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Brasil paga R$ 847 milhões a órgãos internacionais no 1º semestre

O Brasil quitou R$ 847 milhões em dívidas com organismos internacionais no primeiro semestre, divulgaram nesta quarta-feira (3) os ministérios do Planejamento e Orçamento e das Relações Exteriores. Desse total, R$ 325 milhões corresponderam à quitação integral da contribuição regular do país às Nações Unidas.

Segundo as duas pastas, essa foi a primeira vez na última década em que o Brasil paga a contribuição à Organização das Nações Unidas (ONU) no primeiro semestre. Os países que quitam as contribuições com a ONU nos 6 primeiros meses do ano integram o quadro de honra do órgão. A ONU agradeceu publicamente ao Brasil em 17 de maio.

“Ao honrar suas contribuições junto a organismos internacionais, o Brasil fortalece sua atuação no cenário global, reafirma o compromisso com o multilateralismo e reforça a integração regional”, destacaram os dois ministérios.

No ano passado, o país pagou R$ 4,6 bilhões em compromissos financeiros, honrando as dívidas de anos anteriores. Os pagamentos foram distribuídos entre contribuições regulares a organismos internacionais, integralizações de cotas de bancos multilaterais e recomposições de fundos que atuam em vários países.

Além da ONU, a nota conjunta citou o pagamento aos seguintes organismos internacionais de janeiro a junho:

•     Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP);
•     Organização Mundial da Saúde (OMS);
•     Organização Internacional do Trabalho (OIT);
•     Organização Mundial do Comércio (OMC);
•     Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco);
•     Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI);
•     Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA);
•     Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), entre outros organismos.

Segundo a nota, esses organismos internacionais têm atuação em áreas prioritárias da política externa brasileira.

Na esfera regional, o Brasil está em dia com os seguintes organismos:

•     Organização dos Estados Americanos (OEA);
•     Associação Latino-Americana de Integração (Aladi);
•     Organização Latino-Americana de Energia (Olade);
•     Centro Latino-Americano de Administração para o Desenvolvimento (Clad);
•     Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA);
•     Secretaria do Mercosul;
•     Instituto Social do Mercosul;
•     Secretaria do Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul.

Em relação aos compromissos na área de meio ambiente e mudança do clima, o país saldou, no primeiro semestre, as contribuições para:

•     Convenção sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (Convenção de Estocolmo);
•     Convenção de Combate à Desertificação (UNCCD);
•     Convenção sobre Mercúrio (Convenção de Minamata).

França: extrema-direita sai na frente no 1º turno, aponta boca de urna

O partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen, venceu o primeiro turno das eleições parlamentares da França neste domingo (30), mostraram as pesquisas de boca de urna, mas o resultado final dependerá de dias de negociações antes do segundo turno na próxima semana.

O RN foi visto obtendo cerca de 34% dos votos, de acordo com as pesquisas de boca de urna da Ipsos, Ifop, OpinionWay e Elabe.

Isso deixa o partido à frente dos rivais de esquerda e centro, incluindo a aliança Juntos do presidente Emmanuel Macron, cujo bloco foi visto obtendo entre 20,5% e 23%. A Nova Frente Popular, uma coalizão de esquerda montada às pressas, foi projetada para ganhar cerca de 29% dos votos, mostraram as pesquisas de boca de urna.

As pesquisas de boca de urna estavam alinhadas com as pesquisas de opinião antes da eleição, mas forneceram pouca clareza sobre se, uma vez concluído o segundo turno no próximo domingo, o RN anti-imigração e eurocético será capaz de formar um governo para “coabitar” com o pró-União Europeia (UE) Macron.

O RN foi visto ganhando a maioria dos assentos na Assembleia Nacional, mas apenas um dos institutos de pesquisa, o Elabe, previu que o partido ganharia uma maioria absoluta de 289 assentos no segundo turno de 7 de julho.

Especialistas dizem que as projeções de assentos após os votos do primeiro turno podem ser altamente imprecisas, especialmente nesta eleição.

A participação dos eleitores foi alta em comparação com as eleições parlamentares anteriores, ilustrando o fervor político que Macron despertou com sua decisão surpreendente de convocar uma votação parlamentar depois que o RN derrotou seu partido nas eleições para o Parlamento Europeu no início deste mês.

Uma semana de negociações políticas agora vem pela frente. Em uma declaração escrita à imprensa, Macron pediu aos eleitores que se unam em torno de candidatos que são “claramente republicanos e democráticos”, o que, com base em suas declarações recentes, excluiria candidatos do RN e do partido de extrema-esquerda França Insubmissa.

Unindo forças

O resultado final dependerá de como os partidos decidem unir forças em cada um dos 577 distritos eleitorais da França para o segundo turno.

No passado, partidos de centro-direita e centro-esquerda se uniram para impedir o RN de chegar ao poder, mas essa dinâmica, chamada de “frente republicana” na França, é mais incerta do que nunca.

A decisão do presidente de convocar eleições antecipadas mergulhou o país em incerteza política, enviou ondas de choque por toda a Europa e provocou uma venda de ativos franceses nos mercados financeiros.

Um pária de longa data, o RN agora está mais perto do poder do que nunca. Le Pen procurou limpar a imagem de um partido conhecido pelo racismo e antissemitismo, uma tática que funcionou em meio à raiva dos eleitores contra Macron, ao alto custo de vida e às crescentes preocupações com a imigração.

Até as 15h (horário local), a participação era de quase 60%, em comparação com 39,42% dois anos atrás – as maiores taxas de participação comparáveis desde a votação legislativa de 1986, disse Mathieu Gallard, diretor de pesquisa da Ipsos França.

(Reportagem adicional de Ardee Napolitano e Janis Laizans em Hénin-Beaumont e Clotaire Achi, Imad Creidi, Lucien Libert em Paris; Texto de Estelle Shirbon e Gabriel Stargardter)

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EUA: 1º debate presidencial trará agenda das campanhas

A partir das 22h (horário de Brasília), o republicano Donald John Trump (78 anos) e o democrata Joseph Robinette “Joe” Biden Jr (81 anos) farão um debate televisivo inédito na história dos Estados Unidos da América: dois homens idosos que chegaram à presidência daquele país tentando um segundo mandato. O evento é promovido pelo canal de notícias CNN e será retransmitido pela CNN Brasil.

A expectativa de especialistas ouvidos pela Agência Brasil é que o cardápio de temas terá a manutenção da democracia nos Estados Unidos, a situação da economia e o conflito no Oriente Médio. O Brasil não deverá entrar em pauta, nem mesmo pela questão ambiental. Latino americanos, especialmente os hispânicos, poderão ser mencionados, de forma negativa, por causa do controle imigratório e do combate ao narcotráfico.

Para os especialistas, não deverá ser uma discussão entre estadistas. É provável que os adversários explorem a baixa política como as acusações de porte ilegal de arma contra Hunter Biden, filho de Joe Biden – enquanto era viciado em drogas –; e a condenação de Trump, culpado por falsificar documentos e encobrir suborno pago a uma atriz pornô – para comprar seu silêncio antes das eleições de 2016.

Além dos escândalos, há outras vulnerabilidades. No caso de Biden, considerado “velho demais” por alguns críticos e eleitores, a fragilidade é manter-se atento e articulado durante os 90 minutos de debate, sem auxílio de assessores.

Desconcertar o adversário 

“O que impacta o público é exatamente a capacidade do candidato de dar respostas rápidas, incisivas e inteligentes para que possam desconcertar o adversário”, lembra o jornalista Paulo Sotero, residente nos Estados Unidos há 44 anos, hoje trabalhando como pesquisador sênior do Brasil Institute do Wilson Center, em Washington.

“Há uma grande expectativa em relação a capacidade do Biden de ter foco e manter-se com uma mensagem clara para a população”, assinala Antonio Jorge Rocha, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), para quem Biden eventualmente se apresenta “cansado e errático” em algumas aparições.

Trump também tem debilidades, como o atentado de 6 de janeiro ao Capitólio (Congresso dos EUA), aponta o docente. O professor Kai Enno Lehmann, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Sâo Paulo (USP) avalia que “o grande risco que Donald Trump corre é que ele fale alguma bobagem.”

Obamacare

Além do temperamento, “questões sobre o programa de saúde, o Obamacare, podem ser contra Trump”, acrescenta o professor de Ciência Política Joscimar Silva, também da UnB, em referência à lei que estabeleceu política para assistência à saúde para pessoas de baixa renda e para as pessoas a partir de 65 anos. Segundo ele, Trump se opõe ao programa “que é muito bem avaliado” e foi revitalizado por Joe Biden.

O docente está no Estado de Massachusetts, costa leste dos EUA, onde participa do Programa Study in United States para Pesquisadores em Ciência Política. Segundo ele, o debate que ocorrer a mais de quatro meses das eleições será “importante porque provavelmente vai colocar os principais temas de cada candidaturas.”

Ainda segundo os especialistas ouvidos pela Agência Brasil, o debate poderá ter pouco impacto nas intenções de voto americanas para o colégio eleitoral que escolherá entre Biden e Trump, mas será útil para mobilizar as respectivas bases. A expectativa é que cerca de 70 milhões de estadunidenses assistam a transmissão. 

Mexicanos devem eleger 1º mulher presidente neste domingo

A maioria dos institutos de pesquisa do México dão como certa a vitória neste domingo (02) da candidata à presidência Claudia Sheinbaum, de 61 anos, de perfil progressista e do partido Morena, o mesmo do atual presidente Andrés Manuel López Obrador, considerado de centro-esquerda e que governa o México desde 2018.

Em segunda nas pesquisas está a candidata Xóchitl Gálvez e, em terceiro, o Jorge Álvarez Máynez, ambos da oposição a Obrador. Enquanto as pesquisas dão entre 52% a 60% dos votos para Claudia, Xóchitl varia de 21% a 36%, e Jorge entre 6% e 23% das intenções de votos. Não há 2º turno no México. Vence quem tiver mais votos absolutos, independente da porcentagem.

Em eleição histórica que deve colocar a primeira mulher na presidência mexicana, mais de 99 milhões de eleitores vão às urnas para eleger, além do novo presidente, 128 senadores ou senadoras, 500 deputados federais e mais 20 mil cargos em eleições locais, para prefeituras e câmaras de vereadores.

Violência

Marcada pela violência dos cartéis de droga que dominam regiões inteiras do México, a eleição deste ano custou a vida de, ao menos, 30 candidatos. Entre os assassinados durante a campanha, 73% deles disputavam prefeituras. Os cálculos são do Seminário Sobre Violência, grupo de estudos mexicano ligado à universidade El Colégio de México. Na última eleição, em 2021, o grupo calculou um total de 32 candidatos assassinados.

Não à toa, a violência foi o tema principal da campanha presidencial. Uma das vitrines da campanha da candidata favorita é a queda na taxa de homicídios que conquistou quando foi prefeita da capital mexicana, entre 2018 e junho de 2023.

“Conquistamos a taxa mais baixa de homicídios desde 1989. Agora a Cidade do México se encontra entre as sete entidades com menos homicídios por 100 mil habitantes”, anunciou em uma rede social. De 16 assassinatos por 100 mil habitantes, em 2018, a capital mexicana registou 8 homicídios por 100 mil, em 2022.

Políticas sociais

O professor de história da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Waldir Rampinelli, explicou que, no México, as eleições costumam ser violentas o que, segundo o especialista, é uma herança da Revolução Mexicana de 1910 e também devido ao controle que os cartéis de drogas têm no país.

Professor titular do De­par­­tamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Waldir Rampinelli destacou avanços sociais do atual governo mexicano. Foto: Waldir Rampinelli/Arquivo Pessoal

Rampinelli destacou ainda que o atual presidente deve fazer a sucessora devido ao sucesso das políticas sociais do governo mexicano. “Ele criou uma espécie de ajuda mensal para os idosos. Todo idoso, tenha contribuído ou não à previdência, recebe por mês uma quantia. Eu conheço pessoas que, se não recebessem essa quantia, passariam fome. Isso salva totalmente essas pessoas. Elas não gostam do López Obrador, elas adoram”, afirmou.

O mexicano Mario Farid Reyes Gordillo, doutorando em estudos latino-americanos na UNAM, diz que Obrador conquistou apoio dos mais pobres devido às políticas sociais e ao aumento do salário mínimo, mas destaca também a debilidade da direita mexicana.

“A direita não conseguiu se livrar da imagem de corrupção, repressão policial e dos benefícios aos amigos empresários que marcaram os governos anteriores. Esse estigma ainda pesa sobre eles. E também não conseguiram uma candidatura forte para ganhar”, destacou.

Perfil progressista

Ex-prefeita da Cidade do México, Claudia é pesquisadora científica nas áreas de energia, meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Ela ainda trabalhou no Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), tendo sido também secretária do meio ambiente durante o governo de López Obrador na prefeitura da Cidade do México, ainda no ano 2000.

O professor Waldir Rampinelli avalia que ela deve continuar as políticas de seu antecessor na Presidência, e que ela tem um perfil progressista de centro-esquerda.

“Toda essa pauta de direitos humanos, de meio ambiente, de respeito às mulheres. A pauta dela será essa. Só que ela vai administrar um grande navio que não vai poder mudar de rumo. Ela vai ter que fazer o que o López Obrador fez, tudo muito ligado aos Estados Unidos”, disse.

O especialista lembrou que 80% de tudo que o México exporta vai para os Estados Unidos, o que deixa o país muito dependente do vizinho do norte. Outro problema grave do país é a imigração e a fronteira com os EUA.

“Se o Trump ganha nos Estados Unidos, complica mais ainda a vida dela. Morrem no ano passando na fronteira, só de mexicanos, mais de 500 pessoas. É a região mais perigosa do mundo. Compare com o muro de Berlim, que morreram 800 pessoas em 30 anos tentando passar”, lembrou.

Mulheres

O pesquisador Mario Farid Reyes Gordillo destacou também que as relações entre México e Estados Unidos é um dos principais temas da eleição, assim como a violência, a corrupção e os direitos das mulheres.

“Como as duas principais candidatas são mulheres, há um certo peso dessa agenda. O movimento feminista, o movimento de mulheres, durante todo os seis anos de López Obrador, teve muita participação política. Isso deve fazer com que muitas mulheres saíram para votar nessa eleição”, afirmou.

Professor da UFSC, Waldir Rampinelli destacou que esta é uma situação inédita, já que nunca uma mulher venceu a eleição presidencial no México.

“O México seguramente é o país mais machista da América Latina e a Claudia se impôs como uma grande prefeita da cidade do México. Com o governo do López Obrador, ela cresceu. E o López também não teve outra saída a não ser indicá-la. Era a candidata que mais chance tinha de ganhar”, comentou.

México e Brasil

Com quase 130 milhões de habitantes, o México tem a 2ª maior economia da América Latina, atrás apenas do Brasil. Em 2023, a economia do país cresceu 3,2% do PIB, segundo ano consecutivo de crescimento acima dos 3%.

A taxa oficial de pobreza caiu de 43,9%, em 2020, para 36,3%, em 2022, tirando da pobreza 8,8 milhões de mexicanos. A economia recuperou os níveis de emprego e de PIB de antes da pandemia. Os dados são do Banco Mundial.

As relações comerciais entre Brasil e México têm crescido nos últimos anos. De 2019 à 2023, as exportações brasileiras para o México cresceram 74%, isso com a pandemia no meio, passando de US$ 4,8 bilhões para US$ 8,5 bilhões.

Apesar do crescimento, as exportações do Brasil para o México representam apenas 2,5% do total, similar ao Chile, para onde o país exporta 2,3% do total. Por outro lado, as importações brasileiras de produtos mexicanos representam 2,3% do total das importações. Em 2023, o Brasil importou do México US$ 5,5 bilhões, crescimento de 4,9% em relação à 2022.

Os dados do comércio exterior entre Brasil e México são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

CBF anuncia que jogos do Brasileiro retornam no dia 1º de junho

A Confederação Brasileira de Futebol anunciou na noite desta terça-feira (21) a data de retomada das partidas da Série A do Campeonato Brasileiro de futebol masculino, que foi interrompido por causa das consequências das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o dia 26 de abril. A competição será reiniciada no dia 1º de junho.

“A CBF informa que a retomada da competição se dará a partir da 7ª rodada, que será disputada em 1 e 2 de junho, datas originalmente reservadas para a 9ª rodada, preservando-se, assim, o planejamento técnico que embasou a elaboração da tabela”, diz o comunicado.

Já os confrontos da 8ª rodada, a outra adiada pela entidade máxima do futebol brasileiro, serão realizados nos dias 12 e 13 de junho.

A CBF anunciou a suspensão de duas rodadas do Brasileiro da Série A no dia 15 de maio após a entidade receber pedido de 15 dos 20 times que participam da competição e da Federação Gaúcha de Futebol.

Os clubes que apresentaram a solicitação foram: Atlético Goianiense, Atlético Mineiro, Athletico Paranaense, Criciúma, Cruzeiro, Cuiabá, Bahia, Juventude, Vitória, Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Botafogo, Sport Club e Vasco da Gama.

Segundo a entidade, cinco clubes foram contra a paralisação da Série A nas rodadas 7 e 8: Flamengo, Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Bragantino.

Boletim divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul nesta terça-feira informa que há 161 mortes confirmadas no estado em consequência do maior evento climático já registrado na localidade. Além disso, seguem desaparecidas 85 pessoas e 806 ficaram feridas.

Ao menos 654,19 mil gaúchos ainda estão fora das residências, sendo 581.633 desalojados – aqueles que tiveram de sair de seus lares e estão acolhidos em casas de familiares, amigos ou conhecidos – e outras 72.561 pessoas estão morando temporariamente em um dos 839 abrigos cadastrados pela Secretaria de Desenvolvimento Social do Rio Grande do Sul.

Marta celebra Copa do Mundo de 2027 no Brasil e defende 1º jogo no RS

Eleita por seis vezes pela Fifa a melhor jogadora do mundo, Marta celebrou nesta sexta-feira (17) a escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo Feminina de 2027 e defendeu que a primeira partida seja disputada no Rio Grande do Sul, que foi devastado por enchentes nas últimas semanas.

“Fiquei muito feliz com a notícia e tenho certeza de que a Copa do Mundo Feminina de 2027 será um sucesso, e o povo brasileiro, como sempre, estará de braços abertos para receber a comunidade mundial do futebol”, afirmou a meia-atacante de 38 anos em sua rede social. “Se fosse possível, gostaria que a primeira partida da seleção brasileira fosse no Rio Grande Sul. O Estado do Rio Grande do Sul e o povo gaúcho merecem”, acrescentou.

Nesta sexta-feira (17), a Defesa Civil do Estado informou que subiu para 154 o número de mortes confirmadas em decorrência das enchentes no Estado, acrescentando que as equipes de resgate ainda procuram por 98 pessoas desaparecidas.

Bom dia, Brasil! 👋🇧🇷

— FIFA Women’s World Cup (@FIFAWWC) May 17, 2024

Vitória sobre candidatura europeia

O Brasil foi escolhido para sediar a Copa feminina de 2027 pelo congresso da Fifa superando a proposta conjunta de Bélgica, Holanda e Alemanha para se tornar o primeiro país sul-americano a realizar o torneio.

A candidatura brasileira recebeu o apoio de 119 associações membros do congresso da Fifa para sediar a 10ª edição da competição, em comparação com 78 votos para a candidatura europeia.

Em vídeo divulgado pela candidatura brasileira, Marta, que já anunciou que este ano será seu último com a camisa da seleção, chorou com a escolha do Brasil como sede do Mundial, torneio que ela disputou por seis vezes e do qual é a maior artilheira, com 17 gols.

“Jogar uma Copa do Mundo em casa é o sonho de tantas meninas no Brasil. Por isso quero agradecer a todos que fizeram parte dessa conquista, e vamos seguir juntas construindo o futuro que o futebol de mulheres no Brasil, na América do Sul e no mundo merece”, declarou Marta.

A Fifa disse que os 10 estádios definidos pelo Brasil para a Copa feminina foram construídos e configurados especificamente para grandes torneios, tendo sediado a Copa do Mundo masculina de 2014, e que a candidatura tinha uma forte posição comercial e compromisso governamental.

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Petrobras tem lucro líquido de R$ 23,7 bilhões no 1º trimestre de 2024

A Petrobras obteve um lucro líquido de R$ 23,7 bilhões no 1º trimestre de 2024, uma queda de 23% em relação ao 4º período do ano passado. De acordo com a companhia, o resultado é consequência da desvalorização cambial do final de período e menor venda de óleo e derivados, “algo comum no 1º trimestre do ano, quando há menor demanda por diesel, assim como a redução do preço do petróleo e da margem de diesel”.

Segundo o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Sergio Leite, a desvalorização cambial impacta no demonstrativo financeiro, mas não afeta o caixa da companhia.

No resultado financeiro do período, foi registrado Fluxo de Caixa Operacional de R$ 46,5 bilhões e resultado ajustado, antes de juros, impostos, depreciação e despesas de amortização, de R$ 60 bilhões. De acordo com o balanço da companhia, o endividamento financeiro no trimestre teve uma redução de US$ 1,1 bilhão, atingindo US$ 27,7 bilhões. A dívida bruta manteve-se em US$ 61,8 bilhões, incluindo os arrendamentos. 

O presidente da estatal, Jean Paul Prates, ressaltou o compromisso de manter os investimentos previstos e geração de valor para os acionistas. “Os dados financeiros e operacionais da Petrobras no 1º trimestre de 2024 são consistentes com a rota da companhia em cumprir seu Plano Estratégico (2024-28) de forma eficiente e sustentável. No trimestre, mantivemos uma geração de caixa consistente, que nos dá segurança em relação aos investimentos futuros, incluindo os que tem como foco o crescimento da produção da companhia”, avaliou Prates. No primeiro trimestre do ano, os investimentos totalizaram US$ 3 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões).

A produção média de óleo, gás natural liquefeito e gás natural alcançou 2.776 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), um aumento de 3,7% em comparação com a produção do mesmo período do ano anterior. 

Ginástica Rítmica fatura 1º ouro de 2024 em etapa da Copa do Mundo

O conjunto brasileiro de ginástica rítmica arrematou o primeiro ouro da temporada e mais uma prata – a primeira fora obtida no sábado (11) – na etapa da Copa do Mundo, em Portimão (Portugal). Neste domingo (12), o time nacional (Deborah Medrado, Maria Eduarda Arakaki, Marianna Pinto, Nicole Pírcio, Sofia Madeira e Victória Borges) venceu a série mista ao  somar  32,550 pontos. A prata ficou com o México (30.100) e o bronze com a Espanha (29.900).

As Leoas (apelido da equipe brasileira), com vaga assegurada nos Jogos de Paris, fizeram uma apresentação arrebatadora, ao som de ritmos brasileiros, usando fitas e bolas na coreografia. 

CHAVE DE OURO, BRASIIIIL! 🇧🇷🔑🌟🏆
Nosso time de leoas 🦁 acaba de levar a medalha de ouro 🥇 na final da prova mista da Copa do Mundo de Portimão 🇵🇹! Ao som de ritmos pra lá de brasileiros as nossas meninas encerram a competição com uma campanha EXCELENTE: Três medalhas! UAU!… pic.twitter.com/5JmV9JmG9z

— Confederação Brasileira de Ginástica (@cbginastica) May 12, 2024

“Fico orgulhosa de ver nosso trabalhado sendo coroado a cada competição. Estamos conseguindo evoluir a cada entrada na quadra e é isso que buscamos nesta reta final até Paris”, comemorou a treinadora Camila Ferezin.

Também neste domingo (12), as brasileiras conquistaram a prata na série simples, ao totalizarem 34.500, ficando à frente da França (34.050), com preparação intensa para disputar a Olimpíada em casa. A Espanha (35.750) venceu a disputa e levou o ouro. 

“Mostramos o nosso crescimento na quadra. Consequentemente, as notas mostraram que podem contar com o Brasil nesta briga pelo pódio olímpico”, projetou a técnica das Leoas. 

Nas finais individuais, Bárbara Domingos, a Babi, brigou por medalha tanto na bola e maça, e por muito pouco não subiu ao pódio. Na bola somou 31.950 ficando a apenas 0.300 da terceira colocação, que ficou com a eslovena Ekaterina Vedeneeva (32,250).  A capixaba Geovanna Santos também competiu na final da bola, mas terminou em sétimo lugar (29.100). O ouro na bola ficou com a bielorussa Alina Harnasko (33.550) e a prata com a cazaque Erika Zhailauova (32.400).  

BÁRBARA DOMINGOS É O NOME DELA, MEUS AMIGOS! 🇧🇷🇧🇷🇧🇷
Nossa brasileira acaba de participar de sua segunda final na Copa do Mundo de Portimão 🇵🇹! Agora nas maças! Ao som de Garota de Ipanema e MUITA batida de samba, a finalista mundial no aparelho Babi Domingos obteve a nota 32.000!… pic.twitter.com/v1y7QO0XYf

— Confederação Brasileira de Ginástica (@cbginastica) May 12, 2024

Na final das maças, 0.250 separam Babi, na quarta posição com  somou 32.000, de Ekaterina Vedeneeva (32,250), medalha de bronze. A alemã Darja Varfolomeev (34.100) foi campeã e a bielorrussa Harnasko (33.650) foi prata. 

No sábado (11), as Leoas já haviam sido prata Na prova geral – a mesma que será disputada nos Jogos de Paris.

BNDES lucra R$ 2,7 bi e amplia carteira de crédito no 1º trimestre

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro recorrente de R$ 2,7 bilhões no primeiro trimestre deste ano. É um aumento de 58,82% na comparação com R$ 1,7 bilhão contabilizado no mesmo período de 2023. A instituição também ampliou sua carteira de crédito e seu patrimônio líquido chegou a R$ 155 bilhões. É uma alta de 17,39% frente ao anotado no primeiro trimestre do ano passado.

Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (9), no Rio de Janeiro. O diretor financeiro e de crédito digital para micro, pequenas e médias empresas do BNDES, Alexandre Abreu, destacou ainda a inadimplência de 0,00001%. “Nunca pensei que fosse anunciar isso”, disse, em referência ao índice. Segundo ele, estão em atraso apenas R$ 395 mil de uma carteira de crédito de R$ 520 bilhões.

“É muito difícil ter uma combinação que une aumento de resultado recorrente, diminuição de uma inadimplência que já era baixa e aumento de desembolso e carteira”, acrescentou Abreu, avaliando o resultado como excelente.

O lucro recorrente desconsidera fatores extraordinários e foca nas movimentações mais constantes. “O desempenho aumentou na intermediação financeira, que é a principal atividade do banco. Ou seja, o resultado foi decorrente da atuação principalmente no crédito”, observou Abreu.

Os dados também mostram uma pequena influência dos resultados relacionados com participações societárias, que geraram uma adicional de R$ 200 milhões. O BNDES possui atualmente R$ 73,9 bilhões em ações, dos quais destacam-se 52% da Petrobras, 14% da JBS, 11% da Eletrobras e 8% da Copel. De outro lado, a despesa com tributos cresceu, mas também teve impacto pequeno no resultado.

Quando se considera o lucro contábil, que inclui movimentações extraordinárias, o saldo positivo foi de R$ 5,2 bilhões. É um aumento de 33,33% frente aos R$ 3,9 bilhões dos primeiros três meses de 2023.

Segundo dados divulgados pelo BNDES, para se chegar ao resultado contábil, incorporou-se ao lucro recorrente as somas de R$ 1,2 bilhão em dividendos da Petrobras, de R$ 800 milhões em recuperação de crédito e em R$ 500 milhões de arranjos tributários.

Carteira de crédito

A carteira de crédito expandida somou R$ 520,4 bilhões. Trata-se de um aumento de 8,64% na comparação com o primeiro trimestre de 2023. O balanço mostra também que houve um aumento de 68% nas consultas, 91% nas aprovações e 22% no desembolso. Segundo o BNDES, é o melhor desempenho da carteira de crédito dos últimos 10 anos.

Houve aprovações de R$ 6,9 bilhões para a indústria, o que representa aumento de 189%. Outros R$ 6,8 bilhões foram aprovados para a agropecuária (crescimento de 50%), R$ 6,6 bilhões para infraestrutura (expansão de 97%) e R$ 4,4 bilhões para comércio e serviços (aumento de 65%).

“A distribuição foi pulverizada, sem concentração em um setor. Todos os segmentos da economia foram contemplados”, observou Abreu. Os dados também revelam que 52,2% das aprovações envolveram micro, pequenas e médias empresas.

De acordo com Alexandre Abreu, a carteira de crédito do BNDES chegou a ser próxima de R$ 1 trilhão por volta de 2013 e 2014, mas sofreu um período de queda em anos mais recentes. Foi apresentado um recorte desde o fim de 2018, quando ela estava próxima ao patamar atual: R$ 514,2 bilhões.

Entre o segundo trimestre de 2019 e o terceiro trimestre de 2023, a carteira de crédito da instituição se manteve abaixo dos R$ 500 bilhões. O mínimo da série histórica apresentada foi de R$ 438,4 bilhões no segundo trimestre de 2021.

Mudanças

Abreu destacou, também, as mudanças sob o comando do atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, que ocupa a função desde o início do governo do presidente Lula. “A gente nota uma tendência de queda da carteira até a nossa chegada em 2023, quando começamos a recuperar o caixa da empresa. Também desembolsamos mais e o crédito voltou a crescer”.

Os resultados também foram considerados muito positivos por Mercadante. “Quando nós chegamos, havia um certo descrédito em relação à indústria. E a indústria nesse trimestre foi o setor que teve o maior crescimento de crédito aprovado no BNDES. Esse é o papel histórico do BNDES. Esse país precisa se reindustrializar”, disse.

Mercadante também destacou algumas iniciativas nesse sentido. “Estamos com uma projeção de investimento de R$ 130 bilhões na indústria automotiva. Temos 95 municípios que vão adquirir ônibus elétricos e o BNDES, junto com a Caixa Econômica Federal, está financiando. São cinco empresas produzindo. E teremos o carro híbrido, que terá uma autonomia mais de duas vezes maior que o carro elétrico”, afirmou ele, acrescentando que outros setores deverão fazer anúncios de grandes volumes de investimento até o fim do mês.

Mineradoras registram alta no 1º trimestre e criticam imposto seletivo

O balanço do primeiro trimestre de 2024 do setor minerário revela um melhor desempenho na comparação com o mesmo período de 2023. Houve alta de 25% no faturamento e de 18,3% nas exportações.

Os dados foram apresentados na última quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que representa as maiores mineradoras do país. Além de detalhar os resultados, diretores da entidade fizeram críticas à implantação do Imposto Seletivo, tal como previsto na reforma tributária.

O faturamento do setor no primeiro trimestre de 2024 foi de R$ 68 bilhões. A alta de 25% foi impulsionada principalmente pelos dois estados mais mineradores do país, que registraram expansão acima da média nacional. Minas Gerais, com alta de 29% na comparação com o mesmo período do ano passado, alcançou faturamento de R$ 28,2 bilhões. Já o Pará subiu 34% chegando a R$ 25,1 bilhões.

O minério de ferro respondeu por 64,2% de todo o faturamento do setor e ocupa com folga o topo da lista dos produtos de maior impacto no desempenho. Em seguida, aparecem cobre, com 7% de participação, e ouro, com 6,8%.

“As chuvas desse ano não tiveram um impacto tão negativo como no passado. O primeiro trimestre é um período onde geralmente há o impacto de chuvas fortes. E nesse ano, felizmente, elas foram mais bem distribuídas. Isso afetou menos a produção. Por isso, também tivemos esses resultados melhores”, disse Julio Nery, diretor de sustentabilidade do Ibram.

Ele acrescentou que as projeções são otimistas também para o restante do ano, o que vem se reforçando por relatórios parciais produzidos pelas mineradoras.

Imposto Seletivo

O Ibram manifestou preocupação com a adoção do Imposto Seletivo e considerou que, da forma como está sendo proposto, o tributo assume viés arrecadatório. “A gente segue trabalhando na linha de levar uma informação qualificada, de apresentar estudos sobre competitividade e sobre tributação”, disse Rinaldo Mancin, diretor de relações institucionais do Ibram.

O Imposto Seletivo tem por princípio a seletividade, isto é, usa a tributação para desencorajar o consumo de bens selecionados. Ele foi adotado por outras nações e ganhou o apelidado em inglês por Sin Tax (imposto do pecado, em tradução literal).

No Brasil, ele é um dos novos tributos previstos na reforma tributária aprovada no ano passado pelo Congresso Nacional. O artigo 153 da Constituição Federal foi alterado para incluir um novo inciso. Ele estabelece um imposto sobre a produção, extração, comercialização ou importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.

A reforma tributária, no entanto, fixou a necessidade de uma Lei Complementar para regulamentar o tributo. Nela, deverão ficar definidos quais os produtos serão taxados, bem como as alíquotas e as regras. Dessa forma, a discussão envolve o Projeto de Lei Complementar 68/2024, apresentado pelo governo federal recentemente. Ele prevê a incidência do Imposto Seletivo para veículos, embarcações e aeronaves, produtos fumígenos, bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas e bens minerais extraídos.

“Não tenha dúvida que reduz a atratividade do Brasil como destino porque eu estou mexendo em algo que possui um planejamento sofisticado, de longo prazo. Mercado de minério de ferro é um mercado extremamente sofisticado, os contratos são negociados com muita antecedência”, disse Mancin.

Além de criar o Imposto Seletivo, a reforma tributária estabeleceu que – a partir de 2033 – o ICMS e o IPI serão unificados a outros três tributos (ISS, PIS e Cofins), de forma a simplificar o sistema. Haveria, assim, uma única cobrança, com a arrecadação sendo repartida entre a esfera federal (Contribuição sobre Bens e Serviços – CBS) e as esferas estadual e municipal (Imposto sobre Bens e Serviços – IBS). De acordo com Mancin, o Ibram tem visão convergente com a reforma tributária, porém, não concorda com a cobrança do Imposto Seletivo.

Mapa da mineração

O diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, comentou o levantamento das áreas de mineração industrial e garimpo realizado pelo MapBiomas, uma rede colaborativa formada por organizações não governamentais, universidades e empresas de tecnologia. Produzido a partir de imagens de satélites, ele mostra a evolução ocorrida no país entre 1985 e 2020.

Raul Jungmann mostra-se preocupado com projetos tramitando no Congresso sem a necessária discussão – Foto – Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Os dados revelam que, desde 2018, as áreas de garimpo – incluindo as atividades legais e as ilegais – superam as áreas de mineração industrial. Também indica que a mineração como um todo avançou mais de 600% no Brasil entre 1985 e 2020.

Em 2020, último ano que aparece no levantamento divulgado, o garimpo respondeu por 107,8 mil hectares. Já a mineração industrial explorou 98,3 mil hectares. No recorte por biomas, 72,50% de toda a área minerada do Brasil ficam na Floresta Amazônica. Outros 14,7% situam-se na Mata Atlântica e 9,9% no Cerrado.

No período entre 1985 e 2020, a área garimpada dentro de unidades de conservação subiu cerca de 300%. Nessas áreas, é proibida a mineração e, portanto, todas as atividades que ocorrem nelas são ilegais. “Isso é inadmissível. É um caso de polícia”, lamenta Jungmann. Pelos dados do MapBiomas, atualmente 50% do garimpo ocorrem em unidades de conservação ou em terras indígenas, onde a atividade também é vedada.

Jungmann manifestou preocupação com projetos de lei tramitando em ritmo acelerado na Câmara e no Senado, sem a necessária discussão. Segundo ele, há propostas que facilitam a expansão do garimpo e que abrem margem para acabar beneficiando inclusive a prática ilegal. Além disso, ele critica a possibilidade de que o garimpo possa avançar sobre áreas já concedidas a mineradoras.

Garimpo ilegal

O Ibram tem nos últimos tempos cobrado maior fiscalização do garimpo ilegal e discussão do marco regulatório. Enquanto as empresas mineradoras podem refinar, fundir e exportar os minerais extraídos, o garimpeiro recebe apenas autorização para extração local e venda às chamadas Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs). São instituições autorizadas pelo Banco Central e funcionam como a porta de entrada do ouro e de outros minerais para o sistema financeiro, para o mercado internacional ou  joalherias.

Ocorre que o ouro extraído de áreas ilegais geralmente é levado para regiões em que há atuação do garimpo legal, onde intermediários locais realizam a venda às DTVMs. “Já pedimos investigação de algumas DVTMs e estamos sendo processados por elas, com muito gosto porque nosso posicionamento é verticalmente contrário ao que elas representam”, finalizou Jungmann.