Skip to content

Israel bombardeia alvos portuários e de energia no Iêmen

 Israel lançou ataques contra portos e infraestrutura de energia em partes do Iêmen controladas pelos houthis, na madrugada desta quinta-feira (19), e ameaçou mais ataques contra o grupo militante alinhado ao Irã, que lançou centenas de mísseis contra Israel no último ano.

Enquanto os jatos estavam no ar, os militares israelenses  disseram que interceptaram um míssil em direção à região central de Israel, que destruiu um prédio escolar na cidade de Ramat Efal. 

O ataque israelense, que envolveu 14 caças e outras aeronaves, ocorreu em duas séries, com a primeira aos portos de Salif e Ras Issa e a segunda à capital Sanaa, disse aos repórteres o porta-voz militar, tenente-coronel Nadav Shoshani.

“Fizemos amplos preparativos para essas operações, com esforços para refinar nossa inteligência e otimizar os ataques”, afirmou.

A Al Masirah TV, principal canal de notícias de televisão administrado pelos houthis, informou que os ataques aéreos mataram nove pessoas, sete em Salif e duas nas instalações de petróleo de Ras Issa, ambas na província ocidental de Hodeidah.

Em Sanaa, os ataques também atingiram duas centrais elétricas ao sul e ao norte da capital que, segundo a Al Masirah, cortaram a eletricidade de milhares de famílias.

Os ataques israelenses seguiram-se a um bombardeio, na segunda-feira (16), por aeronaves dos Estados Unidos contra uma instalação de comando e controle operada pelos houthis, que controlam grande parte do Iêmen.

Os houthis – que têm lançado ataques contra a navegação internacional perto do Iêmen desde novembro do ano passado, em solidariedade aos palestinos na guerra de Israel contra o Hamas — disseram que miraram a cidade israelense de Tel Aviv na mesma noite com dois mísseis balísticos e atingiram “alvos militares precisos”.

Eles também prometeram responder aos ataques israelenses.

“O ataque israelense não impedirá o Iêmen de responder a essa agressão hedionda e apoiar Gaza”, disse o porta-voz militar do grupo, Yahya Saree, em pronunciamento na televisão.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Israel bombardeia centro de Gaza e tanques avançam em Rafah

As forças israelenses bombardearam campos de refugiados históricos da Faixa de Gaza no centro do enclave e atingiram a Cidade de Gaza, no norte, nesta quinta-feira, matando pelo menos 13 pessoas, e os tanques se aprofundaram em Rafah, no sul, disseram autoridades de saúde e moradores.

Um ataque aéreo israelense matou seis pessoas na cidade de Zawayda, no centro de Gaza, e duas outras pessoas foram mortas em um ataque a uma casa no campo de Bureij. Um ataque aéreo israelense matou três pessoas em um carro em Deir Al-Balah, uma cidade repleta de pessoas deslocadas de outras partes de Gaza, segundo autoridades de saúde.

Na Cidade de Gaza, médicos disseram que dois palestinos foram mortos em outro ataque aéreo.

Os militares israelenses afirmaram em um comunicado que suas forças mataram dois comandantes seniores da Jihad Islâmica em ataques aéreos na Cidade de Gaza, incluindo um que, segundo eles, teria participado do ataque de 7 de outubro no sul de Israel que desencadeou a guerra de Gaza.

Em Rafah, os moradores disseram que os tanques israelenses avançaram mais profundamente no lado oeste da cidade e se posicionaram no topo de uma colina. Segundo as Forças Armadas israelenses, as forças localizaram vários túneis e mataram vários homens armados.

O braço armado do grupo militante Hamas e seus aliados disseram que dispararam bombas de morteiro contra as forças israelenses no sudoeste de Rafah na quinta-feira.

Mais de um milhão de pessoas buscaram abrigo em Rafah por causa dos combates no norte, mas a maioria se dispersou novamente desde que Israel lançou uma ofensiva na cidade e em seus arredores em maio.

Os combates levaram o hospital de campanha de 60 leitos da Cruz Vermelha em Rafah ao limite de sua capacidade, afirmou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em um comunicado na quinta-feira.

“Os repetidos eventos de vítimas em massa resultantes das hostilidades implacáveis levaram ao limite a capacidade de resposta do nosso hospital – e de todas as instalações de saúde no sul de Gaza – para cuidar das pessoas com ferimentos que ameaçam a vida”, disse William Schomburg, chefe da subdelegação do CICV em Gaza.

Cessar-fogo

Após mais de nove meses de guerra, os combatentes palestinos liderados pelo Hamas ainda conseguem atacar as forças israelenses com foguetes antitanque e bombas de morteiro, ocasionalmente disparando barragens de foguetes contra Israel.

Israel prometeu erradicar o Hamas depois que seus militantes mataram 1.200 pessoas e fizeram mais de 250 reféns no ataque de 7 de outubro, de acordo com os registros israelenses. Mais de 38.000 palestinos foram mortos na ofensiva de retaliação de Israel desde então, segundo as autoridades de saúde de Gaza.

Na terça-feira, Israel disse que havia eliminado metade da liderança da ala militar do Hamas e matado ou capturado cerca de 14.000 combatentes desde o início da guerra. Israel afirma que 326 de seus soldados foram mortos em Gaza.

O Hamas não divulga números de baixas em suas fileiras e disse que Israel estava exagerando para retratar uma “falsa vitória”.

Os esforços diplomáticos dos mediadores árabes para interromper as hostilidades, apoiados pelos Estados Unidos, parecem estar suspensos, embora todos os lados digam que estão abertos a mais conversas, inclusive Israel e o Hamas.

Um acordo teria como objetivo acabar com a guerra e libertar os reféns israelenses em Gaza em troca de muitos palestinos presos por Israel.

*É proibida a reprodução deste conteúdo