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Mutirão atende população hoje, no dia de combate ao câncer de pele

Dermatologistas atenderão a população no Dia de Combate ao Câncer de Pele, neste sábado (7), em mais de 100 postos espalhados pelo país, das 9h às 15h, e que contará com a presença de mais de 2.000 dermatologistas voluntários. 

O mutirão acontece de forma gratuita e funciona exclusivamente com o objetivo de avaliar lesões suspeitas de câncer de pele. Acesse e busque o ponto de atendimento mais próximo no site da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Desde o início dessa ação, em 1999, já foram realizados mais de 600 mil atendimentos, com mais de 75 mil casos de cânceres cutâneos identificados. 

A Sociedade Brasileira de Dermatologia disse estar comprometida em reduzir a incidência da doença e sua mortalidade, pois acredita que um país com menos diagnósticos de câncer da pele é meta alcançável. A conscientização pública é uma das formas de reduzir sua incidência, defende a SBD.

A campanha deste ano pede ao público para refletir sobre o autocuidado. O lema é Proteger a pele é proteger a saúde. 

A SBD reforça que a proteção contra o câncer de pele deve ser inclusiva, acessível e adaptada às necessidades individuais. “Sua pele é a página de um futuro inesquecível”, diz a campanha, que convida cada brasileiro a cuidar de si.

Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de pele responde por 33% de todos os diagnósticos da doença no Brasil. Já a Estimativa 2023 de Incidência de Câncer no Brasil, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), revela números surpreendentes. São esperados aproximadamente 220,49 mil novos casos de câncer de pele por ano no triênio 2023-2025.

Neste ano, a SBD busca ampliar o alcance das suas mensagens, utilizando uma abordagem educativa e acessível para conscientizar a população sobre os cuidados necessários para evitar o câncer de pele. O movimento abordará a importância de hábitos preventivos, como o uso de protetor solar, e incentivará a população a realizar acompanhamento médico regular.

“Nosso objetivo com a campanha Dezembro Laranja 2024 é continuar alertando a população sobre os perigos do câncer de pele que, infelizmente, ainda é o mais frequente no Brasil. A conscientização sobre a prevenção e a detecção precoce é fundamental para que possamos reduzir o número de casos e, principalmente, evitar complicações graves. Queremos que todos entendam que a saúde da pele é parte integral da saúde do corpo, e a proteção deve ser uma prioridade constante”, disse Heitor de Sá Gonçalves, presidente da SBD.

A sociedade recomenda que atentar para o horário de exposição ao sol é importante, além do uso de outros acessórios. 

“Uma das causas do câncer de pele é o acúmulo de sol que a pessoa pega ao longo da vida. Portanto é preciso começar desde a infância com as medidas de fotoproteção, que incluem não se expor ao sol entre 10h e 16h, período mais crítico de incidência de raios ultravioletas (UV), reaplicar o filtro solar a cada 3 horas e utilizar as malhas UV, biquínis, maiôs e camisas”, alerta a coordenadora da campanha, Regina Schechtman, que, em janeiro, assume a presidência da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro (SBDRJ).

Saúde atende município gaúcho que ficou totalmente submerso

Equipes da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) compostas por dois médicos, dois enfermeiros e dois técnicos de enfermagem atendem, nesta quinta (13) e na sexta-feira, moradores de Eldorado do Sul, município gaúcho que ficou completamente submerso durante as cheias que devastaram o Rio Grande do Sul.

A cidade tem cerca de 40 mil habitantes e registrou 100% de sua área urbana alagada, precisando ser evacuada. Em nota, o Ministério da Saúde informou que os atendimentos continuam nesta sexta-feira (14), com oferta de serviços como atualização de receitas médicas, distribuição de medicamentos e vacinação.

A ação ocorre na Escola David Reguiel Neto, na Avenida Principal, das 9h às 17h.

Balanço

De acordo com o ministério, a Força Nacional do SUS atendeu um total de 14,1 mil pessoas no Rio Grande do Sul desde o dia 5 de maio. A pasta mantém quatro hospitais de campanha em funcionamento – em Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo.

A Força Nacional do SUS é um programa de cooperação voltado à execução de medidas de prevenção, assistência e repressão a situações epidemiológicas, de desastres ou de desassistência à população, quando for esgotada a capacidade de resposta do estado ou do município.

Vacinação no Rio Grande do Sul atende à demanda, diz ministério

O Ministério da Saúde negou que haja desabastecimento em relação às vacinas recomendadas para a uso da população do Rio Grande do Sul atingida pelas enchentes. De acordo com a pasta, todas as solicitações feitas pelo estado estão sendo atendidas pelo Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), respeitando a capacidade de recebimento e armazenamento estadual.

“Houve reforço da imunização”, disse o secretário de Atenção Primária em Saúde e coordenador do Centro de Operações de Emergência em Saúde, Felipe Proenço, em entrevista à Agência Brasil. Estão disponíveis cerca de 300 mil imunizantes, que foram pensados para manter o Programa Nacional de Imunização dentro das orientações que já são feitas cotidianamente, mas voltadas para o momento que o estado vive atualmente o Rio Grande do Sul, com a oferta de doses para gripe, covid e tétano, informou o secretário.

Segundo Proenço, que tem feito visitas frequentes ao Rio Grande do Sul, os pedidos de imunizantes já vinham sendo atendidos, mas, diante das emergências, houve reforço no envio de vacinas ao estado, principalmente às destinadas à prevenção da gripe, da covid e do tétano.

Proenço explicou que é preciso entender o contexto: entre as pessoas que estão nos abrigos e aglomeradas, sazonalmente, já era esperado aumento de doenças respiratórias. “Mas, nessas condições de abrigados e de pessoas desalojadas, a tendência é de aumento das doenças respiratórias. Quanto ao tétano, na medida em que a água vai baixando e as pessoas vão voltando para casa, para consertar o que é possível e tirar o que tiveram de perda, elas tendem a se machucar. Nesse caso, a prevenção do tétano é fundamental”, disse o secretário. De acordo com ele, diante do cenário bastante dinâmico do estado, o Ministério da Saúde faz avaliações diárias para verificar se há novas necessidades.

“Dentro do que foi demandado e do que temos das equipes volantes da Força Nacional do SUS [Sistema Único de Saúde] que têm acompanhado as ações nos abrigos, estamos em contato constante com a Secretaria de Estado de Saúde e secretarias municipais de Saúde. Então, no que foi demandado, entendemos que é suficiente”, acrescentou.

Até o dia 24 de maio, foram encaminhados ao Rio Grande do Sul 955,4 mil imunizantes: 190,4 mil para covid-19, 200 mil para difteria e tétano (dT – dupla bacteriana adulto), 50 mil pentavalentes, 65 mil de DTP (difteria, tétano e pertussis), 10 mil vacinas adsorvidas para difteria, tétano e pertussis (acelular) (dTpa – tríplice bacteriana acelular tipo adulto), 22 mil para hepatite A, 5 mil contra raiva canina, 18 mil vacinas contra raiva em células vero e 400 mil para influenza, informou o Ministério da Saúde em resposta à reportagem.

Prioridades

Segundo a chefe da Seção de Imunização da Secretaria de Estado de Saúde do Rio Grande do Sul, Eliese Denardi Cesar, o estado tem priorizado as vacinas que estão na nota técnica conjunta com o Ministério da Saúde, que são contra covid, influenza, tétano, hepatite A e raiva. “Nesse contexto das inundações, das enchentes, essas foram elencadas como prioridade”, confirmou Eliese à reportagem.

Para o pesquisador Cristóvão Barcelos, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz), Cristóvão Barcelos, mesmo que o ideal seja as pessoas se imunizarem antes de tragédias como as enchentes do Rio Grande do Sul, em alguns casos, ainda há tempo de vacinar para prevenir doenças. Barcelos ressaltou que esta é uma inundação diferente porque está durando muito tempo e que quem ainda não foi exposto aos riscos patogênicos, daqui por diante, pode ser infectado e ficar doente.

“Como a duração do desastre é muito grande, ainda dá tempo de vacinar as pessoas mais fragilizadas, mas isso tem que ter critério porque não pode ter vacinação de todos infelizmente”, disse Barcelos, em entrevista à Agência Brasil.

De acordo com o especialista, os números indicam que cerca de 2 milhões de pessoas foram atingidas pelas cheias no estado, e não há quantidade de vacinas nesta proporção. “Não existe vacina para 2 milhões de pessoas. Tem que elaborar uma lista de prioridades. Por exemplo, pessoas que estão em abrigos já estão recebendo vacinas da gripe, que são doenças respiratórias muito comuns em condições de abrigo. Isso é importante. Pessoas que estão em algum tipo de aglomeração, muito juntas umas das outras”, acrescentou.

Entre as doenças que precisam de vacinação, Barcelos destacou a hepatite A e, mais uma vez, sugeriu a adoção de um esquema de prioridades. “Não vale a pena, hoje, vacinar 2 milhões de pessoas contra a hepatite A. Então, tem que selecionar muito bem os grupos que seriam prioritários, que tenham alguma deficiência imunológica. É um momento muito delicado de estimar quais são as áreas mais atingidas e os grupos mais prioritários para a vacinação.”

O professor lamentou que a leptospirose, que tem infectado algumas pessoas no Rio Grande do Sul, não tenha imunizantes. “Infelizmente para a leptospirose não tem vacina.”

Logística

Na visão do pesquisador, uma das iniciativas interessantes em termos de logística é fazer atendimento nos próprios locais que receberam famílias desalojadas ou desabrigadas. “Alguns abrigos estão se tornando unidades de saúde na prática, porque ali tem médicos, tem alguma condição de armazenamento, as pessoas já buscam abrigo para [receber] alguma atenção. Às vezes, é só para informação, não é algum tratamento, diagnóstico de nada, então, os abrigos já estão funcionando como locais de atenção à saúde e outros estão sendo retomados.”

De certa forma, essa logística diminui o impacto do atendimento nas redes pública e privada de saúde. Conforme cálculos de especialistas, cerca de 3 mil estabelecimentos de saúde das duas redes foram atingidos pelas cheias.

Barcelos disse que o termo correto a ser usado é estabelecimento, porque abrange desde farmácias e hospitais, passando por postos de saúde, unidades de pronto atendimento e clínicas da família. “Estabelecimento de saúde é um nome mais genérico para todas as atividades, inclusive farmácias e consultórios particulares. Não são 3 mil unidades básicas de saúde, são 3 mil estabelecimentos em geral”, explicou.

Eliese Denardi Cesar informou que, aproveitando a estrutura dos abrigos, a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul já aplicou mais de 21 mil doses de vacinas contra a influenza, além de ter disponibilizado o imunizante nas unidades de saúde para a população acima de 6 meses de idade. “Está sendo feita essa ação de vacinação que a gente chama de extramuros e também nas unidades de saúde, assim como os municípios fizeram vacinação em pontos onde estão socorristas, onde estavam ocorrendo os resgates.”

Vacinas

Ainda que o estado não tenha registro de casos de sarampo entre as crianças, Barcelos ressaltou que as cadernetas de vacinação precisam estar atualizadas. “Não custa lembrar para as mães e pais e perguntar sobre o status de vacinação [da criança] para tomar [a vacina] caso esteja faltando”, disse ele, acrescentando a necessidade também de idosos tomarem a vacina da gripe.

No caso da covid-19, o pesquisador lembrou que, apesar de o país não estar em momento tão grave de transmissão, é uma das doenças que podem surgir por causa do frio e da aglomeração. Diante da estratégia de vacinação contra a doença, para a qual se espera uma cobertura alta, Barcelos destaca que ela deve ser reforçada em algumas áreas, principalmente em abrigos, onde as pessoas podem ficar doentes nas próximas semanas. “É perguntar se a pessoa já tomou o reforço da vacina, lembrar as pessoas que devem se vacinar.”

A Secretaria Estadual de Saúde informou que recebeu, na segunda-feira (27), 56 mil doses de vacinas contra covid-19 do laboratório Moderna da cepa XBB. “Estamos fazendo a distribuição da vacina para os municípios com a cepa atualizada que o Ministério da Saúde encaminhou para o estado, para que a população que está nos grupos prioritários possa ser imunizada. Também foram  incluídas as pessoas que estão nos abrigos e os socorristas, tanto profissionais quanto voluntários, informou Eliese Denardi Cesar, acrescentando que a secretaria segue a orientação do ministério de inclusão do imunizante no calendário vacinação de crianças e grupos prioritários.

“Devido a todo este estado de calamidade, foram feitas algumas exceções para o Rio Grande do Sul, como a de vacinar quem está nos abrigos e os socorristas”, destacou Eliese.

A chefe da Seção de Imunização da Secretaria de Saúde lembrou a preocupação de fazer a vacinação prévia contra a raiva para quem trabalha com socorro ou nos abrigos de animais. “Essas pessoas podem fazer a vacinação para prevenir acidentes de mordeduras de animais, principalmente de cães e gatos. Claro que, se já houve mordedura, vai ter o atendimento adequado”, ressaltou.

No mesmo sentido, segue a orientação para a aplicação da vacina contra tétano. “Socorristas, população com ferimento. Fazer a vacina se já passou mais de cinco anos da última dose de reforço,  fazer um novo reforço da vacina para prevenir contra o tétano, principalmente por causa do contato com a água das enchentes, contaminada”, lembrou a chefe da Seção de Imunização.

Animais peçonhentos

Aranhas podem aparecer em escombros – Léo Rodrigues/Agência Brasil

O pesquisador Cristóvão Barcelos Barcelos chamou a atenção para os casos de aparecimento de animais peçonhentos, que não contam com imunizantes, mas têm tratamento.

“Aranha, escorpião infelizmente são comuns e tem coincidência muito grande com as áreas que foram alagadas. A distribuição dos acidentes com aranhas parece muito com a mancha de inundação. Onde o habitat [local onde vive a espécie] foi afetado, eles vão procurar abrigos em escombros, restos de construção destruída, no lixo. É uma preocupação muito grande”, alertou o pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz.

ANS avalia que maioria dos planos de saúde atende bem o beneficiário

A nota média dos 896 operadoras de planos de saúde avaliadas pelo Índice de Desempenho da Saúde Suplementar 2023 (IDSS) , ano-base 2022, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foi 0,7898, sendo que a nota máxima é 1 e a mínima, zero. O resultado foi divulgado nesta sexta-feira (22). 

O IDSS considera a média do desempenho das operadoras, ponderada pelo número de beneficiários que alcançou, em 2022, total de 78.616.588. Houve ligeira queda no IDSS em comparação a 2021, quando a nota atingiu 0,8128. Segundo a ANS, o número ainda está dentro da variação próxima à pontuação de 0,8, apresentada na série histórica nos últimos 5 anos.

O estudo revela também que 68,3% das operadoras avaliadas se enquadram nas duas melhores faixas do IDSS com notas igual ou acima de 0,6, o que significa que 90,9% dos beneficiários de planos de saúde estão nas operadoras melhor avaliadas no setor. No total, são cinco faixas avaliativas do IDSS.

O IDSS 2023 traz uma novidade, que é o Painel Dinâmico, com dados do setor por indicador, operadora e faixa de avaliação. O diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, Maurício Nunes, explicou que, a cada ano, a agência aperfeiçoa as ações de transparência em relação à qualificação das operadoras. “Acreditamos que essa divulgação do desempenho do setor é um importante parâmetro para uma escolha consciente do beneficiário no ato da contratação e para a manutenção de um plano de saúde”, avalia.

Destaques

O setor de saúde suplementar responde, atualmente, pela cobertura de 26,22% da população brasileira. De acordo com dados do Sistema de Informações de Beneficiários (SIB), apurados em outubro deste ano, o setor conta com 50,8 milhões de beneficiários vinculados a planos com assistência médica e 32,1 milhões a planos com assistência exclusivamente odontológica, o que, segundo a ANS, prova sua relevância do ponto de vista econômico, social e sanitário.

Para o cálculo do IDSS, são utilizados dados extraídos dos sistemas de informações da agência e dos sistemas nacionais de informação em saúde. Em 2022, das 896 operadoras avaliadas, 670 eram do segmento médico-hospitalar e 226 do segmento odontológico. Do total de avaliadas, 57 não atenderam aos requisitos normativos para a divulgação de suas notas finais à sociedade e, por essa razão, não tiveram suas notas disponibilizadas no portal da ANS.

Os resultados do IDSS 2023 também devem ser divulgados pelas próprias operadoras em seus sites, conforme determina resolução da ANS. O prazo limite para a divulgação do resultado é 22 de janeiro de 2024. 

Caso discordem dos resultados do IDSS, as operadoras terão até o dia 9 de janeiro para apresentar recurso. A ANS lembra que não serão aceitos recursos fora do prazo.

Pesquisa de satisfação

A Pesquisa de Satisfação de Beneficiários começou a ser aplicada em 2018 (ano-base 2017) e sua adesão pelas operadoras é voluntária. No ano-base 2022, 268 operadoras de planos de saúde realizaram o levantamento, com aumento de 18 operadoras em comparação ao ano-base 2021, o que representa 68,8% dos beneficiários de todo o setor no período.

A ANS considera que a pesquisa é uma boa prática, uma vez que proporciona o estabelecimento de um canal de diálogo com os beneficiários e uma maior participação na avaliação da qualidade dos serviços oferecidos.