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Polícia do Rio identifica 34 autores de incêndios florestais

A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) já identificou, por meio da Operação Curupira, 34 autores de incêndios criminosos praticados no estado do Rio de Janeiro. Cinco pessoas foram presas. Nove já foram indiciadas e as equipes aguardam os laudos periciais para formalizar o indiciamento dos demais.

A Operação Curupira foi uma resposta da Polícia Civil no combate às ações incendiárias criminosas que atingiram diversos parques do estado. Também participam do Gabinete de Gestão de Crise do Governo do Estado a Secretaria Estadual do Ambiente e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

De acordo com o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, além dos prejuízos à fauna e à flora, as práticas criminosas acarretaram risco humano e patrimonial às populações afetadas pelos incêndios.

“O custo para recuperar esses ecossistemas é incalculável. Não temos, por exemplo, como colocar preço na vida de um animal silvestre que foi vítima. Isso sem falar no prejuízo com a emissão de créditos de carbono, tão importantes para o nosso estado. Nossas ações estão sendo assertivas no combate a este tipo de crime”, disse Curi.

A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e as delegacias distritais do interior fizeram inúmeras diligências para apurar os incêndios eram criminosos e quem eram seus autores. Na segunda-feira (16), os agentes foram à Região Serrana para reprimir as ações incendiárias em Petrópolis e Itaipava. Perícias criminais foram feitas pela equipe do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) em três pontos de início das chamas.

Os policiais conseguiram identificar um adolescente, que compareceu à delegacia acompanhado de seu pai. O menor admitiu ter ocasionado o fogo que devastou grandes áreas de vegetação nos distritos de Pedro do Rio e Secretário.

Também houve diligências, oitiva de testemunhas e análise de imagens de câmeras de segurança na região da Vila Inglesa, também em Petrópolis, e no Parque Nacional da Serra da Tiririca, em Niterói.

Na quarta-feira (18), uma ação integrada da DPMA com a 91ª DP (Valença) resultou na captura de um homem de 61 anos, flagrado em vídeo ateando fogo na área de proteção ambiental da Serra da Beleza, à margem da Rodovia RJ-143, altura do Km 52.

Ele foi identificado a partir das investigações das duas unidades. Com o autor, foram encontrados a motocicleta, as roupas e o capacete usados no crime. As diligências da Operação Curupira continuam.

Fliparacatu reúne 63 autores nacionais e internacionais

No coração do Festival, a livraria. Mãos grandes. Mãos pequenas. Mãos experientes. Tem tal livro? Tem aquele outro?

É assim que os paracatuenses recebem a 2° edição do Festival Literário Internacional de Paracatu. Com o tema “Amor, literatura e diversidade”, o evento reúne 63 autores nacionais e internacionais. Na programação, nomes como Conceição Evaristo, Itamar Vieira Júnior, Jeferson Tenório, Edney Silvestre, Igiaba Scego. Como homenageados, Ailton Krenak e o poeta Lucas Guimaraens. Autores locais também farão o lançamento dos seus livros durante o evento, que conta com uma intensa programação que vai desta quarta (28) até o domingo.

A livraria – montada especialmente para o evento – é um dos pontos altos. A cidade mineira, que fica a 500 quilômetros da capital, Belo Horizonte, não tem uma. A biblioteca pública e a internet são as opções para os que são da cidade.

“As crianças pegam, sentem, veem quantas páginas têm no livro”, comemora Priscila Faria, nutricionista que visita o espaço junto com as filhas. Para ela, uma vez por ano é pouco.

Sensação compartilhada pela professora Denilva Souza Dias. Para ela, a livraria é “o melhor de tudo”. Denilva apresenta os livros da biblioteca da escola para os alunos. Leitora de romances, a professora acredita que o Festival pode ajudar a criar o hábito da leitura entre os moradores da cidade. Para isso, em sua opinião, precisa ser melhor divulgado e ter livros com valores mais acessíveis. “Quem não lê não compra livro barato, muito menos caro”, acredita.

Para Afonso Borges, idealizador e presidente da Fliparacatu, o apreço pela livraria vem do fato de o livro ser “o centro de tudo, um bem perene, que se eterniza”. 

“O livro está presente, tem sua autonomia, tem sua história própria. Cada pessoa que entra num livro recria aquela história diante da sua própria experiência. Então o legado que fica são as experiências pessoais”, afirma. 

Borges conta que as mesas, este ano, não terão tema definido. A ideia é fazer com que os autores sentem e conversem sobre o que está no coração deles. Além de falarem da mágica da criação literária de cada um e dos autores com a cidade de Paracatu. 

Cidade esta que, continua Afonso Borges, conta com a tradição de Afonso Arinos, autor de “Pelo sertão”, coletânea de contos que teria fundado a literatura regional brasileira, publicada em 1898. 

“Paracatu tem a tradição de Afonso Arinos, figura central, fundante da literatura regional brasileira. Venerado por Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Euclides da Cunha, Mário de Andrade… e está esquecido, escondido, na literatura brasileira. Eu acho que, só por isso, vale a pena fazer um festival literário aqui em Paracatu”, aponta Borges.      

Na mesa de abertura, Afonso relembrou a primeira edição, que reuniu 24 mil pessoas. Já Ana Cunha, diretora de Relações Governamentais e Responsabilidade Social da Kinross, patrocinadora do Festival, via Lei Rouanet do Ministério da Cultura, lembrou que a cultura tem um poder transformador também na economia, gerando postos de trabalho e desenvolvimento. 

O Festival Literário conta ainda com programação infantojuvenil, oficinas, praça de economia criativa, com empreendedores locais, exposições e um Prêmio de Desenho e Redação, que mobilizou alunos da rede escolar de Paracatu. A programação é gratuita, espalhada em 10 pontos do centro histórico da cidade. 

 

* A repórter viajou a convite da mineradora Kinross

Autores negros podem concorrer a prêmio com romances inéditos

Novos autores negros com romances inéditos ainda podem participar do Prêmio Pallas de Literatura 2024, cujas inscrições foram prorrogadas até as 15h do dia 5 de julho.  O resultado será divulgado em setembro, e o livro, publicado em 2025, quando a editora completará meio século em atividade.

“Você ter um livro publicado por uma editora grande não é fácil, principalmente em termos de Brasil. Então, é uma oportunidade bem legal”, disse nesta terça-feira à Agência Brasil o curador do prêmio, Henrique Rodrigues.

A iniciativa objetiva descobrir novos autores negros e oferecer a eles a primeira oportunidade de publicar um romance no país, na mesma casa editorial de nomes consagrados, como Conceição Evaristo, Nei Lopes, Eliana Alves Cruz, Ondjaki, Teresa Cárdenas, Raul Lody, Cidinha da Silva, Joel Rufino dos Santos e Clarice Fortunato, entre outros.

Critérios

A premiação tem critérios para participação dos escritores interessados. O candidato não pode ter nenhum romance publicado, considerando que o prêmio se volta para autores inéditos nessa categoria literária. “Tem que ser o primeiro romance dessa pessoa”, destacou o curador. O romance a ser inscrito deve ter entre 120 mil e 500 mil caracteres, com espaços, e estar no formato PDF.

“A gente recomenda que as pessoas leiam bem o edital para não ter obra invalidada.”

Podem se candidatar brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil e autodeclarados negros (pretos e pardos, conforme define o Estatuto da Igualdade Racial), a partir de 18 anos. Os originais devem ser anexados ao formulário disponível no site .

A inscrição é anônima. A pessoa não deve se identificar de nenhuma forma, a fim de garantir que a avaliação do júri seja baseada apenas na qualidade literária da obra. “Não pode ter nenhum nome. É só o título do livro e o texto.”

Para o curador, esse modelo torna o prêmio bem democrático e acessível, porque “quem vai avaliar não sabe quem escreveu, se é homem, mulher, trans, queer, se é novo, se é velho. É um modelo muito democrático porque o critério de avaliação é a qualidade do texto”. A temática é livre. Não precisa, necessariamente, ser ligada a questões identitárias de negritude.

Além de ter seu livro publicado pela Pallas Editora, o vencedor do concurso receberá direitos autorais quando o livro for comercializado, como ocorre com autores profissionais. “Ele vai ser colocado na cena literária e tratado como os outros escritores normalmente são”, indicou Rodrigues.

Mentoria

O ganhador terá também uma mentoria com o escritor Henrique Rodrigues, curador do concurso. “Nesse formato de prêmio, as pessoas que vencem, em geral, chegam muito cruas em relação a como funciona a cena literária, como é a questão da participação em eventos, se vale a pena ter agente literário, dicas de como se divulgar nas redes sociais. Tem uma série de informações que são importantes para que essa pessoa se situe na cena literária brasileira”, disse.

Para Mariana Warth, que atua há 23 anos na editora criada por seu avô, Antonio Carlos Fernandes, com outros sócios, comemorar 50 anos é comemorar a “consolidação de um trabalho de recuperação dos saberes afro-brasileiros e afrodescendentes e da visibilidade de autores, pesquisadores e ilustradores que trabalham com essa temática, valorizando a contribuição dos africanos que aqui chegaram e construíram esse país e que são sub-representados nos espaços de poder e na produção intelectual”.

Desde 2003, a Pallas é comandada pela mãe de Mariana, Cristina Fernandes Warth. Ela destacou que o prêmio traz frescor e mobiliza tanto autores quanto leitores. “E é também uma forma de marcar novos projetos. Afinal, 50 anos marcam tradição, mas também vanguarda no trabalho de discutir os saberes africanos e afro-brasileiros em diversos campos da cultura e conhecimento”, destacou Cristina. 

PF identifica autores de áudio contra prefeito de Manaus com uso de IA

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (9) operação para identificar autores de um áudio com uso de inteligência artificial para difamar o prefeito de Manaus, David Almeida.

Em dezembro do ano passado, o grupo divulgou um áudio falso com a voz do prefeito ofendendo professores. O material começou a circular um dia após uma manifestação de professores em frente à prefeitura de Manaus. A Polícia Federal iniciou a investigação e identificou que o material não era autêntico.

Na operação desta sexta-feira, os alvos foram um designer, três empresas de publicidade, os sócios das empresas e duas pessoas que compartilharam a fake news. Os suspeitos são investigados por difamação eleitoral.

Os policiais federais cumpriram nove mandados de busca e apreensão. Foram apreendidos computadores e os suspeitos foram intimados a depor.

De acordo com a PF, os agentes identificaram o sistema usado para produção do áudio falso, o autor, o local da produção e a agência de publicidade que divulgou o material em plataformas digitais.