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Indígenas expõem peças de artesanato em Brasília e pedem visibilidade

No pescoço da artesã indígena Airy Gavião, de 68 anos, o colar com o muiraquitã (pequena pedra em forma de rã) significa muito mais do que um adereço que ela produz. “É o amuleto das mulheres guerreiras. Isso tem um significado muito forte para mim”. Tão forte que faz lembrar quando, aos 18 anos, decidiu deixar, com saudade, a comunidade de Aturiaí, no Pará, para tentar a vida em Brasília. Chegou com o muiraquitã e contava sua história a quem não conhecia, dizendo que o artesanato que aprendeu em casa era o símbolo da própria vida. 

Airy Gavião “junta sementinhas” desde a infância – Bruno Peres/Agência Brasil

Até sexta-feira da semana que vem, 9 de agosto, Dia Internacional dos Povos Indígenas, artesãos como Airy expõem seus trabalhos em uma feira organizada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), no prédio onde está sediado o órgão, no centro da capital. “Somos artesãos desde a infância, quando a gente começa a juntar as sementinhas. Mas o meu forte mesmo era ajudar meu pai a fazer as peças de madeira.”

Airy Gavião trabalha com todo tipo de artesanato, inclusive pinturas figurativas de indígenas e natureza. Ela ensinou a arte aos três filhos, que nasceram em Brasília. Os trabalhos que ela cria também são uma forma de voltar a se sentir na comunidade no Pará. “Tenho saudades de quando fazia farinha escaldada. De estar lá junto. De brincar. Todo mundo junto e cantando. Sinto falta do sentido de coletividade”.

Conhecimentos ancestrais

Na mostra, estão à venda peças feitas por indígenas dos povos Gavião, Pataxó, Kariri Xocó, Guajajara e Bororo.

Segundo diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Lucia Alberta, a feira pode colaborar com a geração de renda e o fortalecimento das atividades produtivas que  enriqueçam a cultura indígena. “[É] sempre bom ressaltar que tudo que se vê em uma feira indígena é fruto dos conhecimentos ancestrais representados nos pequenos objetos que se pode ver nessa exposição”, afirmou Lucia Alberta. 

A artesã Murian Pataxó, de 49 anos, que vive em uma comunidade indígena na região administrativa do Paranoá, diz que esse saber ancestral representa modo de vida e de renda para eles. Murian lembra que tudo o que aprendeu foi com os pais e avós em Santa Cruz Cabrália, na Bahia, e fazem recordam de quando foram ensinadas a reunir as sementinhas de morototó e de açaí, por horas a fio no cordão.

“Tudo feito a mão. Essas pulseiras e colares fazem parte do que nós somos”, afirma Murian. A artesã ressalta que o artesanato indígena precisa ter visibilidade cultural e comercial.

Murian Pataxó pede visibilidade para arte indígena – Bruno Peres/Agência Brasil

Gerações

As gerações mais novas garantem que não deixarão essa arte secar com o passar do tempo. A artesã Bruna Togojebado, de 30 anos, diz que tem felicidade de explicar o que aprendeu para a filha, de 9 anos. “Estou grávida e quero o melhor para quem vai vir depois da gente. A gente passa de pais para filhos essa sabedoria”.

Uma novidade é  que os mais novos estão ensinando os mais velhos a vender os produtos pela internet.

Aliás, o local de exposição e venda dos produtos foi motivo de descontentamento para os indígenas no primeiro dia da da feira. Os artesãos reclamaram para a Funai que gostariam de um espaço com mais visibilidade no próprio Edifício Parque Cidade Corporate.

A artesã Jacy Pataxó, de 50 anos, afirma que as peças estão expostas em um corredor onde há pouca movimentação de visitantes e que é preciso fazer um ajuste. “A gente depende das vendas. Queremos um lugar mais visível”.

Consultada pela reportagem sobre esse tema, a Funai não se manifestou.

Serviço

Exposição de Arte Indígena

Data: Até 9 de agosto, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h.

Endereço: Setor Comercial Sul, Quadra 9, Asa Sul – Brasília/DF

Local: Edifício Parque Cidade Corporate – Torre B

*Colaborou Ana Carolina Alli, estagiária sob supervisão de Marcelo Brandão

Do artesanato à música: Festival de Parintins aquece produção cultural

No centro de Parintins, no Amazonas, a calmaria de outros períodos do ano dá lugar a uma intensa movimentação. Vendedores locais e também provenientes de outras cidades, alguns com estruturas fixas e trabalhando como ambulantes, fazem dali um agitado centro comercial. É possível comprar desde diferentes tipos comidas e bebidas até dispositivos eletrônicos. Mas o que salta aos olhos é a criativa produção cultural local que envolve artesanato, telas, adereços e roupas.

O artesão Mateus Pereira relata que, nessa época, o Festival de Parintins é fundamental para impulsionar todo esse trabalho. Ele destaca a importância de inovar todos os anos para agradar aos torcedores de cada um dos dois protagonistas: o Boi Caprichoso e o Boi Garantido. “Não pode repetir porque o cliente que vem, volta no ano seguinte. E ele não vai comprar uma peça que viu no ano anterior”, diz.

Observando técnicas que já eram empregadas por sua mãe, Mateus trilhou um caminho de artesão autodidata a partir dos seus 12 anos de idade. Embora nascido em Manaus, mudou-se ainda criança para Parintins e ali desenvolveu um trabalho que ganhou visibilidade, com destaque para peças em madeira. Ele, no entanto, tem uma vasta produção que envolve telas, esculturas e arte com material reciclável.

“Tudo que eu tenho na minha vida eu consegui através da arte. Eu procuro fazer aquilo que mais vende em cada temporada. Mas busco sempre oferecer uma produção diferenciada, dando uma perfeição às minhas peças, finalizando com um bom acabamento e usando boa matéria-prima. Tudo isso agrega valor e a gente ganha mais respaldo com os clientes. Com isso, tenho obras que foram vendidas para fora do país. Tem obra na Alemanha, Polônia, Itália, França,  Espanha, Canadá, Estados Unidos, México, Argentina e na Colômbia”.

O impulso que o festival dá ao artesanato local é inegável. Mateus conta que há muitos produtores que trabalham apenas na época do evento. Mas, mesmo aqueles que produzem o ano inteiro, como ele, conseguem efetuar um maior volume de vendas quando o Boi Garantido e o Boi Caprichoso atraem milhares de turistas para a cidade.

“Eu trabalho 365 dias por ano. Eu não tenho outro meio para me sustentar. Então, depois do festival, eu mudo a temática e faço peças mais voltadas para o religioso devido à festa de Nossa Senhora do Carmo. Depois chegam os navios de cruzeiro. E eles trazem visitantes que não estão interessados em boi. Se você tentar vender boi, você passa fome porque eles querem arara, tucano, onça, todo tipo de animal da fauna e da flora amazônica. Mas o festival é sempre a época que mais vende. Eu fiz uns bois que movimentam a cabeça e todos foram vendidos rapidamente”, conta.

O artesão Mateus Pereira, fã do Boi Caprichoso, trabalha com comércio de peças regionais e de artesanato alusivo ao Festival Folclórico de Parintins. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Cidade dividida

O Festival de Parintins, em sua 57ª edição, divide a cidade entre o vermelho do Boi Garantido e o azul do Boi Caprichoso. Considerado patrimônio cultural do país pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ele está ligado à tradição cultural do Boi-Bumbá, na qual é narrada uma lenda onde ocorre a ressurreição do boi. As apresentações no Bumbódromo começaram na noite de sexta-feira (28) e terminaram no domingo (30). Ao longo dos três dias, 10 jurados avaliaram 21 quesitos. O anúncio do campeão ocorrerá nesta segunda-feira (1º).

Revelando-se torcedor do Boi Caprichoso, Mateus enaltece a importância da disputa sadia e mostra sua produção que atende a todos os gostos. Ele cita um projeto que desenvolveu em 2022 com recursos da Lei Aldir Blanc, criada para apoiar o setor cultural em meio à pandemia de covid-19. “Eu fiz personagens e itens do festival. Tinha uma sinhazinha e uma cunhã-poranga de cada boi. Fiz uma exposição aqui. E com a visibilidade e a repercussão, um museólogo de São Paulo entrou em contato comigo e comprou todas as peças”, lembra.

Para Mateus, o impulso dado pelo festival fomenta uma grande cadeia de produção. “A gente estrutura uma rede de colaboradores muito grande. Tem o rapaz que tira a matéria-prima lá no interior: a raiz, os galhos, as frutas, as sementes. Há pessoas que fazem o transporta desse material de lá para cá”, detalha.

O artesanato está espalhado por Parintins, mas há alguns pontos de maior concentração. A Central de Artesanato Soarte é um deles. Ali, uma grande variedade de produções com a temática do festival chama a atenção. Se algumas peças são assinadas pelos próprios artesões que administram suas barracas, outras chegam prontas para os vendedores.  É o caso de muitos bois de pano e de pelúcia e de adereços de cabeça, com penas e detalhes vermelhos ou azuis. As múltiplas origens dos produtos indicam como o festival fomenta uma complexa cadeia de produção.

Parintins (AM), 29/06/2024 – Comércio de artesanato no Festival Folclórico de Parintins.. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A expectativa do governo amazonense é de que o evento movimente R$ 160 milhões. A prefeitura de Parintins estima 120 mil visitantes, mais do que o número de habitantes da cidade. Segundo o Censo Demográfico 2022, a população local é de 96,3 mil pessoas.

Os benefícios econômicos no estado vão além da cidade de Parintins, beneficiando setores como o de transporte, tendo em vista que boa dos turistas são de Manaus e de outras cidades do próprio Amazonas. Na capital, o impulso dado pelo festival também beneficia profissionais envolvidos com a arte e a cultura.

É o caso do designer gráfico Weucles Santos. Natural de Itacoatiara (AM) e morador de Manaus, ele integra o Movimento Amigos do Garantido (MAG) e é responsável por produzir materiais artísticos de divulgação. Sem ter tido nenhuma influência da família, que não acompanha o festival, ele se apaixonou pelo boi vermelho e branco. Para estar presente no evento, encarou uma viagem de 16 horas de barco saindo da capital.

Weucles manifesta a satisfação de trabalhar com algo que desperta sua paixão. “Nós somos a vitrine em Manaus. Fazemos os eventos e lançamos a campanha para o festival. É muito legal participar do processo, se envolver e saber o que vai acontecer é muito legal”,  opina.

O designer gráfico Weucles Santos, do Movimento Garantido, dorme em rede no barco em que navegou até Parintis para torcer pelo Boi Garantido no 57º Festival Folclórico de Parintins. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil 

Características próprias

Os figurinos e os demais elementos cênicos das apresentações também envolvem amplo conjunto de profissionais, alguns dos quais trabalham no carnaval carioca. Não é por acaso que os dois eventos populares foram evoluindo ao longo do tempo e adotando alegorias cada vez mais grandiosas. Agostinho Rodrigues, coordenador de figurinos do Boi Garantido, destaca, porém, que há diferenças e que o Festival de Parintins tem suas características próprias.

“A gente nunca trouxe o carnaval para cá. Mas fomos lá estudar sobre materiais melhores que a gente pode aproveitar. Hoje, a parte de figurino do nosso boi foi toda construída dentro do próprio galpão. Até nossas penas foram feitas aqui dentro. A gente importava, comprava muito material de fora, do eixo Rio-São Paulo”, pondera.

Ele conta que, alinhado com mensagem transmitida pelo festival, a sustentabilidade é uma diretriz da produção. “Se você observar as penas, parece que é de verdade, das aves. Mas é tudo plotado, feito na cidade. Nós queremos um festival que não agrida a natureza. E a natureza nos dá muito material sem que seja necessário agredi-la. A gente trabalha por exemplo com palha seca e com folha de castanheira seca”.

Agostinho Rodrigues conta que os envolvidos no trabalho são, assim como o artesão Mateus Pereira, autodidatas. “Tudo começou como uma brincadeira lá atrás. A gente saía na rua com o Boi Garantido, mas nunca imaginava que ia ganhar essa evolução toda. E hoje a gente já tem 35 anos nessa estrada trabalhando com o Boi Garantido. Desde lá no início quando ainda não era o fenômeno atual. O nosso boi evoluiu através da nossa cultura. Os nossos artistas já vêm de berço. Aqui não tem ninguém que fez faculdade de arte. A gente aprendeu a fazer arte sem fazer faculdade”, observa.

Ele destaca a importância da renovação. “Lá atrás, eu aprendi muita coisa. Então, tudo é uma questão de adquirir conhecimento e passar para as pessoas. Chega um momento que é preciso ter um grupo preparado para assumir no nosso lugar e preservar a cultura. E é vivenciando a produção que os jovens adquirem um conhecimento diferenciado”.

O processo de produção envolve diversas etapas. A comissão de arte do Boi Garantido começa a pensar a apresentação em setembro do ano anterior, fornecendo os subsídios para a criação dos figurinos.

“Na entrada do ano, a gente já está com todo o projeto pronto para tirar do papel. São 22 artistas só no setor tribal. Na alegoria, há mais 15 artistas. A gente termina com umas 120 pessoas. Inclui as costureiras e o pessoal que prepara as penas. Inclui também os soldadores que são muito importantes. Eles fazem o trabalho inicial, a estrutura. E, em cima dela, a gente vai dando forma”, afirma Agostinho.

Ele se vangloria de tudo ser feito de forma artesanal, sem recursos eletrônicos ou hidráulicos. “É tudo manual com corda e cabo de aço. São as mãos das pessoas que movimentam as alegorias. Às vezes há 50 pessoas movimentando uma única alegoria. É o que eu sempre digo: esse festival é uma vitrine. Ele está vendendo a nossa imagem, mostrando o conhecimento do artista parintinense. E esse artista é muito bem valorizado. Há pessoas que hoje estão fazendo muito trabalho fora daqui. E é por conta do festival”.

O coordenador de Fantasias do Boi Garantido, Agostinho Rodrigues, no Curral, em Parintins. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Produção musical

Os organizadores estimam que 10 mil pessoas sejam envolvidas de alguma forma na realização das apresentações. Cada boi escolhe anualmente um tema para conduzir a apresentação. Serve também de norte para a produção das fantasias e alegorias. Neste ano, a encenação do Caprichoso se dá sob o mote “Cultura – O Triunfo do Povo”. Já a apresentação do Garantido aborda os “Segredos do Coração”.

É também com base nesses temas que são lançados álbuns com cerca de 20 novas toadas usadas para guiar o espetáculo. Os bois também podem executar músicas dos anos anteriores. As composições ficam também disponíveis nas plataformas digitais. As duas mais reproduzidas registradas pelo Spotify até esse domingo (30) eram Málúù Dúdú, do Caprichoso, com 609 mil reproduções e Perreché da Puraca, do Garantido, com 528 mil.

Esses trabalhos muitas vezes estruturam toda uma carreira artística. É o caso do compositor Tadeu Garcia que, em um vídeo divulgado pelo festival, lembrou sua dedicação de décadas ao Boi Garantido e fala sobre o desafio de escrever uma letra que intensifique as emoções durante as apresentações. “O Garantido desperta em cada um de nós uma hipersensibilidade, que vai muito além de algo que possa ser explicado. A gente faz a toada para que cada um dos torcedores sinta como se a toada fosse sua”, observa.

Além de fomentar a produção de toadas dos álbuns oficiais de cada boi, o festival busca estimular outros gêneros da cena musical local. Na quinta-feira (27), ocorreu a Festa dos Visitantes, momento em que artistas da cidade se uniram a nomes nacionais como Belo e Thiaguinho numa espécie de boas-vindas aos turistas.

Ao ser anunciada como uma das atrações do evento, a cantora Márcia Novo celebrou a realização de um sonho. “Todo o ano que vinha curtir a festa, pensava: um dia vou cantar aí! E agora que esse dia chegou. Te prepara que vou espucar a malhadeira! Esse ano estou comemorando 20 anos de carreira e preparei um grande baile de beirada de rio recheado de Beiradão, Brega, Boi Bumbá”, escreveu ela em suas redes sociais.

Comércio de artesanato no Festival Folclórico de Parintins.. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil 

Do artesanato à música: Festival de Parintins aquece produção cultural

No centro de Parintins, no Amazonas, a calmaria de outros períodos do ano dá lugar a uma intensa movimentação. Vendedores locais e também provenientes de outras cidades, alguns com estruturas fixas e trabalhando como ambulantes, fazem dali um agitado centro comercial. É possível comprar desde diferentes tipos comidas e bebidas até dispositivos eletrônicos. Mas o que salta aos olhos é a criativa produção cultural local que envolve artesanato, telas, adereços e roupas.

O artesão Mateus Pereira relata que, nessa época, o Festival de Parintins é fundamental para impulsionar todo esse trabalho. Ele destaca a importância de inovar todos os anos para agradar aos torcedores de cada um dos dois protagonistas: o Boi Caprichoso e o Boi Garantido. “Não pode repetir porque o cliente que vem, volta no ano seguinte. E ele não vai comprar uma peça que viu no ano anterior”, diz.

Observando técnicas que já eram empregadas por sua mãe, Mateus trilhou um caminho de artesão autodidata a partir dos seus 12 anos de idade. Embora nascido em Manaus, mudou-se ainda criança para Parintins e ali desenvolveu um trabalho que ganhou visibilidade, com destaque para peças em madeira. Ele, no entanto, tem uma vasta produção que envolve telas, esculturas e arte com material reciclável.

“Tudo que eu tenho na minha vida eu consegui através da arte. Eu procuro fazer aquilo que mais vende em cada temporada. Mas busco sempre oferecer uma produção diferenciada, dando uma perfeição às minhas peças, finalizando com um bom acabamento e usando boa matéria-prima. Tudo isso agrega valor e a gente ganha mais respaldo com os clientes. Com isso, tenho obras que foram vendidas para fora do país. Tem obra na Alemanha, Polônia, Itália, França,  Espanha, Canadá, Estados Unidos, México, Argentina e na Colômbia”.

O impulso que o festival dá ao artesanato local é inegável. Mateus conta que há muitos produtores que trabalham apenas na época do evento. Mas, mesmo aqueles que produzem o ano inteiro, como ele, conseguem efetuar um maior volume de vendas quando o Boi Garantido e o Boi Caprichoso atraem milhares de turistas para a cidade.

“Eu trabalho 365 dias por ano. Eu não tenho outro meio para me sustentar. Então, depois do festival, eu mudo a temática e faço peças mais voltadas para o religioso devido à festa de Nossa Senhora do Carmo. Depois chegam os navios de cruzeiro. E eles trazem visitantes que não estão interessados em boi. Se você tentar vender boi, você passa fome porque eles querem arara, tucano, onça, todo tipo de animal da fauna e da flora amazônica. Mas o festival é sempre a época que mais vende. Eu fiz uns bois que movimentam a cabeça e todos foram vendidos rapidamente”, conta.

O artesão Mateus Pereira, fã do Boi Caprichoso, trabalha com comércio de peças regionais e de artesanato alusivo ao Festival Folclórico de Parintins. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Cidade dividida

O Festival de Parintins, em sua 57ª edição, divide a cidade entre o vermelho do Boi Garantido e o azul do Boi Caprichoso. Considerado patrimônio cultural do país pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ele está ligado à tradição cultural do Boi-Bumbá, na qual é narrada uma lenda onde ocorre a ressurreição do boi. As apresentações no Bumbódromo começaram na noite de sexta-feira (28) e terminaram no domingo (30). Ao longo dos três dias, 10 jurados avaliaram 21 quesitos. O anúncio do campeão ocorrerá nesta segunda-feira (1º).

Revelando-se torcedor do Boi Caprichoso, Mateus enaltece a importância da disputa sadia e mostra sua produção que atende a todos os gostos. Ele cita um projeto que desenvolveu em 2022 com recursos da Lei Aldir Blanc, criada para apoiar o setor cultural em meio à pandemia de covid-19. “Eu fiz personagens e itens do festival. Tinha uma sinhazinha e uma cunhã-poranga de cada boi. Fiz uma exposição aqui. E com a visibilidade e a repercussão, um museólogo de São Paulo entrou em contato comigo e comprou todas as peças”, lembra.

Para Mateus, o impulso dado pelo festival fomenta uma grande cadeia de produção. “A gente estrutura uma rede de colaboradores muito grande. Tem o rapaz que tira a matéria-prima lá no interior: a raiz, os galhos, as frutas, as sementes. Há pessoas que fazem o transporta desse material de lá para cá”, detalha.

O artesanato está espalhado por Parintins, mas há alguns pontos de maior concentração. A Central de Artesanato Soarte é um deles. Ali, uma grande variedade de produções com a temática do festival chama a atenção. Se algumas peças são assinadas pelos próprios artesões que administram suas barracas, outras chegam prontas para os vendedores.  É o caso de muitos bois de pano e de pelúcia e de adereços de cabeça, com penas e detalhes vermelhos ou azuis. As múltiplas origens dos produtos indicam como o festival fomenta uma complexa cadeia de produção.

Parintins (AM), 29/06/2024 – Comércio de artesanato no Festival Folclórico de Parintins.. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A expectativa do governo amazonense é de que o evento movimente R$ 160 milhões. A prefeitura de Parintins estima 120 mil visitantes, mais do que o número de habitantes da cidade. Segundo o Censo Demográfico 2022, a população local é de 96,3 mil pessoas.

Os benefícios econômicos no estado vão além da cidade de Parintins, beneficiando setores como o de transporte, tendo em vista que boa dos turistas são de Manaus e de outras cidades do próprio Amazonas. Na capital, o impulso dado pelo festival também beneficia profissionais envolvidos com a arte e a cultura.

É o caso do designer gráfico Weucles Santos. Natural de Itacoatiara (AM) e morador de Manaus, ele integra o Movimento Amigos do Garantido (MAG) e é responsável por produzir materiais artísticos de divulgação. Sem ter tido nenhuma influência da família, que não acompanha o festival, ele se apaixonou pelo boi vermelho e branco. Para estar presente no evento, encarou uma viagem de 16 horas de barco saindo da capital.

Weucles manifesta a satisfação de trabalhar com algo que desperta sua paixão. “Nós somos a vitrine em Manaus. Fazemos os eventos e lançamos a campanha para o festival. É muito legal participar do processo, se envolver e saber o que vai acontecer é muito legal”,  opina.

O designer gráfico Weucles Santos, do Movimento Garantido, dorme em rede no barco em que navegou até Parintis para torcer pelo Boi Garantido no 57º Festival Folclórico de Parintins. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil 

Características próprias

Os figurinos e os demais elementos cênicos das apresentações também envolvem amplo conjunto de profissionais, alguns dos quais trabalham no carnaval carioca. Não é por acaso que os dois eventos populares foram evoluindo ao longo do tempo e adotando alegorias cada vez mais grandiosas. Agostinho Rodrigues, coordenador de figurinos do Boi Garantido, destaca, porém, que há diferenças e que o Festival de Parintins tem suas características próprias.

“A gente nunca trouxe o carnaval para cá. Mas fomos lá estudar sobre materiais melhores que a gente pode aproveitar. Hoje, a parte de figurino do nosso boi foi toda construída dentro do próprio galpão. Até nossas penas foram feitas aqui dentro. A gente importava, comprava muito material de fora, do eixo Rio-São Paulo”, pondera.

Ele conta que, alinhado com mensagem transmitida pelo festival, a sustentabilidade é uma diretriz da produção. “Se você observar as penas, parece que é de verdade, das aves. Mas é tudo plotado, feito na cidade. Nós queremos um festival que não agrida a natureza. E a natureza nos dá muito material sem que seja necessário agredi-la. A gente trabalha por exemplo com palha seca e com folha de castanheira seca”.

Agostinho Rodrigues conta que os envolvidos no trabalho são, assim como o artesão Mateus Pereira, autodidatas. “Tudo começou como uma brincadeira lá atrás. A gente saía na rua com o Boi Garantido, mas nunca imaginava que ia ganhar essa evolução toda. E hoje a gente já tem 35 anos nessa estrada trabalhando com o Boi Garantido. Desde lá no início quando ainda não era o fenômeno atual. O nosso boi evoluiu através da nossa cultura. Os nossos artistas já vêm de berço. Aqui não tem ninguém que fez faculdade de arte. A gente aprendeu a fazer arte sem fazer faculdade”, observa.

Ele destaca a importância da renovação. “Lá atrás, eu aprendi muita coisa. Então, tudo é uma questão de adquirir conhecimento e passar para as pessoas. Chega um momento que é preciso ter um grupo preparado para assumir no nosso lugar e preservar a cultura. E é vivenciando a produção que os jovens adquirem um conhecimento diferenciado”.

O processo de produção envolve diversas etapas. A comissão de arte do Boi Garantido começa a pensar a apresentação em setembro do ano anterior, fornecendo os subsídios para a criação dos figurinos.

“Na entrada do ano, a gente já está com todo o projeto pronto para tirar do papel. São 22 artistas só no setor tribal. Na alegoria, há mais 15 artistas. A gente termina com umas 120 pessoas. Inclui as costureiras e o pessoal que prepara as penas. Inclui também os soldadores que são muito importantes. Eles fazem o trabalho inicial, a estrutura. E, em cima dela, a gente vai dando forma”, afirma Agostinho.

Ele se vangloria de tudo ser feito de forma artesanal, sem recursos eletrônicos ou hidráulicos. “É tudo manual com corda e cabo de aço. São as mãos das pessoas que movimentam as alegorias. Às vezes há 50 pessoas movimentando uma única alegoria. É o que eu sempre digo: esse festival é uma vitrine. Ele está vendendo a nossa imagem, mostrando o conhecimento do artista parintinense. E esse artista é muito bem valorizado. Há pessoas que hoje estão fazendo muito trabalho fora daqui. E é por conta do festival”.

O coordenador de Fantasias do Boi Garantido, Agostinho Rodrigues, no Curral, em Parintins. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Produção musical

Os organizadores estimam que 10 mil pessoas sejam envolvidas de alguma forma na realização das apresentações. Cada boi escolhe anualmente um tema para conduzir a apresentação. Serve também de norte para a produção das fantasias e alegorias. Neste ano, a encenação do Caprichoso se dá sob o mote “Cultura – O Triunfo do Povo”. Já a apresentação do Garantido aborda os “Segredos do Coração”.

É também com base nesses temas que são lançados álbuns com cerca de 20 novas toadas usadas para guiar o espetáculo. Os bois também podem executar músicas dos anos anteriores. As composições ficam também disponíveis nas plataformas digitais. As duas mais reproduzidas registradas pelo Spotify até esse domingo (30) eram Málúù Dúdú, do Caprichoso, com 609 mil reproduções e Perreché da Puraca, do Garantido, com 528 mil.

Esses trabalhos muitas vezes estruturam toda uma carreira artística. É o caso do compositor Tadeu Garcia que, em um vídeo divulgado pelo festival, lembrou sua dedicação de décadas ao Boi Garantido e fala sobre o desafio de escrever uma letra que intensifique as emoções durante as apresentações. “O Garantido desperta em cada um de nós uma hipersensibilidade, que vai muito além de algo que possa ser explicado. A gente faz a toada para que cada um dos torcedores sinta como se a toada fosse sua”, observa.

Além de fomentar a produção de toadas dos álbuns oficiais de cada boi, o festival busca estimular outros gêneros da cena musical local. Na quinta-feira (27), ocorreu a Festa dos Visitantes, momento em que artistas da cidade se uniram a nomes nacionais como Belo e Thiaguinho numa espécie de boas-vindas aos turistas.

Ao ser anunciada como uma das atrações do evento, a cantora Márcia Novo celebrou a realização de um sonho. “Todo o ano que vinha curtir a festa, pensava: um dia vou cantar aí! E agora que esse dia chegou. Te prepara que vou espucar a malhadeira! Esse ano estou comemorando 20 anos de carreira e preparei um grande baile de beirada de rio recheado de Beiradão, Brega, Boi Bumbá”, escreveu ela em suas redes sociais.

Comércio de artesanato no Festival Folclórico de Parintins.. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil 

Hoje é dia: artesanato, Correios, águas e florestas na pauta da semana

Começamos a semana, nesse domingo (17), relembrando os 79 anos da cantora Elis Regina. Na última sexta-feira (15) o Sem Censura celebrou a vida da cantora com um programa especial que recebeu as atrizes Laila Garin e Andréia Horta, que interpretaram Elis nos palcos e na tela de cinema.

No dia 18 seguimos na musicalidade brasileira, com os 110 anos do nascimento do maestro e compositor fluminense Guerra Peixe. Ele foi violinista na Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC, e também produziu e apresentou, em 1975, a série Concerto Brasileiro. A intenção do programa era apresentar a obra de compositores de música erudita brasileira, destacando as principais características e estilos de cada autor. Em 2023, em comemoração aos 100 anos da Rádio MEC, o Memória reapresentou a série. E você pode ouvi-la clicando aqui.

O artesanato, outra expressão cultural brasileira, é celebrada com o Dia Nacional do Artesão, no dia 19. O dia foi escolhido por conta da celebração do padroeiro dos artesãos, São José. O setor de artesanato foi bastante afetado pela pandemia de covid-19, e a Agência Brasil contou um pouco de como foi a retomada. E o Caminhos da Reportagem mostrou a a beleza e a importância do artesanato alagoano, no episódio Riquezas da Nossa Terra: Bordado filé, nas cores de Alagoas.

No 20 de março deste ano a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, os Correios, completam 55 anos. Neste período a empresa de desenvolveu de um modo que passou a ser reconhecida pela sua logística e capilaridade que, além de entregar correspondências e mercadorias em todos os municípios, ajudam na distribuição de vacinas e de provas como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e, agora, as do Concurso Nacional Unificado. Também aproveitando essa capilaridade, no início deste mês, a empresa firmou uma parceria com a Caixa Econômica Federal para que os serviços e estruturas das duas gigantes sejam compartilhadas, como mostra reportagem da Rádio Nacional.

O dia 20 também é o Dia Internacional da Felicidade. A Organização das Nações Unidas (ONU) celebra a data desde 2013, como uma forma de reconhecer a importância da felicidade na vida das pessoas em todo o mundo. É um momento para nos questionarmos: o que realmente nos faz feliz? Para ajudar nessa reflexão, a Rádio Nacional já conversou com as psicólogas Beatriz Breves e Susan Andrews. E, para além de estar no campo dos sentimentos, a felicidade é coisa física e química também. Para mostrar isso, o Conselho Nacional de Química lançou em 2023 uma cartilha que ensina como liberar emoções de bem-estar e felicidade, a Agência Brasil falou sobre o tema.

Outra data que nos convida para uma reflexão séria é o Dia Internacional das Florestas, celebrado no dia 21. É uma oportunidade de pensarmos coletivamente sobre o que é preciso fazer e cobrar das autoridades para a preservação destes espaços que são essenciais para a vida. E da Floresta Amazônica, a maior floresta do mundo, chegam boas notícias. Por lá, em janeiro deste ano, o desmatamento reduziu cerca de 60% em relação ao mesmo período do ano anterior, como mostrou a Agência Brasil. Um dos fatores que ajudou neste combate foi a retomada dos investimentos no Fundo Amazônia, que só no ano passado captou R$ 726 milhões de países parceiros. O maior valor desde 2009.

No dia 21, o mundo celebra o Dia da Síndrome de Down. Em 2021, o Programa Especial da TV Brasil relembrou a trajetória da Fernanda Honorato, primeira repórter de televisão com a síndrome, no Brasil. Fernanda conta a sua história e experiência ao longo de 15 anos como repórter do programa e como é a vida dela fora das telas.

“A água inicia guerras, apaga incêndios e é fundamental para a sobrevivência humana, mas garantir o acesso a todos depende em grande parte da melhoria da cooperação”, diz o relatório da Conferência da Água de 2023, da Organização das Nações Unidas (ONU). O Mesmo documento aponta que, em nível global, cerca de 2 milhões de pessoas não têm água potável de qualidade e que a população que enfrenta a escassez deve duplicar nos próximos anos. Então, temos o que comemorar nesse 22, dia Mundial da Água? E como bem mostra a Agência Brasil em suas reportagens, o cenário brasileiro não é mais animador que o mundial, afinal o cerrado, o maior responsável pelas águas do país, podem reduzir até 34% até 2050. Até por isso, ambientalistas fizeram no ano passado uma denúncia da degradação dos recursos hídricos do cerrado

E para saber mais sobre a importância da preservação do cerrado para cuidar das águas do país, assista ao episódio Um gole de cerrado, do programa Caminhos da Reportagem.

E fechamos essa semana de tantas celebrações ambientais coma Hora do Planeta, que neste ano será no dia 23. Todos os anos, a WWF convida a 60 minutos de apagão voluntário lembramos o mundo da importância de cuidar do planeta. 

 

 

Março de 2024

17

Nascimento do pianista fluminense José Carlos Cocarelli (65 anos)

Morte do estilista, ator, apresentador de televisão, cantor e político paulista Clodovil Hernandes (15 anos)

Nascimento do cantor e pianista de jazz estadunidense Nat King Cole (105 anos)

Primeira irradiação do programa infantil “História de Chinelos”, na Rádio Nacional (72 anos)

18

Nascimento do maestro e compositor fluminense Guerra Peixe (110 anos) – atuou como violinista na Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC

Nascimento da cantora e compositora fluminense Zilda Gonçalves, a Zilda do Zé (105 anos)

Nascimento da escritora russa radicada em São Paulo Tatiana Belinky (105 anos) – ganhadora do Prêmio Jabuti e grande escritora de obras da literatura infanto juvenil

Publicação do Manifesto da Poesia Pau-Brasil, de Oswald de Andrade, no Correio da Manhã (100 anos)

Inauguração do Memorial da América Latina (35 anos)

Dia Nacional da Imigração Judaica

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Nascimento do físico, astrônomo, professor, escritor e roteirista fluminense Marcelo Gleiser (65 anos)

Morte do cantor e compositor fluminense Jorge Fernandes (35 anos)

Dia Nacional do Artesão

A “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” ocorreu em São Paulo (60 anos)

Revolta do Queimado, no Espírito Santo (175 anos) – a maior revolta levantada pelos negros escravizados do estado do Espírito Santo

Primeira transmissão do programa “Momento de Jazz”, produzido por Nelson Tolipan, na MEC FM (38 anos)

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Morte da atriz paulista Dina Sfat (35 anos)

Dia Internacional da Francofonia – o objetivo dessa data é a promoção de atividades diversas para difundir e divulgar a cultura francesa

Dia Internacional da Felicidade

Nascimento do compositor e instrumentista mineiro Francisco Magalhães do Valle (155 anos) – patrono da cadeira de número 33 da Academia Brasileira de Música

Fundação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), empresa pública que substituiu o Departamento de Correios e Telégrafos (DCT) (55 anos)

Equinócio de Primavera (hemisfério Norte) e Equinócio de Outono (hemisfério Sul) – em várias culturas nórdicas ancestrais, o equinócio da primavera era festejado com comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com a Páscoa da religião cristã

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Morte do humorista baiano Aloísio Ferreira Gomes, o Canarinho (10 anos)

Nascimento do compositor e militar russo Modest Petrovich Mussorgsky (185 anos) – conhecido por suas composições sobre a história da Rússia medieval

Dia Internacional das Florestas

Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial

Dia Internacional da Síndrome de Down

Dia Mundial da Poesia – data criada na 30ª Conferência Geral da UNESCO

Acidente ferroviário de Perus (55 anos)

Lançado o Manifesto Neoconcreto no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil (65 anos)

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Dia Mundial da Água – comemoração que foi instituída pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas na Resolução A/RES/47/193 de 22 de fevereiro de 1993

Nascimento do compositor italiano radicado no Brasil Glauco Velásquez (140 anos) – um dos mais avançados compositores brasileiros da sua geração

Morte da benemérita das artes fluminense Laura Alvim (40 anos) – idealizadora da Casa de Cultura Laura Alvim no Rio de Janeiro 

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Dia Mundial da Meteorologia

Hora do Planeta – data móvel