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Morre em Brasília cineasta e professor Vladimir Carvalho

O cinema nacional perde nesta quinta-feira (24) uma das suas principais referências. O cineasta e professor Vladimir Carvalho faleceu aos 89 anos, em decorrência de um infarto e problemas renais. Ainda não há informações sobre velório e sepultamento.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, decretou luto oficial de três dias. “Referência do cinema brasileiro, o professor Vladimir Carvalho dedicou sua arte para denunciar injustiças e dar voz aos desassistidos numa época de censura e de perseguição política. Contribuiu para mudar a linguagem cinematográfica brasileira, formou uma geração de aguerridos cineastas, levou e enobreceu o nome de Brasília no cenário cultural internacional”, afirmou o governador, por meio das redes sociais.

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) também se manifestou pelas redes e lembrou do legado deixado por Vladimir. “Perda irreparável. Vladimir Carvalho foi um mestre. Depois de tanto nos encantar com sua extensa obra, ele que se encantou hoje, mas seguirá eterno. Deixa grande legado na história do cinema brasileiro e um grande amor por Brasília”, ressaltou a parlamentar.

O cineasta Josias Teófilo também prestou homenagens ao cineasta: “Vladimir fez tantos documentários relevantes sobre a cultura brasileira, retratou Cícero Dias, José Lins do Rego. Ele estava no júri que premiou O Jardim das Aflições no Cine PE, o que é um dos meus maiores orgulhos. Vá em paz, amigo.”

Paraibano, Vladimir Carvalho morou em Salvador antes de de mudar-se para Brasília e conhecer Glauber Rocha. Integrou o movimento do cinema novo e foi um dos primeiro professores da Universidade de Brasília.

Entre suas principais produções estão O País de São Saruê, O Itinerário de Niemeyer, José Lins do Rego, O Evangelho Segundo Teotônio, Barra 68 e Conterrâneos Velhos de Guerra.

Em 2015, Vladimir Carvalho foi homenageado na abertura do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, no Cine Brasília. Na ocasião, ele declarou todo o amor à capital e ao cinema: “Desembarquei em Brasília em 1964, entrei por essa porta [do Cine Brasília] com meu filme, e isso resultou numa aventura de 45 anos. Vim para ficar dois meses, e já estou há 45 anos. Não dá pra ficar aqui com hipocrisia, com falsa modéstia. Digo com toda sinceridade, sem pudor, e com humildade: eu mereço, Brasília! Obrigado!”

 

 

DR com Demori recebe o cineasta Adirley Queirós

Nesta semana, o programa DR com Demori, da TV Brasil, entrevista o cineasta Adirley Queirós. Na conversa com o jornalista Leandro Demori, o premiado diretor compartilha suas origens como jogador de futebol e sua migração para o universo cinematográfico, com 28 anos, ao ingressar no curso de Comunicação com ênfase em Cinema, na Universidade de Brasília. Lá, começou a desenvolver sua relação com a sétima arte. O episódio inédito vai ao ar nesta terça-feira (8), às 23h30.

Durante o programa, ele fala sobre sua trajetória e reflete sobre o longa-metragem Branco Sai, Preto Fica (2014), que foi indicado e premiado em importantes festivais brasileiros e aborda a opressão nas periferias.

“Eu acho que o sentimento mais interessante do cinema para mim é a possibilidade da gente estar junto e vencer junto. Pelo menos no cinema a gente tem que vencer”, destaca o cineasta.

O filme retrata um incidente ocorrido nos anos 1980, durante um baile de black music na Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal, quando uma ação policial deixou dois homens feridos e com suas vidas permanentemente marcadas. Um terceiro homem, vindo do futuro, investiga o ocorrido para provar que a culpa é da sociedade e seus mecanismos de repressão.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de uma revolução no atual cenário político institucional brasileiro, Adirley ressalta a necessidade de uma “imagem revolucionária” forte, algo que ele acredita não existir no momento.

“O barulho era revolução, incomodar seria a revolução. A imagem do looping proletariado tomando conta da narrativa clássica do que é uma luta, do que é o enfrentamento”, afirma.

O DR com Demori também está disponível, na íntegra, no YouTube e no aplicativo TV Brasil Play. O programa é transmitido simultaneamente em áudio na Rádio MEC, e as entrevistas ficam disponíveis em formato de podcast no Spotify.

Sobre o programa

O programa Dando a Real com Leandro Demori, ou simplesmente “DR com Demori”, traz personalidades para um papo mais íntimo e direto, na tela da TV Brasil. Já passaram pela mesa nomes como o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes; a deputada federal Erika Hilton; a cantora Zélia Duncan; e o fundador da banda Pink Floyd, Roger Waters.

Ao vivo e on demand

Acompanhe a programação da TV Brasil pelo canal aberto, TV por assinatura e parabólica: saiba como sintonizar

Seus programas favoritos estão no TV Brasil Play, pelo site ou por aplicativo no smartphone. O app pode ser baixado gratuitamente e está disponível para Android e iOS.

Cineasta Guel Arraes é o convidado desta terça-feira no DR com Demori

No programa DR com Demori, que vai ao ar nesta terça-feira (4) na TV Brasil, o jornalista Leandro Demori conversa com o diretor de cinema e televisão Guel Arraes. No programa inédito, que vai ao ar às 23h, ele comenta o atual momento do mercado audiovisual, relembra os grandes sucessos que dirigiu na televisão e nas telonas e fala sobre o seu novo filme Grande Sertão, adaptação da obra clássica de Guimarães Rosa.  

Guel Arraes é o nome por trás de sucessos da televisão brasileira como TV Pirata, Armação Ilimitada e A Grande Família. No cinema, também dirigiu títulos que conquistaram o público, como O Auto da Compadecida, Lisbela e o Prisoneio e Ó Pai, Ó.  

Na conversa com Leandro Demori, ele relembra o período em que viveu fora do Brasil na juventude, quando nasceu seu interesse pelo audiovisual. Guel foi morar na Argélia aos 15 anos de idade porque seu pai, Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco, foi preso durante a ditadura militar e exilado.  

“Eu era um garoto de subúrbio, meu mundo era o Recife e aquele bairro. Achava que nunca ia sair dali. Para mim, foi um desenraizamento, mas mudou totalmente minha vida”, relembra.  

Durante a entrevista, Guel Arraes fala ainda sobre seu mais novo filme Grande Sertão, adaptação do clássico da literatura brasileira Grande Sertão Veredas, de Guimarães.  “Eu digo que é um livro infinito, talvez a maior expressão literária do Brasil e da arte brasileira. E isso dá um certo medo”, confessa. 

Ele detalha ainda a emoção de trabalhar pela primeira vez com a filha, a atriz Luisa Arraes, que faz no filme o papel de Diadorim. “Foi uma das coisas mais emocionantes para mim estarmos juntos nesse projeto, no trabalho mais arrojado e difícil da minha vida”, revela.  

Sobre o programa 

O programa Dando a Real com Leandro Demori, ou simplesmente DR com Demori, traz personalidades para um papo mais íntimo e direto, na tela da TV Brasil. Já passaram pela mesa nomes como o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes; a deputada federal Erika Hilton; o psicólogo Alexandre Coimbra; e o fundador da banda Pink Floyd, Roger Waters. 

Ao vivo e on demand     

Acompanhe a programação da TV Brasil pelo canal aberto, TV por assinatura e parabólica. Sintonize: https://tvbrasil.ebc.com.br/comosintonizar.     

Seus programas favoritos estão no TV Brasil Play, pelo site http://tvbrasilplay.com.br ou por aplicativo no smartphone. O app pode ser baixado gratuitamente e está disponível para Android e iOS. Assista também pela WebTV: https://tvbrasil.ebc.com.br/webtv.

Cineasta Toni Venturi morre aos 68 anos; velório será na Cinemateca

O cineasta Toni Venturi morreu neste sábado (18) após passar mal em uma praia no município de São Sebastião, no litoral do estado de São Paulo. Ele havia completado 68 anos em novembro de 2023. Seu corpo será velado nesta segunda-feira (20), entre 13h e 20h, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.

Venturi era formado em cinema pela Ryerson University, instituição sediada na cidade de Toronto, no Canadá. No Brasil, também estudou cinema na Universidade de São Paulo (USP). Ele dirigiu diversos filmes ficcionais que transitam do drama à comédia. Sua esposa, a atriz Débora Duboc, atuou em diversos deles. Além de Débora, ele deixa os dois filhos Theo e Otto.

Latitude Zero (2002) é um de seus longa-metragens mais aclamados. Baseado na peça As Coisas Ruins da Nossa Cabeça, do dramaturgo Fernando Bonassi, ganhou mais de uma dezena de prêmios em festivais nacionais e internacionais.

Outro trabalho de destaque foi Cabra-Cega (2005), que narrou a trajetória de dois jovens militantes durante os anos da ditadura militar. O título foi exibido em diversos eventos cinematográficos. No 37º Festival de Brasília, por exemplo, arrematou os prêmios de direção, roteiro e do público.

A filmografia de Toni Venturi inclui ainda filmes mais recentes como Estamos Juntos (2011) e A Comédia Divina (2017). Como documentarista, um de seus principais trabalhos é O Velho – A História de Luiz Carlos Prestes (1997). Foi o vencedor da primeira edição do festival É Tudo Verdade e também foi agraciado em outros eventos nacionais. Fora do país, recebeu um prêmio em Cuba.

Outro documentário de destaque foi Rita Cadillac – A Lady do Povo (2010). Em parceria com o arquiteto franco-argentino Pablo Georgieff, dirigiu Dia de Festa (2005), que documenta a liderança de quatro mulheres no movimento dos sem-teto da cidade de São Paulo.

Repercussão e ativismo

Neta de Luiz Carlos Prestes, a socióloga Ana Maria Prestes lamentou em suas redes sociais a morte do cineasta. “Deixo o meu pesar e solidariedade à família e amigos. Também a gratidão, por ele ter realizado essa obra pela qual tantos conheceram quem foi Prestes”, escreveu.

A morte do cineasta também foi lamentada em mensagem divulgada pelo presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva.

Toni Venturi foi cineasta, diretor de filmes de ficção e documentários. Sempre trabalhou por um cinema nacional forte, atuando para a organização e desenvolvimento do nosso setor audiovisual e por um Brasil democrático, com cultura, consciência social e solidariedade. Meus…

— Lula (@LulaOficial) May 19, 2024

O cineasta foi presidente da Associação Paulista dos Cineastas (Apaci) no ano de 2001 e era conhecido pelo seu ativismo cultural. O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e ex-vereador de São Paulo, Nabil Bonduki, o descreveu como “uma pessoa maravilhosa, solidária e afetuosa”. Amigo do cineasta, ele compartilhou nas redes sociais como foram seus últimos encontros.

“Estive com ele recentemente, em várias oportunidades, e ele estava muito bem, otimista com o futuro e com propostas para a política do audiovisual em São Paulo. Fiquei em choque quando recebi a triste notícia de sua passagem na imensidão do mar azul. Como pode alguém com tanta vitalidade, perder a vida assim de repente? Muito animado, ele me recebeu em sua casa, com representantes do setor, para debater novos instrumentos para o financiamento do audiovisual na cidade”, escreveu.

A importância de seu ativismo também foi lembrada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. Em postagem, ele contou sobre seu envolvimento nas discussões para a criação de novas regras envolvendo plataformas de streaming – video on demand (VOD).

“Destaco a sua grandiosa contribuição para o cinema nacional. Sou grato pelas suas contribuições para elaboração do PL 8889/2017, de regulação do VOD. Quando aprovada, sugiro que seja chamada Lei Toni Venturi.”