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Evento sobre audiovisual discute em São Paulo regulação do streaming

A Secretaria do Audiovisual (SAV) do Ministério da Cultura abriu, nesta segunda-feira (28), o Seminário Economia do Audiovisual e Interseccionalidades. O evento vai até quarta-feira (30), na sede da Federação das Indústrias de São Paulo e na Cinemateca Brasileira, na vila Clementino, na capital paulista. O seminário é parte do processo de elaboração do Plano de Diretrizes e Metas do Audiovisual Brasileiro (2025-2034).

Participam do evento a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, além de autoridades e personalidades do campo do audiovisual.

“O objetivo é traçar um panorama sobre o atual estágio da indústria audiovisual brasileira e projetar o seu fortalecimento para a próxima década, tanto no mercado interno quanto no cenário internacional”, diz, em nota, o Ministério da Cultura.

A diretora-geral da Cinemateca Brasileira, Dora Mourão, ressaltou a importância da restauração dos filmes, ressaltando que não se trata apenas de digitalização. “Muitos filmes antigas, e não tão antigos assim, foram restaurados e relançados com sucesso, como A Hora da Estrela, por exemplo”, disse. Dora alertou para os altos custos que a recuperação das películas, mas disse que países da Europa e os Estados Unidos têm preocupação com tal atividade, mesmo para fins da indústria do audiovisual.

O diretor do Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo, Paulo Roberto Schmidt, lembrou que os trabalhos para recuperação do setor foram prejudicado pela pandemia de covid-19 e pela gestão anterior. Schimdt ressaltou a prioridade da regulamentação do streaming (processo de transmissão e reprodução de conteúdos, como música, vídeos ou jogos, em tempo real pela internet) e a simplificação nos processos de realização dos filmes, como outros pontos.

“Estamos produzindo cada vez mais em alto nível, sem dever nada aos enlatados que nos enviam de fora. Tivemos aqui agora o DNA do Crime, que ficou semanas entre os mais vistos da Netflix em seu calendário global. Estamos falando de uma indústria que já tem produtos de excelência e que precisamos apenas ter uma visão estratégica da importância dessa indústria para o estado brasileiro, para nossa identidade e para nossa economia”, disse o presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Ricardo Capelli.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, ressaltou que o governo federal tem compromisso com a cultura, incluindo o audiovisual. “Temos obrigação de implementar políticas estratégicas  estruturantes para extrairmos o melhor para essa mina de oportunidades que precisa consolidar seu lugar enquanto indústria criativa, perpassando pelas dimensões cidadã, econômica e democrática”, afirmou a ministra.

Já o vice-presidente Geraldo Alckmin ressaltou que fazer um seminário sobre a indústria do audiovisual “na casa da indústria” (Fiesp) tinha tudo a ver. “Neste sentido, queremos colocar à disposição à Apex, que tem missão de atrair investimentos no exterior e divulgar nosso país lá fora, assim como o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] para fomentar a atividade cultural.” Alckmin também citou os projetos para regulamentação do streaming, tanto do Executivo quanto do Legislativo.

“A indústria criativa hoje é importantíssima e no futuro será mais. A indústria primária, por exemplo, tem mecanização muito grande. A indústria do setor secundário se robotiza, mas o serviço terciário é que vai gerar emprego e renda. Será o campeão de empregos, incluindo aqui a indústria criativa nesse campo”, completou Alckmin, que confessou ser cinéfilo apaixonado.

“Fizemos um levantamento recente que demonstra que o comportamento das salas de cinema é totalmente otimista, que a projeção para os próximos dez anos é que ultrapasse a marca de espectadores de antes da pandemia”, disse a diretora da Escarlate Produtora e Distribuidora, Joana Henning.

“O mercado está passando por um momento de transição importante, que é a regulamentação do streaming. A partir dessa mudança, acredito que a cultura do comportamento de assistir a filmes de outras línguas privilegia o Brasil nos âmbitos nacional e internacional, porque o filme brasileiro passa a ter uma maior competitividade perante os filmes internacionais”, completou Joana.  

Nos três dias de evento, outra temática a ser abordada diz respeito às organizações da sociedade civil para a revisão do Plano de Diretrizes e Metas do setor sob uma perspectiva de políticas afirmativas, tendo em vista as interseccionalidades de gênero, raça, LGBTQIAPN+ e acessibilidade.

A ideia é que as contribuições e sugestões levantadas durante o seminário e etapas seguintes sejam consolidadas e avaliadas pelo Conselho Superior de Cinema, responsável pela elaboração do plano vai nortear as ações futuras do setor.

EBC: edital para produção audiovisual prevê regionalização e inclusão

Foi lançado nesta quinta-feira (24) o edital Seleção TV Brasil, com investimento de R$ 110 milhões em produções audiovisuais independentes para a grade da TV pública e para a Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP). O projeto, feito em parceria entre a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a Agência Nacional de Cinema (Ancine), foi pensado para valorizar a regionalização brasileira e a inclusão, com previsão de selecionar pelo menos 40% de propostas apresentas por proponentes das regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste do país e 20%, do Sul, estados de Minas e Espírito Santo. 

“Além disso, 50% dos recursos serão destinados para mulheres e pessoas trans nas funções de roteiro, direção e produção e 25% para empresas vocacionadas, sendo que pelo menos 15% serão para sócios negros. Empresas vocacionadas são aquelas com maioria de capital social composto por negros, indígenas ou PCDs (pessoas com deficiência)”, explicou Antonia Pellegrino, diretora de Conteúdo e Programação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), ao fazer o lançamento público da concorrência na Cinemateca Brasileira, durante a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. 

São Paulo (SP), 24/10/2024 – Antonia Pellegrino participa de apresentação do edital Seleção TV Brasil- Paulo Pinto/Agência Brasil

O edital vai selecionar produções audiovisuais independentes em sete linhas temáticas: infantil, infanto-juvenil, natureza e meio ambiente, futebol feminino, sociedade e cultura, produção e finalização de longas-metragens e coprodução de novela. Para cada uma dessas linhas foi pensado um tipo de formato que poderá ser uma série, um longa-metragem e até um telefilme. O investimento será através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Audiovisual Brasileiro (Prodav).

“Hoje nós estamos anunciando uma parceria entre a Ancine, pelo Ministério da Cultura, e a EBC, pela Secom, para financiamento de filmes e séries para a composição da grade de programação da EBC. São recursos do Fundo Setorial do Audiovisual que vão financiar produções brasileiras independentes”, explicou Alex Braga, diretor-presidente da Ancine.

Esta é uma linha de edital com investimento recorde, reforçou Antonia Pellegrino. “O último edital Prodav TVs Públicas, em 2018, foi de R$ 70 milhões e agora a gente está apresentando ao mercado um edital de R$ 110 milhões. É um crescimento grande em relação aos valores praticados anteriormente e servirá para fomentar e estimular o setor audiovisual, mas também posicionar a TV Brasil como um parceiro do setor audiovisual, uma janela prioritária para a exibição do conteúdo brasileiro”.

Rede pública

Em entrevista à Agência Brasil, Braga informou que os filmes e séries que serão selecionados por meio do edital vão integrar a programação da EBC e de toda a rede pública de televisão. “Essas produções vão circular por diversas janelas. Essa é uma articulação e uma coordenação entre produção e canal de distribuição. Ou seja, a EBC vai garantir que esse conteúdo circule e seja consumido por toda a sociedade brasileira, transitando por toda a sua rede, numa estratégia de fazer o encontro da produção brasileira independente com a sociedade brasileira. O audiovisual é um bem cultural, ele é de propriedade da sociedade e a sociedade, para exercer essa propriedade, tem que se apropriar através do consumo. Ninguém melhor que a EBC para fazer com que esse conteúdo seja visto nas casas, nas televisões e nos dispositivos de toda a sociedade brasileira”, ressaltou.

São Paulo (SP), 24/10/2024 – Alex Braga ressalta que são recursos do Fundo Setorial do Audiovisual que vão financiar produções brasileiras independentes- Paulo Pinto/Agência Brasil

O objetivo do edital é investir em projetos de obras audiovisuais destinadas à exibição nos segmentos de TV aberta, TV por assinatura e Vídeo por Demanda ligadas ao campo da comunicação pública, educativa, comunitária e cultural, contribuindo para expansão da participação do conteúdo brasileiro independente nesses segmentos. O edital também pretende fortalecer as empresas do setor audiovisual e fortalecer a RNCP e, segundo o presidente da Ancine, ainda vai contribuir para “gerar emprego, renda e inclusão”.

Para o diretor-presidente da EBC, Jean Lima, o edital é importante para “fomentar todo o sistema do audiovisual brasileiro”.

“A gente vai fortalecer o setor audiovisual por meio de uma política regional, já que tem percentual voltado para as regiões do país e para a participação de negros e de mulheres, visando também a inclusão social e a diversidade. E a TV Brasil será a janela dessa produção toda. Estamos muito felizes em lançar essa política pública, que é uma política pública estruturante e uma decisão de governo que fortalece a TV Brasil, a Ancine e a política do audiovisual brasileiro”, destacou Lima. “É um edital amplo e que atende diversos segmentos e diversas categorias, que repercute um pouco o que a gente projetou da programação da TV Brasil”, acrescentou.

São Paulo (SP), 24/10/2024 – Jean Lima ressalta que toda a produção será veiculada na TV Brasil  – Paulo Pinto/Agência Brasil

De acordo com a diretora de Conteúdo e Programação da EBC, os selecionados pelo edital vão ser acompanhados em seu desenvolvimento, tanto na criação quanto na produção e finalização. “A gente entende que essa proximidade é importante para que a gente tenha obras que sejam veiculadas na nossa grade, não passem de madrugada, como eventualmente já aconteceu em outros editais. Esse acompanhamento vai ser feito e, posteriormente, dependendo da licença específica, todos [os selecionados pelo edital] em algum momento vão passar na TV Brasil e na Rede”, disse Pellegrino.

O processo seletivo será composto pelas etapas de habilitação, avaliação preliminar e avaliação final de investimento. As informações completas estão disponíveis no site. A previsão é de que o edital seja aberto ainda na primeira quinzena de dezembro.

EBC anuncia R$ 110 milhões para edital de audiovisual na TV pública 

A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) anuncia nesta quinta-feira (24) a nova linha de financiamento voltada à TV pública, com investimento de R$ 110 milhões, por meio do edital Seleção TV Brasil. A nova estratégia, que faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Audiovisual Brasileiro (Prodav), tem como foco a produção independente de conteúdo audiovisual brasileiro para o campo público. 

O anúncio será feito durante o IV Encontro de Ideias Audiovisuais, da 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, pelo diretor-presidente da EBC, Jean Lima; pela diretora de Conteúdo e Programação da EBC, Antonia Pellegrino; e pelo presidente da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Alex Braga. 

A mesa “TV Brasil: Reposicionamento e Lançamento de Chamada Pública” ocorrerá na sala Grande Otelo da Cinemateca Brasileira, entre 12h45 e 13h15. A entrada nas mesas de debates é gratuita, mas a senha deve ser retirada uma hora antes do início do evento. 

De acordo com a diretora de Conteúdo e Programação da EBC, Antonia Pellegrino, esse investimento é fruto de um trabalho desenvolvido em parceria com a Ancine nos últimos dois anos. “Esse valor recorde que estamos lançando é resultado do crescimento da parceria institucional entre a Ancine e a EBC, que já passou por diversas fases. São quase dois anos trabalhando juntos, estreitando laços, e nessa parceria conseguimos oferecer R$ 110 milhões para o campo público”, disse. 

Antonia ressalta também que essa nova estratégia visa fortalecer a Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP) e a TV Brasil. “Faz sentido uma nova chamada pública que fortaleça a TV Brasil e a RNCP. A rede hoje conta com 126 emissoras de TV afiliadas, e a TV Brasil, que ocupa o 5º lugar em audiência na TV aberta”.  

Para o diretor-presidente da EBC, Jean Lima, esse é mais um marco da empresa que converge com as diretrizes do governo federal. “Estamos muito felizes em firmar essa parceria com a Ancine e por lançar essa linha inédita. É mais um marco da EBC que demonstra o investimento na comunicação pública e no reposicionamento estratégico da empresa, com o objetivo de fortalecer a marca, ampliar a audiência da TV Brasil, da RNCP e consolidar ainda mais nosso papel”, declarou. 

A apresentação durante a Mostra também destacará as estratégias utilizadas pela nova gestão da EBC no processo de reposicionamento da TV Brasil, que, ao final de dois anos de trabalho, volta a ganhar visibilidade e relevância no mercado audiovisual. 

Edital

O edital Seleção TV Brasil é dividido em sete linhas temáticas: infantil, infanto-juvenil, natureza e meio ambiente, futebol feminino, sociedade e cultura, produção e finalização de longas-metragens e coprodução de novela.  O edital também será o primeiro a ter um recorte de gênero e raça. 

O objetivo é investir em projetos de obras audiovisuais destinadas à exibição nos segmentos de TV aberta, TV por assinatura e Vídeo por Demanda ligadas ao campo da comunicação pública, educativa, comunitária e cultural, contribuindo para expansão da participação do conteúdo brasileiro independente nesses segmentos. Além disso, o edital pretende fortalecer as empresas do setor audiovisual, promover a regionalização do fomento ao setor audiovisual e fortalecer a RNCP. 

O processo seletivo será composto pelas etapas de habilitação, avaliação preliminar e avaliação final de investimento. As informações completas estão disponíveis no site selecao.tvbrasil.ebc.com.br 

Economia do audiovisual do Rio cresceu 56% nos últimos três anos

A movimentação econômica no setor audiovisual carioca cresceu 56,2% nos últimos três anos, se tornou a décima maior na cidade, com um impacto de R$ 4,2 bilhões em 2023. Esse mercado emprega mais de 20 mil trabalhadores e se consolidou como um dos principais motores da economia local.  

Os dados estão no estudo “Economia do Audiovisual Carioca”, realizado pelas secretarias de Desenvolvimento Urbano e Econômico e de Cultura, além da RioFilme, e divulgado pela prefeitura do Rio nesta quarta-feira (23).

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, garantiu que vai continuar ampliando os investimentos no audiovisual.  “Essa indústria do audiovisual é muito mais do que se arrecadou de ISS [Imposto sobre Serviços], de empregos que foram gerados. O nosso grande ativo, que nos diferencia dos outros lugares, é esse conjunto chamado Rio de Janeiro, que tem o Antônio Cícero, a Tia Surica na Portela, tinha o Nelson Sargento, toda essa produção cultural tão viva”, afirmou.

O levantamento traz dados sobre faturamento, abertura de postos de trabalho, representatividade da produção audiovisual carioca no Brasil e no mundo e arrecadação de impostos. Em 2023, foram arrecadados no Rio R$ 72,1 milhões em ISS vindos do setor.

“Há geração de empregos, geração de renda, é um círculo virtuoso que criamos, com a preocupação que temos de atuar em todos os setores do audiovisual. Estamos estimulando a produção, a pós-produção, a distribuição e também a infraestrutura”, explicou o secretário municipal de Cultura, Marcelo Calero. 

Segundo o subsecretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação do Rio, Marcel Balassiano, o setor movimentou, no ano passado, mais de R$ 4 bilhões de arrecadação de impostos, além de 20 mil empregos formais. 

Entre 2021 e 2023, a prefeitura investiu, por meio do programa Pró-Carioca Audiovisual da RioFilme, R$ 139,4 milhões no setor audiovisual. No ano passado, foram aplicados R$ 60,8 milhões, incluindo recursos oriundos da Lei Paulo Gustavo. 

O Rio também se destacou como a cidade com o maior número de diárias de filmagem da América Latina, com 7,9 mil autorizações emitidas pela Rio Film Commission em 2023, superando grandes centros internacionais como Paris e Cidade do México.

Eduardo Marques, presidente da RioFilme, ressaltou que esse anúncio vem coroar o setor do audiovisual carioca, trazendo para o Rio os investimentos necessários.

SP lança editais para audiovisual, diversidade e cidadania

Já estão disponíveis 17 editais para produção de obras audiovisuais, patrimônio histórico, diversidade e cidadania que, juntos, colocam à disposição um investimento de R$ 120 milhões na cultura paulistana. A iniciativa é da Secretaria Estadual da Cultura, Economia e Indústria Criativa e as inscrições poderão ser feitas até 16 de agosto por meio do site do fomento Proac. Só serão aceitos um projeto para cada edital. 

“No audiovisual estamos dedicando mais de R$ 60 milhões, quatro vezes mais do que em 2023. Queremos fortalecer ainda mais o setor cultural do estado”, disse a secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Marília Marton.

O edital de Apoio à Produção Audiovisual – documentários, finalização e lançamento – destinará um investimento total de R$ 10 milhões, contemplando 20 projetos, sendo dez nos valores de R$ 250 mil, tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica, e dez projetos no valor de R$ 650 mil apenas para pessoa jurídica. O edital de Apoio à Produção de Longa Metragem destinará um total de R$ 32 milhões para oito projetos de R$ 4 milhões cada.

A novidade deste ano é o edital de Apoio à Coprodução Internacional, que terá disponível R$ 12 milhões, sendo divididos em três projetos de R$ 4 milhões cada. O edital tem indutores para filmagens nas regiões de interesse cinematográfico – longas e séries – nas regiões do Vale do Ribeira, Vale do Paraíba e Pontal do Paranapanema, todas no interior do estado.

As iniciativas têm por objetivo promover o fomento da circulação e distribuição de filmes por meio do edital de estímulo à exibição de filmes brasileiros, com o valor de R$ 2 milhões para quatro projetos; e para curtas-metragens, por meio do edital de Produção de Curtas Metragem Especial, com um total de R$ 1,680 milhão para 14 projetos.

Para roteiros, serão dois editais: o edital de Adaptação Obra Literária para Roteiro Cinematográfico com R$ 3 milhões para atender dez projetos e o edital Desenvolvimento de Roteiros para o Audiovisual com o valor total de R$ 720 mil para contemplar 12 projetos.

Patrimônio Histórico

A secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativa lançou dois editais para a área de patrimônio histórico: Execução de Intervenções em Imóveis Protegidos, contemplando 22 projetos, e Elaboração de Projetos de Arquitetura para Bens Protegidos pelo Condephaat, para 12 projetos. Somados, os dois representam um investimento de R$ 39 milhões.

Diversidade e cidadania

Para ações de cidadania são oito editais com especificidades para diversos setores da sociedade, destinando R$ 24 milhões para oito linhas de editais. Cada um dos editais tem valor total de R$ 3 milhões, sendo R$ 150 mil para cada projeto aprovado. 

Os editais abertos são fortalecimento da Cultura Hip Hop; fortalecimento da Cultura LGBTQIA +; fortalecimento das Culturas Populares e Povos Tradicionais, Apoio a Projetos de Artesanato; projetos culturais em municípios com menos de 50 mil habitantes; projetos culturais das periferias; projetos culturais para pessoas 60+ na Indústria Criativa e projetos culturais de Mulheres na Indústria Criativa.

Fomento CultSP

O fomento CultSP é o conjunto de ações da secretaria contemplando o Proac (Programa de Ação Cultural) e a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (Pnab). 

Para outras informações sobre cada uma das linhas de editais consulte o site do Proac.

Governo federal anuncia R$ 1,6 bilhão para o setor audiovisual

O governo federal vai investir R$ 1,6 bilhão no setor audiovisual, com foco na produção de filmes e séries nacionais. O anúncio foi feito hoje (19) em evento no Rio de Janeiro que celebrou o Dia Nacional do Cinema. A data é uma referência às primeiras imagens cinematográficas registradas no país, em 19 de junho de 1898, pelo cineasta Afonso Segreto.

Na cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que regulamenta a cota de tela em cinema.

A Lei 14.814/2024 foi sancionada em janeiro deste ano e determina que salas de cinema devem exibir uma cota comercial de obras cinematográficas brasileiras até 31 de dezembro de 2033.

Segundo o governo, o objetivo é promover a valorização do cinema nacional. A Agência Nacional do Cinema (Ancine) terá a responsabilidade de fiscalizar o cumprimento da lei, com a exibição dos filmes de forma proporcional durante o ano.

Lula aproveitou o evento para pedir a regulamentação do setor de streaming, discussão que está no Congresso e prevê taxação de plataformas digitais. E para cobrar a valorização das produções audiovisuais brasileiras.

“Eu acho que a gente tem condições de fazer uma regulamentação para que esse país seja livre, soberano, dono do seu nariz, da sua arte e do seu futuro”, disse Lula. “Um país que não tem cultura, que não investe nela, o povo não é povo, é massa de manobra. Porque a cultura politiza e refresca a cabeça das pessoas. Por isso que acreditamos muito na cultura e investimos nela”.

Durante a cerimônia, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, anunciou uma linha de crédito direcionada especialmente para a indústria audiovisual: o BNDES FSA Audiovisual. Ela foi desenvolvida em conjunto com o Ministério da Cultura e a Ancine. O orçamento inicial é de R$ 400 milhões, com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual.

O público-alvo são empresas de controle nacional e o intuito é aprovar projetos com valor mínimo de R$ 10 milhões em custo financeiro básico. Projetos de menor porte terão apoio por meio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

Mercadante disse que o objetivo principal é investir nos principais gargalos de produção e exibição: infraestrutura audiovisual, inovação e acessibilidade.

“Vamos levantar o cinema brasileiro. Garantir tela para quem produz a alma e a história do povo brasileiro”, disse Mercadante.

 

Governo anunciará medidas para o setor audiovisual brasileiro

O governo federal anunciará nesta quarta-feira (19) novas medidas de estímulo ao setor audiovisual. O anúncio será feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia de comemoração dos 126 anos do cinema brasileiro, data alusiva ao dia 19 de junho de 1898, quando o italiano radicado no Brasil, Afonso Segreto, registrou as primeiras imagens cinematográficas no país.

Segundo nota divulgada pela Presidência da República, os investimentos celebram “a consolidação de políticas culturais de incentivo, fomento e valorização dos filmes produzidos no país. É também uma oportunidade de reconhecer o talento dos profissionais da indústria, além de evidenciar o cinema como importante expressão artístico-cultural”.

No ano passado, das 415 estreias de longas metragens em cinemas do país, 161 eram produções nacionais. Apesar disso, em termos de público, os filmes brasileiros atraíram apenas 3,6 milhões de pessoas, ou seja, apenas 3,2% do total, segundo dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), divulgados pelo Ministério da Cultura.

Investimentos

A previsão é que o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) invista R$ 1,6 bilhão para a produção de filmes e séries brasileiras neste ano, um valor recorde, segundo o Ministério da Cultura, e 23% superior ao registrado em 2023 (R$ 1,3 bilhão).

Entre as ações em andamento, o ministério destaca o investimento em coproduções internacionais, no valor de R$ 200 milhões. O segmento recebeu 476 projetos de 47 países.

Também estão aprovados R$ 400 milhões para crédito para projetos de infraestrutura, principalmente focados na expansão da rede de cinemas fora do eixo Rio/São Paulo.

De acordo com o ministério, desde 2023 já foram investidos R$ 6,1 milhões em cerca de 100 projetos de produção de curtas-metragens e para intercâmbio de profissionais no exterior, a partir de seis chamadas públicas da Secretaria do Audiovisual.

Através da Lei Rouanet, houve captação de R$ 146,6 milhões para projetos audiovisuais em 2023 e 2024.

Grupo cria movimento para recuperar setor do audiovisual no RS

Instituições públicas, sindicatos e associações do ramo do audiovisual lançaram um movimento para ajudar e recuperar o setor no Rio Grande do Sul. A iniciativa Futuro Audiovisual RS conta com o apoio, entre outras entidades, da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul, da Academia Brasileira de Cinema, do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual (SindCine), do Instituto Akamani, da Associação de Produtoras Independentes (API) e da Fundação Cinema RS.

Inicialmente, o grupo pretende ajudar os profissionais do audiovisual diretamente atingidos pelas inundações a restabelecerem em segurança e com condições mínimas, o direito à moradia.

“Primeiramente, vamos atuar em frentes básicas, auxiliando quem perdeu tudo com a enchente e, com o passar do tempo, vamos analisar as demandas das fases futuras, a partir dos entendimentos que o próprio projeto gerará. Algumas já conhecemos, pois é evidente que o setor está e estará paralisado, e precisamos encontrar formas de manter emprego e renda para os nossos profissionais”, explicou a diretora do Instituto Akamani, Aleteia Selonk.

O movimento disponibilizou um formulário virtual para que profissionais afetados possam se cadastrar para receber ajuda. Para quem quiser ajudar, os recursos devem ser enviados para a chave PIX futuroaudiovisualrs@akamani.com.br.

Segundo o grupo, a intenção é garantir que os valores recebidos sejam direcionados de maneira precisa e transparente para os trabalhadores do audiovisual mais impactados e que necessitam de apoio. Um comitê gestor, composto por agentes do audiovisual gaúcho, foi formado para gerenciar as doações.

Mais informações sobre o movimento podem ser consultadas no site da Futuro Audiovisual.

Setor audiovisual carece de profissionais especializados, diz estudo 

Uma pesquisa realizada com uma amostra de 300 empresas da indústria brasileira do audiovisual aponta a existência de uma demanda por profissionais especializados. O Estudo de Demanda Profissional do Setor Audiovisual foi desenvolvido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) em parceria com o Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual (Sicav) e confirma a existência de alta demanda por mão de obra, especialmente no atual momento de expansão vivido pelo mercado. 

Segundo o estudo, contribuem para o cenário as recentes leis de cota para o cinema e para a TV paga, sancionadas pelo governo, garantindo mais espaço para as produções nacionais, somadas aos R$ 2,7 bilhões da Lei Paulo Gustavo, destinados especificamente para o audiovisual. 

A maior parte das empresas que participaram da pesquisa (86,7%) pertence à atividade de produção e quase a totalidade (91%) são microempresas. A maioria das empresas está situada no estado do Rio de Janeiro, com 46%, seguido por São Paulo (20%), Minas Gerais (9%), Paraná (5%) e Bahia (3,3%). 

A pesquisa foi realizada entre os dias 27 de julho e 18 de agosto de 2023. 

Mão de obra

De acordo com a pesquisa, três a cada quatro empresas encontram dificuldades na contratação de mão de obra no Brasil, ou o equivalente a 76,7% do total consultado. Para 72,3%, a expectativa é que esse desafio permaneça no setor nos próximos três anos.

“A gente vê que as empresas do setor do audiovisual têm muita dificuldade na contratação de mão de obra, mas é importante destacar o período de que estamos falando, que é um período de expansão do setor e de retomada de investimentos após a pandemia. Esse cenário pode contribuir para a demanda do período atual”, explica a consultora de Estudos e Pesquisas da Firjan, Joana Siqueira, em entrevista à Agência Brasil. 

Ela observa, no entanto, que essa demanda não está, necessariamente, relacionada à falta de competência dos profissionais que se encontram no mercado, mas aponta para a necessidade da formação de novos profissionais.

Os pesquisadores detectaram que há também um caminho para a requalificação, sobretudo em temas mais atuais, relacionados às transformações e tendências modernas do mercado de trabalho. “As empresas pontuam, por exemplo, a carência de profissionais mais preparados para lidar com a Lei Geral de Proteção de Dados, novas funções exigidas pelo mercado, com funções relacionadas a tecnologia e digitalização. São esses dois caminhos que a gente percebe”, indicou Joana Siqueira. 

Um total de 48,4% das empresas consultadas que sentem alguma dificuldade aponta para a carência de profissionais para lidar com novas tecnologias e digitalização, entre as quais a Inteligência Artificial (IA). “A gente entende que a mão de obra é um dos pilares principais para a manutenção e crescimento dos setores. Entendendo que o cenário é positivo para o setor audiovisual e tende a crescer nos próximos anos, é importante olhar para essa questão, para ter cada vez mais profissionais qualificados para atuação nesse mercado”.

Desafios

Os principais desafios que as empresas já enfrentam ou vão enfrentar proximamente envolvem as chamadas soft skills, que são habilidades comportamentais e socioemocionais dos profissionais que estão no mercado, relacionadas à maneira como eles lidam com os outros e consigo mesmos em diferentes situações, apontadas por 71,7% dos entrevistados, e qualidade técnica (64,3%). Em seguida, aparecem segurança e proteção de dados (LGPD), novas funções exigidas pelo mercado, novas tecnologias e digitalização do setor, e condutas e legislações que impactam o setor, como assédio, racismo, discriminação e diversidade.

Joana destacou que muitos dos desafios apontados são mais relacionados às tendências atuais. A demanda é bastante pulverizada, por cargos de gestão de pré e pós-produção (62,7%), por técnicos de pós-produção (61,9%), técnicos de pré-produção e produção (58,6%). “Os cargos artísticos e de desenvolvimento criativo são um pouco menos demandados no momento atual (48%)”.

A pesquisa analisou 48 ocupações do setor audiovisual e a demanda das empresas por cada uma delas. Observa-se que a área de pós-produção parece ser um gargalo relevante para o setor, uma vez que das 11 ocupações em destaque identificadas na pesquisa, seis pertencem a essa categoria de profissionais.

Políticas públicas

O Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual (Sicav) está trabalhando com a Firjan em cima dos resultados apurados visando fomentar a formação de mão de obra para o setor que é bastante relevante para a indústria fluminense e nacional. Na avaliação de Leonardo Edde, vice-presidente da Firjan e presidente do Conselho Empresarial de Indústria Criativa da entidade, depois da desaceleração provocada pela pandemia da covid-19 e pela falta de políticas públicas destinadas à indústria audiovisual, tornar o ambiente mais competitivo e autossustentável significa ir além dos investimentos retomados, focando na profissionalização e formação de quem atua na área, especialmente em um ambiente de demanda represada.

Segundo Edde, “a ascensão de novas tecnologias de comunicação e mídia, assim como diferentes formas de disseminação de conteúdo, têm provocado mudanças estruturais na distribuição ocupacional dos profissionais do mercado, nas relações trabalhistas e nas habilidades técnicas e comportamentais demandadas pelo setor”. O estudo vai se somar às pesquisas feitas pela Firjan e Sicav sobre o setor audiovisual e a economia criativa que foram encaminhadas ao Ministério da Cultura no ano passado com o intuito de ajudar na formação de políticas públicas. O setor do audiovisual contribui com mais de R$ 27 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB brasileiro, soma de todos os bens e serviços produzidos no país), destaca Leonardo Edde.

Joana Siqueira acrescentou que a pesquisa objetiva também fomentar o trabalho do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para poder atender às necessidades desse setor audiovisual.

Impactos

Entre os principais impactos que a carência de profissionais já está provocando, a pesquisa destaca, no âmbito da empresa, o encarecimento dos profissionais (65,2%) e a terceirização de serviços (63,9%). A consultora de Estudos e Pesquisas da Firjan salientou, porém, que existe um montante significativo de empresas que já relata desdobramentos que impactam diretamente o público: quatro em cada dez empresas relatam redução na qualidade das produções realizadas (39,8%) e três em cada dez já experimentam diminuição do volume de produções pela falta de profissionais (29,9%). “A gente vê que já tem desdobramentos que impactam o produto que o público vai receber, o que reforça mais ainda a relevância de se olhar para a questão da mão de obra”. Aumento do tempo de execução das produções é relatado por 41% dos consultados.

O cenário dos próximos três anos é muito similar, destacou a consultora da Firjan. Na perspectiva das empresas, embora se esteja agora em um momento com potencial grande de recuperação para o setor, com a retomada dos investimentos, a realidade de maior demanda por mão de obra não é um fato isolado ou causado por um fator circunstancial. 

“Na perspectiva da indústria audiovisual, essa demanda alta por mão de obra vai se manter nos próximos anos”. Ou seja, será preciso concentrar esforços para que a indústria se desenvolva da melhor forma.

Cenário fluminense

No Rio de Janeiro, estão 138 do total de empresas entrevistadas no estudo. Entre as empresas fluminenses, 89,1% são de micro porte e 84,8% são empresas de produção. Setenta e dois vírgula cinco por cento se dedicam exclusivamente ao setor audiovisual. A busca por profissionais qualificados é sentida por 71% das empresas fluminenses, abaixo do resultado nacional, bem como a expectativa para os próximos anos é mais otimista, apontada por 65,9% dos entrevistados.

Ainda entre as empresas fluminenses, 51,4% apontam para a necessidade de mais profissionais preparados para lidar com as novas tecnologias e digitalização do audiovisual. Outras dificuldades são apontadas para encontrar profissionais para atuar com segurança e proteção de dados – LGPD (48,6%) e com as novas funções exigidas pelo mercado (46,7%).