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PF prende dois acusados de ameaçar familiares de Alexandre de Moraes

A Polícia Federal (PF) prendeu nesta sexta-feira (31) duas pessoas acusadas de ameaçar familiares do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. As prisões ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro. Cinco mandatos de busca e apreensão também foram cumpridos.

De acordo com a corporação, as prisões foram determinadas pelo próprio Supremo, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os nomes dos acusados não foram divulgados pela PF.

As prisões desta sexta-feira foram realizadas em uma nova investigação envolvendo ameaças contra o ministro e seus familiares. Em 2023, Moraes e seu filho foram alvo de hostilidades no Aeroporto de Roma, na Itália.

Segundo as reportagens divulgadas pela imprensa, o grupo teria chamado o ministro de “bandido e comunista”. Ao questionar os insultos, o filho do ministro foi agredido por um dos acusados. Moraes estava na Itália para participar de uma palestra na Universidade de Siena.

Vigilância em morcegos da Mata Atlântica vai monitorar vírus que podem ameaçar saúde humana

21 de maio de 2024

 

Um novo grupo de pesquisa está sendo formado no Institut Pasteur de São Paulo (IPSP), com sede na Cidade Universitária, na capital paulista, para investigar os grupos virais presentes nos morcegos que habitam diferentes porções de Mata Atlântica no Estado, em ambientes urbanos e rurais. A ideia é fazer uma vigilância ativa nesses mamíferos voadores, para conhecer a diversidade dos vírus encontrados e a sua evolução, além de identificar e monitorar patógenos capazes de infectar humanos.

O projeto, com previsão para durar quatro anos, será realizado no âmbito da modalidade de auxílio à pesquisa a jovens pesquisadores da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), dentro de um acordo entre a agência paulista, a USP e duplo financiamento do Institut Pasteur de Paris. “É um estudo investigativo, de vigilância, que também possibilitará o maior entendimento da eco-epidemiologia de um determinado grupo viral, de como esse grupo viral evolui, qual a diversidade dele no bioma brasileiro e qual seria o potencial zoonótico e de emergência desse agente”, afirma o biólogo Luiz Gustavo Góes, coordenador do grupo no IPSP.

De acordo com o pesquisador, diversos estudos indicam que o Brasil está entre as regiões do globo com o maior potencial de surgimento de uma doença emergente. “Não apenas pela nossa densidade populacional, mas pela diversidade de animais e pelas pressões antropogênicas, como desmatamento e queimadas. Tudo isso tem influência no surgimento de doenças emergentes”, diz Góes. Considerada um dos pontos principais da biodiversidade brasileira, a Mata Atlântica abriga 117 espécies de morcegos – tidos como um importante reservatório de agentes possivelmente patogênicos – e tem os principais centros urbanos do país inseridos nela, como São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, há uma agricultura e uma pecuária intensiva nas proximidades.

O grupo planeja coletar morcegos em diferentes áreas florestais do município de São Paulo, além de áreas mais afastadas das cidades, próximas a fazendas e áreas de cultivo de cana-de-açúcar. Também contará com colaborações dos centros de controle de zoonoses da cidade de São Paulo, que recebe morcegos de diferentes municípios para o diagnóstico da raiva. “Uma vez que, para realizar o diagnóstico de raiva, é preciso matar o animal a fim de extrair o conteúdo do cérebro dele e em geral a carcaça inteira que sobra é descartada, pensamos em fazer colaborações com esses centros para obter os outros órgãos, como intestino, pulmão, rins, baço, fígado”, explica Góes.

“Cada grupo viral tem tropismo, ou seja, propensão de infecção em um determinado tipo de célula ou tecido, em um órgão diferente; nem sempre se conhece qual é o órgão. Como estamos procurando vírus novos, eles podem ter um tropismo diferente”, acrescenta. Os coronavírus, por exemplo, têm um tropismo entérico e são transmitidos pelas fezes. Então o melhor tecido para investigar coronavírus é o do intestino do morcego. Já os hantavírus têm um histórico de infectar pulmão e rim dos animais.

Coleta
“A ideia é não apenas identificar agentes novos, mas também entender como é a biologia desses agentes: qual o tecido em que estão mais concentrados, onde se replicam e como evoluem”, diz o pesquisador. Os morcegos capturados pelo grupo em áreas florestais conservadas ou em áreas urbanas não serão sacrificados. Serão realizadas coletas orais e retais. Já a carcaça proveniente de mamíferos mortos será dissecada para a análise dos diferentes tipos de tecidos.

Após isolar o DNA e o RNA do material, o grupo fará buscas específicas de vírus por técnicas de biologia molecular usando testes de PCR, por exemplo. Uma vez feito o sequenciamento genético do fragmento, serão realizadas análises filogenéticas preliminares, a fim de ver se a sequência viral se parece com algo já descrito na literatura. Com isso, os pesquisadores têm ideia se o material possui sequencias virais, qual o grupo e, mais especificamente, se os vírus encontrados têm alguma relação genética com vírus emergentes já reconhecidos.

Quando os cientistas considerarem a pré-análise relevante, eles farão o sequenciamento completo do genoma viral da amostra por meio da técnica de Next Generation Sequencing (NGS). “Assim, conseguiremos fazer uma análise evolutiva, considerando os diferentes genes e os dados já disponíveis no banco mundial de dados genéticos. É um vírus novo ou não é? E, posteriormente a isso, tentaremos isolar o vírus usando diferentes linhagens celulares convencionais”, detalha Góes. Caso as linhagens celulares já conhecidas não forem suficientes para o isolamento em laboratório, o grupo pretende criar linhagens celulares específicas para isso. “Com o vírus isolado, podemos trabalhar para identificar o receptor celular usado por ele e traçar uma primeira análise para ver se tem potencial de infectar outras espécies de animais, incluindo o homem, avaliando assim seu potencial zoonótico”.

Com o foco em epidemiologia viral e evolução de vírus emergentes, não é a primeira vez que Góes investigará os morcegos brasileiros. Ele conduziu e participou de diferentes estudos relacionados com a identificação de diversos vírus com potencial de infectar humanos, como coronavírus e influenza. Mais recentemente teve um artigo publicado em dezembro de 2022 na revista científica Emerging Infectious Diseases, durante a realização de um pós-doutorado no Instituto de Virologia na Charité-Universitätsmedizin, em Berlim, na Alemanha. Nessa instituição, Góes e colegas detectaram RNA de arenavírus em 1,6% de 1.047 morcegos investigados no Sudeste do Brasil entre 2007 e 2011. Os resultados dos estudos sugeriam que esses animais são um reservatório subestimado de arenavírus, que podem causar uma grave síndrome febril hemorrágica em humanos. O artigo Highly Diverse Arenaviruses in Neotropical Bats, Brazil pode ser lido neste link.

O Institut Pasteur de São Paulo (IPSP) é uma associação privada, sem fins lucrativos, fundada em 31 de março de 2023 pelo Institut Pasteur, fundação francesa de direito privado, e pela USP. Sediado na Cidade Universitária, em São Paulo, o IPSP desenvolve pesquisas de classe internacional em Ciências Biológicas sobre doenças transmissíveis, não transmissíveis, emergentes, reemergentes, negligenciadas ou progressivas, incluindo as que levam ao comprometimento do desenvolvimento ou degeneração do sistema neurológico. Seu objetivo é desenvolver métodos preventivos, de diagnóstico/prognóstico e terapêuticos em relação às doenças estudadas, promovendo a inovação, a transferência e a difusão do conhecimento em prol da saúde pública. O IPSP integra a Rede Pasteur, composta por 33 institutos de pesquisa presentes em 25 países.

Fonte
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Esta notícia é uma transcrição parcial ou total do Jornal da Universidade de São Paulo. Este texto pode ser utilizado desde que seja atribuído corretamente aos autores e ao sítio oficial.
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Suspeito de ameaçar deputadas mineiras de morte e estupro é preso

A força-tarefa composta pelas polícias Civil e Militar de Minas Gerais (PMMG) e pelo Ministério Público do estado (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Gaeciber), deflagrou, nesta terça-feira (7), em Olinda (PE), a terceira fase da Operação Di@na. A ação, que teve o apoio do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), resultou na prisão preventiva do principal investigado pelas ameaças de estupro e morte contra as deputadas estaduais mineiras Lohanna Souza França Moreira de Oliveira, Bella Gonçalves e Beatriz Cerqueira.

Na investigação, iniciada em agosto de 2023, a Polícia Civil, o Ministério Público e a Polícia Militar apuraram que as ameaças foram planejadas e executadas no contexto de fóruns e grupos na internet denominados chans, espaços virtuais em que seus integrantes realizavam incitação à violência, à pedofilia e à necrofilia, com postagens de imagens de estupros, assassinatos e mutilações e com grande conteúdo de abuso e exploração sexual infantil.

Material apreendido durante investigações da Operação Di@na Divulgação/MPMG

Nas fases anteriores, a força-tarefa, no cumprimento de medidas cautelares determinadas pelo Poder Judiciário de Minas Gerais, recolheu diversos dispositivos de informática nas residências de outros investigados.

A partir de diligências cibernéticas avançadas e do intenso trabalho de campo, identificou parte dos usuários integrantes do chan ligados às condutas investigadas e o principal líder do grupo criminoso, usuário dos nicknames Leon e Grow.

Esse suspeito passou a ser o principal investigado como responsável pelos crimes cometidos contra as parlamentares mineiras e por coagir adolescentes a se automutilarem e a lhe enviarem fotos em que apareciam nus.

Prisão preventiva

A ação desta terça-feira foi desencadeada pelas forças de segurança de Minas Gerais, após a identificação de contas de redes sociais utilizadas pelo investigado Leon/Grow e obtenção de sua localização, com o cumprimento da prisão preventiva e apreensão de computadores, telefones e pen drives com grande quantidade de material ligado ao caso.

O preso, por determinação judicial, será levado para o sistema prisional de Minas Gerais, onde responderá ao processo.

O nome da operação, Di@na, vem da deusa Diana da mitologia, que é a Deusa da caça e protetora das mulheres e crianças. O @ faz referência aos crimes cibernéticos investigados.

Operação Tempus Veritatis: Freire Gomes impediu golpe de Estado ao ameaçar prender Bolsonaro

17 de março de 2024

 

Freire Gomes

Com o levantamento do sigilo dos depoimentos relativos à investigação que apura a tentativa de Golpe de Estado liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no contexto das eleição de 2022, num dos depoimentos o então comandante da Aeronáutica, Carlos Almeida Batista Júnior, disse que o comandante do Exército à época, Marco Antônio Freire Gomes, advertiu Bolsonaro de que iria prendê-lo caso atentasse contra a democracia. Batista Júnior disse também que se Freire Gomes tivesse concordado, possivelmente a tentativa de golpe de Estado teria sido consumada. “Para Baptista Jr., o posicionamento de Freire Gomes foi determinante para que uma minuta golpista não fosse adiante”, reporta a CNN Brasil.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes retirou o sigilo dos depoimentos da Operação Tempus Veritatis em 15 de março “após divulgação de notícias incompletas sobre o caso”, segundo o STF em seu portal.

Batista Júnior também disse que tentou demover o então presidente Jair Bolsonaro da ideia de usar medidas de exceção, já que os resultados obtidos pela Comissão de Fiscalização do Ministério da Defesa não tinham encontrado início de qualquer fraude relacionada ao sistema eletrônico de votação. No entanto, “o relatório do Ministério da Defesa, que mostrou a lisura do primeiro turno, só foi divulgado no dia 9 de novembro, depois do encerramento das eleições presidenciais”, enfatizou o Jornal Nacional.

O último golpe de Estado no Brasil levou à instalação da Ditadura Militar, que levou à morte centenas de opositores do regime entre os anos 1960 e 1970, conhecidos como os anos de chumbo.

Referências
Golpe de Estado no Brasil em 1964, Wikipédia.
Tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022–2023 (Operação Tempus Veritatis), Wikipédia.
Acervos sobre o Regime Militar (1964-1985), Governo do Brasil.
Íntegra dos depoimentos, STF.