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SP: mostra de cinema Léa Garcia – 90 Anos celebra obra da artista

A mostra inédita Léa Garcia – 90 anos, que começa neste sábado (25), celebra a obra da renomada artista do cinema nacional, que morreu em 2023 aos 90 anos. Com entrada gratuita, as sessões ocorrem no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo até 23 de junho. Com a curadoria de Leonardo Amaral e Ewerton Belico, a retrospectiva terá 15 longas-metragens protagonizados pela atriz.

Na abertura da mostra, será apresentado Orfeu Negro, de Marcel Camus, pelo qual Léa Garcia foi indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes. Baseado na peça de Vinícius de Moraes, vencedor da Palma de Ouro em Cannes e ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro pela França, o filme conta a trágica história romântica entre a jovem Eurídice e o motorista e músico Orfeu.

Mostra de cinema Léa Garcia – 90 Anos celebra obra da artista, no CCBB-SP. – ORFEU NEGRO – Divulgação/CCBB-SP

As projeções incluem os longas Ganga Zumba, de Cacá Diegues; Compasso de Espera, de Antunes Filho; O Forte, de Olney São Paulo; Feminino Plural, de Vera de Figueiredo; M8 – Quando a morte socorre a vida, de Jeferson De; Ladrões de Cinema, de Fernando Coni Campos; e A Deusa Negra, de Ola Balogun.

Serão exibidos ainda A noiva da cidade, de Alex Viany; Cruz e Souza – poeta do desterro, de Sylvio Back;  Mulheres do Brasil, de Malu di Martino; Um dia com Jerusa, de Viviane Ferreira; e O Pai da Rita, A Negação do Brasil e As Filhas do Vento, de Joel Zito Araújo.

Na programação, o público poderá acompanhar três sessões comentadas por pesquisadores e realizadores que trabalharam com a atriz, e que pretendem explorar a importância de sua trajetória e seu pioneirismo como protagonista negra no cinema brasileiro.

No dia 1º de junho, a sessão comentada será com Joel Zito Araújo, com bate-papo logo após a exibição do filme As Filhas do Vento. No dia 8, a atividade será com a pesquisadora Mariana Queen Nwabasili depois da exibição de Compasso de Espera. Já no dia 21, o bate-papo com o professor e cineasta Juliano Gomes ocorrerá após Ladrões de Cinema.

A programação completa está disponível no site do CCBB

CCBB Rio terá 1ª Mostra de Cinema Haitiano no Brasil

O Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB RJ) e o Centro de Arte e Pesquisa People’s Palace Projects (PPP), sediado em Londres, realizam a partir do próximo dia 18 a 1ª Mostra de Cinema Haitiano no Brasil. O evento é gratuito e se estenderá até o dia 26 deste mês.

O People’s Palace Projects (PPP) é um centro de arte e pesquisa que atua no Brasil com projetos sociais e culturais desde o início dos anos de 1990. Nos últimos 25 anos, a PPP tem usado arte e criatividade como ferramentas de resposta às questões de justiça social e climática, saúde mental e direitos humanos não só no Reino Unido, mas também em favelas, periferias e territórios indígenas do Brasil e pelo mundo.

O gerente de Projeto da PPP no Brasil, Jan Onoszko, informou que serão apresentadas ao público seis obras cinematográficas, sendo três longas-metragens dos diretores haitianos Géssica Généus e Richard Sénécal, dois documentários dos diretores brasileiros Gabriel Martins e Clementino Junior e um filme de animação da produtora PositivesNegatives. A data de abertura foi escolhida porque o dia 18 de maio é o Dia da Bandeira, importante para o Haiti, porque foi construída pelo povo, depois da decisão de sua independência da França, em 1803. A programação pode ser acessada no site da mostra.

Aproximação

Na avaliação de Jan Onoszko, é importante aproximar os povos brasileiro e haitiano, que têm tantas histórias e origens comuns. “Nós sabemos pela nossa pesquisa, feita ao longo de quatro anos em seis corredores de migração no mundo inteiro, que essas comunidades não se misturam no Brasil. Os haitianos ficam bastante separados do resto da população brasileira. Portanto, é importante mostrar quanto os haitianos sofrem, de certa forma, os mesmos problemas que os afrodescendentes brasileiros enfrentam em termos de racismo, de barreiras invisíveis, de acesso a emprego, saúde e educação e, ao mesmo tempo, têm uma cultura compartilhada muito rica”.

Pensando nas crenças de matriz africana aqui no Brasil, por exemplo, Onoszko afirmou que são muito parecidas com o Vodu, crença bastante comum na África Ocidental e no Haiti e que foi trazida para o Brasil pelos escravos. “Embora não seja considerada uma religião para os haitianos, é mais uma tradição, uma prática e tem entidades em comum com o Brasil, como Ogum das crenças afrobrasileiras”, destacou.

Riqueza de cinema

O gerente de Projeto da PPP disse ainda que o importante da mostra é que ela demonstra para os brasileiros que o Haiti é muito mais do que um país em crise política, mas que produziu uma riqueza de cinema para um país pequeno do Caribe, que apresenta muitas questões semelhantes às existentes no Brasil. “Para os haitianos, também é importante mostrar que eles são muito mais do que pessoas fugindo de uma nação onde a crise político-econômica e a corrupção debilitaram ou dificultaram o futuro para quem mora lá e que aparece muito nos filmes”..

Embora a migração não seja o tema principal em todos os filmes da mostra, há personagens que tem familiares ou amigos que moram fora, personagens que querem sair ou não do país e a questão sobre o futuro do Haiti é muito importante nos seis filmes.

Além da exibição dos filmes e bate-papos, o evento terá performances do Grupo Clamor! com A Batida pelos Direitos Humanos, que mistura dança, canto, percussão e artes circenses, com cerca de 20 migrantes do Haiti, países africanos e artistas afrodescendentes brasileiros. O repertório conta com canções das culturas tradicionais haitianas e africanas. As apresentações gratuitas do Grupo Clamor! serão realizadas no térreo do CCBB RJ, nos dias 18, 19 e 26 de maio, encerrando o evento. A classificação é livre.

Morre ator Paulo César Pereio, ícone do cinema e teatro

O ator Paulo César Pereio morreu aos 83 anos na tarde deste domingo (12) no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo Hospital Casa São Bernardo, onde ele estava internado. Pereio teve trabalhos marcantes na TV, teatro e no cinema, com mais de 60 filmes, alguns de grandes cineastas brasileiros como Glauber Rocha e Hector Babenco.

Ex-mulher do ator, a apresentadora da TV Brasil e atriz Cissa Guimarães prestou homenagem a Pereio em suas redes sociais. “Te amo e te reverencio imenso! Obrigada pelos nossos sagrados filhos, obrigada, obrigada, obrigada! Vai na luz meu companheiro, com todo meu amor! Salve Paulo César Peréio!!!!!”, escreveu Cissa.

Diretor do documentário “Peréio, Eu Te Odeio”, Allan Sieber celebrou a trajetória do ator e se solidarizou com a família: “Peréio odiaria odes sentimentaloides nessa hora. Tava ruim pra ele e ele saiu de cena. Timing perfeito. Coisa de grande ator. Triste aqui, e ao mesmo tempo feliz por ter tido a oportunidade de conviver e aprender com ele. O último de uma espécie. Meu abraço na família linda”. 

Luciana Zogaib, da Rádio Nacional, ganha prêmio em festival de cinema

O primeiro gol narrado por uma mulher em uma transmissão esportiva da Rádio Nacional foi o vencedor do quadro Redação AM, do Cinefoot (festival de cinema de futebol do Brasil) realizado na noite do último domingo (28) na Estação Net Rio, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro. A narração de Luciana Zogaib, integrante da equipe de Esportes da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), para o gol do meia uruguaio Nicolás de la Cruz, que abriu o placar da vitória do Flamengo sobre o Atlético-GO, por 2 a 1, no último dia 14 de abril, foi escolhida em meio a seis concorrentes, por meio de votação ao vivo envolvendo o público do evento.

A partida realizada no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, pela rodada inaugural do Campeonato Brasileiro, marcou também a estreia de Luciana na Rádio Nacional. Ela se tornou a primeira mulher a narrar um jogo de futebol pela emissora. Acostumada a pioneirismos, a locutora já havia sido a primeira narradora a transmitir uma final de Libertadores por uma rádio FM (Rádio Roquette-Pinto, do Rio de Janeiro).

“Só de estar ali entre os selecionados já estava bem legal, mas ser a primeira mulher a ganhar esse prêmio e ver a narração na tela do cinema foi muito bacana também. Isso abre caminho para outras mulheres. Esse gol tomar a repercussão que teve me dá certeza de que fiz a escolha certa para minha vida, mudando completamente de uma coisa que fiz por 24 anos e investindo tudo nisso [narração], para mim, é meio que uma resposta divina para seguir, ficar tranquila, pois vem muita coisa boa pela frente. É legal também porque a Rádio Nacional tem todo esse peso no futebol do Brasil, então botar a Rádio Nacional nesse cenário, ser responsável um pouco por isso, me dá satisfação e orgulho”, comemorou Luciana.

“É importante que a Rádio Nacional, que sempre foi exemplo e modelo, subiu esse degrau importante, com mulheres na narração depois de 90 anos de existência. Esse prêmio veio pela votação dos ouvintes, das pessoas que estavam no Cinefoot e que assistiram ao filme montado com os seis finalistas. Cinco eram homens. Só a Luciana era mulher. Estamos mostrando que o mercado precisa se abrir e que as mulheres têm espaço em qualquer área de atuação profissional. E com aprovação do ouvinte. Nosso trabalho está sendo reconhecido e aprovado”, declarou o gerente de Esportes da EBC, Paulo Garritano.

O jogo da estreia de Luciana e o gol premiado no Cinefoot também foi histórico por ser o primeiro da Rádio Nacional com uma equipe 100% feminina. Além da narradora, também participaram as comentaristas convidadas Rachel Motta e Brenda Balbi, com Verônica Dalcanal no plantão esportivo.

𝐀 𝐌𝐄𝐋𝐇𝐎𝐑 𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀ÇÃ𝐎! 🎙️⚽️

Um dos prêmios mais tradicionais do Cinefoot agora é de uma mulher, pela primeira vez!

Em uma das maiores disputas de gogó da história do festival, @luzogaib venceu!

𝐏𝐀𝐑𝐀𝐁É𝐍𝐒, 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐀𝐍𝐀! 🧡🙋🏻‍♀️ pic.twitter.com/Q2RNWmuTUs

— CINEfoot (@CINEfoot) April 29, 2024

“Ter uma equipe só de mulheres no ar numa transmissão na Rádio Nacional foi um momento marcante não só para a emissora, mas para as trajetórias pessoais de todas nós. O prêmio do Cinefoot vem coroar, em primeiro lugar, o talento e o trabalho da narradora Luciana Zogaib, além de premiar essa iniciativa importantíssima da EBC de ampliar a participação feminina nas transmissões. Há anos a equipe de esporte busca essa maior presença de mulheres na equipe, o que finalmente se tornou possível”, disse Verônica.

“Para a Rádio Nacional, é muito importante esse reconhecimento, porque tínhamos esse compromisso de ter a locução feminina na jornada esportiva, algo que a Nacional poderia ter feito há mais tempo, mas acho que, para a grande estreia, era preciso chegar com o time todo [feminino] e mostrar que futebol é lugar de mulher sim, e que elas podem estar em qualquer posto do rádio que quiserem. A Rádio Nacional fez esse trabalho de transformar o futebol em paixão nacional ao longo de décadas e pode, agora, colaborar para que outras rádios tenham como referência o fato de a locução feminina fazer parte das transmissões esportivas brasileiras”, concluiu Thiago Regotto, gerente-executivo de Rádios da EBC.

“Estou orgulhosa com todo nosso time de esporte, e a Luciana Zogaib é uma grande profissional que veio dar mais brilho a esta equipe. A EBC vive um momento importante no esporte, particularmente no futebol, com a Série B e, claro, com o Campeonato Brasileiro Feminino [na TV Brasil]. Esse é o jornalismo público que queremos. Estamos fazendo história e dando bons exemplos. Toda força às mulheres no esporte”, declarou a diretora de Jornalismo da EBC, Cidinha Matos.

Esta é a 14ª edição do Cinefoot, que segue até terça-feira (30) na Estação Net Rio e no Cine Teatro Eduardo Coutinho, em Benfica, zona norte do Rio. Único festival de cinema de futebol do Brasil, o evento traz pluralidade e diversidade de olhares sobre o esporte mais popular do país por meio de mostras, homenagens e debates. A programação traz, ao todo, 51 filmes, sendo 35 nacionais e 16 do exterior, com produções de Itália, Espanha, Alemanha, Chile, Estados Unidos, Irã, Suíça, Croácia e Egito.

Gol da narradora Lu Zogaib, da EBC, será exibido em festival de cinema

O primeiro gol narrado por uma mulher durante uma transmissão esportiva da Rádio Nacional foi escolhido para ser exibida no quadro ‘Redação AM’ do Cinefoot, o único festival de cinema de futebol do Brasil. A narração de Luciana Zogaib, recém-contratada da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para integrar o time de esportes da Rádio Nacional e TV Brasil, será exibido na telona na sessão deste domingo (28), às 20h30 (horário de Brasília), na Estação Net Rio, em Botafogo. A entrada é franca e os ingressos podem ser retirados pelo Sympla.   

Com o nome “O primeiro a gente nunca esquece”, a narração exibida será do primeiro gol do uruguaio Nico de la Cruz com a camisa do Flamengo contra o Atlético-GO. Luciana disse que está muito feliz com a escolha e que esse momento representa um marco.

“Fiquei bastante surpresa e feliz quando vi. É uma grande vitória estar entre as seis narrações escolhidas. Esse é também um marco importante. Eu ter sido a primeira mulher narrando na Rádio Nacional e ainda ter tido esse gol emblemático. É a esperança de um começo de uma história que ainda vai ser muito bacana”, afirmou.   

A partida entre Atlético-GO e Flamengo teve ainda a participação de Verônica Dalcanal no plantão da informação e das comentaristas convidadas Rachel Motta e Brenda Balbi.  

O Cinefoot selecionou seis gols para serem exibidos. Após a exposição, haverá uma votação ao vivo do público para escolher a narração TOP 1. Veja aqui a programação.  

Cinefoot  

A 14ª edição do Cinefoot acontece até 30 de abril, no Rio de Janeiro. A programação  mantém o perfil de pluralidade e diversidade, abrigando os mais variados olhares sobre o futebol. É composta por mostras competitivas e informativas, homenagens, sessões especiais, premiações, masterclass, debates, além da nova edição do CINEFOOT LAB, uma oficina de iniciação audiovisual voltada para o público jovem.    

Serviço  

Redação AM no Cinefoot 2024  

Exibição da narração de Luciana Zogaib, da Rádio Nacional, do primeiro gol de De la Cruz com a camisa do Flamengo contra o Atlético-GO.  

28 de abril  

20h30 – ESTAÇÃO NET RIO  

Rua Voluntários da Pátria, 35 – Botafogo

Festival de Cinema leva produções brasileiras a Paris

Acontece até a próxima terça-feira (2) o 26º Festival de Cinema Brasileiro em Paris, na capital francesa. O evento deste ano homenageia o ator e diretor Antônio Pitanga, ícone do cinema brasileiro. Ao todo, 30 produções nacionais serão exibidas durante o festival, que ocorre no renomado cinema de arte L’Arlequin.

Os parisienses, turistas ou brasileiros que estejam em Paris interessados em conhecer o Brasil pelas telas do cinema poderão conferir filmes legendados em francês que retratam desde a disputa política eleitoral no país até os que retratam a Floresta Amazônica por dentro. O documentário No Céu da Pátria Nesse Instante, de Sandra Kogut, conta como foi a eleição de outubro de 2022 até o dia 8 de janeiro de 2023. Já o documentário A Invenção do Outro, de Bruno Jorge, mostra uma expedição liderada por Bruno Pereira em busca de estabelecer contato com indígenas isolados.

Parte do Brasil também será exibida em Paris por meio de um documentário que conta a história da cena de funk, soul, rap e pagode, entre outros ritmos, que marcaram a vida paulistana nas décadas de 1970 e 1980. O filme Chic Show, de Emílio Domingo e Felipe Giuntini, conta a história do baile Chic Show, que recebeu artistas como Tim Maia, Gilberto Gil, Kurtis Blow, Betty Wright e até James Brown.

Outro filme que retrata o Brasil é Mussum, o Filmis, de Silvio Guindane, que conta a história do humorista Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, dos Trapalhões. O festival exibiu ainda o documentário Nas Ondas de Dorival Caymmi, de Locca Faria, que revela a criação das obras musicais do baiano Dorival Caymmi. Já a ficção Meu Nome é Gal, de Dandara Ferreira e Lô Politi, conta a história do movimento Tropicália e como ele transformou a música brasileira.

Outra obra exibida é o documentário Utopia Tropical, de João Amorim, feito a partir de uma conversa entre o linguista e escritor estadunidense Noam Chomsky e o atual assessor internacional da Presidência da República, o embaixador e ex-ministro Celso Amorim. Na conversa, ambos discutem a ascensão e queda dos governos de esquerda na América Latina nos últimos anos.

Já os filmes de ficção que estão na mostra competitiva do festival são: Sem Coração, de Nara Normande e Tião, Betânia, de Marcelo Botta, Nosso Sonho, de Eduardo Albergaria, Pedágio, de Carolina Markowicz, Pérola, de Murilo Benício, Saudade Fez Morada Aqui Dentro, de Haroldo Borges, A Batalha da Rua Maria Antônia, de Vera Egito e O Diabo na Rua no Meio do Redemunho, de Bia Lessa.

Confira a programação completa aqui.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou que o Festival é fundamental para ampliar a visibilidade dos filmes e dos artistas brasileiros no cenário internacional. “Nesta edição do festival de Paris, que tem o Pitanga como homenageado, o público vai viver uma experiência cinematográfica única, marcada pela qualidade e originalidade de nossas produções”, destacou.

Para a produtora Ana Arruda, da Sétima Cinema, empresa especializada em exibição e distribuição de projetos de cooperação internacional, em especial, entre Brasil e França, o Festival é uma vitrine histórica para os filmes brasileiros. “É um festival importante para mostrar como o Brasil é bem maior, bem mais amplo do que três obras de referência, três clássicos que foram mais reconhecidos em outras décadas. Em termos de mercado, aquece bastante para a coprodução, é um ponto de encontro também onde distribuidores, produtoras vão para buscar os talentos, para ter um contato direto com artistas brasileiros”, diz.

Homenageado

O 26º Festival de Cinema Brasileiro em Paris homenageia Antonio Pitanga. “Figura importante do cinema brasileiro, já atuou em mais de 70 filmes, e em sua rica e longa carreira colaborou com diretores emblemáticos do Cinema Novo como Glauber Rocha, figura central do movimento. A homenagem que lhe será prestada este ano oferecerá ao público a oportunidade de conhecer uma seleção dos filmes mais significativos da sua carreira”, destaca a organização do evento.

Entre os filmes da carreira de Antonio Pitanga transmitidos em Paris, estão: Barravento, de Glauber Rocha, Na Boca do Mundo, primeiro filme dirigido por Pitanga de 1979, além de Ladrões de Cinema, de Fernando Coni Campos, Casa de Antiguidade, de João Paulo de Miranda Maria e Pitanga, documentário sobre o ator dirigido por sua filha, a também atriz Camila Pitanga.

“Sua trajetória de mais de cinco décadas é marcada por interpretações memoráveis e pela participação em filmes que se tornaram referências no cenário cinematográfico nacional e internacional”, exaltou a ministra da Cultura, Margareth Menezes.

CCBB RJ abre a mostra Perequeté: Cinema Queer Nordestino

Com classificação para 18 anos e ingressos gratuitos, o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB RJ) recebe a partir desta quinta-feira (14) a Mostra Perequeté: Cinema Queer Nordestino. Os filmes poderão ser vistos até o dia 31, no Cinema 1. 

Queer é um adjetivo relativo à pessoa cuja identidade de gênero ou orientação sexual não corresponde a ideias estabelecidas sobre sexualidade e gênero, especialmente a normas heterossexuais.

À Agência Brasil, a gerente de Programação do CCBB RJ, Caroena Neves, disse que a mostra lança um olhar sobre a diversidade, exibindo filmes regionais que discutem uma variedade de identidades de gênero e orientações que se afastam dos padrões heteronormativos e cisnormativos. 

“A mostra apresenta um panorama de obras separadas temporalmente, mas que se aproximam diretamente por sua natureza territorial, motivações sociais e discursivas, modos de produção e condições de existência”, explica.

O evento conecta dois tempos distintos. No primeiro, visita a Paraíba dos anos 1980, apresentando um ciclo de cinco filmes em super-8 que desafiaram tabus e levantaram-se, de forma ousada e irreverente, contra os preconceitos e a opressão que imperavam na época. O segundo e mais extenso bloco da mostra, apresenta filmes da última década em uma retrospectiva da carreira de seis autores contemporâneos do Nordeste: Alexandre Figueirôa e Léo Tabosa (Pernambuco), Breno Baptista e Noá Bonoba (Ceará), R.B. Lima (Paraíba) e o coletivo Surto & Deslumbramento.

Importância

O projeto surgiu, segundo Caroena, do desejo de trazer ao Rio de Janeiro, de forma inédita, o programa A onda de filmes Queer em Super-8 na Paraíba, que reuniu obras resgatadas e digitalizadas pelo projeto Iniciativa de Digitalização de Filmes Brasileiros (IDFB), promovida pela organização Cinelimite. 

“A partir desses preciosos cinco filmes, reunidos em nossa sessão de abertura, desdobramos uma curadoria original, visitando núcleos autorais do cinema queer no Nordeste contemporâneo”, disse.

Na avaliação da gerente de Programação do CCBB RJ, a preservação e a divulgação de filmes nordestinos, nunca exibidos no Rio de Janeiro, “promovem a circulação da produção cultural brasileira, dão visibilidade a cineastas de fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo e mostram também que, apesar de reunidas em uma região geográfica, as produções do cinema contemporâneo do Nordeste são tão múltiplas quanto seu próprio povo, apresentando vertentes estéticas, discursivas e artísticas originais, diversas e carregadas de potência artística”.

Objetivos

Para a realização da mostra, o CCBB RJ conta com o apoio do Núcleo de Documentação Cinematográfica da Universidade Federal da Paraíba (Nudoc UFPB), que cedeu os direitos de alguns dos filmes; da Iniciativa de Digitalização de Filmes Brasileiros (IDFB), do Cinelimite; e da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA), “que tornaram novamente disponíveis ao público esses preciosos filmes superoitistas dos anos 80”, salientou Caroena Neves.

A programação do CCBB RJ objetiva promover a conexão dos brasileiros com a cultura, fundamentada em um eixo curatorial que enfatiza, entre outros aspectos, a ancestralidade e a pluralidade. 

Caroena ressalta que o CCBB RJ reitera seu compromisso como uma janela de exibição de obras que, mesmo celebradas em festivais e mostras nacionais e internacionais, estão fora do circuito de exibição comercial. “Existe outro cinema brasileiro, e é importante e necessário exibi-lo”, defendeu. 

A programação está disponível no site do CCBB RJ, onde os ingressos poderão também ser retirados.

Cine Arte abre, no Rio, 13ª Mostra Cinema e Direitos Humanos

A 13ª Mostra Cinema e Direitos Humanos será aberta nesta quarta-feira (13), às 18h30, no Cine Arte da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, com o filme Nas Asas da Pan Am, de Silvio Tendler, cineasta homenageado nesta edição. Até o dia 22 próximo, os filmes serão exibidos em várias capitais do país. A partir do dia 25, 31 cineclubes de municípios do Estado do Rio passarão a apresentar produções cinematográficas.

Com o tema Vencer o ódio, semear horizontes, a Mostra Cinema e Direitos Humanos reúne 18 filmes de todas as regiões brasileiras, realizados por profissionais com relação direta com os temas abordados nas telas, entre os quais, racismo e direitos das mulheres, de pessoas com deficiência, povos indígenas e comunidade LGBTQIA+. A programação é inteiramente gratuita.

Roteiro

O roteiro do evento foi organizado em programas, divididos com os títulos Homenagem, Raízes, Sementes e Frutos. Amanhã (14), às 14h, o programa Frutos da mostra, dedicado ao público infantojuvenil, exibe Um Filme de Verão. A partir das 19h, o programa Raízes apresenta Travessia, Filha Natural, Nossa mãe era atriz, Mãri Hi – A Árvore do Sonho, O que pode um corpo? e A poeira dos pequenos segredos, com debate aberto ao público às 20h40.

Na sexta-feira (15), às 14h, o programa Frutos apresentará Tesouro Quilombola, Mutirão, O Filme, Cósmica e O Pato.

A partir das 19h, o programa Sementes” traz Ribeirinhos do Asfalto, Adão, Eva e o Fruto Proibido, Nossos espíritos seguem chegando, Me farei ouvir, Escrevivência e Resistência: Maria Firmina dos Reis e Conceição Evaristo, com debate na sequência.

No sábado (16), às 19h, haverá a sessão Homenagem, com mais um filme de Silvio Tendler, “A Bolsa ou a Vida, seguida de debate sobre a obra.

Difusão

Em uma segunda etapa, que se estenderá de 25 de março a 24 de abril, o evento terá a Mostra Difusão, quando a programação desta 13ª edição ficará disponível online, na plataforma de streaming InnSaei.TV, e em equipamentos culturais das cidades participantes. Todos os espaços, incluindo os do interior, foram cadastrados pelo Ministério da Cultura, que realiza a mostra em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A produção é do Departamento de Cinema e Vídeo da UFF.

Mostra Cinema e Direitos Humanos começa nesta segunda-feira

Com o tema Vencer o ódio, semear horizontes, a 13ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos começa nesta segunda-feira (11) em todas as capitais. A mostra, realizada pelos ministérios dos Direitos Humanos e da Cidadania e da Cultura, segue até o próximo dia 22.

Durante o evento, gratuito, serão exibidos 18 filmes nacionais. A mostra promove debates de temas como prevenção e combate à tortura e ao genocídio, democracia e enfrentamento ao extremismo, direito à participação política, segurança, diversidade religiosa, memória, verdade, saúde mental, cultura e educação.

Os filmes selecionados também apresentam como pauta os direitos de mulheres, pessoas idosas, crianças e jovens, pessoas com deficiência, população em situação de rua, povos indígenas e comunidade LGBTQIA+. 

As edições anteriores ocorreram de 2006 e 2018, e foram descontinuadas em 2018.

Em uma segunda fase do evento, que acontece de 25 de março a 24 de abril, acontece a Mostra Difusão, quando a programação vai ficar disponível em formato online. Os filmes estarão na plataforma de streaming InnSaei.TV e em equipamentos culturais das cidades participantes.

Oficinas

Como parte da programação, também serão realizadas oficinas de formação de professores sobre cinema e educação, definidas pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania como “espaços para se pensar e experimentar as possíveis formas de incluir o cinema como experiência sensível em contextos educativos”.

As oficinas serão voltadas à formação de multiplicadores, tendo como público-alvo professores da educação básica das redes públicas, arte-educadores e educadores que atuem em outros espaços formais ou não formais de educação. Os participantes que completarem a carga horária mínima receberão certificado emitido pela Universidade Federal Fluminense.

Programação

Em São Paulo, a mostra vai acontecer entre os dias 13 e 16 de março, com as 18 produções cinematográficas sendo exibidas na Cinemateca Brasileira. A oficina será realizada no dia 16, no mesmo local.

Em Brasília, a mostra ocorre desde esta segunda-feira (11) até quarta-feira (13), no Sesc 504 Sul. A oficina acontece de 12 a 15 de março.

No Rio de Janeiro, os filmes serão exibidos no Cine Arte da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, de 13 a 16 de março. No último dia de exibições, será realizada uma sessão especial de homenagem, com o filme A Bolsa ou a Vida, seguido de debate entre os presentes.

Em Belo Horizonte, os filmes estarão em cartaz entre os dias 19 e 22 de março, no Cine Santa Tereza, com as oficinas sendo realizadas de 18 a 21 do mesmo mês.

A mostra desembarca em Salvador nesta segunda-feira e vai até quinta-feira (14), com sessões na Sala de Arte Cinema da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Já as oficinas serão realizadas na Faculdade de Comunicação da UFBA, no mesmo período.

Recife terá exibições no cinema da Universidade Federal de Pernambuco, entre os dias 12 e 15 de março, com as oficinas até o dia 14 de março.

A programação completa pode ser acessada no site da programação.

CCBB leva mostra internacional de cinema infantil para RJ, BH e SP

O Centro Cultural Banco do Brasil traz neste começo de ano a segunda edição da mostra Um Giro pelo Mundo – Navegando no Cinema Infantil. O evento gratuito acontecerá entre os dias 6 e 28 de janeiro, no Rio, de 4 de janeiro a 4 de fevereiro em Belo Horizonte, e em São Paulo de 13 de janeiro a 4 de fevereiro. Os ingressos podem ser retirados na bilheteria ou no site do CCBB. O evento já passou pelo CCBB de Brasília em outubro, celebrando o mês da criança.

Serão apresentados 50 filmes do Brasil e de mais sete países (Alemanha, Argentina, Austrália, Espanha, França, Itália e Suíça), em formatos diferentes de animação, documentário, ficção, de curta, média e longa-metragem. Quase todos os filmes selecionados são dublados em português, de modo a garantir acesso irrestrito ao público infantil. Da Argentina, por exemplo, vieram 15 filmes curtos que fazem parte da programação da TV pública Pakapaka (palavra que significa esconde-esconde), que é um canal aberto dedicado ao público infantojuvenil.

Tolerância

Nesta segunda edição da mostra, o tema escolhido é tolerância. A curadora Carina Bini considera importante trazer para as crianças brasileiras a questão da tolerância, o acolhimento para a diferença. “Acho que a tolerância perpassa muito por isso, acolher a diferença. É um valor importante a gente desenvolver. Os filmes trazem isso e os filmes do Brasil e de outros sete países transportam, de certa forma, valores culturais, histórias e culturas que são diferentes da nossa”.

Para Carina, o cinema carrega a cultura de um povo e os filmes estão bem representados nesse sentido.

“É olhar para o diferente com acolhimento, compreendendo o outro, com empatia. Por isso, veio a tolerância como tema guarda-chuva da mostra. Acaba que todos os filmes falam sobre tolerância em diferentes níveis”.

Carina destacou que é muito difícil ter uma mostra internacional de cinema infantil como essa. Daí vem a diversidade cultural. A ideia é dar um giro pelo mundo e navegar no cinema infantil, conhecendo outras culturas, constatando as diferenças. “Para ver que, no final, todos somos seres humanos, vivemos no mesmo planeta que está sendo impactado pelo clima e isso impacta a todos. Estamos todos em um mesmo globo, com as nossas diferenças. Daí o sentido de acolher essas diferenças”, indicou.

Carina Bini ressaltou que muitos filmes falam também do empoderamento feminino, trazendo personagens protagonistas meninas que sempre têm um universo de destaque, como aviadoras, cientistas. “É muito legal também esse lado do olhar para o feminino. São filmes recentes e têm esse olhar da mulher que desde a infância está buscando o seu espaço. Estão bem representados na mostra”.

Formando público

A curadora acentuou ainda a importância de se criar, no Brasil, desde criança, um público para o cinema nacional. “Acho que a gente tem muito que olhar para as nossas crianças. A gente quer que o brasileiro venha para a sala de cinema, pague o seu ingresso e assista filme brasileiro”. Para ela, esse é um grande desafio até cultural, diante da avalanche de filmes americanos. “Para a gente criar esse público, esse ambiente para que o brasileiro vá ao cinema assistir filmes nacionais, a gente tem que começar pela infância”. 

Comentou que além do eixo RJ/SP, há produções de animação importantes e diversas em todo o país, inclusive premiadas no exterior, e que não chegam para as crianças brasileiras. “A mostra também presta esse serviço, trazendo dez filmes feitos no Brasil”. O objetivo é que, no futuro, os brasileiros passem a consumir e gostar de fato do cinema do próprio país. “Isso é muito rico. A gente tem que fazer a nossa formação de plateia”.

Carina Bini acredita que só pelo fato de trazer outras formas de contar histórias, para além do formato hegemônico americano, o evento já está prestando um grande serviço, ampliando o olhar das crianças para outras abordagens.

Recreação

Complementando a programação cinematográfica no CCBB do Rio, estão programadas atividades recreativas às sextas-feiras (exceto no dia 12 de janeiro), aos sábados e domingos, às 16h, entre uma sessão e outra do cinema. No saguão, as crianças poderão participar de oficinas de perna de pau, com a atriz circense e cantora Amarilis Irani, que promoverá várias brincadeiras, jogos de movimento e exercícios de destreza, nos dias 6 e 14 de janeiro; e de castanholas para crianças, com a bailarina profissional de dança flamenca Aline Carrocino, que estimulará a percepção rítmica e a sensibilidade musical dos pequenos, no dia 19.

Está previsto também no CCBB do Rio o Baile da Bicharada, show com músicas e histórias de bichos comandado pelo músico Ralphen Rocca; contacão de histórias com a Cia SóPapo, com muitas músicas, instrumentos, jogos e adereços, nos dias 7 e 27; e uma tarde com movimento e dança ao som do frevo, com a atriz e bailarina Sémada Rodrigues, na atividade É Frevo, pirráia!, nos dias 13 e 28. No dia 20, na sala de cinema, a diretora Dilea Frate baterá um papo com o público sobre seu filme Fábulas Tortas.

Destaques nacionais

A mostra no Rio será aberta, no dia 6 de janeiro com programação dedicada às produções nacionais em sessões com recursos de acessibilidade. A programação será iniciada com uma seleção de curtas, às 15h, com tradução para Libras; e, às 17h, com legenda descritiva, será apresentado o longa Tarsilinha, inspirado na obra de Tarsila do Amaral, que participou de diversos festivais nacionais e internacionais.

Serão exibidos também o longa gaúcho As Aventuras do Avião Vermelho, inspirado na obra de Érico Veríssimo; e, em sessões com legenda descritiva, Tito e os Pássaros, premiado no Anima Mundi e nos festivais de Chicago e Havana, além de ter sido pré-indicado ao Oscar 2019 na categoria de Melhor Animação; entre outros filmes brasileiros. A programação da mostra está disponível no site do CCBB.