Skip to content

Bolo do Bixiga volta a ser oferecido no aniversário de São Paulo

Havia 3 anos que o tradicional Bolo do Bixiga, distribuído no aniversário de São Paulo, não era feito. A pandemia da covid-19 foi o motivo. E nesta quinta-feira (25), data dos 470 anos da capital paulista, os paulistanos foram presenteados novamente com a guloseima. 

Logo depois de uma cantoria de Parabéns a você ao som rítmico da bateria da Escola de Samba Vai-Vai, cuja sede é no Bixiga, toneladas do bolo sumiram nas mãos e bocas dos presentes. Centenas de fatias foram cortadas e entregues de mão em mão aos presentes.

“Depois da pandemia é a primeira vez que fazemos o bolo do aniversário de São Paulo. Voltamos às origens. Há 40 anos, a comunidade trazia um bolo para fazer a festa. E agora isso se repetiu”, comemorou Carlos Eduardo Garcia, da organização da festa no Bixiga.

Ao meio dia a comunidade já havia colocado 348 bolos confeitados sobre uma mesa com cerca de 400 metros de comprimento numa das ruas do bairro. Um presente à cidade. Ao lado, muita gente aguardava ansiosamente a partilha com guardanapos, sacolas plásticas e até baldes nas mãos. Esperavam um pedaço do confeito cheio de cobertura colorida.

O tamanho do Bolo do Bixiga já foi registrado no Guinness Book, o livro dos recordes, como o maior do mundo. O confeito tem como tradição aumentar de tamanho a cada ano, totalizando a quantidade de anos que São Paulo completa.

Foi idealizado em 1985 por Armando Puglisi, conhecido como Armandinho do Bixiga. Ele morreu em 1994, mas a tradição foi mantida e organizada por Walter Taverna, que também morreu, no ano passado.

Entidades comemoram recursos para Parque Bixiga, mas ainda veem luta

Entidades e ativistas que defendem a criação do Parque do Rio Bixiga, na região central da capital paulista, ao lado do Teatro Oficina, comemoraram a notícia de que a prefeitura, em acordo firmado com o Ministério Público estadual, vai destinar cerca de R$ 51 milhões para a aquisição amigável ou a desapropriação da área do futuro parque, hoje de propriedade do Grupo Silvio Santos. O acordo ainda precisa ser homologado pela Justiça.

Na terça-feira (19), a prefeitura e o Ministério Público anunciaram que a Universidade Nove de Julho vai devolver aos cofres públicos R$1,050 bilhão, referente a uma ação civil de improbidade administrativa e transação tributária por fatos ocorridos entre 1999 e 2022. 

Desse montante, deverão ser destinados pela universidade “R$ 51.037.385,00, mediante depósito em favor do município, em até seis parcelas mensais corrigidas pela Tabela Prática do Tribunal de Justiça de São Paulo, a ser utilizado, total ou parcialmente, na implementação de parques, preferencialmente na aquisição amigável ou na desapropriação da área do imóvel de cerca de 11 mil m2 localizado na Rua Jaceguai nº 548, em São Paulo (Parque do Rio Bixiga), observando-se a lei municipal a ser editada oportunamente”, diz o documento.

As entidades e ativistas do parque disseram que foram pegos de surpresa com o acordo. Ressalvaram, porém, que veem ainda muita luta para a instalação da nova área cultural no centro da capital paulista. O Movimento Parque do Rio Bixiga e a Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona já têm pronto o projeto para o terreno, que começou a ser idealizado como extensão do teatro pela sua arquiteta, Lina Bo Bardi. 

“Eu acho que está começando uma luta. É a emoção do início. Imagina, há 40 anos o Oficina está nessa luta e, de repente, a gente vê uma notícia assim”, disse nessa quarta-feira (20), em entrevista coletiva, o ator do Oficina Marcelo Drummond, viúvo de Zé Celso, que morreu em julho.

“É importante entender que [a causa] não está ganha, porque acho que a euforia causada com a notícia de ontem, ela é maravilhosa, mas ao mesmo tempo ela não pode causar desmobilização. A questão ainda não está resolvida”, acrescentou a atriz e diretora do Oficina Camila Mota.

O prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, informou, terça-feira, que o projeto para utilização dos recursos na construção do Parque do Bixiga será encaminhado à Câmara Municipal, “para que o tema seja debatido antes de qualquer decisão”. 

Na casa legislativa, já existe um projeto (PL 877/2021) em tramitação que dispõe sobre a criação e o funcionamento do Parque Municipal do Rio Bixiga – aprovado em primeira votação em 22 de novembro, com votos contrários de apenas quatro dos 55 vereadores. A aprovação definitiva depende de uma segunda votação.

No projeto do parque está prevista a descanalização do rio, a reativação de áreas verdes, espaço para lazer e também para atuação cênica, como extensão do Teatro Oficina. “O Zé Celso imaginava justamente essa encruzilhada: esse terreno, que tem 11 mil metros quadrados, com uma potência de reflorestar ou de restaurar um bioma no coração de São Paulo, ao mesmo tempo um lugar que pudesse receber encenações, que pudesse praticar a cultura do teatro”, destacou a arquiteta cênica do Teatro Oficina Marília Gallmeister.