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Regiões Norte e Nordeste lideram consumo de macarrão no país

O consumo de macarrão no Brasil cresceu 5,6% de janeiro a agosto deste ano, com o volume de vendas chegando a 875.938 toneladas. No mesmo período de 2023, esse volume foi de 829.294 toneladas, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi). Segundo o balanço, as regiões Norte e Nordeste lideram o consumo, com 261.149 toneladas comercializadas, sendo a massa comum responsável por 40,29% do faturamento nas regiões.

Os dados mostram ainda que, no Sudeste, a região metropolitana de São Paulo consumiu 76.005 toneladas, com a sêmola com ovos representando 38,63% desse faturamento. No Centro-Oeste, o consumo atingiu 59.397 toneladas, com a sêmola sendo responsável por 34,47% do faturamento da categoria. No Sul, foram consumidas 148.486,6 toneladas, com destaque para macarrão, representando 25,3% do faturamento do segmento de massa instantânea.

“O macarrão é um alimento que atravessa fronteiras culturais e socioeconômicas, consolidando-se como uma escolha frequente para as refeições dos brasileiros”, disse o presidente-executivo da Abimapi, Claudio Zanão. 

Por isso, segundo ele, há dez anos é comemorado no Brasil o Dia Mundial do Macarrão, depois de a então presidente da República Dilma Roussef instituir a data como comemorativa.

De acordo com a Abimapi, a data se tornou relevante para o setor de massas alimentícias no país, porque celebra a versatilidade e a importância do macarrão na alimentação global, sendo um dos alimentos mais consumidos no Brasil, tanto por seu valor nutricional quanto por seu preço acessível.

A entidade observa ainda que a demanda crescente por massas mais saudáveis e funcionais impulsiona a inovação na indústria, com produtos sem glúten, integrais e ricos em proteínas ganhando espaço nos supermercados. 

“Os consumidores estão mais atentos à saúde e, como resposta, a indústria investe em novas linhas que combinam sabor e benefícios nutricionais”, explicou Zanão.

Evento em São Paulo faz intercâmbio comercial entre Brasil e África

Começa nesta sexta-feira (25), na capital paulista, a Expo África Brasil Connection,f primeiro evento da América Latina voltado ao intercâmbio comercial de empresas africanas de diversos segmentos. Organizado pelo Instituto Literáfrica, o evento, de dois dias, será realizado no Expo Center Norte, com entrada franca. 

A expectativa dos organizadores é de um público de mais de 20 mil visitantes. Ao todo, devem participar mais de 200 empresas e pessoas com diferentes perfis, de investidores e empresários a acadêmicos. 

A programação conta com outras atividades capazes de aproximar o Brasil do continente africano, além da esfera de negócios. Também fazem parte da agenda apresentações de arte, a exposição Reis e Rainhas Africanos e uma vivência gastronômica, que servem como oportunidade de pactuações de contratos e sociedades, do mesmo modo que as conferências, palestras e fóruns. Em paralelo, acontece o Festival Arte-Cultura Africana e Afro-Brasileira, com artistas africanos e brasileiros, incluindo imigrantes e refugiados que vivem no Brasil. 

Para compartilhar experiências de sucesso com o público, o evento selecionou nomes como Nangula Uaandja, diretora executiva da NIPDB, da Namíbia; Tibe Bi Gole Blaise, cônsul honorário da Costa do Marfim; Edinam Adjei-Sika, presidente da câmara de comércio Gana Brasil; Segun Arinze, presidente AGN e AVOA da Nigéria; Bernabas Kidane, presidente da TradeEthiopia Company, da Etiopia; Ana Paula, diretora executiva da Vita grupo, de Cabo Verde; e Othman Baba, diretor geral da Royal Air Maroc para o Brasil, de Marrocos.

Já o Brasil estará representado por figuras como Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza. No total, serão mais de 40 palestrantes e mediadores do país.

Mais detalhes podem ser conferidos no site oficial do evento. Pelo link, é possível também obter ingressos gratuitamente.

 

Cúpula ampliada do Brics pede maior protagonismo do Sul Global

Reunião de países membros do Brics e outros países convidados, em Kazan, na Rússia, nesta quinta-feira (24), foi marcada por discursos de representantes de 36 nações, que destacaram a situação da Faixa de Gaza e a necessidade de aumentar a participação dos países da Ásia, África e América do Sul nos fóruns internacionais.  

O presidente da China, Xi Jinping, ressaltou que a ascensão coletiva do Sul Global é a principal característica da transformação pela qual passa o mundo.

“Os países do Sul Global marchando juntos em direção à modernização é monumental na história mundial e sem precedentes na civilização humana”, afirmou, acrescentando que esses países enfrentam ainda grandes desafios e que “o caminho para a prosperidade do Sul Global não será reto”.

O Sul Global é o termo usado para se referir aos países pobres ou emergentes que, em sua maioria, estão no Hemisfério Sul do planeta.  

Para a liderança chinesa, os países do Sul Global devem “desempenhar um papel ativo e de liderança na reforma da governança econômica global e fazer do desenvolvimento o cerne da agenda econômica e comercial internacional”.

Sobre a guerra na Faixa de Gaza, Xi Jinping destacou que é preciso promover um cessar-fogo abrangente e “reviver a solução de dois Estados.

“Devemos impedir que as chamas da guerra se espalhem no Líbano.”

Cúpula ampliada

Representantes de 36 países se reuniram na cúpula ampliada do Brics nesta quinta-feira (24), em Kazan, na Rússia, no contexto da 16º conferência dos líderes do bloco. Também participaram do encontro seis organizações internacionais, incluindo o chefe da ONU, António Guterres.

Entre os países convidados para o encontro estavam Cuba, Bolívia, Venezuela, Turquia, Vietnam, Indonésia, Bangladesh, Malásia, entre outros. Também participou o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. O Brasil foi representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que falou sobre Gaza, Cuba, reforma da ONU e Ucrânia. 

“Os que se arrogam defensores dos direitos humanos fecham os olhos diante da maior atrocidade da história recente”, afirmou o chanceler brasileiro. 

Putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, destacou que a transição para uma ordem mundial mais equitativa não é fácil e que é dificultada por “forças habituadas a pensar e agir na lógica da dominação sobre tudo”.

Putin citou as sanções econômicas unilaterais, o protecionismo econômico total, a manipulação da moeda e dos mercados financeiros, além da interferência em assuntos internos de outros países “sob o lema da preocupação com a democracia e os direitos humanos, e a luta contra as alterações climáticas”.

Sobre a guerra no Oriente Médio, o presidente russo destacou a necessidade de criar um Estado palestino independente que coexista pacificamente com Israel.

“A correção das injustiças históricas contra o povo palestiniano pode garantir a paz no Médio Oriente. Até que esta questão seja resolvida, o círculo vicioso de violência não será quebrado”, afirmou.

Putin também reforçou a necessidade de reformas as estruturas financeiras globais. “O peso dos países em desenvolvimento na economia global mudou dramaticamente nas últimas décadas. Mas isto, em particular, não se refletiu adequadamente nos sistemas de gestão do Fundo Monetário Internacional [FMI], do Banco Mundial e de outros bancos multilaterais”, acrescentou.

Índia

O chanceler indiano, S. Jaishankar, destacou que o reequilíbrio político e cultural atingiu um ponto que já é possível contemplar a multipolaridade real.

“O próprio Brics é uma prova de quão profundamente a velha ordem está mudando”, disse o ministro indiano.

Por outro lado, o representante da Índia acrescentou que as desigualdades do passado continuam sobre novas formas. “Vemos isso no acesso a recursos para o desenvolvimento e as tecnologias modernas”, disse.

Jaishankar também pediu a reforma nos bancos internacionais, “cujos procedimentos de trabalho são tão desatualizados quanto os da ONU. A Índia iniciou um esforço durante sua presidência do G20, e estamos felizes em ver que o Brasil está levando isso adiante”.

Gutérres

Também participou da cúpula do Brics ampliada o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, que elogiou os esforços para se construir um mundo baseado no multilateralismo, ou seja, em soluções coletivas para os problemas globais.

“Nenhum grupo e nenhum país pode agir sozinho ou isoladamente. Tem de ser uma comunidade de nações que trabalhem como uma família global para enfrentar os desafios globais”, afirmou.

Guterres concordou que o sistema financeiro atual é falho em atender os países mais pobres. “A arquitetura financeira internacional é excessiva, ineficiente e injusta”, disse.

Para o chefe da ONU, é preciso reestruturas as dívidas dos países mais vulneráveis e aumentar a apoio financeiro para as nações que mais precisam.  

O secretário-geral da ONU também voltou a pedir a paz da Faixa de Gaza.

“Um cessar-fogo imediato e a imediata e incondicional libertação de todos os reféns, a entrega eficaz de ajuda humanitária sem obstáculos, e precisamos fazer progressos irreversíveis para acabar com a ocupação [de Israel] e estabelecer a solução de dois Estados”, completou.

Ação policial no Rio termina com pelo menos dois mortos

Pelo menos duas pessoas morreram durante operação da Polícia Militar, na manhã desta quinta-feira (24), na zona norte do Rio de Janeiro. Os dois foram mortos com tiros na cabeça. Outras quatro pessoas ficaram feridas, sendo uma delas em estado gravíssimo.

A operação no chamado Complexo de Israel, em Cordovil, começou no início da manhã, mas, segundo a porta-voz da Polícia Militar, tenente-coronel Claudia Moraes, os policiais encontraram grande resistência dos criminosos que dominam o território.

“Nessa entrada da Polícia Militar [na comunidade], houve forte confronto e os criminosos resolveram atirar na direção das vias [pistas], vindo a vitimar pessoas inocentes que não tinham nada a ver com aquilo”, afirmou.

Além das vítimas, o tiroteio provocou a interrupção do tráfego na Avenida Brasil e da circulação de trens, de ônibus e do BRT pela região. Escolas e postos de saúde foram fechados na região. Segundo a porta-voz da PM, ao perceber as consequências dos confrontos para a população e a circulação na cidade, os policiais decidiram suspender a operação.

“Logicamente, essa suspensão não é imediata. Levou ainda um tempo para que esses policiais conseguissem sair da comunidade de forma segura”, disse a porta-voz.

Ela explicou que a reação dos criminosos foi acima do esperado pela polícia. “Essa operação começou na Cidade Alta, que é uma área onde você não tem essa reação muito forte. Nós não tínhamos inteligência para sinalizar para essa questão naquele momento”, explicou a tenente-coronel.

Impactos da operação

A ação policial e os impactos que ela causou na rotina da cidade foram criticadas pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa (Alerj), que disse que essa foi mais uma operação “sem o devido planejamento, que afeta negativamente a população de diversas localidades”.

O Rio de Janeiro chegou a entrar no estágio 2, quando há risco de ocorrências de alto impacto na cidade, devido a um evento previsto ou a partir da análise de dados provenientes de especialistas ou há ocorrências com elevado potencial de agravamento. O prefeito Eduardo Paes chamou a situação de “mais um dia de vergonha”. Segundo o Instituto Fogo Cruzado, neste ano houve 61 tiroteios nos arredores da Avenida Brasil. Nos últimos oito anos, foram mais de 1.500 confrontos armados na região.

Segundo Claudia Moraes, a operação teve objetivo de conter roubo de veículos e de cargas e foi planejada. “Além disso, nessa área, a gente tem uma atuação criminosa com domínio territorial e com tentativa de expansão. Havia também a informação da dificuldade de algumas empresas de comunicação de estabelecerem ali sinal de internet e telefonia”, finalizou. Os nomes dos mortos na operação ainda não foram divulgados.

Intenção de Consumo das Famílias tem quarta queda consecutiva

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 0,6% de setembro para outubro, descontados os efeitos sazonais, o quarto resultado negativo consecutivo e o mais intenso no período. A diminuição da intenção pode ser percebida também na análise anual, com queda de 1,2%. O indicador ainda se mantém no nível de satisfação com 103,2 pontos; porém, está no menor patamar desde março deste ano. É o que revela a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Segundo a CNC, todos os componentes apresentaram movimento de queda, com exceção da Perspectiva Profissional, que não apresentou alterações. O Momento para Duráveis teve a maior redução da sua taxa, apresentando uma redução anual igual à sua redução no último mês (-1,8%). Na análise geral, o Emprego Atual é o item com maior pontuação na ICF, o que demonstra a satisfação dos trabalhadores. Em outubro, a Perspectiva Profissional dos consumidores foi o único item que não obteve redução na comparação mensal, mantendo o menor saldo desde junho de 2023. A Renda Atual continuou avançando (+3,7%) como a maior variação anual dentro de todos os componentes.

O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, diz que os consumidores estão mais cautelosos em relação ao consumo. “O principal subindicador do índice foi a queda de intenção de consumo de bens duráveis, caindo 1,8% na variação mensal, e o consumo de perspectiva em curto prazo também caiu, com 1,2% de queda no mês. O grande fator que puxou pra baixo foi a diminuição da perspectiva sobre o emprego. As famílias estão muito cautelosas com a perspectiva futura do emprego.”

No entanto, a Perspectiva Profissional recuou 4,1% no ano, sugerindo maior cautela em relação à empregabilidade futura. Na comparação mensal, o Nível de Consumo Atual – ICF também recuou, assim como o Emprego Atual.

“A recente análise mensal destacou um fator negativo significativo: a queda de 4,2% na Perspectiva de Consumo. Essa diminuição reflete um cenário econômico desafiador, marcado pelo aumento da Selic, a taxa básica de juros do Brasil, que iniciou um novo ciclo de alta dos juros. Esse aumento das taxas de juros é uma medida adotada pelo Banco Central para conter a inflação, mas também traz uma série de implicações. Com a Selic mais alta, o custo do crédito aumenta, o que explica também a queda do Acesso ao Crédito e, além disso, pode desestimular o consumo das famílias”, destaca a CNC.

“As incertezas em relação aos ajustes que serão feitos pelo governo para se enquadrar no arcabouço fiscal também geram um clima de apreensão entre os consumidores, com a possibilidade de ajustes de gastos públicos e arrecadação”, completa.

Esses fatores impactam diretamente a expectativa de consumo. Quando os consumidores estão inseguros quanto à sua situação profissional e financeira futura, tendem a reduzir o Consumo Atual. O consumidor se torna mais seletivo nas suas compras, e as instituições financeiras fica mais seletivas em relação aos critérios de risco de seus tomadores, reduzindo o potencial de consumo.

Morre em Brasília cineasta e professor Vladimir Carvalho

O cinema nacional perde nesta quinta-feira (24) uma das suas principais referências. O cineasta e professor Vladimir Carvalho faleceu aos 89 anos, em decorrência de um infarto e problemas renais. Ainda não há informações sobre velório e sepultamento.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, decretou luto oficial de três dias. “Referência do cinema brasileiro, o professor Vladimir Carvalho dedicou sua arte para denunciar injustiças e dar voz aos desassistidos numa época de censura e de perseguição política. Contribuiu para mudar a linguagem cinematográfica brasileira, formou uma geração de aguerridos cineastas, levou e enobreceu o nome de Brasília no cenário cultural internacional”, afirmou o governador, por meio das redes sociais.

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) também se manifestou pelas redes e lembrou do legado deixado por Vladimir. “Perda irreparável. Vladimir Carvalho foi um mestre. Depois de tanto nos encantar com sua extensa obra, ele que se encantou hoje, mas seguirá eterno. Deixa grande legado na história do cinema brasileiro e um grande amor por Brasília”, ressaltou a parlamentar.

O cineasta Josias Teófilo também prestou homenagens ao cineasta: “Vladimir fez tantos documentários relevantes sobre a cultura brasileira, retratou Cícero Dias, José Lins do Rego. Ele estava no júri que premiou O Jardim das Aflições no Cine PE, o que é um dos meus maiores orgulhos. Vá em paz, amigo.”

Paraibano, Vladimir Carvalho morou em Salvador antes de de mudar-se para Brasília e conhecer Glauber Rocha. Integrou o movimento do cinema novo e foi um dos primeiro professores da Universidade de Brasília.

Entre suas principais produções estão O País de São Saruê, O Itinerário de Niemeyer, José Lins do Rego, O Evangelho Segundo Teotônio, Barra 68 e Conterrâneos Velhos de Guerra.

Em 2015, Vladimir Carvalho foi homenageado na abertura do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, no Cine Brasília. Na ocasião, ele declarou todo o amor à capital e ao cinema: “Desembarquei em Brasília em 1964, entrei por essa porta [do Cine Brasília] com meu filme, e isso resultou numa aventura de 45 anos. Vim para ficar dois meses, e já estou há 45 anos. Não dá pra ficar aqui com hipocrisia, com falsa modéstia. Digo com toda sinceridade, sem pudor, e com humildade: eu mereço, Brasília! Obrigado!”

 

 

Ministro quer parte da taxação de grandes fortunas para a defesa civil

O ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, defendeu nesta quinta-feira (24) que parte dos recursos que podem ser angariados com a taxação de grandes fortunas seja utilizado para financiar ações de proteção e defesa civil, para a redução das desigualdades da parcela mais vulnerável da população afetadas por eventos climáticos extremos.

O tema está sendo debatido no G20, que assumiu o compromisso de trabalhar pela diminuição da desigualdade. O ministro coordena o Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres do G20, cujo próximo encontro será em Belém, no final de novembro, onde a proposta deverá ser novamente discutida.

“A gente tem defendido para o Brasil, e para o mundo, que as grandes fortunas sendo taxadas, parte desses recursos vão para diminuição das desigualdades, uma vez que os que estão em situação de maior risco são as pessoas que estão morando em áreas que precisam de maior apoio e políticas públicas”, disse Waldez Góes ao programa Bom Dia, Ministro, do Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Ainda de acordo com o ministro, uma das ações que o governo está desenvolvendo é voltada para a redução de desigualdades e a oferta de microcrédito para a agricultura familiar nas regiões Norte e Centro-Oeste, operadas com recursos dos fundos constitucionais das duas regiões, o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) e o do Centro-Oeste (FCO).

Waldez Góes explicou que os fundos não ofereciam a modalidade de microcrédito para as famílias e que o governo vai operar essa política, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e a Caixa Econômica Federal. Para este ano, estão previstos R$ 300 milhões em repasses, sendo R$ 150 milhões do FCO e outros R$ 150 milhões do FNO.

O ministro lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma alteração no microcrédito. “Até então, em uma propriedade apenas o agricultor retirava o crédito. Agora, o agricultor pode retirar o crédito, mas também a esposa e o filho podem retirar também o crédito. O certo é que as famílias juntas podem ter três créditos para financiar a sua produção”, explicou. 

“Isso tem um efeito de produção, de geração e distribuição de renda, de inclusão social, de diminuição de desigualdade”, completou.

O ministro disse ainda que está previsto para o começo de novembro o início dos testes do Sistema de Alerta Precoce para as regiões Sul e Sudeste e que as salas de situação montadas por ocasião das enchentes no Rio Grande do Sul, e da estiagem e queimadas na Região Amazônica e no Pantanal seguem em funcionamento.

População pode opinar sobre plano de adaptação às mudanças climáticas

A estratégia para adaptar o país à emergência causada pelas mudanças climáticas terá a participação da população, por meio de consulta pública.

A primeira proposta desenvolvida pelos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com coautoria de outras 25 pastas, foi disponibilizada na Plataforma Brasil Participativo e receberá contribuições até o dia 13 de novembro.

A Estratégia Nacional de Adaptação prevê medidas de curto, médio e longo prazo que devem promover mudanças necessárias aos sistemas humanos, como cidades, e naturais, como florestas, garantindo o desenvolvimento sustentável e a Justiça climática. É uma parte do Plano Clima, que guiará a política pública brasileira no enfrentamento ao aquecimento global e suas consequências.

Na plataforma participativa, a estratégia é apresentada em documentos separados em sete capítulos que tratam respectivamente dos temas contexto; impactos, vulnerabilidade e adaptação; principais riscos, impactos e vulnerabilidades no Brasil; principais riscos, impactos e vulnerabilidades no mundo; princípios gerais + diretrizes, visão e objetivos; e gestão do plano.

Para contribuir, é preciso criar um perfil de usuário, com senha, e ter uma conta na plataforma gov.br. Em cada capítulo, é possível adicionar sugestões e comentários, por parágrafo.

Ao final do prazo, as contribuições serão analisadas e consideradas, em uma atualização da proposta, que será encaminhada à aprovação do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM).

O Plano Clima será composto pela Estratégia Nacional de Mitigação, que tratará das medidas para a redução das emissões de gases de efeito estufa do país, responsáveis pelo aquecimento global, que levam às mudanças climáticas. Uma nova consulta pública tratará desta parte.

As estratégias terão ainda planos setoriais, desenhados para setores socioeconômicos de forma específica, sendo sete com medidas de mitigação e outros 16 com ações de adaptação. Esses documentos também terão participação da população.

Brasil critica omissão de países com o que ocorre na Faixa de Gaza

Em discurso nesta quinta-feira (24) na cúpula do Brics, ampliada com 36 países, em Kazan, na Rússia, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, criticou a omissão de países em relação à situação da Faixa de Gaza. Ao mesmo tempo, elogiou a posição de países do Sul Global que tentam mediar o conflito no Oriente Médio.

“Foram os países do Sul Global que votaram a favor da resolução da Assembleia Geral da ONU que pede a cessação das hostilidades. Enquanto isso, o papel desempenhado por outros países tem sido, no mínimo, decepcionante, para não dizer conivente. Os que se arrogam defensores dos direitos humanos fecham os olhos diante da maior atrocidade da história recente”, afirmou o chanceler brasileiro.

O Sul Global é o termo usado para se referir aos países pobres ou emergentes que, em sua maioria, estão no Hemisfério Sul do planeta.  

Vieira afirmou que a situação de Gaza, considerada por Brasil e outros países como um genocídio contra o povo palestino, acabou com a autoridade do Conselho de Segurança da ONU e com a integridade do direito humanitário internacional.

O chefe da diplomacia brasileira acrescentou que não haverá paz sem um Estado palestino independente, solução que vem sendo rejeitada pelo governo de Israel. “A decisão sobre sua existência foi tomada há 75 anos pelas Nações Unidas. Mas a mesma ONU que criou o Estado de Israel hoje se vê de mãos atadas”, acrescentou.

Vieira ponderou que “não há justificativa para os atos terroristas como os praticados pelos Hamas”, mas acrescentou que a resposta desproporcional de Israel “tornou-se punição coletiva ao povo palestino”. 

“Já foram lançados sobre Gaza mais explosivos do que os que atingiram Dresden, Hamburgo e Londres na Segunda Guerra Mundial”, disse.

O chanceler brasileiro também destacou a importância do Brics. “Por trás dessas cinco letras, há uma realidade palpável construída ao longo de décadas de esforços por um mundo mais equânime. O Brics deve muito ao G77 e ao Movimento Não-Alinhado. Somos herdeiros dos que lutaram por uma Nova Ordem Econômica Internacional”, destacou.

Cuba

O chanceler brasileiro também fez duras críticas ao embargo econômico dos Estados Unidos contra Cuba, que já dura mais de seis décadas. Segundo Vieira, o Brasil é contrário às sanções unilaterais por princípio porque violam o direito internacional e causam danos às populações dos países afetados.

“O caso de Cuba é emblemático da irracionalidade dessas medidas, que há mais de seis décadas afetam o desenvolvimento econômico do país e, nos tempos recentes, contribuem para agravar a situação energética, alimentar e de saúde do país caribenho. Renovamos nossa solidariedade com o povo cubano e fazemos um apelo para que sejam imediatamente flexibilizadas essas medidas”, afirmou.

Ucrânia

O chefe da delegação brasileira na 16ª Cúpula do Brics ainda comentou sobre a guerra na Ucrânia destacando a iniciativa do Brasil e da China de criar o grupo Amigos da Paz para tentar resolver o conflito que também envolve a Rússia, que preside o Brics neste 2024.

“Formamos um clube da paz para fomentar o diálogo e buscar uma solução duradoura. Essa solução duradoura só virá com o respeito ao direito internacional, incluindo os propósitos e princípios consagrados na Carta da ONU, e o papel central das Nações Unidas no sistema internacional”, disse.

Reforma da ONU

Outro destaque do discurso do brasileiro na cúpula do Brics foi a necessidade de reforma das Nações Unidas, que é uma das principais demandas do bloco. O ministro Mauro Vieira afirmou que o país avalia apresentar uma convocação para revistar a carta da ONU, com base no artigo 109.

O artigo autoriza a convocação de uma Conferência Geral da ONU para rever as regras da organização desde que seja aprovada pelo voto de dois terços dos membros da Assembleia Geral e de nove membros do Conselho de Segurança. Porém, para ser ratificada, mudanças na carta da ONU precisam ser aprovadas por todos os membros permanentes do Conselho de Segurança.

Confrontos armados na zona norte do Rio deixam morto e cinco feridos

Pelo menos, uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas durante operação policial na zona norte da cidade do Rio, na manhã desta quinta-Feira (23). A ação da Polícia Militar gerou confrontos armados com criminosos da região de Cordovil, que resultaram em interdições da Avenida Brasil e na interrupção da circulação de trens e de ônibus na região.

O morto é um homem de 60 anos, atingido por um tiro na cabeça. Paulo Roberto de Souza chegou a ser encaminhado para o Hospital Municipal Moacyr do Carmo, em Duque de Caxias, mas morreu antes de ser atendido pelos médicos.

Um homem de 49 anos também foi baleado na cabeça e levado para o mesmo hospital. Segundo a prefeitura de Duque de Caxias, ele está entubado, em estado gravíssimo. No mesmo hospital, foi atendida uma mulher de 24 anos, baleada na perna. O quadro clínico dela é estável. Outras três pessoas foram encaminhadas com ferimentos para o Hospital Federal de Bonsucesso. 

De acordo com a nota divulgada pelo hospital federal, uma delas, de 48 anos, atingida na cabeça, está em estado grave e recebe assistência das equipes clínica e cirúrgica. O segundo paciente, ferido no antebraço, foi atendido e já recebeu alta. Por fim, uma terceira vítima segue internada na unidade.

Aulas suspensas

Escolas da região tiveram suas aulas suspensas devido ao tiroteio. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, 16 unidades da rede foram impactadas pelas operações policiais nas comunidades de Vigário Geral, Parada de Lucas, Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-pau. Uma escola estadual da região também foi fechada, segundo a Secretaria Estadual de Educação.

Transportes

A Supervia informou que interrompeu a circulação de trens do ramal Saracuruna entre a Penha e Duque de Caxias, no início da manhã. O ramal voltou a normalizar a operação por volta das 10h. O BRT (corredor exclusivo de ônibus articulados) Transbrasil, que atravessa Cordovil, teve também seu serviço suspenso.

A prefeitura informou que, das 7h às 10h, várias interdições intermitentes foram realizadas na avenida Brasil, principal via de ligação das zonas oeste e norte com o centro da cidade.

De acordo com o Rio Ônibus, o sindicato das empresas de ônibus da cidade, 35 linhas de coletivos urbanos foram afetadas com o fechamento da Avenida Brasil. Todas as linhas que passam pela via e que tem o centro da cidade como destino foram prejudicadas, segundo o Rio Ônibus.

O município do Rio de Janeiro entrou em estágio 2, quando há risco de ocorrências de alto impacto na cidade, devido a um evento previsto ou a partir da análise de dados provenientes de especialistas ou há ocorrências com elevado potencial de agravamento.