Skip to content

Com brilho nos olhos, Beth Gomes quer buscar tri paralímpico em 2028

Os olhos de Beth Gomes brilham ao falar das medalhas conquistadas na última segunda-feira (2), na Paralimpíada de Paris. Além do ouro no lançamento do disco da classe F53, repetindo o resultado dos Jogos de Tóquio, no Japão, em 2021, ela foi prata no arremesso do peso da classe F54, onde competiu com atletas com deficiências menos severas – ainda que também cadeirantes. Nem parece que a paulista de 59 anos acumula títulos internacionais e sucessivas quebras de recordes mundiais.

“O sonho de qualquer atleta é chegar a uma Olimpíada. No momento que me tiraram esse sonho no esporte que tanto amava e continuo amando, o vôlei, pensei que tinha acabado. Mas não. E quando vejo que consegui [medalhas paralímpicas] não somente em uma prova, mas em duas, isso, para mim, traz esse brilho nos olhos. É o brilho de uma realização”, emociona-se Beth. Ela concedeu entrevista à reportagem da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na Casa Brasil Paralímpico, em Saint-Ouen, cidade vizinha a Paris.

Beth foi diagnosticada em 1993 com esclerose múltipla. O contato com o paradesporto veio, primeiro, no basquete em cadeira de rodas, em Santos (SP), cidade em que nasceu. Em 2008, foi convocada para a Paralimpíada de Pequim, na China. Em meio à progressão da patologia, ela se encontrou de vez no atletismo. Mesmo com uma deficiência que é degenerativa, a paulista conseguiu se adaptar, a ponto de chegar à França pronta para competir duas provas no mesmo dia – e ir ao pódio em ambas.

Na próxima Paralimpíada, em 2028, Beth Gomes terá 63 anos e quer buscar mais medalhas. “Se Deus me permitir e eu estiver em condições, quero estar lá” Foto: Ana Patrícia Almeida/CPB

“A esclerose múltipla requer descanso por conta da fadiga. Se fadigar, perco rendimento. Mas nós conseguimos”, disse a bicampeã paralímpica. Ela contou que a técnica, Rose Farias, estudou sobre a esclerose junto com a irmã de Beth, que é neurologista e especialista na doença.

“Então, [a treinadora] não passa mais do que eu posso fazer. Foi tudo preparado para acontecer como em Kobe [no Japão, pelo Mundial de 2024], em que também disputei as duas provas no mesmo dia. Consegui conciliar, descansar e trazer as medalhas [ouro no disco e prata no peso]”, explicou.

“É muito gratificante, pois sabemos que nosso corpo, às vezes, não obedece. Eu digo que a esclerose é minha amiga, andamos lado a lado, mas que sempre a estarei vencendo e respeitando quando ela tem de ser respeitada”, completou.

Jogos de 2028

Nos Jogos de Los Angeles, nos Estados Unidos, em 2028, Beth terá 63 anos. No que depender dela, para buscar o tri.

“Se Deus me permitir e eu estiver em condições, quero estar lá. Nosso presidente [do Comitê Paralímpico Brasileiro] Mizael [Conrado] fala que vou competir até os 90 anos. E eu respondo: ‘Deus te ouça, olha que vou estar lá!’ [risos]. Brincadeiras à parte, enquanto estiver sã e com vontade de treinar, essa Beth, essa fênix, como sou chamada, vai continuar. Esse ar me dá fôlego para acreditar que amanhã estarei aqui”, concluiu.

Beth Gomes garante bicampeonato paralímpico no lançamento de disco

A paulista Beth Gomes garantiu o bicampeonato paralímpico da prova do lançamento de disco da classe F53 (atletas que competem sentados) ao alcançar a marca de 17,37 metros, nesta segunda-feira (2) no Stade de France, em Paris (França). Com esta marca a atleta de 59 anos estabeleceu um novo recorde da prova.

Também nesta segunda, mas na parte da manhã, Beth Gomes conquistou a medalha de prata no arremesso de peso ao atingir a distância de 7,82 metros, recorde mundial na classe F53.

Prata no salto

O dia também foi de comemoração para o gaúcho Aser Mateus Almeida, que conquistou a medalha de prata na prova de salto em distância da classe T36 (para paralisados cerebrais). Ele conseguiu a marca de 5,76 metros, ficando atrás apenas de Evgenii Torsunov (time dos atletas paralímpicos neutros), que saltou 5,83 metros.

Medalha de bronze

Outro medalhista do Brasil nesta segunda foi o paranaense Vinícius Rodrigues, que garantiu o bronze na final dos 100 metros classe T63 (amputados de membros inferiores com prótese) ao completar a prova em 12s10, apenas 4 centésimos do medalhista de ouro, o norte-americano Ezra Frech. Este foi o melhor tempo do ano do brasileiro.

Atletismo: Claudiney Batista é tricampeão e Beth Gomes prata em Paris

O Brasil emplacou mais dois ouros no atletismo nesta segunda-feira (2) em Paris com Claudiney Batista, que se tornou tricampeão no lançamento de dardo, e Beth Gomes no lançamento de peso, ampliando para 13 o total de medalhas na modalidade. quase metada dos 30 pódios do país nesta edição dos Jogos Paralímpicos. Além das conquistas, seis outros brasileiros se classificaram às finais e vão brigar pelo pódio a partir das 5h (horário de Brasília) de terça-feira (3).

Na tarde desta segunda (2), Beth Gomes, atual campeã paralímpica no lançamento de dardo, volta a entrar em cena para defender o título no dardo, sua especialidade,  a partir das 14h04, e três compatriotas (Lorena Spoladore, Jerusa Geber e Jhulia Karol ) disputam as semifinais da provas dos 100m classe T11 (deficiência visual) às 14h20.  Desde o último sábado (31 de agosto), as competições em Paris têm transmissão ao vivo online (on streaming) no canal dos Jogos Paralímpicos no YouTube.

O primeiro comemorar o pódio e o tricampeonato, com direito a recorde paralímpico, foi o mineiro de Claudiney Batista, de 45 anos. O lançador da classe F56 (atletas que competem sentados) conseguiu cravar a marca de 46,86 metros. A prata ficou com o indiano Yogesh Katuniya (42,22m) e o bronze com o grego Konstantinos Tzounis (41,32m).

“É um mix de emoções. Feliz com esse tricampeonato, é muito treino, muito foco, muita determinação, treinei bastante nessa aclimatação. Nesse momento vale tudo, alimentação, descanso, a ótima estrutura que o comitê nos deu em Troyes [na França]. Estava com um desconforto na coluna, fiquei apreensivo, mas na hora ali a adrenalina subiu, não senti dor e deu tudo certo”, comemorou Claudiney, em depoimento ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Porta-bandeira na abertura dos Jogos em Paris, a paulista Beth Gomes, atleta da classe F53 (para competidores em cadeiras de rodas, com sequels de poliomelite, lesões medulares e amputações) estava exultante após a conquista da prata no arremesso de peso das classes F53/54. A brasileira competiu com adversárias de uma classe acima da sua, a F54, que reúne atletas com menor comprometimento físico-motor. A mexicana Gloria Zarza Guadarrama, da classe F54, foi ouro com a marca de 8,06m e o bronze ficou com a uzbeque Nurkhon Kurbanova (7,75m), atleta da classe F54.

Essa medalha está saindo para mim com gostinho de dever cumprido, porque eu competi numa classe acima da minha, e eu acreditei que tinha chance. E eu fui buscar no último arremesso a medalha de prata, com gostinho da de ouro, com recorde mundial Parabéns a todas atletas que participaram, gratidão é minha única palavra”, disse Beth Gomes que caiu em lágrimas após o término da prova. A atleta desabafou o motivo do choro: “Vem [à cabeça] o retrocesso de tudo que passei, de reclassificações, de ficar fora do Rio 2016, em que era a minha chance de medalha no arremesso de peso. E quis Deus que eu viesse nesta Paralimpíada, numa prova secundária, e viesse buscar a tão sonhada medalha lá de 2026. É muita emoção, muita gratidão”.

Atual campeã no lançamento de disco, Beth Gomes vai defender o título nesta prova logo mais, às 14h04 , (horário de Brasileiro). A brasileira já arrematou o ouro este ano na modalidade no Mundial de Kobe (Japão).

Semifinais a partir das 14h20 desta segunda (2)

Três brasileiras avançaram às semifinais dos 100m classe T11 (deficiência visual), com início ás 14h20 desta segunda (2), Lorena Spladore liderou sua bateria nesta manhã e cravou seu melhor tempo na temporada: 12s11. Quem também avançou à semi com o primeiro lugar em sua bateria foi a acreana Jerusa Geber (12s57). A última brasileira a competir foi a paranaense Jhulia Karol (12s56), também garantida na semi.

Brasileiros garantidos em finais na terça (3)

Seis representantes do país foram bem nas provas classificatórias nesta manhã e asseguraram presença na decisão por medalhas a partir das 5h de terça-feira (2). O sul-matogrossensse Yeltsin Jacques e o paulista Júlio César Agripino – ambos já subiram ao pódio em Paris – vão lutar pelo pódio na final dos 1.500m T11 (deficiência visual). O melhor tempo na classificatória foi obtido por Yeltsin: 4min03s22, sua melhor marca na temporada. O compatriota Agripino avançou com o quarto melhor tempo (4min10s10).

A final feminina dos dos 1.500m classe T54 (cadeirantes), a partir das 7h25, contará com a panaense Aline Rocha. Aline ficou em quinto lugar na sua bateria, última posição que garantia a classificação à final. A paulista Vanessa Cristina ficou em oitavo lugar (3min30s86) em outra bateria e está fora da final.

Beth Gomes e Gabrielzinho levarão bandeira do Brasil na Paralimpíada

Os atuais campeões paralímpicos Beth Gomes (atletismo) e Gabriel Araújo (natação) serão os porta-bandeiras da delegação brasileira na abertura oficial dos Jogos de Paris, a partir das 15h (horário de Brasília) de quarta-feira (28). Aos 59 anos, a multicampeã no lançamento de disco e arremesso de peso, desfilará ao lado de Gabrielzinho, de apenas 22, que faturou dois ouros e uma prata em Tóquio 2020, sua primeira Paralimpíada.

O desfile dos atletas que maraca a abertura dos Jogos Paralímpicos terá início na famosa Avenue Champs-Elysées (Avenida Campos Elísios) e terminará na Place de la Concorde (Praça da Concórdia), a maior da Cidade Luz.  

Os porta-bandeiras Beth e Gabrielzinho, anunciados hoje pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), competem nas modalidades com mais pódios do Brasil na história das Paralimpíadas: atletismo e natação. Em Tóquio, Beth foi campeã no lançamento de disco F52 (atletas que competem sentados), e Gabrielzinho faturou ouro 200 metros livre e nos 50m costas, além de prata nos 100m costas  na classe S2 (limitações físico-motoras).

“É uma sensação muito boa, uma realização. Todos nós atletas paralímpicos sonhamos com este dia. Receber esta notícia de que eu seria a atleta que iria conduzir o pavilhão do nosso Brasil foi muito emocionante, as lágrimas caíram. Vou honrar a nossa bandeira com a maior maestria e representar todos os atletas paralímpicos que estão em Paris e também aqueles atletas que sonham um dia estar aqui, porque sonhos são para ser realizados. Estou aqui por vocês e por todos”, disse Beth, atual recordista mundial no lançamento de disco da classe F53 (atletas que competem sentados).

Durante o ciclo preparatório para Paris, Beth Gomes, de 59 anos, colecionou ótimos resultados, o último deles foi a quebra do próprio recorde mundial no lançamento de dardo, no Troféu Brasil, em junho. Natural de Santos, a lançadora cravou 18,45m (a marca anterior era de 17,80m, obtida em 2023 nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago). Um mês antes, no Mundial de Atletismo em Kobe (Japão), a santista foi ouro no lançamento de disco e prata no arremesso de peso. No ano passado, Beth amealhou dois ouros, um em cada prova.

“Beth e Gabriel são dois dos grandes nomes que o Brasil traz a Paris depois de um ciclo impecável, com resultados esportivos e aproveitamento impressionantes nas principais competições pelo mundo, desde o fim dos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Eles dão forma àquilo que o CPB trabalhou e acreditou nos últimos três anos. Temos a certeza e a tranquilidade de que eles orgulharão os compatriotas quando entrarem na Champs-Élysées, empunhando o pavilhão brasileiro”, afirmou Mizael Conrado, atual presidente do CPB e bicampeão no futebol de cegos (2004 e 2008).

Nascido em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), Gabrielzinho está prestes a disputar a segunda Paralimpíada da carreira. Na estreia em Tóquio ele foi campeão duas vezes (200m livre e 50m costas) e faturou a prata nos 100m costas, pela classe S2 (atleta  com comprometimentos físicos-motores). No ciclo pré-Paris, ele venceu em todas as disputas das mesmas provas nos Mundiais da Ilha da Madeira (Portugal) em 2022, e de Manchester (Inglaterra), no ano passado.

“Este será um momento único. Em Tóquio, eu não pude ir para a abertura [em razão da pandemia de Covid-19]. Agora, estou aqui em Paris para viver todos os momentos possíveis. Fico feliz de representar o Brasil na competição e a todos os atletas na abertura. É um privilégio que me deixa muito feliz. Fiquei muito emocionado ao receber a notícia. É uma honra para poucos.”, disse Gabriel, que nasceu com focomelia, doença congênita que impede a formação de braços e pernas. Ele conheceu a natação por meio de um professor de Educação Física da escola onde estudava.  

Beth Gomes bate recorde mundial da prova de lançamento de disco

A brasileira Beth Gomes continua fazendo história. Neste sábado (29), durante o Troféu Brasil de atletismo, a paulista de 59 anos bateu o recorde mundial do lançamento de disco pela classe F53 (atletas que competem sentados) com a marca de 18,45 metros.

O recorde anterior, de 17,80 metros, era da própria Beth Gomes e foi alcançado na última edição dos Jogos Parapan-americanos, disputados em Santiago (Chile) em novembro de 2023. O Troféu Brasil de atletismo é a última competição da qual a paulista participa antes do início dos Jogos Paralímpicos de 2024, que serão disputados em Paris (França) a partir do dia 28 de agosto.

E lá vem ela de novo! 🥇

Durante o Troféu Brasil #LoteriasCaixa de Atletismo 2024, Beth Gomes bateu o seu próprio recorde mundial no lançamento de disco pela classe F53.

Saiba mais em: https://t.co/Hi7rgiZhYl pic.twitter.com/P3WWuNdVmL

— Comitê Paralímpico Brasileiro (@BraParalimpico) June 29, 2024

“Estou muito feliz. Sinceramente, eu não esperava que bateria este recorde hoje. Nos treinos, eu estava conseguindo chegar a 17 metros e pouco, quase 18 metros. Mas acredito que o lado da gaiola tenha contribuído para que eu alcançasse essa marca. Lançar o disco na gaiola maior dá toda a confiança para nós, atletas, podermos executar os movimentos com maior tranquilidade. Mas só tenho a agradecer pelo trabalho que vem dando certo”, afirmou a atleta, que teve diagnosticada uma esclerose múltipla no início da década de 1990.

Beth também é a atual recordista mundial do arremesso de peso F53, com 7,75 metros atingidos no Mundial de Paris 2023.