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Novo herói da pátria, André Rebouças deixou legado antirracista

Quando se pensa em engenharia, uma obra de qualidade é aquela estruturalmente forte e estável, capaz de resistir aos efeitos do tempo. Esse critério bastaria para qualificar o engenheiro negro André Rebouças (1838-1898) como um dos nomes mais importantes do país.

Busto dos irmãos André e Antônio Rebouças, na Praça José Mariano Filho, na Lagoa, esculpido por Edgar Duvivier. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Mas a obra dele vai além de pontes, docas, estradas de ferro e sistemas hídricos. Ele se destacou como um intelectual crítico, abolicionista, que viajou pelo mundo colhendo experiências em sociedades segregadas e projetou um Brasil onde todos pudessem ser iguais, sem distinções raciais.

O currículo credenciou André Rebouças a ser reconhecido oficialmente nesta semana como um “herói da pátria”, o que lhe garantirá um espaço no livro que reúne as principais personalidades do país.

Historiadores ouvidos pela reportagem da Agência Brasil celebraram a inclusão de Rebouças no documento. Em primeiro lugar, por entenderem que o engenheiro precisa ser mais conhecido no Brasil. Em segundo, por um resgate e revisão de sua memória, alvo de críticas por ter apoiado Dom Pedro II.

“Embora seja um reconhecimento tardio, essa inclusão no livro de heróis vem corrigir a imagem de André Rebouças como um monarquista que desistiu do país e fez um autoexílio, ao sair junto com a família imperial no fim do Segundo Reinado. Ele sai por entender que a República nasce de um movimento revanchista, de uma elite escravocrata, que não aceitou o fim da escravidão sem indenização no Brasil. E a gente teve desdobramentos muito ruins para a projeção dessa figura histórica. Tenho certeza que ajuda, em parte a corrigir isso. Existe ainda todo um trabalho a ser feito de recuperação dessa memória”, avalia Antonio Carlos Higino da Silva, historiador e autor dos livros André Rebouças no Divã de Frantz Fanon.

Fachada do prédio do Armazém Docas Dom Pedro II, obra do engenheiro André Rebouças, na região portuária do Rio. Foto – Tânia Rêgo/Agência Brasil

“A inclusão dele no livro é um fato muito importante, porque durante muito tempo o documento só tinha a presença de heróis brancos e excluía outros grupos sociais, como negros, indígenas e mulheres. E é um passo importante nesse processo de revisão histórica, em que aqueles antes excluídos ou apresentados como passivos ou coadjuvantes da história do Brasil, agora são vistos como protagonistas e agentes históricos potentes de transformação dos 500 anos de história do nosso país”, diz o historiador Jorge Santana, professor do Instituto Federal do Paraná.

Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria

O primeiro passo é entender do que se trata o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Ele foi criado em 1992 e reúne personalidades do tidas como “protagonistas da liberdade e da democracia”, por terem dedicado parte da vida ao país. A obra também é conhecida com Livro de Aço, por ser feita com páginas desse material, e fica no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

A inscrição de um novo personagem depende de lei aprovada no Congresso. Entre os heróis e heroínas brasileiros, estão Tiradentes, Anita Garibaldi, Chico Mendes, Zumbi dos Palmares, Machado de Assis, Santos Dumont, Luís Gama e Joaquim Nabuco.

A Lei nº 15.003 , que oficializa a homenagem a André Rebouças, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada nesta quinta-feira, 17 de outubro, no Diário Oficial da União. As ministras Macaé Evaristo (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial), além do ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) também assinam a medida.

Biografia de Rebouças

André Pinto Rebouças nasceu no município de Cachoeira, na Bahia, em 3 de janeiro de 1838. Era filho de Antônio Pereira Rebouças e Carolina Pinto Rebouças. O pai, filho de ex-escravizada e de um homem branco, foi um advogado autodidata, deputado pela província da Bahia e conselheiro do imperador Dom Pedro I.

Trecho do Túnel Rebouças, que homenageia os irmãos André e Antônio Rebouças. Foto – Fernando Frazão/Agência Brasil

A família Rebouças veio para o Rio de Janeiro em 1846. André e o irmão Antônio, aos 15 e 16 anos, ingressaram na Escola Militar (precursora da Escola Politécnica) e formaram-se engenheiros militares em 1860. Depois de uma viagem pela Europa, (1861-1862) voltaram ao Brasil em 1863 e ficaram responsáveis por reformas nas fortalezas de Santos até Santa Catarina. Em 1864, André projetou o novo porto do Maranhão.

André participou da Guerra do Paraguai, entre 1865 e 1866, no batalhão dos engenheiros e retornou ao Rio de Janeiro por motivo de saúde. Participou das obras do porto da cidade, foi diretor das obras das novas Docas da Alfândega (na atual praça XV) e responsável pela construção das Docas de Pedro II (ao lado do Cais do Valongo).

“Esse armazém é uma grande fonte de inspiração e deve ser pensado como referência de resistência negra. O projeto é todo pensado pelo André Rebouças, em que ele se esforçou em não ter mão de obra escravizada, em constituir proteção social para os seus trabalhadores. Rebouças foi ao encontro de um projeto moderno, de um porto industrial, trazendo referências de um engajamento político e social importante”, diz o historiador Antonio Carlos Higino.

Rebouças nunca foi escravizado, pertencia a uma classe média negra e era protegido por uma rede de amigos poderosos, como a própria família imperial. Talvez isso explique um pouco o porquê de ter demorado a se colocar publicamente como um homem negro e abolicionista. Isso começou a mudar a partir da década de 1870. As viagens para a Europa e para os Estados Unidos, onde presenciou exemplos mais visíveis de discriminação e apartheid racial, foram fundamentais para impactar os projetos políticos e a subjetividade de Rebouças.

Na década de 1880, passa a atuar ativamente no Brasil em projetos contra a escravidão. Foi um dos criadores da Sociedade Brasileira contra a Escravidão, junto com Joaquim Nabuco e José do Patrocínio, em 1880. E participou da Confederação Abolicionista (1883) e da Sociedade Central de Imigração (1883).

“Os mais sanhudos escravocratas confessam hoje publicamente: — a escravidão é um cancro. Já não há mais quem ouse negar que a escravidão é a gangrena nacional; que é a causa primária de todas as misérias e vergonhas que afligem este império; que é o obstáculo máximo à imigração, ao progresso da agricultora, da indústria e do comércio no Brasil”, escreveu Rebouças no texto de abertura do folheto “Abolição immediata e sem indemnisação”, publicado em 1883.

Monarquista, por considerar que o republicanismo brasileiro era liderado por antigos senhores de escravizados, Rebouças partiu para o exílio em 1889 junto com a família imperial. Depois da morte de Dom Pedro II em 1891, partiu para a África, para trabalhar e ajudar no desenvolvimento do continente. Foi nesse período que Rebouças passou a ver a África como “terra de origem” e a se declarar como homem negro, meio brasileiro e meio africano. Mas decepcionou-se com as dificuldades encontradas, como a pobreza decorrente da exploração de nações europeias. Morreu em Funchal, Portugal, em 9 de maio de 1898, em circunstâncias incertas, tendo sido encontrado no pé de um precipício, aos 60 anos.

Como legado para a realidade social dos negros pelo mundo, deixou textos e análises críticas, focados na construção de um país mais igualitário.

“O André Rebouças apontava como principal preocupação o 14 de Maio, ou seja, o dia seguinte à abolição. O que teria de ser feito, como a distribuição de terras, uma reforma agrária, para que os ex-escravizados pudessem ter um meio de sustento, de sobrevivência, e pudessem ser integrados à vida econômica do país”, diz o historiador Jorge Santana.

“Ao fim movimento abolicionista e a libertação dos escravizados, André Rebouças propôs para o orçamento do ano de 1890 um aporte, parte dos recursos de orçamento, para investimento nas pessoas libertas. Ele pensou o Brasil do futuro, da proteção social, escolarização, estradas, portos, tudo que poderia esse país um lugar moderno e melhor. Ele é uma grande referência para os que querem um Brasil melhor e mais unido”, diz o historiador Antonio Carlos Higino.

Vôlei de praia: André e George anunciam fim da dupla criada há 6 anos

Após seis anos repletos de medalhas e títulos para o vôlei de praia brasileiro, a dupla André e George anunciou o fim da parceira em comunicado publicado nas redes sociais nesta quarta-feira (16). Eles se despediram da torcida ao longo da etapa do circuito mundial em João Pessoa (Paraíba), que começou hoje e segue até domingo (20), na arena montada na Praia do Cabo Branco. Depois, André e George voltarão a atuar juntos somente em dezembro, na disputa do Finals (definição do título mundial), em Doha (Catar), entre os dias 4 e 7.

A dupla gravou uma mensagem de vídeo na praia, em que cada um ressalta a importância da amizade dentro e fora de quadra.

“Chegou o momento de anunciar que a nossa parceria vai chegar ao fim. Nosso último torneio será o Elite 16 em João Pessoa. Fomos uma das duplas mais vencedoras dos últimos tempos e não é uma porta que se fecha. A amizade continua entre a gente e o futuro ninguém sabe”, disse André.

George admitiu que a decisão não foi fácil, mas foi necessária diante da circuntâncias.

“Ele é um cara fora da curva e tudo que ele for fazer vai dar certo. Acho que a gente também fica triste com esta notícia, mas são planos diferentes para o futuro,  e o mais correto para todo mundo foi cada um seguir o seu caminho. Mas o carinho fica”, garantiu George.

Durante a longeva parceria iniciada em 2019, André e George o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago (Chile) no ano passado, venceram várias etapas do circuito mundial e conquistaram três vezes o circuito brasileiro da modalidade. Na Olimpíada de Paris, a dupla parrou nas oitavas de final.

Atualmente, Andre e George é a dupla brasileira masculina mais bem colocada no circuito mundial. Eles ocupam a terceira posição, com 6980 pontos. Na liderança estão os holandeses Boermans e De Groot (7140) e na segunda colocação os suecos Ahman e Hellvig (7100). A outra dupla do Brasil é formada por Evandro e Arthur (6360), que ocupam o sexto lugar.

Multicampeão paralímpico André Brasil lança biografia

Dono de 14 medalhas paralímpicas, o nadador Andre Brasil lançará sua autobiografia A História de um campeão na Bienal do Livro de São Paulo neste sábado (7). A obra reúne, em 160 páginas, histórias contadas pelo atleta, por seus familiares, técnicos, companheiros de equipe e até mesmo adversários.

“O mais incrível é olhar para trás e ver que eu fiz muitos amigos. Saber que fiz parte do crescimento do esporte adaptado é motivo de muito orgulho. Quando olho tudo o que fiz, fico com a sensação de que faria tudo de novo. Essas pessoas que escreveram para essa coletânea me emocionaram demais. Isso tudo está no livro, a história de um cara que sempre se entregou de corpo e alma em tudo que fez”, declarou André Brasil.

O lançamento e sessão de autógrafos do livro sobre o nadador, que defendeu a seleção brasileira por 15 anos, conquistando 14 medalhas paralímpicas e 32 pódios em Mundiais, será realizado a partir das 19h30 (horário de Brasília) deste sábado no estande da editora Autografia na Bienal de São Paulo.

Bronze de André Rocha no lançamento de disco é medalha 400 do Brasil

No apagar das luzes do terceiro dia de competições do atletismo nos Jogos Paralímpicos de Paris, a modalidade proporcionou ao Brasil um momento marcante: a medalha de número 400 do país na história da competição. O paulista André Rocha, de 47 anos, foi bronze no lançamento de disco da classe F52, para atletas que competem sentados (André é tetraplégico).

A primeira medalha paralímpica da carreira do bicampeão do mundo nesta prova (títulos conquistados em 2017 e em 2024) arredondou as contas do esporte paralímpico do Brasil, que agora tem 117 ouros, 136 pratas e 147 bronzes desde que começou a competir nos Jogos, na edição de 1972, em Heidelberg, na então Alemanha Ocidental.

A medalha de número 400 veio com alguma dose de drama. No lançamento de disco, cada atleta faz seis tentativas de uma vez e então aguarda pelos desempenhos dos outros para saber em que posição finaliza. André Rocha, que era o detentor do recorde mundial da prova antes de começarem os Jogos, com 23,80 metros, conseguiu 19,48 metros como melhor marca, tendo o segundo lugar como teto. Antes dele, o italiano Rigivan Ganeshamoorthy superara o recorde anterior de André quatro vezes, fechando com 27,06 metros como melhor marca, estabelecendo o novo recorde.

Após André Rocha, ainda restavam mais cinco competidores, e o letão Aigars Apinis logo o superou, registrando 20,62 metros. O paulista de Taubaté então aguardou pelos lançamentos dos outros quatro adversários até finalmente comemorar o bronze.

A medalha de André foi a única do atletismo brasileiro neste domingo. Nas outras finais do dia, Matheus Lima terminou em oitavo nos 100 metros T44, mesma posição de Ariosvaldo Silva na final dos 400 metros T53. Na parte da manhã, Samira Brito e Verônica Hipólito terminaram em sexto e sétimo, respectivamente, na final dos 200 metros T36.

Ao final do quarto dia de competições em Paris, o Brasil – que não conquistou ouros neste domingo – acabou ultrapassado pelos Estados Unidos no quadro de medalhas, caindo para o quarto lugar, com oito ouros, quatro pratas e 15 bronzes, totalizando 27 pódios.

André e George sobram na estreia do vôlei de praia em Paris 2024

A dupla brasileira de vôlei de praia derrotou, em menos de uma hora de jogo, os marroquinos Mohamed Abicha e Zouheir Elgraoui, por 2 sets a 0 (parciais de 21/18 e 21/10) na estreia em Paris, neste sábado (27), no Estádio Torre Eiffel, a poucos metros do principal ponto turística da capital francesa. Os brasileiros são cabeças do Grupo D, que tem ainda duplas dos Estados Unidos (Partain/Benesh) e de Cuba (Diaz/Alayo).

GEORGE E ANDRÉ PASSEIAM! 🔥🇧🇷

Não deu pra Abicha e Elgraoui, de Marrocos! André e George deram um show e fecham o jogo em 2-0! 🏖️🏐

Parabéns, rapaziada! 👏👏#VôleiDePraia #TimeBrasil #JogosOlímpicos #Paris2024

— Time Brasil (@timebrasil) July 27, 2024

O próximo duelo da fase de grupos será contra os cubanos, na próxima terça-feira (30), às 7h (horário de Brasília). Será o reencontro das equipes após a final dos Jogos Pan-Americanos de Santiago (Chile) no ano passado, quando André e George foram campeões com vitória por 2 sets a 1 sobre os rivais.

O torneio de vôlei de praia em Paris 2024 reúne 24 duplas divididas em seis grupos de quatro equipes. Além de André e George, o Brasil conta também com a dupla Evandro e Arthur, que disputa do Grupo E, cuja estreia será às 8h deste domingo (28) contra os austríacos Hörl e Horst . A chave E inclui ainda as duplas Perusic/Schweiner (República Tcheca) e Schachter/Dearing  (Canadá).

Os dois primeiros colocados em cada chave avançararão às oitavas de final, juntamente com dois melhores terceiros colocados. Também haverá respecagem dos outros quatro terceiros colocados que disputarão as duas vagas restantes. A fase mata-mata começará em 4 de agosto.

Estreias do Brasil no domingo (28)

Masculino

8h – Evandro e Arthur x Hörl e Horst (Áustria) – Grupo E

Feminino

6h – Carol e Bárbara x Akiko e Ishii (Japão) – Grupo E

11h – Ana Patrícia e Duda x Marwa/D. Elghobashy (Egito) – Grupo A 

André Mendonça toma posse no cargo de ministro efetivo do TSE

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça tomou posse nesta terça-feira (25) no cargo de ministro efetivo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgão responsável pela organização das eleições.

Desde 2022, Mendonça já atua no tribunal, mas como ministro substituto. Com a saída do ex-presidente Alexandre de Moraes, no mês passado, uma das três cadeiras efetivas destinada a membros do Supremo ficou vaga e foi ocupada por Mendonça.

A cerimônia foi rápida e não contou com discursos, como é praxe nas posses de ministros que já integram o tribunal.

Com a posse, o TSE passa a ser composto pela presidente, ministra Cármen Lúcia, o vice-presidente, Nunes Marques, e os ministros André Mendonça, Raul Araújo (STJ), Maria Isabel Galotti (STJ), Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares, ambos oriundos da advocacia.

O TSE é composto por sete ministros, sendo três do STF, dois do Superior Tribunal de Justiça, e dois advogados indicados pelo presidente da República.

Conselho de Ética da Câmara arquiva processo contra André Janones

Em sessão marcada por bate-boca e princípio de briga, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou nesta quarta-feira (5) o processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado André Janones (Avante-MG). O caso foi arquivado por 12 votos contra cinco. Após aprovado o arquivamento, os deputados Janones e Nikolas Ferreira partiram para a briga, precisando ser separados por assessores.

Janones foi acusado pelo PL de cobrar parte do salário de funcionários do gabinete, prática conhecida como “rachadinha”. A denúncia teve como base reportagem publicada pelo portal Metrópoles. O deputado mineiro disse que seu o ex-assessor adulterou o áudio usado na reportagem em que supostamente comprova o pagamento de parte do salário.

De acordo com Janones, o assessor, quando intimado pela Polícia Federal, negou a existência da rachadinha. 

“O delegado pega a matéria e fala, olha, mas você está se contradizendo porque, no Metrópoles, você disse que devolveu dinheiro. Ele falou assim: ‘eu fui candidato e serei novamente. Na mídia, eu falo o que eu quiser, mas na Justiça eu tenho que prestar conta das minhas palavras. Nunca vi ele fazer e nunca fiz [rachadinha]’. O denunciante disse isso, e está no inquérito da Polícia Federal”, afirmou Janones.

Isonomia

O relator do processo no conselho, Guilherme Boulos (PSOL/SP), deu parecer pelo arquivamento argumentando que essa é uma questão de isonomia já que diversos outros casos do Conselho são arquivados porque os fatos apurados são anteriores à atual legislatura.

“O que está em jogo aqui não é o caso do mérito, porque esse a Justiça julgará. O que está em jogo é se o Conselho vai usar dois pesos e duas medidas para condenar quem a extrema direita não gosta, para depois absolver deputado que apoiou invasão do Congresso Nacional em ato antidemocrático e todo tipo de coisa”, justificou.

O deputado Cabo Gilberto Silva (PL-SP) apresentou relatório separado, pedindo a continuação da investigação no Conselho. Para ele, apesar do fato ser anterior ao atual mandato, ele só veio a público na atual legislatura.

“Se o parlamentar cometeu qualquer crime na legislatura passada, ele não é processado. Tudo bem. Porém, como houve fato novo, porque só tivemos conhecimento dessas denúncias, com provas, que é um fato novo ao caso, em novembro de 2023. Ou seja, no decorrer da lesgialtura atual”, argumentou.

Briga

Para além dos bate-bocas e xingamentos durante boa parte da sessão, após arquivamento do caso os deputados André Janones e Nikolas Ferreira (PL/MG) marcaram a briga do lado de fora do plenário. Pelos vídeos que circulam nas redes sociais é possível ver Janones chamando Nikolas para briga “lá fora”.

Nos corredores da Câmara, os deputados acabam separados por assessores que acompanhavam a confusão.

André Ventura insiste no combate ao “socialismo e à corrupção” em evento do Vox em Espanha

21 de maio de 2024

 

O partido político espanhol Vox esteve reunido na convenção anual em um evento em Madrid, no domingo, 19 de maio, que reuniu personalidades políticas ocidentais, numa tentativa de demonstrar união antes das eleições europeias de junho.

Entre os convidados estavam André Ventura, Marine Le Pen e Javier Milei. O presidente do Chega, André Ventura discursou perante as milhares de pessoas que se encontravam no recinto. No seu discurso, Ventura sublinhou a necessidade de combater o “socialismo e a corrupção”, tendo publicado depois, nas redes sociais, que tinha deixado clara a convicção de que será o próximo primeiro-ministro de Portugal.

Entre os oradores esteve o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, que se dirigiu em vídeo à audiência, também a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que reforçou a importância da mobilização do apoiantes antes das europeias.

“Estamos em vésperas de uma eleição decisiva porque, pela primeira vez, o resultado das eleições europeias pode finalmente terminar com maiorias antinaturais e contraproducentes. Temos de nos concentrar, manter os pés no chão e os olhos no horizonte. É altura de nos mobilizarmos”, disse a primeira-ministra Meloni, citada pelas agências internacionais.

Também a ex-presidente do partido político francês Rassemblement National, Marine Le Pen, marcou presença no evento do Vox, tendo destacado que as próximas eleições europeias terão de servir para relançar a Europa. Le Pen rejeitou um “superestado europeu centralizado” e pediu uma Europa das nações, que possa “escolher quem entra no seu território e quem sai dele”.

Em grande destaque no evento foi Javier Milei, atual presidente da Argentina, que se encontrava numa visita de três dias a Espanha. Milei disse que a sua presença era um “imperativo moral”, mais tarde criticou o socialismo e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que se recusou a encontrar-se com ele.

“Não sabem que tipo de sociedade e de país pode produzir [o socialismo] e que tipo de pessoas se meteram no poder e que níveis de abuso pode gerar. Quero dizer, quando ele [Pedro Sánchez] tem a mulher corrupta, isso mancha-o e ele leva cinco dias a pensar nisso”, contestou Milei.

Mais tarde os comentários de Milei levaram mesmo o ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, José Manuel Albares, a convocar o embaixador argentino em Madrid para exigir um pedido de desculpas público do presidente da Argentina.

O líder do Vox, Santiago Abascal, reconheceu o crescimento da direita na Europa, com as sondagens a apontarem para uma forte ascenção da extrema-direita nas próximas eleições de junho.

Entretanto na cidade de Madrid, na Plaza de Colón, vários grupos de esquerda organizaram um contraprotesto ao evento da extrema-direita, denunciando o Vox como um partido “fascista”.

“Estou aqui porque em Vistalegre temos uma cimeira de ódio e temos de lutar contra os fascistas. Temos de nos mobilizar e derrotar os partidos fascistas e de extrema-direita”, afirmou o ativista polaco Frank Erbroder.

As eleições europeias realizam-se entre 6 e 9 de junho. Em Portugal, a votação está marcada para 9 de junho.

 
 

Ministro do STF André Mendonça é eleito para o TSE

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça foi eleito nesta quinta-feira (16) para a vaga de ministro efetivo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgão responsável pela organização das eleições.

Desde 2022, Mendonça já atua no tribunal, mas como ministro substituto. Com a saída de Alexandre de Moraes, atual presidente do TSE, no próximo mês, uma das três cadeiras efetivas destinada a membros do Supremo ficará vaga e será ocupada por André Mendonça.

A eleição foi realizada de forma simbólica pelo plenário do STF. As cadeiras do Supremo no TSE são ocupadas de forma rotativa entre os ministros.

Ao ser eleito para a vaga efetiva, André Mendonça se comprometeu a atuar de forma imparcial no tribunal eleitoral. Ele foi indicado para o STF pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. 

“O meu compromisso com os eminentes pares, como um dos representantes do próprio tribunal no TSE, é atuar com absoluta imparcialidade e deferência ao tribunal, à legislação e à Constituição”, afirmou.

Mendonça também cumprimentou Alexandre de Moraes pela atuação na presidência do tribunal. “O meu registro da gestão exitosa de Vossa Excelência [ Moraes] à frente do TSE, conduzindo o tribunal em tempos de muitas turbulências e alguns questionamentos”, disse.

Moraes deixará a presidência do TSE no dia 3 de junho, quando completará o período máximo de 4 anos na Corte. Ele será sucedido pela ministra Cármen Lúcia no comando do tribunal.

A partir de junho, o TSE será composto pela ministra Cármen Lúcia, presidente; Nunes Marques, vice-presidente; e os ministros André Mendonça, Raul Araújo (STJ), Maria Isabel Galotti (STJ), Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares, ambos oriundos da advocacia.

O TSE é composto por sete ministros, sendo três do STF, dois do Superior Tribunal de Justiça, e dois advogados indicados pelo presidente da República.

Vôlei de Praia: André e George se garantem nos Jogos de Paris

O capixaba André Stein e o paraibano George Wanderley garantiram nesta quarta-feira (1) a classificação para a disputa do torneio de vôlei de praia da próxima edição dos Jogos Olímpicos, que serão disputados em Paris (França). A vaga, conquistada pela dupla brasileira que tem a melhor colocação no ranking mundial da modalidade, foi confirmada após Pedro Solberg e Guto decidirem não disputar a etapa do Elite 16 do Circuito Mundial em Brasília.

Após uma ótima campanha nas etapas do Circuito Mundial que contaram pontos para a corrida olímpica (com a conquista de duas medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze), os brasileiros garantiram o passaporte para participarem da primeira Olimpíada de suas vidas.

Além de André Stein e de George Wanderley, a equipe do Brasil de vôlei de praia já conta com a classificação para Paris da dupla formada por Duda e por Ana Patrícia e pelo duo Bárbara Seixas e Carol Solberg.

Vagas no badminton

Outra modalidade na qual o Brasil garantiu atletas nos Jogos de Paris foi o badminton. As vagas foram garantidas por Ygor Coelho, no individual masculino, e por Juliana Viana, no individual feminino.

OLHA O BADMINTON EM #PARIS2024! 🇧🇷😍🏸

Ygor Coelho e Juliana Viana estão confirmados nos Jogos Olímpicos e juntam-se ao #TimeBrasil na França!

Ygor chega a sua terceira participação, enquanto Juliana fará sua estreia!

Parabéns, craques! 💚💛 pic.twitter.com/C9bsGkV8Kg

— Time Brasil (@timebrasil) May 1, 2024

As vagas foram confirmadas quando o ranking mundial da modalidade foi fechado, na última terça-feira (30), com os dois brasileiros presentes na zona de classificação.