Skip to content

Polícia busca motorista de carreta que se envolveu em acidente em MG

Policiais rodoviários federais, civis e militares de Minas Gerais buscam o motorista da carreta que se envolveu em acidente que matou 38 pessoas em Teófilo Otoni (MG). Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele fugiu do local depois do acidente, mas os advogados da empresa informaram que ele irá se apresentar às autoridades.

O acidente ocorreu na madrugada deste sábado (21) na BR-116. Segundo informações preliminares da PRF, um granito que estava sendo carregado pela carreta se desprendeu e atingiu um ônibus de turismo, provocando um incêndio no coletivo. Um carro se chocou contra a carreta em seguida.

Pelo menos 38 pessoas morreram e nove ficaram feridas, das quais três estavam no carro.

Plano busca promover a igualdade racial na administração pública

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, lançaram nesta terça-feira (3) o Plano de Comunicação pela Igualdade Racial (PCIR) na administração pública federal. 

Segundo o Ministério da Igualdade Racial (MIR), o documento foi criado a partir de princípios de enfrentamento ao racismo; incentivo à diversidade étnico-racial nas políticas de comunicação governamentais e direito à igualdade e não discriminação.  

O plano foi construído a partir de 400 contribuições de movimentos sociais, mídias negras, especialistas, acadêmicos e de consulta pública aberta, iniciada pelo governo em novembro de 2023 para recebimento de propostas para o plano. Do total, 120 colaborações foram mapeadas pelo Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), de Comunicação Antirracista do governo federal instituído em dezembro de 2023.

A ministra Anielle Franco diz que a ideia do plano é conscientizar a sociedade sobre o racismo, promover a equidade e facilitar uma visão mais crítica e justa sobre a diversidade. “O objetivo final é que a gente possa letrar [racialmente] a sociedade e pensar que há várias maneiras de ser racista e o comunicar é uma delas.”

“Pela primeira vez, o governo lança uma política pública que visualiza a comunicação da administração pública com meios fundamentais para enfrentar o racismo, promover igualdade e combater preconceitos, o que é essencial para fortalecer a democracia, desenvolver práticas de respeito à diversidade étnico-racial no Brasil. Promover a equidade como cidadania é dever nosso”, destaca a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Já o ministro Paulo Pimenta enfatizou que o plano deve ser uma política de Estado. “Este é um programa permanente, que vai se renovando todos os anos, com informação, com qualificação, com diálogo. Todo o sistema Sicom [Sistema de Comunicação de Governo do poder executivo federal] estará envolvido na implementação deste plano”, diz o ministro.  

O Sicom envolve as assessorias de comunicação dos ministérios, das estatais e dos órgãos da administração pública federal.

Plano de Comunicação

Nos seis meses de trabalho, o Grupo de Trabalho Interministerial reuniu as prioridades apontadas na escuta coletiva em 19 ações que compõem o Plano de Comunicação pela Igualdade Racial (PCIR) na administração pública federal, com 19 propostas prioritárias.

Entre elas estão a formação e capacitação de gestores públicos federais para comunicação antirracista; a ampliação do número de campanhas publicitárias dos ministérios e da Secom/PR com representação racial diversificada; a promoção de direitos e de combate ao racismo nos serviços digitais de comunicação; o aumento do volume de imagens no banco de imagens público que representam a diversidade étnica e cultural da população negra; o fortalecimento e sustentabilidade das mídias negras.

O secretário de Comunicação Institucional da Secom, Laércio Portela, explicou a relevância desses espaços de comunicação social que tratam de temas relacionados à vivência das pessoas negras e à luta contra o racismo. “Construiremos uma política de fomento específica, inclusive na área de tecnologia e inovação, para fortalecer essas mídias negras, entendendo o papel importante que elas desempenham no combate ao racismo e no acesso à informação diversa, e plural aos cidadãos brasileiros.”

O tema da promoção da igualdade racial vai cruzar, agora, todos os aspectos da comunicação do governo. Isso entra na política estruturante e estrutural da comunicação de governo. E essa política passa a ser transversal, em todos os âmbitos da comunicação”, afirmou o secretário de Comunicação Institucional da Secom, Laércio Portela.

A consultora da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Midiã Noelle, que contribuiu para a criação o plano lançado nesta terça-feira, entende que o o novo documento poderá colaborar, sobretudo, para que os profissionais da administração pública e dos meios de comunicação trabalhem melhor o diálogo com o público para repensar o olhar sobre os negros. 

“O Brasil vive pouco mais de 130 anos de pós-abolição e essa herança da violência racial,  que é o racismo e de todo o processo de escravização que existiu no Brasil, ainda faz parte da nossa cultura e está muito arraigada na conformação do nosso país.”

Participação

Nesta terça-feira, após o lançamento do Plano de Comunicação pela Igualdade Racial (PCIR) na administração pública federal, a Articulação pela Mídia Negra criticou o processo de elaboração e divulgação do plano. Instituída em novembro de 2022, ainda no período de transição de governo, a articulação é formada por 55 organizações de jornalistas, comunicadores e veículos que promovem a igualdade racial na mídia.

A coordenadora da entidade e da Rede de Jornalistas Pretos pela Diversidade na Comunicação, Marcelle Chagas, considera que o atual GTI enfrenta problemas relacionados à transparência nas decisões e à marginalização de atores sociais que lutam pela igualdade racial na mídia: “A gente pode ser olhado como chato, pedra no sapato para algo ser realizado do jeito que estruturas maiores querem: sem fiscalização, cobrança, sem ter o pessoal se certificando, trabalhando junto e fazendo os tensionamentos necessários.”

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Igualdade Racial (MIR) respondeu em nota sobre a manifestação da Articulação pela Mídia Negra. Segundo a pasta, o processo de construção do Plano de Comunicação pela Igualdade Racial (PCIR) na administração pública federal foi transparente e responsável. 

“A construção do plano pelo GTI resulta da escuta de mídias negras, muitas delas integrantes da Articulação de Mídia Negra, além de colaboradores de organizações da sociedade civil e especialistas do tema. Ou seja, todas as contribuições foram sistematizadas e consideradas na formulação da política.”

Plano de comunicação busca promover igualdade racial no governo

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, lançaram nesta terça-feira (3) o Plano de Comunicação pela Igualdade Racial (PCIR) na administração pública federal. 

Segundo o Ministério da Igualdade Racial (MIR), o documento foi criado a partir de princípios de enfrentamento ao racismo; incentivo à diversidade étnico-racial nas políticas de comunicação governamentais e direito à igualdade e não discriminação.  

O plano foi construído a partir de 400 contribuições de movimentos sociais, mídias negras, especialistas, acadêmicos e de consulta pública aberta, iniciada pelo governo em novembro de 2023 para recebimento de propostas para o plano. Do total, 120 colaborações foram mapeadas pelo Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), de Comunicação Antirracista do governo federal instituído em dezembro de 2023.

A ministra Anielle Franco diz que a ideia do plano é conscientizar a sociedade sobre o racismo, promover a equidade e facilitar uma visão mais crítica e justa sobre a diversidade. “O objetivo final é que a gente possa letrar [racialmente] a sociedade e pensar que há várias maneiras de ser racista e o comunicar é uma delas.”

“Pela primeira vez, o governo lança uma política pública que visualiza a comunicação da administração pública com meios fundamentais para enfrentar o racismo, promover igualdade e combater preconceitos, o que é essencial para fortalecer a democracia, desenvolver práticas de respeito à diversidade étnico-racial no Brasil. Promover a equidade como cidadania é dever nosso”, destaca a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Já o ministro Paulo Pimenta enfatizou que o plano deve ser uma política de Estado. “Este é um programa permanente, que vai se renovando todos os anos, com informação, com qualificação, com diálogo. Todo o sistema Sicom [Sistema de Comunicação de Governo do poder executivo federal] estará envolvido na implementação deste plano”, diz o ministro.  

O Sicom envolve as assessorias de comunicação dos ministérios, das estatais e dos órgãos da administração pública federal.

Plano de Comunicação

Nos seis meses de trabalho, o Grupo de Trabalho Interministerial reuniu as prioridades apontadas na escuta coletiva em 19 ações que compõem o Plano de Comunicação pela Igualdade Racial (PCIR) na administração pública federal, com 19 propostas prioritárias.

Entre elas estão a formação e capacitação de gestores públicos federais para comunicação antirracista; a ampliação do número de campanhas publicitárias dos ministérios e da Secom/PR com representação racial diversificada; a promoção de direitos e de combate ao racismo nos serviços digitais de comunicação; o aumento do volume de imagens no banco de imagens público que representam a diversidade étnica e cultural da população negra; o fortalecimento e sustentabilidade das mídias negras.

O secretário de Comunicação Institucional da Secom, Laércio Portela, explicou a relevância desses espaços de comunicação social que tratam de temas relacionados à vivência das pessoas negras e à luta contra o racismo. “Construiremos uma política de fomento específica, inclusive na área de tecnologia e inovação, para fortalecer essas mídias negras, entendendo o papel importante que elas desempenham no combate ao racismo e no acesso à informação diversa, e plural aos cidadãos brasileiros.”

O tema da promoção da igualdade racial vai cruzar, agora, todos os aspectos da comunicação do governo. Isso entra na política estruturante e estrutural da comunicação de governo. E essa política passa a ser transversal, em todos os âmbitos da comunicação”, afirmou o secretário de Comunicação Institucional da Secom, Laércio Portela.

A consultora da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Midiã Noelle, que contribuiu para a criação o plano lançado nesta terça-feira, entende que o o novo documento poderá colaborar, sobretudo, para que os profissionais da administração pública e dos meios de comunicação trabalhem melhor o diálogo com o público para repensar o olhar sobre os negros. 

“O Brasil vive pouco mais de 130 anos de pós-abolição e essa herança da violência racial,  que é o racismo e de todo o processo de escravização que existiu no Brasil, ainda faz parte da nossa cultura e está muito arraigada na conformação do nosso país.”

Participação

Nesta terça-feira, após o lançamento do Plano de Comunicação pela Igualdade Racial (PCIR) na administração pública federal, a Articulação pela Mídia Negra criticou o processo de elaboração e divulgação do plano. Instituída em novembro de 2022, ainda no período de transição de governo, a articulação é formada por 55 organizações de jornalistas, comunicadores e veículos que promovem a igualdade racial na mídia.

Uma das coordenadoras da Articulação pela Mídia Negra e da Rede de Jornalistas Pretos pela Diversidade na Comunicação, Marcelle Chagas, considera que o atual GTI enfrenta problemas relacionados à transparência nas decisões e à marginalização de atores sociais que lutam pela igualdade racial na mídia: “A gente pode ser olhado como chato, pedra no sapato para algo ser realizado do jeito que estruturas maiores querem: sem fiscalização, cobrança, sem ter o pessoal se certificando, trabalhando junto e fazendo os tensionamentos necessários.”

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Igualdade Racial (MIR) respondeu em nota sobre a manifestação da Articulação pela Mídia Negra. Segundo a pasta, o processo de construção do Plano de Comunicação pela Igualdade Racial (PCIR) na administração pública federal foi transparente e responsável. 

“A construção do plano pelo GTI resulta da escuta de mídias negras, muitas delas integrantes da Articulação de Mídia Negra, além de colaboradores de organizações da sociedade civil e especialistas do tema. Ou seja, todas as contribuições foram sistematizadas e consideradas na formulação da política.”

Ameaça de Trump contra Brics busca manter hegemonia do dólar

A ameaça feita pelo presidente eleito dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, de taxar em 100% as importações dos países do Brics que substituírem o dólar em transações comerciais procura manter a hegemonia da moeda estadunidense no mercado mundial, avaliam especialistas consultados pela Agência Brasil.

O professor de relações internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), Gilberto Maringoni, destacou que Trump se preocupa com a principal arma dos Estados Unidos (EUA) para a dominação que exerce no mundo, que é o fato do dólar ser a moeda usada no comércio internacional.

“A perda do poder do dólar implica uma perda do poder dos Estados Unidos, do poder imperial sobre o mundo. Se a gente pensar que os Estados Unidos são uma potência militar, financeira e política que impõe o seu modo de vida através do cinema, da TV e de bens de consumo, a gente tem que perceber que o centro disso é a hegemonia que o país tem sobre a moeda padrão circulante no mundo inteiro, que é o dólar”, explicou Maringoni.

O pesquisador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Ronaldo Carmona, ressaltou que a hegemonia do dólar é central na geopolítica estadunidense e cita o congelamento das reservas russas em dólar que foram sequestradas para financiar a Ucrânia.

“Os países percebem de que a dependência do dólar é algo que pode ser bastante contraproducente uma vez que há muitos exemplos do uso do dólar como uma arma geopolítica. É disso que se trata. Do ponto de vista do Trump, obviamente, ele está falando alto para tentar manter essa condição de hegemonia do dólar”, explicou.

O presidente eleito dos EUA afirmou, em uma rede social, que exigir “um compromisso desses países de que eles não criarão uma nova moeda Brics, nem apoiarão nenhuma outra moeda para substituir o poderoso dólar americano ou enfrentarão tarifas de 100%”, disse, acrescentando que “não há chance de que o Brics substitua o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tente deve dizer adeus à América”.

A preocupação de Trump se deve ao fato da moeda emitida pelo Tesouro estadunidense regular as transações em todo o mundo, explicou Gilberto Maringoni.

“Isso dá um poder imenso ao país porque ele pode fixar taxas de juros que serão as taxas de juros base das economias mundiais. Quando o FED [Banco Central dos EUA] mexe nas taxas de juros, isso impacta as taxas de juros no Brasil e outros países da periferia”, analisou.

Medidas para substituir o dólar nas relações comerciais foram discutidas durante a cúpula dos Brics deste ano em Kazan, na Rússia. O bloco é formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. Outros 13 países devem ser ainda convidados para participarem como membros parceiros do bloco

Limites

Tanto Maringoni, quanto Carmona avaliaram que tem limites para essa estratégia de Trump de taxar os produtos dos países que contrariam, de alguma forma, a política trumpista.

“A madeira consumida nos Estados Unidos (EUA) é canadense [também ameaçado pelas taxações do Trump]. Isso implica um aumento de custos. Várias empresas americanas, a Tesla, inclusive, que é a empresa do Elon Musk [empresário aliado de Trump], têm fábricas na China e importam para os Estados Unidos. A Apple ainda tem divisões na China. Então, isso pode causar um aumento nos preços internos”, ponderou Maringoni.

Segundo Ronaldo Carmona, Trump corre o risco de elevar a inflação dos EUA se aplicar essa política de taxação de importações às últimas consequências.

“Trump vai privilegiar uma ação de força para a manutenção da hegemonia do dólar mesmo que as custas de determinados interesses comerciais dos EUA na sua relação com o Brics? Afinal de contas, estamos falando de grandes países que têm grandes correntes de comércio com os EUA”, comentou.

Brasil

A substituição do dólar tem sido defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “A criação de uma moeda para as transações comerciais e investimentos entre os membros do Brics aumenta nossas condições de pagamento e reduz nossas vulnerabilidades”, disse Lula na reunião dos Brics de 2023.

O uso de moedas locais em substituição ao dólar tem sido defendido também pela ex-presidenta brasileira, Dilma Rousseff, que atualmente preside o banco dos Brics, o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD).

Educação ambiental busca aproximar a população da Mata Atlântica

Com uma garrafa, a educadora ambiental Ríllary Lemos coleta um pouco de água de um dos córregos do Parque Estadual dos Três Picos, na região serrana do estado do Rio de Janeiro. Para grupos de estudantes de escolas pública e para os demais visitantes, ela faz alguns testes para verificar a qualidade da água.

“Aqui a gente tem três dos experimentos que nós fazemos. Tem o detergente que é para analisar se tem a presença de algum tipo de sabão na água, tem o oxigênio dissolvido para ver os níveis de oxigenação daquela água e tem o PH [que mede o nível de acidez] que é o mais simples que a gente faz e só precisa de um reagente”, explica.

Mas mais importante do que qualquer resultado, é que as pessoas tomem consciência do ambiente que as cerca e conheçam mais da natureza, da qual os seres humanos também fazem parte.

“A maior preocupação é sensibilizar eles a olharem para os rios porque aqui a gente tem muito costume de ignorar, porque é algo comum para a gente. Então, a gente faz com que eles parem na beira do rio e comecem a analisar aquele rio. Se ali está sem a mata ciliar [vegetação às margens dos rios] ou não. Isso é importante de se perceber. A gente teve um episódio de chuvas aqui no início do ano e teve uma enchente. A gente percebeu que muito lugar não tinha mata ciliar e ficou muito degradado. Eles conseguiram entender o porquê de ficar degradado”, diz a educadora ambiental. 

Ríllary faz parte do projeto Guapiaçu, realizado pelo Ação Socioambiental (Asa) em parceria da Petrobras. Além de trabalhar com o reflorestamento da Mata Atlântica em propriedades privadas, o projeto é voltado para educação ambiental, a fim de conscientizar a população.

Observar os recursos hídricos tem uma especial importância em Cachoeiras de Macacu. No Rio de Janeiro, onde o projeto é desenvolvido. O município é conhecido pelo potencial hídrico. Próximo dali, na Serra dos Órgãos, a cerca de 1,7 mil metros de altitude, nasce o rio Macacu, que é o principal rio que desagua na Baía de Guanabara. A bacia hidrográfica do rio Guapi-Macacu – formada pela união do rio Macacu com o rio Guapimirim – é responsável pelo abastecimento de água de cerca de dois milhões de pessoas nos munícipios de Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Itaboraí, São Gonçalo e Niterói.

Cachoeiras de Macacu (RJ) 25/11/2024 – A educadora ambiental do Projeto Guapiaçu Ríllary Lemos demonstra a análise de água no Parque Estadual dos Três Picos, parte do trabalho de monitoramento da Mata Atlântica. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil – Fernando Frazão/Agência Brasil

“A gente quer trazer a consciência para as pessoas para que elas se sintam parte do ambiente e assim, elas possam cuidar dele, né? A gente acredita em um pertencimento como forma de fazer com que as pessoas entendam, não apenas as crianças, a educação ambiental vai além delas”, diz a gestora do Parque Três Picos, Maria Alice Domingos Picoli, parceiros do projeto Guapiaçu.

O Parque Estadual dos Três Picos é o maior parque estadual do Rio de Janeiro – ele se estende também por Nova Friburgo, Teresópolis, Guapimirim e Silva Jardim. É na porção de Cachoeiras de Macacu que estão dois terços das florestas e 60% das águas do parque.

Um dos principais objetivos do parque, criado em 2002, é assegurar a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica, que é o bioma brasileiro com maior número de espécies de plantas e animais ameaçados de extinção no país. Cerca de 70% da população brasileira vive em áreas de Mata Atlântica. Mas, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ao longo da história do Brasil, 71,6% do bioma foi desmatado.

“A gente conta muito com essas pessoas que vivem nos limites do parque né? A gente precisa fazer essa rede, fazer essa parceria com todo mundo pra gente conseguir preservar. Porque nós não somos ilhas, né? A gente não consegue fazer isso de forma fragmentada, a gente precisa se unir”, diz Picoli.

Nas escolas e na paisagem

Em todo o país, a partir de 2025, a educação ambiental deverá fazer parte do dia a dia de todas as escolas. A Lei 14.926, sancionada em 2024, modifica a Política Nacional de Educação Ambiental de 1999, acrescentando o estudo desses assuntos entre os objetivos da educação ambiental nacional.

As escolas deverão estimular estudantes a participar de ações de prevenção e diminuição das mudanças climáticas. O objetivo é garantir que os projetos pedagógicos, na educação básica e no ensino superior, contem com atividades relacionadas aos riscos e emergências socioambientais e a outros aspectos relacionados à questão ambiental e climática.

Cachoeiras de Macacu (RJ) 25/11/2024 – Centro de visitantes do Parque Estadual dos Três Picos, que recebe monitoramento do Projeto Guapiaçu, para restauração da Mata Atlântica e educação ambiental. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil – Fernando Frazão/Agência Brasil

Em Cachoeiras de Macacu, além de ser feita em espaços como o Parque dos Três Picos, a educação ambiental está também presente em áreas de lazer como na Prainha do rio Guapiaçu. O reflorestamento feito pelo projeto Guapiaçu em uma propriedade que margeia o rio, mudou a paisagem do local onde as pessoas vão para se divertir e nadar. Ao invés de um pasto, agora há diversas árvores.

A profissional do lar, Angelita Ferraz, de 55 anos, visitou a Prainha esta semana, depois de 26 anos sem ir ao local. “Tá muito lindo, tá bem arborizado, com muita sombra. Para cá, onde eram as árvores, era uma grande praia, por isso era chamado de prainha. Era uma grande praia de areia. O rio era mais largo e ali nós chamávamos de Poço da Lua. Nós vínhamos para cá, ficávamos acampados aqui, comendo camarão, tocando viola”, conta.

Ela deu um mergulho com a nova vista. “Não tem palavras. Se eu for falar, eu vou ficar chorando. É uma sensação muito gostosa, é gratificante olhar, ver tudo isso aqui”, diz.

*A equipe viajou a convite da Petrobras

Câncer infantil muda rotina de pais e crianças em busca da cura

Flora, de 9 anos, garante que é tagarela somente fora da escola. A menina tem muito o que falar. Na escola, fica quietinha porque gosta de matemática e até acha fácil. Adora as aulas de português, de redação e também de inglês. As palavras se misturam ao olhar doce e sorridente. Em casa, devora os gibis da turma da Mônica. Diverte-se também em contar as suas histórias, das amigas da escola, das viagens que fez para o Nordeste e dos filmes e desenhos que assiste na TV. A tagarela também sabe que está em um longo tratamento para cuidar de um “dodói”, como os pais explicam.

A mãe, Cris Pereira, e o pai, Guto Martins, ambos músicos de Brasília e pais também da jovem Poema, de 15 anos, aprenderam que é necessário falar e dar visibilidade a esse dodói. “É fundamental falar sobre o câncer infantil”, diz a mãe, sambista. Além disso, fazem questão de divulgar que os sistemas públicos de saúde, desde o diagnóstico, e de educação têm sido fundamentais na luta por Flora.

Primeiros sinais

Cris solta a voz porque sabe que pode ajudar outras pessoas a prestarem atenção em sinais que podem fazer toda a diferença no tratamento. “Não pode haver tabu”, diz Guto. Cris recorda que o primeiro sinal em Flora foi aos seis meses, um pequeno estrabismo do olho esquerdo. Eram os primeiros sinais do astrocitoma pilocítico, um tumor na cabeça que, no caso de Flora, pressiona a parte anterior ao olho.

Depois da menina apresentar outros momentos de indisposição, e de tentarem encontrar o que estava ocorrendo, um ano depois, o casal recebeu a notícia que ninguém queria receber. O dia era 3 de outubro de 2016, uma sexta-feira, quando pediram que fosse feito um exame mais detalhado em função do olhinho estar um pouco mais saltado. O casal, quando se viu rodeado por diferentes profissionais, sabia que algo havia sido descoberto.

“Foi como se a gente tivesse passado por um portal e que nunca nada seria como antes”, recorda a mãe. O tumor na cabeça da criança já tinha seis centímetros. Três dias depois a criança passou pela primeira cirurgia.

Um mundo de pensamentos surgiu. Mas, inicialmente, descobriram que era necessário se resignar e lutar. “Foi muito importante não nos sentirmos sozinhos. Eu conto essa história que foi vivida em 72 horas em que tudo mudou”. Inclusive o olhar deles para outras pessoas. Ao observar a vida hospitalar, conheceram histórias de pessoas em situações ainda mais delicadas.

Vivendo depois do “portal”

A primeira cirurgia seria apenas o começo de uma jornada intensa que está no caminho de completar uma década. Em novembro daquele ano começaram as sessões de quimioterapia. Os ciclos foram acompanhados, inicialmente, com muita surpresa para os pais. A rotina fez com que eles parassem de contabilizar quando chegou ao número 120. “Entendemos que os protocolos são para fragilizar o tumor a ponto que essas células parem de se produzir”.

Cris e Guto aprenderam a viver a rotina de cuidados da filha Flora. A menina trata um astrocitoma pilocítico desde os primeiros anos de vida. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O casal, no caminho, decidiu que era necessário divulgar o que ocorria na família. Até uma página no Instagram (@mamaetocomcancer) foi criada. No canal, dividem experiências com outras famílias, falam das pequenas vitórias de todos os dias ou compartilham os desafios que aparecem.

Ao longo desse processo, não foi raro para o casal ver mães abandonadas com seus filhos doentes. Mulheres que, literalmente, vivem em hospitais. Guto vê menos homens acompanhando os seus filhos em tratamento. “Acho muito triste isso. A gente sempre se revezou muito. Há mulheres cuidando de crianças sem nenhuma rede de apoio, são pessoas em vulnerabilidade real sem dinheiro para fazer um lanche”.

Os dias são diferentes uns dos outros, mas acostumaram-se que é necessário viver com pragmatismo e intensidade cada momento. Atualmente, por causa da agressividade do tumor, Flora passa por um tratamento chamado de “terapia-alvo”, feito através de mapeamento genético. Medicamentos custam caro. São necessárias duas caixas por mês (cada uma custa cerca de R$ 6 mil). Atualmente, a família tem sido atendida por decisão judicial que garante o pagamento por parte do plano de saúde.

Diagnóstico precoce

Segundo o neurocirurgião pediátrico Márcio Marcelino, do Hospital da Criança de Brasília – que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – é muito importante a iniciativa de trazer visibilidade e falar sobre o câncer infantil. Principalmente porque as primeiras manifestações podem passar despercebidas e não se pode fugir dessa possibilidade.

“Essa família ficou frequentando emergências e emergências de diversos hospitais. Não é só no Brasil. A gente tem documentado inúmeras iniciativas fora do país de conscientização e de alerta dos serviços de saúde para isso”, afirma o especialista.

Ele explica que o diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença. O motivo é simples: quando se encontra uma lesão nas fases iniciais, há três benefícios para a criança. “O primeiro é que o tumor tem uma dimensão menor”. Isso facilita o procedimento cirúrgico, se for o caso. O segundo benefício é que diminui a possibilidade de encontrar uma doença já com disseminação. O terceiro motivo é que evita situações em que a criança passe meses mais debilitada. Isso não quer dizer, conforme destaca, que não exista tratamento se houver diagnóstico tardio.

O especialista explica que o avanço da ciência é fantástico no que diz respeito ao tratamento do câncer. “Nós estamos conseguindo diferenciar dentro de um mesmo tipo de tumor os vários subtipos. E com esses subtipos geneticamente determinados desses tumores, a gente está conseguindo definir melhor quais são os prognósticos e qual o melhor tratamento”, argumenta.

Esse avanço da ciência tem se mostrado revolucionário, segundo Márcio Marcelino. O diagnóstico precoce é o início da caminhada. “Pode ser um baque para a família. Mas é importante que eles saibam que nunca estão sozinhos”. No caso de Flora, o médico já foi responsável por quatro cirurgias. “Estamos na luta. A última cirurgia foi o que ajudou muito na lesão dela”.

Nesse caminho de Flora, a mãe ensina a ser intensa em todas as horas. Os dias de internação até serviram de inspiração para compor um hino de levante feminista. Entre os versos está: “resistência em mim se acendeu”. Mas a menina também ensina, mesmo com o dodói e tão criança, que é necessário tagarelar, sorrir e lutar a cada dia.

Circuito Arte não é Privilégio busca ampliar divulgação da arte urbana

A extensa programação do Circuito Arte não é Privilégio, concebido pelo Céu – Museu de Arte a Céu Aberto, chega ao segundo dia nesta quarta-feira (20), na capital paulista. O projeto é fomentado pela Bolsa Funarte de Artes Visuais Marcantonio Vilaça 2023 e sua primeira fase se estende até o próximo sábado (23). O museu foi criado pelo produtor cultural Kleber Pagu.

O “artivista” Pagu diz que um dos objetivos do projeto é atrair e aprimorar políticas públicas para esse tipo de linguagem. Além disso, a equipe por trás da iniciativa pretende desmistificar a arte urbana e institucionalizar o acervo que vai sendo alimentado, permitindo que interessados consultem informações sobre as obras e os artistas, algo que pode se perder quando não há registros, pela natureza das inscrições feitas pelas cidades. Um dos cuidados do Céu foi buscar um modelo participativo, em que os artistas apontam aquilo de que precisam para que a catalogação funcione bem e dentro da finalidade de memória e salvaguarda que tem.

Pagu destaca que a marginalização promovida por uma parcela da sociedade diminui o potencial e o valor da arte urbana, algo que o projeto também tenta reverter. Ele diz que uma situação frequente é surgir alguém que cobra dos artistas dessa vertente que aprendam mais, se profissionalizem mais, como quem diz, nas entrelinhas, que não são competentes ou bons o suficiente.

Outro aspecto abordado pelo “artivista”, ligado a tais enfrentamentos, é o caráter político da criação artística e da mobilização coletiva. “Não estamos colorindo por colorir. Nossas cores têm intenção”, afirma Pagu, lembrando que, se a maioria dos brasileiros não frequenta espaços culturais, como cinema e teatro, não terá, muito provavelmente, da mesma forma, a chance de produzir arte.

No primeiro dia de agenda, o multiartista Ciro Schu abriu as portas de seu ateliê, que é apinhado de objetos que recolhe em suas andanças pela cidade ou recebe de presente de amigos que sabem da sua inclinação para usá-los em suas criações. Schu, abreviação de Schunemann, entrou para a cena do grafite na década de 1990 e, desde o princípio, destoou dos demais artistas, inclusive nos quadrinhos, apresentando uma faceta mais sombria.

Uma das obras de Schu foi feita no Presídio do Carandiru, marcado pelo massacre que culminou na morte de 101 detentos, vítimas da polícia. O episódio é um dos relacionados à violência policial mais lembrados em todo o Brasil.

A experiência de anos mostrou a ele que essa atividade que elegeu requer desapego. “É efêmero, porque chuva e sol acabam prejudicando. Pode deteriorar, sujar, cair, alguém vai querer passar e roubar. Isso é normal. Então, quando você vai fazer algo na rua, em ambiente externo, tem que ser desapegado. Pode durar três horas. Você pode fazer hoje e amanhã não estar lá”, diz Schu, exemplificando com uma obra que fez em colaboração com outro artista. Havia orquídeas nela, todas levadas embora por pessoas que circularam pelo local. 

Desde meados de outubro deste ano, o grafite, o cartum, a caricatura e a charge são considerados parte da cultura oficial do país. O reconhecimento foi oficializado pela sanção da Lei nº 14.996/2024.

Fases do projeto

Na primeira e atual fase do projeto, a capital paulista receberá os articuladores culturais Gilmar Satão e Andréia dos Santos, de Brasília, Anderson AC e Juliana Freire, de Salvador, Jean do Gueto e Alan Furtado, de Belém, para uma série de residências artísticas e imersões.

A programação inclui atividades na Funarte e na Casa Mário de Andrade, com a participação de importantes nomes do cenário cultural brasileiro, entre eles, Marcia Tiburi, Jean Wyllys, Moará Tupinambá, Fernanda Bueno, Kleber Pagu, Felipe Morozini, Jey77, além de visitas a instituições parceiras do Museu Céu em São Paulo, como Beco do Batman, Theatro Municipal, Praça das Artes, Museu Afro Brasil Emanoel Araujo e Sesc. Espaços como o Complexo Cultural Funarte São Paulo, Quimera Atelier, Studio A77Lab e Fuso Space receberão participantes de vivências. 

Os articuladores culturais também visitarão a Favela Galeria, a Galeria-Parque Minhocão e a Câmara Municipal de São Paulo — os dois primeiros estão entre os mais de 60 espaços públicos do Projeto de Lei 379/2020, que tramita na Câmara Municipal, que institui a cidade de São Paulo como Galeria de Arte a Céu Aberto. É prevista, para 2025 a realização de três exposições a céu aberto nestas capitais, nos bairros Beiru, em Salvador, Sol Nascente, no Distrito Federal, e Jurunas, em Belém.

Vivências e encontros

Para a quinta-feira (21), está previsto o GT – Curadoria, das 9h às 12h, no Complexo Cultural Funarte São Paulo, que fica na Alameda Nothmann, 1.058, nos Campos Elíseos. Das 13h15 às 14h,  no mesmo local, haverá a Vivência Casa do Grafifiti. A Vivência com Eliseu Gabriel e Sergio Gomes, que vai das 14h30 às 15h30, será na Câmara Municipal de São Paulo, no Viaduto Jacareí, 100, na Bela Vista. No Beco do Batman, a Vivência com Local Studio está marcada para o horário das 16h15 às 18h15. O endereço é: Rua Medeiros de Albuquerque, 82-154 – Jardim das Bandeiras.

Na sexta-feira (22), a programação prevê Visita ao Museu Afro, das 9h às 11h. O museu fica na Av.enidaPedro Álvares Cabral, s/n, Portão 10, Vila Mariana. Na Praça das Artes, haverá Vivência com Fernanda Bueno – Balé da Cidade, das 13h às 14h30. A Praça das Artes é na Avenida São João, 281, centro histórico de São Paulo. No mesmo local, das 14h30 às 1h, está previsto o GT – Curadoria. No Sesc 24 de Maio, das 18h às 18h45, haverá a Vivência com Nabil Bonduki.

Para sábado (23), as atrações serão a Vivência com Grupo Opni, das 9h às 12h, na Favela Galeria (Rua Archângelo Archiná, 587, Cidade São Mateus, São Paulo), o GT – Curadoria, das 14h às 15h45, no Complexo Cultural Funarte São Paulo, e a Vivência com Marcia Tiburi, das 16h às 17h, no Complexo Cultural Funarte São Paulo.

Agricultura busca transformação para enfrentar mudanças climáticas

Pelo terceiro ano consecutivo, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) trouxe para a 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), em Baku, no Azerbaijão, a Casa da Agricultura Sustentável. É um espaço de debates sobre como o setor pode se transformar para enfrentar as mudanças climáticas.

O desafio vai muito além de novas práticas para a produção, afirma o diretor-presidente do IICA, Manuel Otero (foto). Para ele, é necessário também mostrar para o mundo que o setor é capaz de se comprometer com a sustentabilidade do planeta.

“Para isso trabalhamos em diferentes dimensões. Uma delas está numa nova geração de políticas públicas que reconheçam os novos limites da agricultura como um setor que tem que ser ambientalmente responsável, nutricionalmente inteligente, que acompanhe o que ocorre no comércio internacional, mas também socialmente responsável. Além disso, estamos construindo uma nova narrativa”, disse.

Nessa direção, o IICA trouxe para o Azerbaijão visões e modelos de sucesso que ocorrem nos 34 países das Américas que integram a instituição. Ao longo dos 12 dias de conferência, o espaço receberá mais de 50 painéis e diálogos envolvendo a participação de centenas de produtores, acadêmicos e representantes de instituições governamentais e da sociedade civil.

Modelos

Entre eles, o ministro do Desenvolvimento Agrário do Brasil, Paulo Teixeira, que participou do painel Ação Climática: vozes dos produtores na luta contra a mudança climática.

Na apresentação, o ministro fez um balanço dos últimos quatro meses do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com a incrementação da produção de alimentos a partir do financiamento de iniciativas com menos emissões de gases do efeito estufa.

Na comparação com 2023 – os últimos quatro meses terminados em outubro -, segundo o ministro, os resultados já podem ser notados.

“Aumentamos em 28,5% o financiamento para a agricultura orgânica e agroecológica em uma redução de 23,7% para a agricultura transgênica. Nós também tivemos um crescimento de 20% em máquinas, equipamentos e implementos – R$ 6,3 bilhões no financiamento de máquinas para o pequeno agricultor. Tivemos um crescimento na produção de feijão, cebola, batata, repolho, cenoura e uma redução na produção de soja na agricultura familiar de 14%”, detalhou.

Junto com o Centro Agronômico Tropical de Pesquisa e Ensino (Catie) e RCC Caribbean – organização criada na estrutura da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança Climática para dar apoio aos pequenos estados insulares, particularmente mais vulneráveis às mudanças climáticas – o IICA também realizou, pela primeira vez, um painel dentro da programação oficial de abertura da COP29.

Ministro Paulo Teixeira disse que o governo aumentou em 28,5% o financiamento para a agricultura orgânica e agroecológica  Foto – Valter Campanato/Agência Brasil

Financiamento

Com o título Adaptação pela Abordagem de Soluções Baseadas na Natureza para Medir a Vulnerabilidade e os Riscos na Região da América Latina e Caribe, o encontro debateu como tornar a agricultura mais sustentável e resiliente às mudanças climáticas.

“O que nós queremos é ter sustentabilidade. Essa sustentabilidade só acontecerá se tivermos uma visão de transformar o setor produtivo agrícola brasileiro e isso não vai acontecer por geração espontânea. Isso vai acontecer com uma estratégia de políticas públicas e de financiamento, que viabilize essa transição”, afirmou o ex-diretor geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), Roberto Azevedo.

Para ele, a criação de um marco regulatório com diversos instrumentos que recompensem financeiramente os investimentos na transição para a economia verde é uma forma de tornar o setor mais comprometido com formas de produção sustentáveis.

“Se você tem um sistema regulatório que prevê uma remuneração mínima, uma indexação do preço do produto final, uma mistura no combustível final que atende a um determinado patamar, todos esses elementos são pequenos e parecem independentes, mas não são. Dependendo do marco regulatório que você cria, o investidor vai fazer a transformação por ser interessante para ele”, explicou.

Roberto Azevedo acrescentou que tal estrutura serviria como uma complementação aos subsídios e financiamentos estatais.

“Eu particularmente não acredito que o incentivo tenha que ser sempre uma despesa do Estado. Porque o Estado não terá dinheiro. Sobretudo em países da região – Brasil, Argentina – não são países com um orçamento infinito. Essa transição tem que ser feita de forma inteligente, com um marco regulatório que ajude e promova, incentive [para que] o investimento venha do próprio produtor”, explicou.

Na viabilização da descarbonização da agricultura, Azevedo aponta ainda outro elemento complementar para as formas de financiamento que seria o desenvolvimento tecnológico do setor.

“Quando se fala de sustentabilidade, a tecnologia e a inovação têm um papel importantíssimo e elas estão mudando dia a dia. O que hoje é sustentável não é que vai passar a não ser. Você encontrará métodos de produção, tecnologias mais modernas que vão melhorar e acelerar essa transição. Então, não é um processo estático, é um processo dinâmico. A cada momento, a cada dia, aparece uma nova inovação, uma nova forma de produção”, acrescentou.

COP30 em Belém

Segundo Manuel Otero, além da troca de experiências, a IICA também trabalha para criar conexões entre as pessoas que podem promover essa transformação da agricultura. Uma reunião com o governador do Pará, Helder Barbalho, que receberá a COP30, em 2025, em Belém, também buscou alinhar, em Baku, as agendas para que o próximo encontro da Junta Interamericana de Agricultura, com os 34 ministros da Agricultura nas Américas, a cada dois anos, seja realizado em Belém, na agenda pré-COP.

Segundo Otero, acelerar a transição é uma urgência que deve ser compreendida pelo setor e fundamentada no bem-estar das próximas gerações. “O IICA se considera uma instituição construtora de pontes. Temos que fortalecer as pontes entre o agro e o meio ambiente, entre as cidades, as zonas rurais. Então, pequenos agricultores e médios produtores, grandes produtores, todos temos que ir atrás da causa do desenvolvimento sustentável. Todos, e ninguém pode ficar de fora, ninguém pode ficar para trás”, conclui.

Para o governador paraense, a proximidade do setor da agricultura com a pauta ambiental trará novas oportunidades para acelerar a transição em direção a uma economia mais sustentável.

“O uso da terra representa 96% das emissões em território paraense. Portanto, trabalhar para que haja um melhor uso da terra certamente está dentro das estratégias centrais para que o Pará possa reduzir as suas emissões”, disse.

*A repórter viajou a convite do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA)

STF passará por varredura completa em busca de explosivos

O Supremo Tribunal Federal (STF) informou que os prédios da Corte vão passar por uma varredura completa nesta madrugada e na manhã desta quinta-feira (14) em buscas de explosivos. A medida foi tomada após as explosões ocorridas na frente da sede do tribunal.

O expediente dos servidores foi suspenso até o meio-dia no edifício-sede e nos anexos, onde estão localizados os gabinetes dos ministros. Segundo a assessoria da Corte, a situação será reanalisada ao longo da manhã desta quinta.

As explosões ocorreram por volta das 19h30. Primeiro, foram detonados explosivos em um carro estacionado no anexo 4 da Câmara dos Deputados, próximo ao STF. Em seguida, houve e explosão de artefatos no corpo do autor do ataque, em frente à sede do Supremo.

No momento das explosões, advogados e autoridades que participaram do julgamento do processo que trata da letalidade das operações policiais no Rio de Janeiro deixavam o plenário da Corte.

O público ficou assustado com o barulho e foi retirado do Supremo pelo subsolo. Em seguida, o edifício-sede foi evacuado e interditado. Os ministros foram retirados em segurança.

Câmara 

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), suspendeu as sessões da Casa até o meio-dia desta quinta. A medida vale para sessões plenárias, reuniões de comissões e demais eventos programados.

Lira também determinou que a Polícia Legislativa investigue as circunstâncias da explosão de um carro nas proximidades da Casa.

Diante do Fla, Cruzeiro busca primeira vitória com Diniz no Brasileiro

O Cruzeiro recebe o Flamengo, a partir das 21h (horário de Brasília) desta quarta-feira (5) na Arena Independência, em Belo Horizonte, em partida na qual buscará a primeira vitória sob o comando do técnico Fernando Diniz no Campeonato Brasileiro. A Rádio Nacional transmite ao vivo.

A Raposa chega ao confronto em um momento de euforia, após garantir a classificação para a decisão da Copa Sul-Americana. E a vaga na final foi alcançada justamente com o primeiro triunfo da equipe sob o comando de Fernando Diniz, de 1 a 0 sobre o Lanús (Argentina).

Bora pro último treino antes do jogo contra o Flamengo!

📸 @ggaleixo pic.twitter.com/MqIgj1dQEE

— Cruzeiro 🦊 (@Cruzeiro) November 5, 2024

“Tenho 15 anos de carreira como treinador, nunca tinha acontecido de ficar seis jogos sem vencer. Porém, não mudei minha pessoa, nunca me achei um fracassado, mas o que faço é tentar de novo. Os jogadores tentaram de novo, fomos tentando achar a solução, pois todos trabalham com profundidade, não é coisa superficial”, declarou o comandante do Cruzeiro em entrevista coletiva.

O Flamengo também chega à partida em um momento positivo, após derrotar o Atlético-MG por 3 a 1, no último domingo (3) no estádio do Maracanã, no primeiro jogo da final da Copa do Brasil. Tendo o segundo jogo da decisão da Copa do Brasil com o Galo no próximo domingo (10), o técnico Filipe Luís deve poupar alguns titulares nesta quarta diante da Raposa.

Indo decolar! 🛫#VamosFlamengo

📸: Marcelo Cortes /CRF pic.twitter.com/trLziRrCsy

— Flamengo (@Flamengo) November 5, 2024

A expectativa é que peças importantes como Gabriel Barbosa, Arrascaeta, Gerson, Léo Ortiz e Wesley não sigam para Belo Horizonte, com isso o Flamengo deve iniciar a partida com: Rossi; Varela, David Luiz, Fabrício Bruno e Ayrton Lucas; Allan, Pulgar e Alcaraz; Plata, Bruno Henrique e Matheus Gonçalves.

Transmissão da Rádio Nacional

A Rádio Nacional transmite Cruzeiro e Flamengo com a narração de Luciana Zogaib, comentários de Rachel Motta e reportagem de Carlos Molinari. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui: