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Museu Nacional de Belas Artes conclui 90% da reforma iniciada em 2020

Fechado para visitação desde 2020, o Museu Nacional de Belas Artes está com mais de 90% de sua reforma concluída segundo estimativas dos arquitetos envolvidos no projeto.

A diretora do Museu Nacional de Belas Artes, Daniela Matera – Fernando Frazão/Agência Brasil

Trata-se da maior obra já realizada no edifício, que possui 20.958 metros quadrados e guarda um dos maiores acervos do país, com aproximadamente 70 mil itens, incluindo diversas obras emblemáticas para a história brasileira. Entre elas, estão as telas Primeira Missa no Brasil e Batalha dos Guararapes, concluídas respectivamente em 1861 e em 1879 pelo pintor Victor Meirelles.

Localizado na Praça da Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, o Museu Nacional de Belas Artes celebrou nesta segunda-feira (13) o aniversário de 88 anos da assinatura do Decreto-Lei 378/1937 pelo então presidente Getúlio Vargas, no qual foi criada a instituição. Para marcar a data, foi realizada uma palestra com arquitetos envolvidos na reforma.

Apesar do estágio avançado da obra, a expectativa é de que a reabertura completa ocorra apenas em 2026. No entanto, a museóloga Daniela Matera, diretora de museu, conta que ao longo desse ano pretende realizar diversos eventos nos espaços que já estiverem liberados.
 

A previsão de reabertura completa do Museu Nacional de Belas Artes é em 2026 – Fernando Frazão/Agência Brasil

Há a expectativa de abrir ao público em breve a lojinha, o café e o teatro, bem como permitir o funcionamento normal do centro de pesquisa e do centro de documentação. A escolha de uma nova identidade visual também está nos planos.

Daniela destaca também que as atividades ao público nunca deixaram de ocorrer.

“Fechados estamos, mas abertos também. Nesses últimos anos, transbordamos, realizando eventos e atividades que extrapolam as nossas barreiras físicas, em um movimento de transbordamento como um movimento contínuo e constante, como um rio.”

Obra

Iniciada há quase cinco anos, a reforma envolveu praticamente todo o edifício. Na fachada, por exemplo, foram restaurados os relevos em terracota, os baixos-relevos, os nichos e os medalhões com retratos de membros da Missão Artística Francesa que desembarcou no Brasil em 1816.

Museu Nacional de Belas Artes celebra 88 anos e mostra o andamento das obras de reforma, que incluíram trabalhos nas esquadrias e vidros – Fernando Frazão/Agência Brasil

Esquadrias e vidros também foram todos recuperados. Para a parte interna, também foi desenvolvido um projeto de proteção contra incêndio.

Embora o Museu Nacional de Belas Artes tenha sido legalmente criado em 1937 e inaugurado em 1938, o edifício é mais antigo. Ele foi construído entre 1906 e 1908, durante as modernizações urbanísticas realizadas pelo prefeito Pereira Passos no Rio de Janeiro, que era na época a capital federal.

O prédio foi o primeiro local de funcionamento da Escola Nacional de Belas Artes. O arquiteto Adolfo Morales de Los Rios apresentou um projeto bastante detalhista que incluiu inúmeros elementos decorativos, ornamentos e colunas, além de demandar a importação de diversos materiais. Há, por exemplo, portões de ferro que vieram da Alemanha.

Arquiteto João Legal Leal, à frente da reforma do Museu Nacional de Belas Artes, que celebra 88 anos – Fernando Frazão/Agência Brasil

À frente da atual reforma do Museu Nacional de Belas Artes, o arquiteto João Legal Leal manifesta satisfação com o resultado da obra, mas alerta que a instituição precisa manter rotinas de conservação para evitar o avanço de possíveis danos futuros.

“É preciso entender que a obra de restauração não se resume a uma etapa, que é concluída e acaba. Ela é permanente. O trato de mais de 20 mil metros quadrados de área construída em um museu é permanente. É uma obra constante que nunca deixará de acontecer, diariamente. Nós temos uma equipe de manutenção, mas além disso temos trabalhos diuturnos, inclusive durante a noite e nos fins de semana, para manter esse edifício em funcionamento”.

Cúpula reformada do Museu Nacional de Belas Artes – Fernando Frazão/Agência Brasil

Cúpula central

Na atual reforma, um dos grandes desafios envolveu a cúpula central. A princípio, foi aprovado um projeto para demolir a estrutura e reconstrui-la por inteiro. Seria, portanto, um elemento absolutamente novo, porém buscando reproduzir características da cúpula original.

Em 2021, no entanto, arquitetos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) passaram a defender uma outra proposta: a manutenção e a recuperação do esforço estrutural, a impermeabilização e o tratamento dos materiais.

Um dos motivos para se pensar em uma alternativa era a preocupação da então gestora do Museu Vera Mangas, com a repercussão e o resultado da demolição da estrutura.

“Ela estava com receio do efeito que a demolição teria para fora. O que as pessoas achariam ao passar por aqui?”, conta a arquiteta do Iphan, Letícia Pimentel.
 

Ao celebrar 88 anos, o Museu Nacional de Belas Artes exibe o andamento da reforma estrutural que começou em 2020 – Fernando Frazão/Agência Brasil

Após análises, houve o convencimento de que a deterioração da cúpula estava relacionada à infiltração de água da chuva. Assim, um projeto que envolvesse uma impermeabilização eficaz poderia estender a vida útil da estrutura. Letícia conta que a cúpula nunca havia sido submetida a um trabalho de conservação em mais de 100 anos.

Apesar de defender a proposta implementada, a arquiteta destaca o profissionalismo da equipe anterior, que previu a demolição da cúpula. “Ambas as propostas encontravam acolhida nas teorias da restauração. Importante entender que restauração não é uma ciência exata”, afirmou. Segundo ela, a primeira proposta dava mais foco à estrutura, enquanto a alternativa que foi desenhada se prendeu aos materiais.
 

Museu Nacional realiza palestra com arquitetos sobre o projeto de reforma do prédio – Fernando Frazão/Agência Brasil

A mudança de rota recebeu o aval do Iphan, do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD), que é vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e que foi responsável por garantir os recursos financeiros.

Agora, uma das principais pendências antes da reabertura completa é a reforma do sistema elétrico, que contará com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A petrolífera Shell, patrocinadora master do Museu Nacional de Belas Artes, irá financiar a climatização e os trabalhos de renovação das atividades educativas e da exposição de longa duração.

Há ainda o apoio da Associação de Amigos e Colaboradores do Museu Nacional de Belas Artes (ABA) na atualização do acervo de arte contemporânea e no desenvolvimento do projeto executivo para uso do cine-teatro.

 

Acordo prorroga permanência da Escola de Artes Visuais no Parque Lage

Um acordo entre os governos federal e do Rio de Janeiro vai assegurar a permanência da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), no Jardim Botânico, na zona sul da cidade, em sua sede, por mais 25 anos. O contrato de cessão ainda depende de alguns ajustes para ser formalizado.

Nesta terça-feira (3), uma cerimônia na EAV marcou o ato simbólico do termo de cessão. 

Segundo explicou o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), João Paulo Capobianco, em 2009 foi feito um acordo com a Secretaria de Estado de Cultura para manter a escola de artes que já existia e que há um contrato em vigor que só termina daqui a cinco anos.

“Neste contrato que está em vigor havia a previsão de prorrogação caso as partes concordassem. O que foi proposto foi uma antecipação dessa prorrogação para que o estado possa fazer alguns investimentos na parte de restauração do imóvel”, disse. 

Como o imóvel é do governo federal, segundo o secretário, é necessário esse acordo para que o estado possa investir recursos. “Já há uma decisão do governo federal em acolher o pedido de prorrogação, agora faltam alguns ajustes para que seja formalizado”. 

Capobianco disse que a parceria entre cultura e meio ambiente, valorizando o patrimônio natural e cultural, propiciando a permanência da escola de artes no Parque Lage, está garantida.

O parque e o prédio da EAV pertencem ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao MMA. “Estamos em tratativas com o governo do estado destinadas a viabilizar a permanência da Escola de Artes Visuais, tendo em vista o papel social e cultural que a escola desenvolve. Creio que nas próximas semanas esse termo vai estar totalmente acordado e assinado”, informou o secretário.

Para a secretária estadual de Cultura, Danielle Barros, esta terça-feira foi um dia importante. “Esse aqui é um patrimônio que tem uma gestão coletiva. Receber os nossos parceiros do meio ambiente e pensar esse parque para o ano de 2025, entendendo que ele passará por um processo de restauro para que possa cada vez mais atender a população do estado do Rio de forma adequada, é sem dúvida uma manhã muito especial”. 

Para o diretor da EAV, Alberto Saraiva, o termo de cessão é fundamental para a existência da escola, para a formação de novos artistas, para o Rio de Janeiro e para o Brasil. “Nós temos 60 professores trabalhando intensamente nessa formação de novas gerações. Em 2025, é quando a escola faz 50 anos. Todo 2025 vai ser comemorativo com a gente revendo nossa história e também mostrando o que a gente está produzindo hoje aqui”.

São Paulo abre encontros para construir Política Nacional das Artes

A Fundação Nacional de Artes (Funarte) realiza até esta quinta-feira (19) o Seminário Internacional de Políticas Públicas para as Artes: Imaginando Margens, em parceria com o Sesc São Paulo.

Sediado no Sesc 14 Bis, no centro da capital paulista, e com transmissão ao vivo pelas redes sociais da fundação, o evento, aberto na terça-feira, dá início às discussões públicas da Política Nacional das Artes (PNA), esforço de reorganização do fomento ao setor e demanda direta da 4ª Conferência Nacional de Cultura, realizada em março deste ano. A PNA pretende estabelecer as diretrizes para os próximos programas e ações públicos de investimento no setor.

Atriz Zezé Motta lê carta na abertura do Seminário Internacional de Políticas Públicas para as Artes: Imaginando Margens – Rovena Rosa/Agência Brasil

 

Na abertura, a atriz e cantora Zezé Motta fez a leitura pública de uma carta para as artes brasileiras de ontem, hoje e amanhã. Em seguida, a presidente da Funarte, Maria Marighella, falou sobre o compromisso da fundação com a promoção dos espaços de debates e reflexão. “Este seminário é parte de um segundo ciclo na atuação da Funarte rumo à implementação da Política Nacional das Artes”, disse Maria. Segundo ela, quem tem assento são os trabalhadores das artes na sua diversidade: artistas, educadores, gestores, técnicos, pesquisadores, curadores e comunicadores. 

O ministro interino da Cultura, Márcio Tavares, que representou a ministra Margareth Menezes, destacou a relação entre as ações da pasta e a política em desenvolvimento. “Estamos garantindo a regulamentação do Sistema Nacional de Cultura, que é um pacto federativo. É o SUS da Cultura se transformando em materialidade e garantindo que haja corresponsabilização entre estados, municípios e União, na gestão das políticas de cultura.” 

Hoje, segundo dia do evento, em três mesas, foram discutidas a cooperação internacional, a visibilidade e a representatividade no setor. A questão da territorialidade também foi abordada e será retomada nas mesas da quinta-feira, terceiro dia do seminário, que é a primeira ação do Programa Funarte de Pesquisa e Reflexão.

O evento reúne participantes de todas as regiões do Brasil e de mais seis países: Bolívia, Canadá, Colômbia, Moçambique, Peru e Portugal.

A programação completa do Seminário Internacional de Políticas para as Artes Imaginando Margens está no site da Funarte, as transmissão ao vivo podem ser acompanhadas no Youtube da  Funarte e as íntegras das transmissões anteriores, neste endereço.

Hermeto Pascoal apresenta em SP obra que une música e artes visuais

O compositor e multi-instrumentista Hermeto Pascoal é famoso por ser capaz de produzir sons que formam música a partir de praticamente qualquer objeto, incluindo os longos fios brancos de sua barba. Uma faceta menos conhecida do músico, que tem 88 anos e carreira desde a década de 1950, pode ser vista na exposição que abre nesta quarta-feira (29) ao público. Chaleiras, chapéus, restos de embalagens e inúmeros outros itens mostram que também transforma qualquer coisa em páginas de um livro infinito de partituras musicais.

Sob o título de Ars Sonora, a exposição no Sesc Bom Retiro, na região central paulistana, reúne uma extensa obra que mescla música com artes visuais. Em alguns casos, o curador Adolfo Montejo Navas define os trabalhos como “partituras tridimensionais” ou “poemas-objeto”. Porém os desdobramentos múltiplos vão dificultando as classificações. Como no que ele chama de “ataque dadaísta” – tampas plásticas de privada cobertas de notas musicais – em referência ao artista Marcel Duchamp, que enviou um mictório a um concurso artístico em 1917.

O impulso de transformar qualquer objeto em plataforma para partituras e em trabalhos artísticos não vem de uma ideia, explica Hermeto, mas de um modo de vida. “Criação é a minha respiração”, diz o músico que busca uma originalidade radical e o improviso total. “Às vezes as pessoas perguntam: como é que vai ser o show hoje? Eu digo: se eu souber, eu não vou mais, porque já não preciso mais tocar”, diz sobre a rejeição que sente a tudo que é premeditado.

“Eu nunca digo é assim. Porque se eu disser é assim, aquilo acabou naquela hora que eu disse. Não tem mais o que eu falei. Já é mentira se eu confirmar depois. Não é mais. Porque a criatividade não é repetitiva. Não existe repetição. Criatividade, entendeu? Esse é o bonito. O nome é bonito: criatividade. Expande o que você imagina, o que você pensa”, explica sobre a filosofia de vida que se desdobra em método de trabalho.

Uma atividade ininterrupta, com se pode ver nas revistas distribuídas em voos comerciais que o artista fez intervenções. As partituras escritas nas páginas não se sobrepõe simplesmente ao conteúdo impresso, mas dialogam os blocos de texto e com as imagens, formando o que o curador define como colagens. Há ainda desenhos em telas de pintura, ainda que acompanhados de notas musicais, em trabalhos feitos com canetas coloridas e giz de cera pastel.

Estudo da natureza

Nenhuma dessas linguagens foi estudada por Hermeto, que é autodidata e tem aversão as padronizações dos sistemas de ensino. “Se tem 50 alunos na escola, o professor fala: vocês façam isso assim. Olha, 50 pessoas para fazer a mesma coisa. Você imagina o atraso que eu sempre achei as escolas. Por isso que eu não fui”, diz com humor e ironia.

O aprendizado, Hermeto procurava sentindo o mundo ao redor. Albino e com dificuldades de visão, ele conta que desde criança buscava experiências ao se aprofundar na escuta da vida. Deitado na chão do interior rural de Alagoas, ele fazia descobertas que os adultos não compreendiam. “O que era o mato para mim? Era justamente escutar os caçadores, escutar as coisas, até os mais velhos falando, dizendo: esse menino não enxerga nada”, lembra sobre a infância.

Essa forma de sentir e entender o mundo abriram as portas de Hermeto para uma carreira de sucesso internacional e para uma obra que parece se estender de maneira infinita. Por isso, Montejo Navas diz que o trabalho de curadoria das peças que integram a mostra foi milagroso, ao gosto de Deus ou do acaso. “São muitas coisas que estão umas se escondendo dentro de outras”, conta sobre as visitas ao ateliê de Hermeto. “Um dia me mostram coisas e, no outro dia, me mostram mais coisas, mas e as outras [vistas anteriormente] quase desapareceram. Tem um certo Triângulo das Bermudas [região do Caribe conhecida pelo desaparecimento de aviões e barcos]”, diz.

A visitação da exposição vai até o dia 3 de novembro de 2024. Mais informações estão na página do Sesc Bom Retiro.

 

 

 

Los Ángeles se prepara para a 96ª edição dos Prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas

10 de março de 2024

 

Neste domingo o glamour de Hollywood alcançará seu ponto máximo com a 96ª edição dos Prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, os Prêmios Oscar.

As estrelas do cinema desfilarão pela escada vermelha do emblemático Teatro Dolby, que tem sido o anfitrião deste evento nas últimas décadas. Este ano, a gala será apresentada pelo reconhecido comediante Jimmy Kimmel, que assumirá por quarta vez o papel de maestro de cerimônias.

A competência é atribuída a “Oppenheimer”, o último filme de Christopher Nolan, que liderou com 13 indicações. “Pobres criaturas”, de Yorgos Lanthimos, não ficou para trás, competindo por 11 estatuilhas, enquanto “Os assassinos da lua”, sob a direção do lendário Martin Scorsese, ostenta 10 indicações. O filme “Barbie”, que também gerou expectativa e entrou na carreira com outras indicações.

 

Chuvas matam rapaz em Embu das Artes

Um rapaz de 13 anos morreu na tarde dessa quarta-feira (28) após ser arrastado por enxurrada para um bueiro, no município de Embu das Artes, no estado de São Paulo. A Defesa Civil já registrou 15 mortes em decorrência das chuvas, sendo nove vítimas de enxurradas.

Segundo o Corpo de Bombeiros, houve chamado para atendimento da ocorrência de ontem na rua Alemanha, onde a vítima foi retirada do bueiro por populares. Ele foi encontrado com parada cardiorrespiratória e levado ao Hospital Central de Embu, mas não resistiu e morreu.

Segundo a Defesa Civil estadual, houve acumulados de chuva entre 8h de ontem e 8h de hoje, em Águas de Lindóia – 65 milímetros (mm), São Paulo – 46mm, Campos de Jordão e Taboão da Serra 37mm.

Mais chuvas

Para o período de 29 de fevereiro a 2 de março, a Defesa Civil divulgou a seguinte previsão: Vale do Ribeira – 70mm; Vale do Paraíba e litoral norte – 80mm; capital, região metropolitana de SP, região de Sorocaba, Campinas e Itapeva – 50mm; e Baixada Santista – 60mm.

Nesta quinta-feira (29), com o calor e a umidade, há condições de pancadas generalizadas de chuva entre a tarde e noite por todo o centro-sul do estado. As pancadas devem ter de moderada a forte intensidade, acompanhadas por raios e eventuais rajadas de vento e quedas de granizo em pontos isolados.

A Defesa Civil alerta que há condições para acumulados expressivos de chuvas em algumas áreas e, com a previsão para períodos de tempestades, recomenda atenção para possíveis transtornos nas áreas de risco, especialmente onde o solo está encharcado.

Enxurrada mata rapaz em Embu das Artes

Um rapaz de 13 anos morreu na tarde dessa quarta-feira (28) após ser arrastado por enxurrada para um bueiro, no município de Embu das Artes, no estado de São Paulo. A Defesa Civil já registrou 15 mortes em decorrência das chuvas, sendo nove vítimas de enxurradas.

Segundo o Corpo de Bombeiros, houve chamado para atendimento da ocorrência de ontem na rua Alemanha, onde a vítima foi retirada do bueiro por populares. Ele foi encontrado com parada cardiorrespiratória e levado ao Hospital Central de Embu, mas não resistiu e morreu.

Segundo a Defesa Civil estadual, houve acumulados de chuva entre 8h de ontem e 8h de hoje, em Águas de Lindóia – 65 milímetros (mm), São Paulo – 46mm, Campos de Jordão e Taboão da Serra 37mm.

Mais chuvas

Para o período de 29 de fevereiro a 2 de março, a Defesa Civil divulgou a seguinte previsão: Vale do Ribeira – 70mm; Vale do Paraíba e litoral norte – 80mm; capital, região metropolitana de SP, região de Sorocaba, Campinas e Itapeva – 50mm; e Baixada Santista – 60mm.

Nesta quinta-feira (29), com o calor e a umidade, há condições de pancadas generalizadas de chuva entre a tarde e noite por todo o centro-sul do estado. As pancadas devem ter de moderada a forte intensidade, acompanhadas por raios e eventuais rajadas de vento e quedas de granizo em pontos isolados.

A Defesa Civil alerta que há condições para acumulados expressivos de chuvas em algumas áreas e, com a previsão para períodos de tempestades, recomenda atenção para possíveis transtornos nas áreas de risco, especialmente onde o solo está encharcado.

Presença de trans nas artes reduz preconceito, afirma Renata Carvalho

 

Para a religião cristã, as pessoas foram criadas à imagem e semelhança de Deus. Foi no palco, no entanto, que Renata Carvalho percebeu que isso não valeria no caso de uma travesti. O espetáculo que protagonizou, Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu, foi censurado diversas vezes e chegou a ser suspenso por medidas judiciais. Nele, a atriz interpreta Jesus Cristo, o que incomodou uma parcela dos espectadores e também gente que nem mesmo assistiu à peça.

“Quando eu passei no teste [de seleção de elenco], eu sabia que o Brasil era transfóbico, óbvio, eu sou uma travesti, mas eu não imaginava que tanto”, diz Renata. “Todo mundo pode ter a imagem semelhante à de Jesus, menos a travesti, porque é imoral, é sexualizante. Eu lembro que quando as pessoas iam assistir ao espetáculo, elas esperavam encontrar tudo, vilipêndio, coisas sexuais, e elas se surpreendiam porque eles encontravam uma atriz. A grande surpresa de Jesus é que as pessoas iam no teatro e encontravam uma atriz.”

A obra é uma adaptação brasileira do texto da britânica Jo Clifford. Nela, é discutida uma das bases do discurso cristão, a aceitação de todas as pessoas independentemente de quem sejam. Renata foi duramente atacada e chegou a precisar usar colete à prova de balas. “Quando eu fui atacada com Jesus, as pessoas colocavam muitas cortinas de fumaça para poder atacar. E eu dizia, eu sei por que eu estou sendo atacada, é porque eu sou uma travesti, e eu conceituei isso. E era isso que eles não esperavam. Eles também não esperavam a intelectualidade de uma travesti. Eles não esperavam que eu pudesse conceituar meu corpo. Eles não esperavam que eu pudesse ter algo a acrescentar artisticamente, esteticamente dentro da arte”, diz.

Renata Carvalho é atriz, dramaturga, diretora e também transpóloga – como ela mesma explica: “É uma travesti que estuda o corpo trans e travesti”. É ainda graduanda em ciências sociais, fundadora do Movimento Nacional de Artistas Trans (Monart), e, dentro dele, é criadora do Manifesto Representatividade Trans Já, Diga Sim ao Talento Trans. O objetivo do movimento é inclusão, a profissionalização, a permanência e a representatividade coletiva de artistas trans nos espaços de atuação e criação. Além disso, o movimento pede o fim do chamado transfake, ou seja, a representação de personagens trans por pessoas que não são trans e que geralmente é carregada de estereótipos.

 Renata Carvalho diz que presença de pessoas trans nas artes é fundamental- Naiara Demarco/Divulgação

Para Renata, por meio da arte, é possível transformar a sociedade. “A arte tem esse poder de transformação, de abrir corações, abrir mentes, de colocar assuntos ainda tão obscuros na sociedade, colocar no palco e propor a reflexão, o debate. Eu acho que a arte tem esse poder de mudar pensamentos, questionar conceitos.”

Ela ressalta que é fundamental a presença de pessoas trans nas artes, pois isso leva a uma percepção de igualdade e ao fim de qualquer tipo de preconceito.

“A representatividade faz com que as pessoas não trans, ou seja, cisgêneros, convivam, com os nossos corpos. E no convívio diário, cotidiano, nós vamos conseguir ter a nítida percepção da igualdade. E, quando nós temos essa percepção da igualdade, nós conseguimos naturalizar a presença dos corpos trans naquele espaço. E, quando nós naturalizamos a presença trans nos espaços, nós restituímos a humanidade desses corpos”.

Renata tem no currículo espetáculos como Domínio Público e Manifesto Transpofágico. São 23 anos de carreira. Durante esse tempo, ela diz que foram muitas as lutas.

“Eu já entrei em estúdio e que as pessoas riram de mim. Perguntaram o que eu estava fazendo ali. Disseram que a minha voz não tinha credibilidade, não era crível. Desde então eu fiquei com trauma da minha voz”.

Renata apenas voltou a gostar da própria voz depois que Ariel Nobre, cineasta e artista trans, a convidou para narrar o filme dele, Preciso Dizer Que Te Amo, disponível online.

“Quando ele me convidou, eu neguei na hora. E eu falei: ‘Você tá louco? Chamar uma travesti pra ser narradora? Você tá louco?’. Ele falou assim: ‘eu quero que Jesus narre meu filme’. E eu narrei. E, quando eu fui no cinema e escutei minha voz, eu falei assim, nossa, a minha voz não é tão feia. Desde então, eu venho narrando”, conta ela que já narrou quatro livros em áudio. “Eu digo que eu vou ser o Milton Nascimento e a Fernanda Montenegro da narração.”

Neste início de ano, Renata conta que deu uma “pausa dramática” e pretende afastar-se um pouco do palco para dedicar-se à faculdade, à escrita e ao audiovisual. “Eu vou mais pra escrita, eu quero escrever bastante, tenho muitas ideias de livros, de peças, eu quero terminar a minha faculdade, que eu não consigo terminar por causa do trabalho. Eu quero talvez ir pra academia também, eu quero me dedicar mais à minha carreira no audiovisual”, planeja, e garante: “Não vou deixar os palcos, mas eu preciso de uma pausa dramática neste momento, repensar o meu fazer artístico.”

Para marcar a visibilidade trans, cuja data é 29 de janeiro, a Agência Brasil publica histórias de cinco artistas trans na série Transformando a Arte, que segue até o dia 31 de janeiro.

SP: programa Fábricas de Cultura abre inscrições para artes circenses

O Programa Fábricas de Cultura está com inscrições abertas para cursos gratuitos de dança e de formação em artes circenses na capital paulista.

No Núcleo Luz, localizado no Bom Retiro, o curso oferecido é de experimentação em dança, onde os aprendizes vão vivenciar aulas práticas de introdução, experimentação e aprofundamento em diferentes códigos da dança.

Podem se inscrever jovens de 14 a 21 anos de idade que vivem na região metropolitana de São Paulo e que tenham vivência em práticas corporais como dança, esporte, circo, capoeira ou teatro. As inscrições estão abertas até o dia 21 de janeiro e podem ser feitas no site do programa

A seleção para esse curso inclui testes práticos presenciais. O início das aulas está previsto para 12 de março. As aulas ocorrem de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h, na Rua Talmud Thorá, 52, em São Paulo, próximo ao metrô Tiradentes. Os aprendizes selecionados vão receber benefícios mensais formados por uma bolsa-auxílio de R$ 100, além de alimentação e transporte.

Na unidade Vila Nova Cachoeirinha estão sendo oferecidas vagas para a segunda turma do FOLIA, um curso de formação e desenvolvimento em artes circenses. O curso prevê aulas técnicas e teóricas e visitas a espetáculos e companhias profissionais. As inscrições estão abertas até o dia 20 de janeiro para maiores de 16 anos e podem ser feitas no site https://www.fabricasdecultura.org.br/folia/

Para esse curso serão selecionados 20 aprendizes. Os interessados devem ser residentes em periferias da capital ou da região metropolitana de São Paulo e devem estar cursando ou ter concluído o ensino médio. Também é preciso ter alguma experiência na área e a intenção de entrar no mercado de trabalho circense. Os aprendizes vão receber uma bolsa-auxílio mensal de R$ 700, além de vale-transporte e vale-refeição. As aulas serão de terça-feira a sábado, das 14h às 18h. Ao final da formação, com duração de dois anos, os aprendizes recebem um certificado.

O Programa Fábricas de Cultura, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas de São Paulo, é gerenciado pela organização não governamental Poiesis.

Bombeiros iniciam rescaldo depois de fogo em galpão em Embu das Artes

O Corpo de Bombeiros iniciou a fase de rescaldo após controlar o incêndio em um galpão na cidade de Embu das Artes, São Paulo, que era usado como depósito de produtos químicos e de livros de uma empresa. Segundo as informações, há seis viaturas no local e 27 bombeiros. Não há vítimas. 

O fogo começou por volta de 19h30 desta segunda-feira (8), e logo depois foi constatado que dentre os produtos armazenados no galpão havia uma espécie de resina inflamável. 

A Agência Brasil procurou a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo e aguarda posicionamento sobre o incidente.