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Analistas políticos dizem que alerta dos bispos católicos deve despertar os angolanos

3 de março de 2024

 

O alerta lançado pelo presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), em Malanje, do risco que os angolanos podem estar correndo em se habituarem à pobreza e de se acomodarem à miséria, está a ser considerado por analistas políticos em Luanda como uma reclamação legítima e um possível desportar dos cidadãos.

Dom José Manuel Imbamba baseou-se de relatórios das dioceses e estudos sobre a realidade social que ilustram bem este quadro, a vida das famílias e dos cidadãos, que não está fácil.

Para o prelado católico, a sociedade vive hoje uma era de fragmentação da consciência em relação às referências éticas, tendo referido, por outro lado, que a fragmentação da consciência em relação às referências éticas atingiu “níveis degradantes e irresponsáveis que se traduzem na corrosão, nepotismo, compadrio, amiguismo, clubismo e na vandalização e dilapidação dos bens públicos.

O presidente da CEAST disse também que a produção interna “continua manietada”, a especulação dos preços dos produtos básicos continua em alta, afetando drasticamente o poder de compra dos cidadãos, as empresas angolanas continuam asfixiadas e muitas moribundas “por falta de ética”.

Criticou ainda os cidadãos que, do seu ponto de vista, “vão perdendo o respeito pelas instituições”, dizendo que a política já não visa o bem dos cidadãos, mas sim dos militantes. Por falta de ética a religião tornou-se comércio e muitas igrejas transformaram-se em espaços de depravação, violência e desnorteio.

 

Bispos católicos africanos rejeitam bênçãos para pessoas do mesmo sexo

Fridolin Ambongo

11 de janeiro de 2024

 

Os bispos católicos romanos da África emitiram na quinta-feira uma declaração recusando-se a seguir a declaração do Papa Francisco que permite aos padres oferecer bênçãos a casais do mesmo sexo.

Assinada pelo cardeal congolês Fridolin Ambongo em nome do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar, ou SECAM, a declaração afirma que tais uniões são “contrárias à vontade de Deus”.

A medida ocorre depois que Francisco aprovou, em 18 de dezembro, uma declaração que permite aos padres oferecer bênçãos a casais do mesmo sexo, o que foi bem recebido pelos católicos LGBT+.

Na declaração, o Vaticano reafirmou o ensinamento tradicional da Igreja de que o casamento é apenas entre um homem e uma mulher, mas disse que os padres poderiam oferecer bênçãos não litúrgicas a casais do mesmo sexo.

Os bispos católicos africanos disseram que a declaração do Vaticano contradiz “o costume cultural das comunidades africanas”. A homossexualidade continua ilegal em muitos países africanos.

“A doutrina da Igreja sobre o casamento cristão e a sexualidade permanece inalterada”, afirmou o SECAM num comunicado de Acra, capital do Gana.

“Por esta razão, nós, os bispos africanos, não consideramos apropriado que a África abençoe as uniões homossexuais ou os casais do mesmo sexo”, acrescenta o comunicado.

A resistência sublinha uma lacuna entre a liderança progressista e reformista do papa e os conservadores em grande parte da comunidade católica.