois filhotes de sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita) são motivo de comemoração no Zoológico de São Paulo, já que a espécie está ameaçada de extinção. Filhos do casal Rolo e Scarlet, que chegaram à instituição no ano passado, os filhotes são os primeiros a nascer no local e representam avanço significativo na conservação da fauna brasileira.

O casal passou a integrar a área de visitação do Zoo neste ano e a rotina da família é acompanhada de perto pela equipe técnica. Os cuidados seguem as recomendações do programa de conservação, vinculado ao Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Primatas da Mata Atlântica e da preguiça-de-coleira, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

“Não interferimos nos cuidados, a menos que seja necessário, e a Scarlet está se saindo uma ótima mãe. É o pai quem carrega os filhotes, enquanto a mãe cuida dos bebês no momento da amamentação. Estamos muito felizes com o crescimento da família. É a primeira vez que mantemos essa espécie, e o nascimento desses filhotes representa a consolidação do nosso trabalho pela conservação. É importante manter uma população de segurança que, no futuro, poderá contribuir com ações na natureza, se necessário”, afirmou o biólogo chefe do setor de mamíferos, Luan Moraes.

Moraes explicou que esses primatas, popularmente conhecidos como sagui-caveirinha, são nativos de pequenas áreas da Mata Atlântica nos estados de São Paulo, Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Eles desempenham papéis ecológicos cruciais, como a dispersão de sementes e o controle de insetos, sendo fundamentais para o equilíbrio do ecossistema e a manutenção da biodiversidade. No entanto, sua sobrevivência está ameaçada por diversos fatores, como expansão urbana, incêndios florestais, desmatamento e competição com espécies invasoras. Atualmente, a espécie é classificada como “Em Perigo” na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Os saguis-da-serra-escuro Rolo e Scarlet não foram os primeiros primatas a se reproduzirem no Zoo de São Paulo. Antes deles, a área de Moraes já teve sucesso na reprodução de micos-leões, o que concretiza o sucesso do manejo dos técnicos e o sinal de que eles estão no caminho certo. Segundo ele, o cuidado correto com as espécies em extinção é extremamente importante porque permite que se crie uma população de backup, que é nada mais nada menos do que uma reserva de indivíduos que podem ser soltos na natureza, caso haja necessidade.

“Não só com os saguis, mas em toda espécie ameaçada é importante cuidar do que a gente chama ex-situ, que significa, conservação fora do lugar de origem, do ambiente natural, seja ele em zoológico ou por criadores, porque podemos promover uma população que chamamos de backup. Caso ocorra alguma extinção na natureza, temos esses indivíduos que podemos reintroduzir. Aqui no zoológico temos essas populações e já houve solturas”, ressaltou.

O biólogo se refere à Arara-azul-de-lear, que já esteve em alto grau de ameaça de extinção e foi recuperada. Com essa espécie, o Zoo já trabalha há muitos anos fazendo manejo de conservação integrada com o Grupo de Pesquisa e Conservação da Arara-de-lear, que trabalha em campo, unindo as ações ex-situ e as ações in-situ. No Zoo é feito todo o processo de incubação de ovos, maximizando o número de filhotes das espécies ameaçadas.

“Nossa função aqui com essas espécies ameaçadas é ter uma população de segurança. Nós nunca sabemos como e quando uma espécie estará no seu grau de ameaça. Hoje, posso ter uma espécie que não está ameaçada mas por conta de um desastre natural ou problemas como, por exemplo, a queimada do Pantanal, não sabemos se isso pode acarretar ameaça de algumas espécies que lá habitam. Caso a área precise de revigoramento, conseguimos fornecer esses animais para soltura”, explicou a bióloga chefe do setor de aves, Fernanda Vaz Guida.

Apesar de as espécies ameaçadas serem o foco desse trabalho, também há no Zoológico populações de segurança de espécies domésticas, como o Cisne Negro e espécies nativas brasileiras. Já há sucesso na reprodução da Jacutinga, uma espécie ameaçada de Mata Atlântica, com duas aves destinadas a um programa de soltura.

Esse manejo é feito também com os anfíbios, explica a bióloga chefe do setor de herpetofauna, Cybele Sabino Lisboa. Ela cita o exemplo dos anfíbios, que são os animais vertebrados mais ameaçados do mundo, com 40% de todo o grupo classificada nesse ponto. Por isso, uma das recomendações é justamente aumentar a população de segurança. No Zoológico é feito o manejo das pererecas de Alcatraz, endêmica da ilha de mesmo nome e ameaçada no período em que foi iniciado o manejo. Apesar de recente, com os primeiros animais chegando à instituição em 2011, já há uma população de 100 indivíduos.

“Essa espécie foi o início dessa estratégia no Brasil. Na época em que começamos, a perereca de Alcatraz era criticamente ameaçada e, por causa de todos os esforços conjuntos, hoje em dia ela melhorou a categoria de ameaça, passando a ser considerada vulnerável, e isso foi um grande ganho de um trabalho em conjunto e esforços principalmente para proteger a área que ela ocorre. E sabendo que existe uma população de segurança, isso também dá força para que a espécie melhores o status de ameaça”, destacou Cybele.

O Zoológico de São Paulo está localizado em área de mais de 450 mil metros quadrados de Mata Atlântica, abriga mais de 2.200 animais de 300 espécies, incluindo diversas nativas da região. A visitação está aberta das 9h às 17h e a bilheteria até as 16h. O zoo fica na Avenida Miguel Estefno, 4.241, Água Funda. É possível comprar os ingressos no site da instituição.

São Paulo comemora Dia da Consciência Negra com atividades culturais

Uma série de eventos entre exposições, seminários e espetáculos, celebrará novembro como o mês da Consciência Negra em diversos municípios paulistas. O dia 20 deste mês, data a que se atribui a morte de Zumbi, foi reconhecido como feriado nacional desde o ano passado. A data já era dedicada em homenagem à figura histórica e como referência para a reflexão sobre a importância dos povos negros na formação do país e o peso que a escravidão impôs a grandes parcelas de nossa população. Até então Mato Grosso, Rio de Janeiro, Alagoas, Amazonas, Amapá e São Paulo, além de mais de 1,2 mil cidades por meio de leis municipais e estaduais.

Na capital paulista, que tem o dia 20 de novembro como feriado desde 2004, a prefeitura promove mais de  60 eventos de teatro, dança, circo, contação de histórias, sarau, música e exposições de arte em equipamentos da secretaria municipal de cultura. A programação pode ser consultada no link. Entre as comemorações também ocorre a IV edição da Expo Internacional Dia da Consciência Negra no Pavilhão 3 do Anhembi, entre os dias 22 e 24 de novembro, das 10h às 22h. Os eventos serão gratuitos, sendo necessário se inscrever na exposição.

A Secretaria Executiva de Promoção da Igualdade Racial, vinculada à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), também promove eventos em equipamentos nos bairros, a partir dos Centros de Referência e Promoção da Igualdade Racial (CRPIRs). Informações sobre as unidades estão disponíveis no site.

Entre os museus da capital o Museu Afro Brasil Emanoel Araújo, que comemora seus 20 anos em 2024 e tem seu acervo dedicado ao tema está com três exposições em cartaz: Uma História do Poder na África, Popular, Populares e Pensar e Repensar, Fazer e Refazer. Podem ser visitadas de terça a domingo, das 10h às 17h. Segundo a instituição, estas exposições “reproduzem os desafios que o povo negro enfrenta e reimaginam a trajetória de luta da população preta no Brasil, reconhecendo a pavimentação desse caminho ao longo dos séculos e seu impacto na sociedade brasileira.”

A centenária Pinacoteca estadual terá visitação especial à exposição Entre a cabeça e a terra: arte têxtil tradicional africana, que foi inaugurada em agosto estará montada até o dia 2 de fevereiro de 2025. A atividade especial, no dia 23 de novembro, ocorre no espaço Pina Luz, na Praça da Luz, número 2, entre 14h e 16h, com ingressos limitados.

Também na região central, junto à Praça da Sé, o Centro Cultural Banco do Brasil tem uma série de atividades em torno da sua Ocupação Preta: honrando o passado e fazendo o futuro, com programação detalhada na página bb.com.br/cultura . As atividades começaram no dia 1º e irão até 25 deste mês, exceto terças-feiras. A programação será nas segundas, quartas e quintas-feiras às 12h e 17h, nas sextas às 12h, e aos sábados e domingos às 17h. As atividades ocorrem mediante retirada de ingressos e estão sujeitas a lotação.

A cidade também sedia a 1ª Bienal do Samba SP, iniciada em 2 de novembro e que se estenderá até 1º de dezembro, com atividades gratuitas. As atrações da 1ª Bienal do Samba vão acontecer em três espaços da capital: o Centro Cultural São Paulo, o Teatro Sérgio Cardoso e a Universidade Zumbi dos Palmares, com exposição, intervenções  artísticas, shows com sambistas, palestras, rodas de conversa e atividades educativas. Os detalhes estão nas redes sociais: Instagram e 1ª.Bienal do Samba SP (Facebook).

A Universidade Zumbi dos Palmares, que chega há duas décadas de atuação, terá programação extensa sobre o tema, durante todo o mês, culminando na Virada da Consciência, quando promoverá o Troféu Raça Negra, a feira FlinkSampa, o Congresso de Educação Antirracista, a Corrida e Caminhada da Consciência, o Congresso do Samba e outros eventos. “Neste dia 20 de novembro, será um momento histórico. Acho que vai existir um Brasil antes e outro depois, na medida em que as pessoas puderem conhecer quem é Zumbi dos Palmares e a nossa universidade que leva seu nome. Qual simbologia de Zumbi dos Palmares entrega para todos nós como uma ferramenta adicional de luta? Que a gente faça o encontro das águas e definitivamente sejamos uma só nação. E que tudo isso aconteça do ponto de vista material e simbólico agora em 20 de novembro, quando a gente vai ter o primeiro feriado nacional do Dia da Consciência Negra”, afirmou em nota José Vicente, reitor da instituição. A programação detalhada pode ser acessada no link.

Em um dos berços do samba paulista, na zona norte da cidade, o Sesc Casa Verde recebe interessados em se aprofundar em elementos das mitologias e culturas africana e indígena ao visitar a exposição Terra de Gigantes, aberta em setembro. A montagem pode ser apreciada às terças a sextas-feiras, das 10h30 às 18h30 e aos sábados, domingos e feriados, das 10h30 às 17h30, até  22 de dezembro de 2024.

A zona leste recebe desde a noite de hoje (5) e até o dia 9 a Festa Literária da Penha (FLIPENHA), evento que homenageia nessa edição, o escritor negro Lima Barreto, figura histórica que passou por um processo de embranquecimento durante décadas. Em sua sétima edição agrega público e parceiros vários, desde escolas a centros culturais do bairro. “Isso faz com que a gente consiga trazer uma programação que contempla todos esses públicos, tanto no sentido de fornecer conhecimento, de mostrar à população, a essa comunidade, quem foi esse autor, o que ele fez e qual a relevância de homenageá-lo e de discuti-lo hoje, mas também de poder aprofundar algumas características, algumas questões e debater essas questões, quando a gente traz também intelectuais, pessoas que estudaram profundamente a obra”, nos conta a organizadora Vanessa Neri, mestre em Letras. A programação completa você confere em no site.

Região Metropolitana

Entre as cidades que irão celebrar a data, Osasco, na parte oeste da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) celebra seu 20º Novembro Negro, com a temática Reconhecer-se: da identidade à consciência negra. As atividades irão de 7 a 29deste mês e serão promovidas pelas secretarias municipais.

Guarulhos, ao norte da capital, também terá programação, que começou na segunda-feira, 4  e irá até o dia 23 de novembro. Até o dia 18 é possível conferir a exposição Mulheres e Homens que Fizeram História, no CIC Pimentas. A entrega do prêmio Abdias do Nascimento, às personalidades negras que se destacaram no município está prevista para sábado 9, às 18h, no Teatro Adamastor. A cidade também sediará sua versão da Marcha da Consciência Negra, prevista para o dia 20, com concentração a partir das 9h no Marco da Consciência Negra, localizado na confluência das ruas Lucila, Anita Guastini Eiras e Arminda de Lima. A programação detalhada está no link.

Mostra de Cinema Negro Zózimo Bulbul comemora 17 anos

O Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul está completando 17 anos de fundação, com programação variada em três espaços culturais ao mesmo tempo, a partir desta sexta-feira (18). A mostra será realizada no Cine Odeon, no Museu do Amanhã e Museu de Arte do Rio (MAR), três pontos da região central da cidade, até o dia 25 deste mês.

O tema deste ano é “Fortalecendo pontes” e tem a finalidade de unir cineastas, pensadores e público de diferentes partes do mundo, numa reunião para compartilhar, questionar e reinventar histórias. O ator baiano Antônio Pitanga, um dos grandes nomes do Cinema Novo, será o homenageado desta edição, com a exibição do filme  Malês.

Uma das grandes novidades da programação é a apresentação de filmes sobre povos indígenas, com destaque para o filósofo indígena, Ailton Krenak, compartilhando as perspectivas sobre a ancestralidade e as lutas em comum.

Além disso, o cineasta Joel Zito Araújo lançará a série Cadernos Negros com o minicurso Cinema Africano Contemporâneo. O objetivo da formação é auxiliar a criar bases artísticas, estéticas e narrativas para futuros projetos de cinema. Ele sintetiza duas décadas de pesquisas, viagens, encontros, afetos e memórias do cineasta Joel Zito Araújo sobre o cinema africano.

O processo de trabalho será baseado na exibição de cenas de filmes e entrevistas com grandes realizadores africanos da contemporaneidade. O projeto conta com o apoio da Fundação Ford e do Centro Afrocarioca de Cinema. Toda a programação é gratuita.

O Encontro de Cinema Negro Zozimo Bulbul, recebe, nesta edição, mais de 400 filmes inscritos e 128 obras de cineastas brasileiros, africanos, caribenhos e de outras diásporas selecionadas para exibição. Durante o encontro também serão oferecidas 15 atividades de formação. 

“Nossa curadoria coletiva reuniu profissionais de diversas áreas da cultura e foi movida por temas como memória, ancestralidade, família, amores diversos e questões LGBTQIAPN+, buscando expandir horizontes e aprofundar as narrativas que entrelaçam o passado, o presente e o futuro”, explica Biza Vianna, diretora-presidente do Centro AfroCarioca de Cinema.

O Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul é realizado pelo Centro AfroCarioca de Cinema e este ano reforça  parcerias importantes com o continente africano, como a Federação Pan-Africana de Cineastas (FEPACI) e a Aliança Pan-Africana de Roteiristas e Diretores (APASER). Biza reforça o compromisso com a história e o trabalho de Zózimo em prol do cinema negro.

“Nosso compromisso com o legado de Zózimo Bulbul permanece firme em cada detalhe deste encontro. Suas contribuições para a valorização das produções negras e sua visão de aproximação com a África continuam a iluminar nossos caminhos. Com isso, fortalecemos parcerias fundamentais”, afirmou.

A 17ª edição do Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul também reservou um espaço para receber convidados de honra, como Cheick Oumar Sissoko, uma das figuras mais icônicas e respeitadas do cinema africano contemporâneo. Cineasta maliano, Sissoko é internacionalmente reconhecido por sua habilidade única de mesclar a narrativa visual com as questões políticas, sociais e culturais que marcam profundamente o continente africano.

A curadoria tem a direção de Laza e contará também com nomes expressivos do cinema negro, como Macario, responsável pela coordenação de curadoria. Além dele, Vania Lima fará a curadoria internacional e Dani Ornellas, Antonio Molina, Leila Xavier e Glenda Nicácio são os responsáveis pela curadoria nacional.

O diretor de comunicação, Vitor José, sobrinho de Zózimo Bulbul e um dos gestores dos projetos do Centro AfroCarioca de Cinema, celebra também a expressiva marca de mais de mil filmes exibidos nas 16 edições do encontro e lembra que Zózimo foi um visionário ao dar corpo para o evento, trazendo para o centro das discussões questões cruciais como o racismo e a importância das contribuições históricas da comunidade negra na construção do Brasil.

“Hoje, a sua memória e o seu legado continuam guiando os nossos passos, inspirando as gerações futuras a continuarem na luta pela justiça e pelo reconhecimento. Ao longo de 16 anos de sucesso, o Encontro de Cinema Negro iluminou nossas telas com mais de mil filmes do Brasil, da África, do Caribe e de outros cantos da Diáspora. Nada menos do que 700 sessões permitiram que mais de 200 diretores africanos, 40 dos Caribes, 50 de outras diásporas e 500 diretores brasileiros compartilhassem sua visão do mundo”, disse Vitor.

Lugar de resistência da cultura afro-brasileira, fundado em 2007 por Zózimo Bulbul, o Centro AfroCarioca de Cinema é pioneiro como espaço de pensamento e construção dos novos rumos do cinema e, mais especificamente, do cinema negro no país. Uma de suas grandes realizações é o Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul: Brasil, África, Caribe e outras diásporas que, nas suas 17 edições, já apresentou mais de 1.500 obras de cineastas brasileiros, africanos e caribenhos.

Haddad comemora reoneração da folha de pagamento de empresas

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou nesta quinta-feira (12) a aprovação nesta quarta-feira (11), na Câmara dos Deputados, da proposta de reoneração gradual da folha de pagamento de 17 setores da economia e das despesas previdenciárias de municípios com até 156 mil habitantes. Esses setores e municípios são beneficiados por redução de impostos que, na visão do governo, têm desequilibrado as contas públicas.

“O consenso ontem [quarta-feira] foi muito difícil. Mais de 10 anos tentando rever isso e ninguém conseguia. Agora chegou o momento envolvendo o Supremo, o Senado e a Câmara. Chegou o momento de pôr ordem nesse programa, que custou mais de R$ 200 bilhões”, disse Haddad no programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

O ministro Haddad defendeu a necessidade de equilibrar as contas públicas que, desde 2015, registra saldos negativos. Segundo ele, não é possível seguir beneficiando empresas com o poder de lobby no Congresso Nacional, enquanto se cobram cortes de gastos sobre a população mais pobre.

“Você deixa uma grande empresa 10 anos sem pagar imposto E aí, quer fazer o ajuste fiscal em cima do salário mínimo, do Bolsa Família? Alguém tem que pagar a conta, né? Eu sei que tem muito lobby por aí. Não tem lobby de pobre em Brasília. Você não vê manifestação de gente pobre pedindo benefícios. O que você tem é lobby de empresa, né?”, acrescentou.

Grupos empresariais vinham fazendo pressão sobre o Congresso Nacional para manter a desoneração dos 17 setores da economia com o argumento de que a medida mantinha os empregos nessas atividades. Porém, o governo alega que a desoneração não teve efeito para a manutenção do emprego, e que estava colocando em risco o equilíbrio da Previdência Social.  

“Nós estamos tendo a energia necessária e a compreensão do Congresso de que essa fase terminou, essa fase de ‘pauta bomba’ tem que terminar em busca de mais transparência, de oferecer apoio para quem precisa. E há empresas que precisam de apoio. Indústrias nascentes, áreas estratégicas, áreas que são sensíveis”, explicou Fernando Haddad.

Entenda

Em 2023, o Legislativo prorrogou a desoneração até 2027. O governo vetou a proposta, mas o Congresso Nacional derrubou o veto. Em seguida, o governo acionou o Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu que faltou indicar, no projeto aprovado, de onde sairia o dinheiro para repor as perdas aos cofres públicos e, com isso, deu um prazo até esta quarta-feira, para que fossem indicadas as fontes para bancar essa desoneração. 

Em resposta, o Congresso aprovou uma reoneração gradual até 2027, aumentando as alíquotas em 5% ao ano e indicando formas de compensação para que o benefício não afete as contas públicas. 

Canal Gov comemora um ano de criação e apresenta nova marca Rádio Gov

Neste 25 de julho, o Canal Gov comemora um ano no ar, atuando na transmissão do dia a dia das ações do Poder Executivo e levando à população uma fonte segura e transparente de informação. Outros veículos ainda compõem a chamada Rede Gov, reformulada em julho do ano passado, entre eles a Agência Gov e a nova Rádio Gov.

“Em 2023 demos um passo fundamental para a EBC com a separação dos canais públicos e estatais, por meio da criação do Canal Gov. Isso reforça nosso caráter público, ao mesmo tempo em que torna a comunicação governamental mais transparente e estratégica”, afirma o diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Jean Lima.

Além das transmissões ao vivo dos atos do Presidente da República, os principais programas da grade da emissora são o telejornal Brasil em Dia, o programa Bom dia Ministro(a), junto com uma rede de rádios de todas as regiões do Brasil, e a versão em vídeo de A Voz do Brasil, o mais antigo programa do rádio brasileiro, com uma das maiores audiências, estimada em 70 milhões de ouvintes.

Para o ministro interino da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Laércio Portela, o Canal GOV firmou-se como uma ferramenta indispensável para a construção de uma relação direta, transparente e objetiva entre governo e cidadão. “O Canal GOV permite aos cidadãos saberem do andamento em tempo real das políticas públicas, as ações que mexem com a vida da gente. Nesta jornada de um ano, o Canal GOV se estabeleceu como ferramenta vital, oferecendo acesso a uma pluralidade de conteúdos com as mais diversas vozes. Sua presença online tem sido essencial para informar e conectar a população, semear o diálogo crítico e a participação”, afirmou.

Rádio Gov

A novidade é que a Rede Nacional de Rádio (RNR), responsável por distribuir conteúdos gratuitos para emissoras de todo o país, passa agora a se chamar Rádio Gov. A mudança é uma ação importante para a consolidação da Rede Gov, que inclui televisão, agência de notícias, redes sociais e produtos radiofônicos. O superintendente de Serviços de Comunicação da EBC, Juan Pessoa, destaca os próximos passos.

“Nossa meta para o próximo período é a consolidação de uma política de municipalização da Rede Gov por meio da plataforma ComunicaBR e da SECOM/PR para mostrar todas as realizações e serviços do governo federal nos estados e municípios, mobilizando a sociedade com informações verdadeiras e de qualidade, dando transparência às ações e no combate às fake news”, disse.

Pessoa também destacou o trabalho dos empregados da EBC. “Quero agradecer às trabalhadoras e os trabalhadores da EBC que fazem com que o nosso conteúdo seja produzido e distribuído para todo o Brasil, consolidando a Rede Gov como fonte oficial dos serviços, das políticas públicas e dos atos do presidente Lula.

Como acessar a Rede Gov

Canalgov.ebc.com.br

agenciagov.ebc.com.br

radiogov.ebc.com.br

Redes Sociais: @canalgov

Sobre a Rádio Gov

A Rede Nacional de Rádio, agora Rádio Gov, é transmitida via satélite, pelo mesmo sinal de A Voz do Brasil, e pela internet. É uma plataforma de fácil navegação em que qualquer emissora parceira de rádio pode baixar quantos produtos quiser, levando informações importantes às populações dos grandes centros urbanos e mais longínquas e isoladas do país.