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Polícia Federal investiga explosões em Brasília como ato terrorista

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, disse nesta quinta-feira (14) que as explosões registradas na noite de quarta-feira (13) em Brasília não representam “fato isolado” e que a unidade de investigação antiterrorismo da corporação já foi acionada para auxiliar nos trabalhos.

“Quero, inicialmente, fazer um registro da gravidade dessa situação que enfrentamos ontem. Tudo isso aponta que esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica – não só a Polícia Federal, mas todo o sistema de Justiça criminal”, disse.

“Entendemos que esse episódio de ontem não é um fato isolado, mas conectado com várias outras ações que, inclusive, a Polícia Federal tem investigado em período recente”, completou o diretor.

Durante coletiva de imprensa na sede da corporação em Brasília, Passos disse ainda que já determinou a abertura de inquérito policial e o encaminhamento do caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) diante das hipóteses de atos que atentam contra o Estado Democrático de Direito e de atos terroristas.

“Estamos tratando esses casos sob essas duas vertentes e, por isso, nossa unidade antiterrorismo está atuando diretamente.”

Explosões em Brasília não vão afetar trabalho do Judiciário

Ao abrir a sessão desta quinta-feira (14), a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, disse que as explosões registradas na noite de quarta-feira (13) não vão afetar o trabalho do Judiciário. “Às vésperas da data de comemoração da proclamação da República, o Brasil foi dormir preocupado com os acontecimentos que tiveram lugar, especialmente na Praça dos Três Poderes e nas imediações do Supremo Tribunal Federal (STF)”.

“O Brasil foi dormir preocupado. Nós, cidadãs e cidadãos brasileiros, acordamos ocupados em manter as nossas funções para a garantia de continuidade estável, segura e contínua das instituições democráticas. A nós, servidoras e servidores, especialmente da Justiça constitucional e eleitoral, compete dar continuidade às nossas funções para a preservação da necessária democracia brasileira, que não se abala diante de qualquer ato que possa, eventualmente, atentar ou buscar atentar contra pessoas, instituições ou funções democráticas.”

Durante a abertura da sessão, Cármen Lúcia insistiu que cabe aos servidores do Judiciário seguir no exercício de suas funções “para que brasileiras e brasileiros continuem a dormir sem preocupações, no sentido de que algum vírus que adoeça pessoas, instituições ou qualquer forma de atuação não comprometa, não contamine a saúde democrática das instituições no Brasil e da sociedade brasileira.”

“Neste sentido, damos continuidade aos nossos trabalhos, com a mesma tranquilidade, destemor e, principalmente, comprometimento com a democracia brasileira. Graves acontecimentos não comprometem o que é muito mais sério e de nossa responsabilidade que é trabalhar para que a democracia brasileira se sustente como vem se sustentando, sem qualquer tipo de adversão que possa, de alguma forma, abalar a sua estrutura e dinâmica,” explicou.

“Brasileiras e brasileiros sabem que eventos como os que aconteceram ontem terão a necessária investigação, os procedimentos necessários, os aperfeiçoamentos necessários, mas em nada alteram o nosso dia a dia, que é de prestar a jurisdição na forma em que a Constituição e as leis estabelecem. Assim será feito”, concluiu.

Polícia Federal abrirá inquérito sobre suposto atentado em Brasília

O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que a Polícia Federal vai abrir inquérito sobre o suposto atentado na noite desta quarta-feira (13) na Praça dos Três Poderes. Nota do Supremo Tribunal Federal divulgou que foram ouvidos dois fortes estrondos ao final da sessão, por volta das 19h30. Uma pessoa morreu.

De acordo com o ministério, foram acionados policiais do Comando de Operações Táticas (COT), do Grupo de Pronta-Intervenção da Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal, peritos e o grupo anti-bombas da instituição. que estão conduzindo ações no local.

A Polícia Militar diz que manterá o corpo do homem ainda não identificado  no local da explosão até que seja feita perícia e descartado risco de haver outros explosivos.

AGU

Nas redes sociais, o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, disse que é preciso reestabelecer a paz e a segurança. “Repudio com toda a veemência os ataques contra o STF e a Câmara dos Deputados. Manifesto minha solidariedade aos ministros e parlamentares. A Polícia Federal investigará com rigor e celeridade as explosões no perímetro da praça dos três Poderes. Precisamos saber a motivação dos ataques, bem como reestabelecer a paz e a segurança o mais rapidamente possível”.

Policiais militares e bombeiros fazem varredura na Esplanada. A Esplanada dos Ministério está fechada desde a Catedral Metropolitana de Brasília. A segurança foi reforçada no Palácio do Planalto, que fica no lado oposto ao STF, na Praça dos Três Poderes. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava no Planalto no momento das explosões. Ele deixou o local por volta das 17h30 em direção ao Palácio da Alvorada. 

Planetário de Brasília recebe exposição de astrofísicos negros

A partir desta quarta-feira (13), está aberta ao público a Exposição Astrofísica dos Corpos Negros, no Planetário de Brasília. A entrada é gratuita.

A exposição trata de forma lúdica sobre estrelas luminosas, raios cósmicos, nebulosas planetárias e outros temas da astrofísica. O nome do projeto foi pensando também para mostrar o trabalho dos astrofísicos negros e fomentar a reflexão sobre a pouca representatividade das pessoas negras no mundo científico.

“Nós temos a intenção de incentivar crianças a sonharem com a possibilidade de descobrir o céu também, principalmente as crianças negras, as crianças da periferia, da escola pública, que não se enxergam como cientistas, porque não têm muitos modelos de cientistas negros”, destaca Eliade Ferreira Lima, professora, astrofísica e coordenadora da exposição.

A exposição tem também uma versão em site, que apresenta conteúdos em vídeos imersivos em 360º e com animações.

O projeto foi ilustrado pelo artista Camilo Martins e em a participação dos pesquisadores Oscar dos Santos Borba e Liandra Ramos, da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), em parceria com os pesquisadores Alan Alves Brito, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Rita de Cassia dos Anjos, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

A exposição tem apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). 

Serviço:

Exposição Astrofísica dos Corpos Negros

Data: de 13 de novembro a 28 de dezembro

Local: Planetário de Brasília 

Horário: Terça a domingo, das 7h às 19h30

Entrada gratuita

* Estagiária sob supervisão de Marcelo Brandão 

Manoel Messias ganha etapa de Brasília da Copa do Mundo de triatlo

Assim como no ano passado, a etapa de Brasília da Copa do Mundo de triatlo coroou um atleta do país-sede. Neste sábado (9), o cearense Manoel Messias venceu a disputa na orla do Lago Paranoá. Ele finalizou a prova (de 750 metros de natação, 20 quilômetros de pedalada e cinco quilômetros de corrida) em 53min35s. O australiano Callum McClusky e o espanhol Sérgio Cabrera completaram o pódio masculino.

O trecho a pé da prova foi o que fez diferença para Messias, único a concluir a corrida em menos de 15 minutos (14min58s). Ao cruzar a linha de chegada, ele não conteve a emoção. Em 2024, o brasileiro não finalizou duas etapas da Copa do Mundo (Hamburgo, na Alemanha, e Cagliari, na Itália) e foi apenas o 45º colocado na Olimpíada de Paris (França).

“Esse não foi meu melhor ano, mas estou extremamente feliz de terminá-lo com uma vitória em casa. Eu realmente me senti muito bem durante a corrida e fui para cima”, celebrou Messias após o evento.

Outros dez atletas representaram o Brasil na orla do Lago Paranoá. Vencedor da etapa de Brasília em 2023 e décimo colocado nos Jogos de Paris, o paulista Miguel Hidalgo chegou na quarta posição. O top-10 ainda teve dois brasileiros: o paranaense Kauê Willy (nono) e Antônio Bravo Neto (décimo), que nasceu nos Estados Unidos.

Na disputa feminina, que reuniu 25 competidoras (cinco brasileiras), a representante da casa mais bem colocada foi a cearense Vittoria Lopes, que chegou em oitavo, com o tempo de 1h00min35s. A vitória foi da mexicana Rosa Tapia, seguida pela francesa Sandra Dodet e pela estadunidense Tamara Gorman.

A prova em Brasília foi marcada, também, por uma homenagem a Luísa Baptista. A paulista, que foi atropelada por um motociclista em dezembro do ano passado durante um treino e chegou a ficar três meses em coma, trotou por cinco minutos acompanhada dos brasileiros que participaram da etapa. Foi a primeira vez que ela foi liberada para correr desde o acidente. No fim, a triatleta recebeu uma medalha simbólica e deu um emocionante abraço na mãe, Jaqueline.

“Correr esses cinco minutos é legal demais para mim. É muito importante para a minha recuperação. Sem dúvidas, se não fosse por vocês, eu não estaria aqui hoje. Eu sei que muita gente me dá uma força enorme e eu tinha mais do que motivos para poder voltar”, disse Luísa, medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima (Peru).

Exposição Foto de Quebrada mostra trabalhos de 30 artistas em Brasília

Começa neste sábado (9), à 14h, a terceira edição da exposição Foto de Quebrada, mostra que reúne trabalhos de 30 artistas de todo o país na Galeria Risofloras, localizada na Praça do Cidadão, em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal.

Haverá, durante a abertura da exposição, atrações como a apresentação do DJ Kayaman; um aulão de funk com a Cia Versão Brasileira; e, às 17h, o Leilão Espetáculo de Venda de Arte Periférica. A iniciativa conecta mais de 200 artistas brasileiros de várias regiões, promovendo um novo circuito de compra e venda de arte.

“As quebradas brasileiras são territórios vivos e dinâmicos. Nesta exposição, revelamos algumas de suas múltiplas vivências compartilhadas por todo o país. Cada imagem é, simultaneamente, um espelho e uma janela. Olhares únicos que captam detalhes que, muitas vezes, passam despercebidos, revelando as camadas afetivas, os sonhos, as celebrações e até as pequenas tragédias cotidianas”, diz a curadoria da exposição.

A exposição pode ser visitada até 24 de janeiro, das 14h às 18h, de terça a sábado. Mais informações podem ser obtidas neste site.

Indígenas marcham em Brasília contra marco temporal

Cerca de 400 indígenas marcharam, nesta quarta-feira (30), em Brasília, e fizeram bloqueios em rodovias de pelo menos cinco estados. Os atos são contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 48, de 2023, que inclui a tese do marco temporal na Constituição do país.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram seis interdições registradas até o início da tarde de hoje em rodovias federais de São Paulo (SP), Santa Catarina (SC), Rio Grande do Sul (RS), Maranhão (MA) e Roraima (RR).

Também nesta quarta-feira, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, senador Davi Alcolumbre (União Brasil/AP), informou que irá analisar a possibilidade de pautar a PEC 48 no colegiado.

Indigenas durante ato na Esplanada dos Ministérios pedindo demarcação dos seus territorios. Foto – Bruno Spada/Câmara dos Deputado

A tese do marco temporal, já considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), determina que só podem ser demarcadas as terras indígenas ocupadas pelos povos originários no momento da promulgação da Constituição, em outubro de 1988, ou que estavam em disputa judicial na época.

A liderança Dinamam Tuxá, coordenador da Associação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), argumentou à Agência Brasil que projetos contrários aos indígenas, incluindo a PEC 48, estão avançando no Congresso Nacional e, por isso, foi necessário retomar as mobilizações.

“É uma agenda anti-indígena que irá travar, de uma vez por todas, as demarcações das nossas terras. Da mesma forma que eles estão mobilizados, nós vamos continuar mobilizados e vigilantes para que não sejam aprovadas essas pautas. As manifestações vão continuar não só em Brasília, mas em todo o Brasil”, afirmou.

Além da PEC 48, a Apib critica projetos em tramitação na Câmara e no Senado, como a PEC 36, o projeto de lei (PL) 6050 de 2023 e outros. Os indígenas também pedem, por meio de carta divulgada nesta semana e entregue à  autoridades dos Três Poderes, a demarcação de terras indígenas, como a do Morro dos Cavalos (SC) e da Potiguara de Monte Mor (PB), entre outras. Além disso, pedem a publicação, pelo Ministério da Justiça, de portaria declaratória de outras 12 terras indígenas a serem demarcadas.  

O coordenador da associação, a liderança Alberto Terena, avalia que o Congresso Nacional está criando uma armadilha para barrar as demarcações das terras indígenas.

“É uma ameaça contra as nossas terras demarcadas e as já demarcadas porque eles vão querer rever as já demarcadas com o marco temporal”, afirmou Terena, acrescentando que a luta indígena envolve toda a sociedade brasileira por agravar a crise climática.  

“A partir do momento que pararmos de proteger o meio ambiente a crise climática será ainda pior. As terras indígenas são os territórios com a maior preservação do meio ambiente, a maior biodiversidade. Estamos lutando pela vida. Não queremos nossa terra para ser explorada, queremos continuar vivendo em harmonia com a natureza”, completou.

PEC 48

Um dos autores da PEC 48, o senador Dr. Hiran (PP/RR), apelou nesta quarta-feira ao presidente da CCJ, Davi Alcolumbre, para que ele coloque a proposta em votação, independentemente do resultado da Comissão de Conciliação formada no STF para debater o tema. Para o senador Hiran, o Brasil já tem muita terra indígena demarcada.

“[A PEC 48] é uma aspiração do povo brasileiro, porque a gente está vendo no campo que essa nossa indecisão gera invasões, gera conflitos. Temos indígenas atacando produtores. Nós temos invasão de terra em vários lugares desse país porque não temos um marco legal adequado para proteger as populações”, afirmou.

Diante das ações que foram protocolados no Supremo sobre o marco temporal, o ministro relator do caso, Gilmar Mendes, formou uma comissão de conciliação para tentar encontrar um entendimento.

O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre, informou que irá consultar “todos os atores” envolvidos no debate, para decidir se aguarda a negociação no STF ou se coloca a PEC para ser votada no Senado.

“Fui informado que as próprias associações indígenas se retiraram do debate. Então, se a parte interessada sai da mesa, a gente também não tem porquê suspender o debate da discussão aqui na CCJ. Eu me comprometo com Vossa Excelência a procurar todos os atores envolvidos e tomar uma decisão rapidamente, se retornamos a matéria à pauta da comissão”, destacou.

A Associação dos Povos Indígenas (Apib) abandonou a comissão de conciliação por entender que a tese já foi rejeitada pelo STF e que a decisão deve ser respeitada. Ainda segundo a associação, não há paridade entre os indígenas e as representações ruralistas no debate. 

“A Conciliação cria insegurança jurídica para os povos indígenas. É uma armadilha que desvia o Estado de suas atribuições constitucionais, já que os direitos dos povos indígenas são direitos fundamentais, indisponíveis e inalienáveis”, diz a carta da Apib publicada nesta semana. 

Entenda

Considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro de 2023, a tese do marco temporal afirma que só podem ser demarcadas as terras indígenas ocupadas pelos povos originários no momento da promulgação da Constituição, em outubro de 1988, ou que estavam em disputa judicial na época.

Em reação ao julgamento no STF, o Congresso Nacional aprovou projeto de lei reforçando a tese do Marco Temporal. O texto foi vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o veto foi derrubado pelo Congresso em dezembro de 2023. 

Devido as ações sobre o tema que tramitam no Supremo, o ministro-relator Gilmar Mendes criou uma Comissão Especial de Conciliação para tentar chegar a um acordo sobre as regras para a demarcação das terras indígenas no Brasil.

Lula faz exames em Brasília e apresenta quadro estável

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou exames, nesta sexta-feira (25), em Brasília, e, de acordo com o boletim médico do Hospital Sírio-Libanês, o quadro é estável. Conforme o boletim, Lula está apto a exercer sua rotina de trabalho em Brasília. Uma nova avaliação ocorrerá em cinco dias.

No último sábado (19), Lula sofreu uma queda no banheiro da residência oficial, no Palácio da Alvorada, bateu a cabeça e precisou levar cinco pontos na região da nuca.

Com isso, Lula não irá a São Paulo para o segundo turno das eleições municipais, no domingo (27); o presidente vota em São Bernardo do Campo, no interior do estado, e estaria em atos de campanha de aliados. Ele também não viajará para Cali, na Colômbia, onde participaria da Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade, que ocorre até o próximo dia 1° de novembro.

Exames de imagem realizados logo após a queda mostraram uma pequena hemorragia no cérebro do presidente, e a equipe médica recomendou, por precaução, evitar viagens de longa distância. Na ocasião, Lula cancelou a viagem que faria para participar da Cúpula de Líderes do Brics, em Kazan, na Rússia.

“O exame está estável em relação aos anteriores. [Lula] está apto para exercer sua rotina de trabalho em Brasília. Uma nova avaliação ocorrerá em cinco dias”, diz o boletim.

O presidente permanece sob acompanhamento da sua equipe médica. Lula está aos cuidados do seu médico pessoal, Roberto Kalil Filho, e da médica da Presidência, Ana Helena Germoglio.

Planetário de Brasília tem exposição sobre nanossatélite feito na UnB

Uma réplica do primeiro nanossatélite produzido em Brasília ficará exposta no planetário Luiz Cruls, da capital federal, a partir desta quinta-feira (24). O AlfaCrux, que foi criado por uma equipe de professores e alunos da Universidade de Brasília (UnB), ficou na órbita da Terra de abril de 2022 até abril deste ano. 

O equipamento coletou dados sobre queimadas e desmatamento na Amazônia e no Cerrado. O professor da UnB, Geovany Borges, que participa da iniciativa, diz que o maior legado é o conhecimento.

“A satisfação de qualquer projeto de pesquisa é você ver que a coisa está funcionando e está atendendo a o que a gente esperava. O mais importante do  AlfaCrux é que foi uma qualificação da equipe, é aquela coisa do saber fazer que foi bastante desenvolvida. Nós temos infraestrutura que foi montada para dar continuação, que é o projeto voltado para o monitoramento ambiental”, diz o professor. 

O presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal, Marco Antônio Costa Júnior, diz que os dados coletados vão ajudar a lidar com problemas ambientais da região. “Esses dados estão sendo analisados para poder tirar conclusões para soluções viáveis para esses problemas que assolam o Distrito Federal, o Cerrado, enfim, este ano o Brasil inteiro”. 

O Brasil tem dez satélites em órbita atualmente. O presidente da Agência Espacial Brasileira, Marcos Chamom, avalia que o AlfaCrux é um dos que tem melhor resultado. Ele espera mais projetos nessa linha.

“As Universidades vão ser chamadas a fazer mais trabalhos desse tipo, tem algumas que já estão trabalhando. Nós temos sete cursos de graduação e pós-graduação aero espaciais no Brasil, eu acho que todas essas universidades deveriam trabalhar com isso. Então, eu acho que isso tende a crescer muito no país”, avalia Chamom. 

A exposição no planetário de Brasília tem painéis interativos, vídeo na cúpula 360 que mostra o lançamento e a réplica do satélite, em formato de um cubo com 10 cm de lado e pesando cerca de 1 kg. O original se desintegrou na atmosfera quando a missão terminou.

Morre em Brasília cineasta e professor Vladimir Carvalho

O cinema nacional perde nesta quinta-feira (24) uma das suas principais referências. O cineasta e professor Vladimir Carvalho faleceu aos 89 anos, em decorrência de um infarto e problemas renais. Ainda não há informações sobre velório e sepultamento.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, decretou luto oficial de três dias. “Referência do cinema brasileiro, o professor Vladimir Carvalho dedicou sua arte para denunciar injustiças e dar voz aos desassistidos numa época de censura e de perseguição política. Contribuiu para mudar a linguagem cinematográfica brasileira, formou uma geração de aguerridos cineastas, levou e enobreceu o nome de Brasília no cenário cultural internacional”, afirmou o governador, por meio das redes sociais.

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) também se manifestou pelas redes e lembrou do legado deixado por Vladimir. “Perda irreparável. Vladimir Carvalho foi um mestre. Depois de tanto nos encantar com sua extensa obra, ele que se encantou hoje, mas seguirá eterno. Deixa grande legado na história do cinema brasileiro e um grande amor por Brasília”, ressaltou a parlamentar.

O cineasta Josias Teófilo também prestou homenagens ao cineasta: “Vladimir fez tantos documentários relevantes sobre a cultura brasileira, retratou Cícero Dias, José Lins do Rego. Ele estava no júri que premiou O Jardim das Aflições no Cine PE, o que é um dos meus maiores orgulhos. Vá em paz, amigo.”

Paraibano, Vladimir Carvalho morou em Salvador antes de de mudar-se para Brasília e conhecer Glauber Rocha. Integrou o movimento do cinema novo e foi um dos primeiro professores da Universidade de Brasília.

Entre suas principais produções estão O País de São Saruê, O Itinerário de Niemeyer, José Lins do Rego, O Evangelho Segundo Teotônio, Barra 68 e Conterrâneos Velhos de Guerra.

Em 2015, Vladimir Carvalho foi homenageado na abertura do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, no Cine Brasília. Na ocasião, ele declarou todo o amor à capital e ao cinema: “Desembarquei em Brasília em 1964, entrei por essa porta [do Cine Brasília] com meu filme, e isso resultou numa aventura de 45 anos. Vim para ficar dois meses, e já estou há 45 anos. Não dá pra ficar aqui com hipocrisia, com falsa modéstia. Digo com toda sinceridade, sem pudor, e com humildade: eu mereço, Brasília! Obrigado!”