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Brasil e Angola lançam programa para formação de recursos humanos

Brasil e Angola lançaram nesta terça-feira (23), em Brasília, o Programa de Formação de Recursos Humanos em Saúde reunindo os dois países. A iniciativa de cooperação técnico-educacional tem como meta fortalecer o sistema público de saúde do país africano.

O projeto é coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, em parceria com o Ministério da Saúde, o Ministério da Educação e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).

Em nota, o Itamaraty informou que a demanda foi feita pelo governo angolano durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país, em agosto do ano passado. Em novembro, uma oficina binacional para formação de recursos humanos em saúde aconteceu em Luanda, capital angolana.

“O sistema nacional de saúde daquele país enfrenta desafios como a escassez e a má distribuição de recursos humanos qualificados nas áreas urbanas e rurais, o que vem se agravando nos últimos anos devido ao crescimento exponencial da população”, informou o Itamaraty.

“Diante das necessidades apresentadas, os governos do Brasil e de Angola negociaram amplo programa de cooperação com o objetivo de aprimorar as competências clínicas e administrativas do sistema nacional de saúde de Angola”, acrescentou.

Entenda

O programa prevê a formação de profissionais angolanos em hospitais de instituições formadoras identificados pela EBSERH e pelo Ministério da Saúde em diversas modalidades de ensino, como fellowship (nos moldes de residência), doutorado, mestrado, especialização, aperfeiçoamento e estágio complementar.

De acordo com o Itamaraty, até o momento, os programas de ensino oferecidos pelas instituições brasileiras já aceitaram cerca de 200 profissionais de saúde angolanos. Das 3.620 vagas, 500 serão para ensino presencial e 3.120 para cursos de ensino a distância (EAD).

As vagas foram disponibilizadas por 28 instituições de ensino públicas brasileiras. “Há expectativa de que novas instituições participem da iniciativa, ampliando, assim, o número de vagas”, destacou o ministério.

“Uma rede que será muito importante para desafios nacionais também”, destacou a ministra da Saúde, Nísia Trindade (foto), durante o lançamento do programa.

“O Brasil recém lançou um programa para acesso a especialistas e esse acesso depende de uma organização do nosso sistema de saúde, uma política já aprovada de média e alta complexidade, mas requer pessoas,” acentuou.

“Nessa linha de uma via de mão dupla, nós também estamos certamente nos fortalecendo como rede para desafios de cooperação internacional, mas também para desafios nacionais. Em múltiplos sentidos, isso se traduz num aprendizado”, concluiu a ministra.

Angola pagou quase sete mil milhões de dólares por profissionais cubanos

20 de abril de 2024

 

Angola é o segundo maior mercado de recursos humanos exportados por Cuba, sendo apenas ultrapassado pela Venezuela, revela um estudo publicado recentemente pelo portal Havana Times

O estudo diz ainda que, nos últimos 25 anos, Angola pagou a Cuba 6.755 milhões de dólares pelos contratos de pessoal para os mais diversos setores do aparelho de Estado.

Só nos últimos 12 anos, Angola pagou a Cuba 1.808 milhões de dólares pelo serviços profissionais de cubanos, acrescentando que em 2023 havia 2.056 cubanos a trabalhar em Angola, 85% dos quais nos setores de saúde e educação.

Em março deste ano, o Presidente da República, João Lourenço, autorizou a contratação de professores cubanos para as universidades públicas angolanas, por via de dois contratos avaliados em cerca de 38 milhões de dólares americanos.

“Exportação” de profissionais

Os profissionais cubanos que vão trabalhar para o estrangeiro são contratados pela Antex, o “braço operacional” do congolemerado do Grupo de Administracion Empresarial (Gaesa) das Forças Armadas.

A Antex, diz o Havana Times, tem ligações ainda com pelo menos oito companhias estatais cubanas registadas em Angola, através das quais Cuba forneceu serviços a mais de 30 setores do Estado angolano.

“No total as operações da Antex em Angola geraram para o Governo cubano aproximadamente 6.755 milhões de dólares nos últimos 25 anos”, diz a publicação.

O Havana Times diz ainda que profissionais cubanos participam “em áreas chave” de Angola e que que quatro cidadãos cubanos fizeram parte da Casa de Segurança do Presidente, de acordo com listas de pagamentos de 2018 da empresa cubana consultadas pela publicação.

“Outra fonte da companhia confirmou que pelo menos até 2020 havia pessoal cubano encarregado da securança do Presidente”, acrescentou a Havana Times, que disse ainda haver cidadãos cubanos no serviço de inteligência externa de Angola.

“Para além disso 214 cubanos foram empregados pela SIMPPORTEX EP, uma companhia pública do Ministério da Defesa de Angola dedicado à comercialização de equipamento e recursos materiais para exportação e importação”, diz a publicação, com sede em Nicarágua, que acrescenta que há 45 cubanos no Ministério do Interior, sendo 44 professores e um médico forense, para um total de 272 individuos contratados no aparelho do Estado angolano.

Fonte
 

Angola negoceia financiamento para pagar dívidas

13 de abril de 2024

 

Banco Nacional de Angola em Luanda

Face a dificuldades cambiais o governo angolano está a negociar um financiamento de cerca de 1.500 milhões de dólares para ajudar no pagamento da dívida pública de Angola.

A agência de notação financeira Standard & Poor disse que as negociações envolvem três bancos estrangeiros “para ajudar a cumprir os pagamentos”.

Anteriormente o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano tinha afirmado haver menos recursos cambiais o que coloca pressões na administração cambial.

A Standard & Poor fez notar que a dívida pública angolana subiu de 65% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2022, para 90% do PIB no ano passado, principalmente por efeito da desvalorização de 39% da moeda nacional, o Kwanza.

De momento no entanto tanto a Standard & Poor como o Centro de Política de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston disseram que não há receios que Angola não consiga pagar ou servir as suas dividas.

A Standard & Poor afirma que o governo deverá ter “recursos suficientes para pagar a sua dívida, de acordo com o perfil de pagamentos nos próximos dois anos”.

Já num estudo sobre as relações económicas entre África e a China aquele centro da universidade de Boston afirma que embora Angola tenha evitado “recentemente por pouco não ter pago a sua dívida … está em boa posição para refinanciar a dívida existente”.

O estudo confirma que Angola é o pais africano que mais deve à China, (20.980 milhões de dólares em 2022) mas faz notar que a dívida e serviço da dívida de Angola caíram substancialmente desde 2020/2022 “devido à restruturação da dívida em 2020”.

Em particular acordos com credores chineses ao abrigo da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida do G20 e de um programa do FMI “fortaleceu as perspetivas da dívida e crescimento (económico) de Angola”, diz o estudo.

Recentemente numa visita à China o presidente João Lourenço alcançou um acordo para a redução de pagamentos.

Na sequência desse visita Angola conseguiu reduzir os seus pagamentos da dívida a Pequim até 200 milhões de dólares mensais, disse o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima.

Mais recentemente a dívida à China foi avaliada em 17.000 milhões de dólares.

 

Liberdade cai no mundo e em África, Cabo Verde é o mais livre e Angola único lusófono não livre

29 de fevereiro de 2024

 

A liberdade diminuiu em toda a África pelo 10o. ano consecutivo em 2023, com as as eleições na Nigéria, Zimbabwe e Madagáscar a serem marcadas pela violência política e acusações de fraude, enquanto conflitos no Sudão e na República Democrática do Congo estiveram na origem de violações devastadoras dos direitos humanos.

Este cenário é descrito no relatório “Liberdade no Mundo 2024: Os Danos Crescentes dos Imperfeitos, Eleições e Conflitos Armados publicado nesta quinta-feira, 29, pela organização não governamental Freedom House, com sede nos Estados Unidos.

A nível global, o documento mostra que a liberdade diminuiu pelo 18º ano consecutivo, à medida que os direitos políticos e as liberdades civis deterioraram-se em 52 países, o que representa um quinto da
população mundial.

Essa redução, segundo a Freedom House, ofuscou a melhoria da situação da liberdade em 21 países.

África lusófona

A nível do continente africano, e segundo a classificação da Freedom House, Cabo Verde é o país mais livre em África, seguido das ilhas Maurícias, e de São Tomé e Príncipe

Angola continua no grupo dos países não livres, enquanto a Guiné-Bissau e Moçambique são considerados parcialmente livres.

No continente, 14 países registaram uma diminuição da pontuação contra cinco que registaram melhorias.

O Níger é o país que mais recuou, menos 18 pontos, depois do golpe militar e a Libéria foi o que mais subiu, com mais quatro pontos.

O Sudão do Sul, a Eritreia, a Guiné Equatorial e a República Centro-Africana ocupam a cauda da tabela em África.

Sete por cento das pessoas em África vivem em países livres

Uma nota do relatório aponta que apenas 7% das pessoas em África vivem em países livres, enquanto 50% residem em países não livres.

Em termos globais, a “manipulação eleitoral, a guerra e os ataques ao pluralismo – a coexistência pacífica de pessoas com diferentes ideias políticas, religiões ou identidades étnicas – foram os principais impulsionadores do declínio global da liberdade.

Quase 38 por cento da população mundial vivem em países classificados como Não Livres, 42% em países Parcialmente Livres e apenas 20% vivem em países livres.

“A liberdade global deu um grande passo para trás em 2023. O mundo enfrenta outro teste crucial em 2024, à medida que milhares de milhões de pessoas pessoas vão às urnas e há vários conflitos armados – incluindo no Sahel, no Leste Europa, o Sul do Cáucaso e o Médio Oriente – continuam a violar os direitos básicos das pessoas. Direitos”, escreve o presidente da Freedom House.

Michael J. Abramowitz considera que “se as democracias não responderem a estes desafios, uma parte maior da população global terá suas liberdades fundamentais negadas nos próximos anos, afetando em última análise a paz, prosperidade, segurança e liberdade para todos”.

Apesar desses obstáculos, Abramowitz conclui que “pessoas em todos os tipos de ambiente político continuam a lutar para defender os seus direitos e dignidade, oferecendo esperança mesmo em tempos desanimadores”.

 

Quase metade da população de Angola vive na pobreza

22 de fevereiro de 2024

 

O Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) avisa que Angola terá pelo menos 17 milhões de pessoas na pobreza no próximo ano.

De acordo com a institutição da Universidade Católica de Angola, a taxa de pobreza tem crescido todos os anos, passando de mais de 12 milhões de pessoas (41,7%) em 2019 para mais de 16 milhões (49,4%), em 2022. Estima-se que esse número aumente para 49,8% no próximo ano.

O aviso do CEIC já mereceu a reação de membros da sociedade civil angolana.

Para Fernando Sakwayela, coordenador do projecto Mãos Cidadãos, o que aconteceu nos últimos anos é uma transferência silenciosa da pobreza das zonas rurais para as zonas urbanas. “E sendo que as principais instituições concentram-se nos centros urbanos estão a admirados com a realidade”, afirma.

Sakwayela diz que não existe criação de condições para impedir o crescimento da pobreza, por isso, aconselha o Executivo a promover políticas que combatam a pobreza.

 

Angola: Relatos de fome por todo o país contrastam programas do Governo

6 de janeiro de 2024

 

O drama da fome e falta de água em Angola está na origem da má nutrição que afeta milhares de pessoas, enquanto 1,58 milhão enfrentaram insegurança alimentar aguda no ano passado.

Os relatos de fome se sucedem e as políticas do Governo não têm resultados visíveis.

O Relatório Global sobre Crise Alimentar (GRFC) de 2023, do Programa Alimentar Mundial (PAM), diz que 258 milhões de pessoas em 58 países do mundo, incluindo Angola, sofreram com insegurança alimentar aguda no ano passado, um aumento de 25 por cento em relação ao ano anterior.

Entre as razões dessa crise destacam-se os conflitos, choques económicos e condições climáticas extremas.

Angola aparece pela quarta vez consecutiva no grupo, que, segundo o documento, sofre principalmente com mudanças climáticas, mas tanto ativistas sociais como vários especialistas têm alertado, nos últimos anos, para a necessidade de programas concretos.

Rafael Morais, coordenador da associação cívica SOS Habitat, que elogia determinados projetos do Executivo para o combate à fome, apela, no entanto, a uma maior fiscalização das autoridades na implementação dos mesmos.

 

Angola: relatos de fome se sucedem e políticas do governo não têm resultados

5 de janeiro de 2024

 

Agência VOA

O drama da fome e falta de água em Angola está na origem da má nutrição que afeta milhares de pessoas, enquanto 1,58 milhão enfrentaram insegurança alimentar aguda no ano passado. Os relatos de fome se sucedem e as políticas do governo não têm resultados visíveis.

O Relatório Global sobre Crise Alimentar (GRFC) de 2023, do Programa Alimentar Mundial (PAM), diz que 258 milhões de pessoas em 58 países do mundo, incluindo Angola, sofreram com insegurança alimentar aguda no ano passado, um aumento de 25% em relação ao ano anterior. Entre as razões dessa crise destacam-se os conflitos armados, crises econômicas e condições climáticas extremas.

Angola, que aparece pela quarta vez consecutiva no grupo, segundo o documento sofre principalmente com mudanças climáticas, mas tanto ativistas sociais como vários especialistas têm alertado, nos últimos anos, para a necessidade de programas concretos.

Rafael Morais, coordenador da associação cívica SOS Habitat, que elogia determinados projetos do governo para o combate à fome, apela, no entanto, a uma maior fiscalização das autoridades na implementação dos mesmos. “Por que é que a fome continua se existem estas políticas feitas no papel?A questão que se coloca, então, é que tem que haver uma grande fiscalização para saber se o que está no papel está a ser cumprido”, afirma ele, lamentando a situação de muitas famílias.

Francisco José, pai de três filhos, diz que há mais recorre às lixeiras no Kilamba para ter o que comer. “Me sinto mal, como pai, com a fome e com a maneira que tenho que viver. Se não encontro alguma coisa para comer na lixeira, não como”, conta.

Fernando Candua, de 38 anos de idade, afirma estar sem emprego e, sem apoio do governo, e que por isto mutais vezes tem de recorrer às lixeiras em Viana. “Às vezes durante não como por uma semana se não encontro nada no lixo. Não tenho mãe e pai e nunca cheguei a pedir ajuda ao governo”, afirma, dizendo haver falta de emprego.

O pároco da Igreja Católica Pio Wakussanga, que trabalha na zona dos Gambos, na Huila, diz existirem casos extremos de fome e de falta de água. “A vulnerabilidade só diminui mas não desaparece e é necessário que se tenha um programa sério para aqueles que são realmente vulneráveis”, defende o religioso.

A Voz da América tentou o contato com o Ministério da Ação Social, Família e Promoção da Mulher, mas não obteve qualquer resposta.

 

Angola abandona a OPEP por “não ganhar nada neste momento”

23 de dezembro de 2023

 

O Governo angolano anunciou nesta quinta-feira, 21, a saída da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

“Sentimos que neste momento Angola não ganha nada mantendo-se na organização e, em defesa dos seus interesses, decidiu sair”, disse aos jornalistas o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, em Luanda, à margem da reunião do Conselho de Ministros.

Diamantino Azevedo sublinhou que “esta não é uma decisão irrefletida, intempestiva” e lembrou que Angola sempre cumpriu com as suas obrigações e lutou o tempo todo para ver a OPEP se modernizar, ajudar os seus membros a obter vantagens”.

O governante rematou que “entrámos em 2006 voluntariamente e decidimos sair agora também voluntariamente”.

Há algumas semanas, a OPEP reduziu a cota de exportação de Angola para 1,110 milhões de barris por dia, decisão que foi muito criticada por Luanda que, inclusive, faltou a uma reunião da organização e prometeu defender os seus interesses.

A decisão de hoje já está num decreto presidencial.

A OPEP é um organismo internacional que administra os assuntos relacionados à política petrolífera mundial.