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Série Ouro: oito agremiações se apresentam no Rio neste sábado

O sambódromo do Rio de Janeiro será palco na noites deste sábado (10) dos desfiles de oito escolas de samba, fechando assim as apresentações da Série Ouro. A agremiação vencedora conquista o direito de se apresentar no próximo ano no Grupo Especial, a elite do carnaval carioca.

Irão se apresentar nessa ordem: Sereno de Campo Grande, Em Cima da Hora, Arranco do Engenho de Dentro, União da Ilha do Governador, Unidos de Padre Miguel, São Clemente, Unidos de Bangu e Império Serrano. Os enredos irão transitar por temas variados que envolvem tradições nordestinas, personalidades da cultura e da saúde, mensagens contra o racismo e práticas religiosas. Os desfiles se iniciam às 21h.

Na noite de sexta-feira (9), outras oito escolas percorreram a Marquês de Sapucaí: União do Parque Acari, Império da Tijuca, Acadêmicos de Vigário Geral, Inocentes de Belford Roxo, Estácio de Sá, União de Maricá, Acadêmicos de Niterói e Unidos da Ponte. A plateia acompanhou uma diversidade de enredos, que explorou temas como manifestações culturais regionais, cultos a ancestralidades e homenagens a trabalhadores informais.

Em geral, as agremiações da Série Ouro possuem menos recursos que as do Grupo Especial para levar seus enredos ao sambódromo. No primeiro dia de desfiles, foram registrados alguns contratempos com atrasos na chegada de fantasias, dificuldades com carros alegóricos e até um princípio de incêndio em um deles, durante a apresentação do Império da Tijuca.

Entre as 16 agremiações da Série Ouro, muitas delas já estiveram na elite do carnaval carioca e duas chegaram inclusive a se sagrar campeãs. A escola Estácio de Sá faturou o título em 1992 com o enredo Pauliceia Desvairada. Já o Império Serrano já foi coroado nove vezes, tendo sido uma das agremiações mais vitoriosas nas décadas de 1940 e de 1950. Seu último título foi em 1982, há mais de quarenta anos, com o enredo Bum Bum Paticumbum Prugurundum.

Moraes concede liberdade provisória a Valdemar Costa Neto

Após dois dias preso, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, teve a liberdade provisória concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Costa Neto deixará a sede da Polícia Federal, em Brasília, mas deverá cumprir uma série de medidas cautelares sob a pena de voltar para a prisão.

Moraes liberou Costa Neto após a Procuradoria-Geral da República (PGR) emitir parecer pela soltura. A PGR ressaltou a idade de Valdemar, de 74 anos, e a ausência de grave ameaça ou violência para conceder a liberdade.

Na noite de sexta-feira (9), o ministro tinha convertido em preventiva – sem prazo para acabar – a prisão do presidente nacional do PL, mas tinha pedido manifestação da PGR.

Os demais colaboradores do ex-presidente Jair Bolsonaro tiveram a prisão mantida. Continuam com prisão preventiva decretada o ex-assessor especial de Bolsonaro Filipe Martins Garcia; o coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, também ex-assessor especial; e o major Rafael Martins de Oliveira.

Operação

Alvo de mandado de busca e apreensão da Operação Tempus Veritatis (A Hora da Verdade), Costa Neto foi preso em flagrante na manhã de quinta-feira (8) porque a Polícia Federal (PF) encontrou uma arma sem licença de uso. Horas mais tarde, a PF informou ter encontrado uma pepita de ouro de origem não comprovada com o político. O crime de usurpação mineral é inafiançável.

A defesa de Costa Neto informou que a pepita era de baixo valor e que a posse não configuraria um delito. Em relação à arma, os advogados afirmaram que ela pertenceria a um parente e estaria registrada.

O advogado Fabio Wajngarten, que representa a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, escreveu sobre a decisão nas redes sociais. “O presidente [nacional do PL] Valdemar acaba de ser solto decorrente de decisão do Ministro Alexandre de Moraes. Teve concedida a sua liberdade provisória”, postou Wajngarten na rede social X (antigo Twitter).

A Operação Tempus Veritatis investiga uma organização criminosa que teria atuado na tentativa de golpe de Estado.

Bloco da Terreirada reúne no Rio famílias e foliões criativos

O verde da Quinta da Boa Vista ganhou a companhia de novas cores em um carnaval para todas as faixas etárias. Assim como acontece todos os sábados, o parque localizado na zona norte do Rio de Janeiro foi o destino escolhido para o passeio de diversas famílias. Mas não é um fim de semana comum: crianças, pais e avós caíram na folia com o Bloco da Terreirada.

Junto a eles, jovens com fantasias coloridas formavam uma aglomeração para acompanhar o encontro entre ritmos nordestinos e a tradição do carnaval carioca. A apresentação do Bloco da Terreirada é repleta de signos e referências da cultura popular, em especial o Reisado de Congo do Cariri.

O reencontro de Isaque com sua mãe, após um pequeno susto, comprovava a atmosfera acolhedora. Após o sumiço da criança em meio aos presentes, líderes do bloco pediram que todos se assentassem. A mobilização permitiu que ela fosse rapidamente localizada, sob aplausos coletivos.

Fantasia de Vincent Van Gogh fez sucesso na Quinta da Boa Vista. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil 

A criatividade das fantasias facilitava as brincadeiras entre desconhecidos. Um Vincent Van Gogh não cansava de tirar fotos com foliões que o abordavam sucessivamente. Vestindo uma das fantasias mais criativas, a diretora de arte visual Beatriz Moisés destacou que a atmosfera também é influenciada pelo conforto do espaço. Com uma grande nuvem na cabeça, ela teria dificuldades de se locomover em outros blocos que transitam por vias apertadas.

“Fiz bem de última hora. Estava trabalhando na montagem de um cenário e aproveitei materiais que estavam sobrando. Usei uma lanterna japonesa para montar a base de cabeça e acrilon por fora. E fiz essa chuvinha com pedrinhas. Primeiro surgiu a ideia de fazer a fantasia. Depois eu pensei em um bloco que onde eu pudesse ir com ela. Um que coubesse ela. E como eu amo o Terreirada, foi a escolha certa. Não sei dizer o porquê, mas eu amo o Terreirada. Eu venho todo ano sim, acho lindo”, explicou.

Outros dois foliões também viram no Terreirada Cearense o bloco ideal para exibiram suas fantasias originais. “A ideia era fazer algo que ligado às crianças, ligado à paz. Então a gente quis juntar bonecos, fitas, emojis. Uma mistura justamente para colocar a criança para fora nesse carnaval. Quando a gente terminou o figurino, a gente falou: ‘é a cara de uma terreirada’. A gente vai se divertir bastante”, disse o agente de viagem, Leonardo Silva.

O bloco surgiu em 2012 e, desde 2015, tem a configuração de banda, percussão e perna de pau. Anualmente, há duas grandes apresentações: uma celebração de carnaval e um arraial em junho, também na Quinta da Boa Vista. Ensaios e outros eventos menores também são realizados sem data fixa.

 Foliões na apresentação de carnaval do bloco da Terreirada Cearense, na Quinta da Boa Vista. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Segundo explicou à Agência Brasil a produtora-executiva do bloco, Juliana Costa, a banda é composta por Deya Motta, Natascha Falcão, Thalita Duarte, Vitoria Rodrigues, Beto Lemos, Gabe Pontes e Eduardo Karranka. O desfile mobilizou ainda 200 componentes, divididos igualmente entre a Ala da Percussão e a Ala dos Pernaltas.

Entre os participantes, estão alunos de oficinas de percussão e de perna de pau realizadas pelo bloco. “A gente tem parceria com dois projetos. Um é a Liga do Bem. O outro é o Ser Criança Perna de Pau, que levam as crianças para a apresentação”, informou Juliana. Cerca de 15 crianças participam da oficina, entre 8 e 14 anos de idade, além de alguns pais e mães.

A Ala de Percussão está sob responsabilidade pela maestrina Thais Bezerra, que também assina a direção musical dos enredos e apresentações do bloco. Ela comanda uma oficina dois dias por semana. Nas aulas, ela trabalha a música como ferramenta do brinquedo popular, explorando os folguedos e a diversidade rítmica da cultura brasileira. São usados instrumentos variados como zabumba, alfaia, Caixa, xequerê, ganzá, triângulo e agogô.

Já a Ala Pernalta se desdobra da oficina de perna de pau que, desde 2014, estrutura a linguagem performática das apresentações. As aulas são comandadas pela atriz, educadora e artista multilinguagem Raquel Potí, também responsável pela direção artística e cênica do bloco. A oficina acontece nos jardins do Museu de Arte Moderna (MAM), na zona sul do Rio de Janeiro, aos sábados. Conforme divulga o bloco, as aulas proporcionam aos alunos a oportunidade de “ver a si e o mundo a partir de um novo ponto de vista, potencializar potências, fortalecer comunidades, promover o desenvolvimento pessoal e coletivo, brincar e fazer arte”.

 Apresentação de carnaval do bloco da Terreirada Cearense, na Quinta da Boa Vista. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Bebida mineira

A bebida que se tornou febre no carnaval de Belo Horizonte nos últimos anos também marcou presença na Quinta da Boa Vista. Fabiano de Gonçalves Medeiros apostou na venda do xeque mate para buscar uma renda extra em meio à folia. “Está pegando bem, está fazendo sucesso aqui. Tem uma curiosidade por causa dos ingredientes. E culturalmente o mate é muito presente no Rio. As pessoas tomam na praia, nas lanchonetes”, disse.

Goiano, Fabiano é geólogo e está realizando sua pós-graduação no Rio de Janeiro. Uma das matérias do curso foi concluída em intercâmbio na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. “Todo mundo lá é apaixonado por essa bebida. Eu fiquei lá um mês. Está fazendo um sucesso merecido. Mas é uma bebida que tem que ter cuidado. Porque o mate com guaraná e limão mascara o gosto do rum. Então você está tomando uma bebida refrescante, mas que tem mais de 8% de álcool. Na terceira ou quarta, já pode ficar balançado”, conta.

Tradicional Galinho de Brasília está de volta à Asa Sul

De volta ao início da Via L2, na Asa Sul, em Brasília, local onde sempre desfilou, o Galinho de Brasília retomou a tradição de 32 anos de existência. O bloco, que teve dificuldades em ganhar as ruas nos últimos cinco anos, voltou com dois trios elétricos e muitos foliões saudosos.

A gaúcha Nara Albernazi, que vive em Brasília há 59 anos, é frequentadora do Galinho desde quando o bloco saiu pela primeira vez. Como lembrança, a jornalista de 65 anos desfila todos os anos com um guarda-chuva de frevo que comprou na primeira participação no bloco. “Ele já foi para Recife e é um patrimônio do meu carnaval”.

Nara Albernazi desfila no Galinho desde a primeira vez que o bloco saiu às ruas de Brasília- Valter Campanato/Agência Brasil

O casal brasiliense Raquel de Queiroz e Ricardo Amoras já brincava no Galinho há muitos anos. Principalmente ele, que cresceu na quadra 202 Sul e costumava ir a pé brincar no Galinho.

“Pra mim é um dos blocos mais tradicionais de Brasília e quando parou de sair fiquei triste. Esse ano, quando soube que voltaria quis trazer minha filha, que tem 1 aninho e três meses para brincar também”, conta.

Raquel de Queiroz e Ricardo Amoras são foliões do Galinho de outros carnavais. – Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente do bloco, Romildo de Carvalho Júnior, diz que não tinha expectativa que viesse tanta gente depois das dificuldades enfrentadas, mas o público o surpreendeu positivamente. “A gente sente uma grande felicidade em trazer essa riqueza cultural de Recife e incorporar à cultura brasiliense e à cultura brasileira no nosso carnaval. Essa é a nossa principal meta”, destaca.

Frevo

Fundado em 1992, o Galinho de Brasília é um dos guardiões da tradição dos blocos de rua na capital federal. Desfila sempre ao som do frevo, nos moldes do bloco Galo da Madrugada, que serviu de inspiração.

A diretora do bloco, Miriam Basiel, relembra que quando surgiu, o bloco, inclusive, era chamado Galinho da Madrugada, em homenagem ao grupo pernambucano. “Todos os anos nós íamos a Recife para brincar o carnaval, como bons pernambucanos que somos, mas naquele ano houve o confisco das poupanças e nós tivemos que ficar em Brasília, então resolvemos colocar um bloco na rua”, relembra.

A agremiação nunca havia passado tanto tempo longe das ruas e dos brincantes como nos últimos anos, quando, por dois anos não houve carnaval, por causa da pandemia de covid-19 e, depois disso, em 2023, a agremiação foi impedida de participar da folia por decisão judicial.

Informado às vésperas do sábado que tradicionalmente desfila, o grupo publicou nas redes sociais uma nota na qual criticava a decisão das autoridades culturais e a pressão exercida por “uma minoria”. “Na contramão da cultura brasileira, estamos sentindo-nos desprestigiado, aliás, discriminados”, informava a publicação.

Nos dois anos anteriores à pandemia, o bloco já enfrentava problemas com alguns moradores da região onde desfila, então em 2019 não saiu e em 2020 desfilou fora do seu local tradicional, perto do estádio Mané Garrincha. “Foram quase cinco anos que praticamente não fizemos carnaval. É uma alegria muito grande poder voltar”, destaca Romildo.

Galinho de Brasília volta ao carnaval brasiliense – Valter Campanato/Agência Brasil

Pintinho

Em janeiro deste ano, uma nova publicação informava o retorno do bloco às ruas, neste carnaval “O galo cantou, anunciando o retorno do bloco mais querido de Brasília”. E, mesmo sem se deslocar pelas quadras da Asa Sul, permanecendo em um pequeno trecho do Setor de Autarquias, a volta foi em grande estilo. Desde cedo, os pequenos foliões acordaram com o Galo e festejaram o frevo na versão infantil do bloco tradicional, o Pintinho de Brasília.

O tempo nublado não espantou a bancária Nilsana Rocha e a pequena Maria, de 2 anos. Residente em Vitória da Conquista, na Bahia, esse é o segundo Carnaval que ela passa em Brasília com a família. “Estamos adorando. Bloquinho de rua, organizado, sem violência”, disse Nilsana, contando que já passou muitos carnavais nas ruas de Recife.

Galinho volta às ruas de Brasília – Valter Campanato/Agência Brasil

A professora Rayssa Aguiar também levou o filho Hércules Rudá, de 3 anos. É a primeira vez que vai ao Pintinho e lamentou a proibição de deslocamento do bloco, que tradicionalmente percorria parte do setor bancário da cidade e algumas quadras comerciais da Asa Sul. Neste Carnaval, ele está concentrado no setor bancário.

“O grande pesar é a proibição de sair andando”, disse, elogiando a estrutura montada para os foliões. “Pra criança é ideal”, acrescentou.

Em ritmo de folia, Flamengo derrota Volta Redonda no Maracanã

Contando com o faro de gol do lateral Ayrton Lucas e dos atacantes Gabriel Barbosa e Pedro, o Flamengo derrotou o Volta Redonda por 3 a 0, na tarde deste sábado de Carnaval (10) no estádio do Maracanã. Com a vitória na partida transmitida pela Rádio Nacional, o Rubro-Negro chegou ao total de 15 pontos, assumindo a vice-liderança da classificação da Taça Guanabara do Campeonato Carioca, que tem o Fluminense (com 17 pontos) na ponta da classificação.

FIM DE JOGO NO MARACA! O Mengão vence o Volta Redonda, pelo Carioca, por 3 a 0 com gols de Gabigol, Pedro e Ayrton Lucas! #CRF #VamosFlamengo pic.twitter.com/wFNfnxYJyV

— Flamengo (@Flamengo) February 10, 2024

Mesmo com uma equipe alternativa, na qual Gabriel Barbosa e Bruno Henrique ganharam uma oportunidade no ataque ao lado de Luiz Araújo, e Victor Hugo e Allan compuseram o meio-campo com De La Cruz, o Flamengo foi superior e abriu o placar logo aos 8 minutos, quando Luiz Araújo avançou pela direita e cruzou de três dedos para Gabriel Barbosa, que não perdoou.

A equipe da Gávea continuou dominando na etapa final, na qual ampliou aos 39 minutos com o atacante Pedro em cobrança de pênalti. Oito minutos depois o uruguaio Arrascaeta lançou o lateral Ayrton Lucas em profundidade, que bateu cruzado para superar o goleiro Paulo Henrique.

Brasileira e 3 filhos que deixaram Faixa de Gaza chegam hoje ao Brasil

Os quatro palestinos-brasileiros que conseguiram autorização para deixar a Faixa de Gaza na última quarta (7) estão hospedados no Cairo, capital do Egito. Uma mulher e seus três filhos devem chegar ao Brasil na noite deste sábado (10), com desembarque no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Segundo informou o Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Palestina, a mulher, cuja identidade não foi informada, e os filhos de quatro e dois anos não podiam sair porque ela estava grávida. Depois que a criança nasceu, no último dia 24 de dezembro, a autorização de deixar a região que está em conflito com Israel pôde ser emitida.

A família foi recebida pela equipe da embaixada brasileira na capital egípcia, logo após cruzar a fronteira de Rafah, no sul de Gaza, com o país africano. Rafah é o ponto de maior segurança em Gaza.

Operação

Da localidade, a família seguiu uma viagem de cerca de seis horas e permaneceu em hotel custeado com recursos do governo brasileiro. A liberação das verbas e viabilização da ajuda foram possíveis graças a uma etapa nova da Operação Voltando em Paz, que resgatou e auxiliou 1.560 pessoas, desde outubro de 2023,  entre brasileiros e parentes que estavam em Israel, em Gaza e na região da Cisjordânia. A operação é voltada a brasileiros sem passagens, não residentes, gestantes, idosos, mulheres e crianças. Também foram transportados 53 animais domésticos.

Antes de cruzarem a fronteira, os quatro estavam alojados em Rafah em uma casa alugada pela representação brasileira em Ramala, na Palestina, com garantia de recursos para alimentos, água e remédios, recebendo assistência até cruzar a fronteira.

Essa é a quarta operação de repatriação específica com brasileiros que estavam no lado palestino do conflito, um processo que exige articulação mais complexa. Isso porque a única fronteira para a saída de civis da zona de guerra em Gaza é no sul do enclave, em Rafah, na divisa com o Egito. Para deixar o território palestino, é preciso ter o nome em uma lista aprovada por autoridades de Israel, do Egito e da Palestina. A todo, foram resgatados 149 brasileiros e parentes próximos, 117 de Gaza, já contabilizada a família de agora, e 32 da Cisjordânia.

Brasil chega a 62 mortes e 408 mil casos prováveis de dengue

O número de casos prováveis de dengue no Brasil em 2024 chegou a 408 mil, segundo atualização de sexta-feira (9) no Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde. Já o número de vítimas confirmadas da doença atingiu 62, enquanto outras 279 mortes suspeitas estão sendo investigadas.  

A média nacional aponta 201 casos de dengue por 100 mil habitantes. Mas, em alguns estados, esse coeficiente é bem maior. O Distrito Federal, por exemplo, registra mais de 1.700 casos por 100 mil habitantes. Na sequência proporcional de casos, aparecem Minas Gerais, Acre, Paraná e Goiás. 

Em número absoluto, Minas Gerais lidera, com mais de 143 mil pessoas registradas com dengue, seguido por São Paulo, Distrito Federal e Paraná. Na outra ponta, com menos casos registrados, aparecem dois estados do Nordeste: Piauí e Paraíba. As mulheres são as mais afetadas, com 55% dos registros, contra 45% dos homens.

O número de mortes, 62, praticamente não aumentou comparando as primeiras cinco semanas deste ano, com o mesmo período do ano passado, quando a dengue matou 61 pessoas. Já o número de casos graves mais do que triplicou. Nas cinco semanas deste ano, foram quase 4.600 casos, contra 1.355 registros, no mesmo período, em 2023.

Comunidade da UnB se mobiliza para recuperar prejuízos do alagamento

A reitoria da Universidade de Brasília (UnB) informou, neste sábado (10), que a comunidade acadêmica se mobilizou para recuperar materiais e equipamentos que foram comprometidos com o alagamento que atingiu o campus na noite desta sexta-feira (9). O Instituto de Física (IF) foi a unidade mais prejudicada, com danos significativos em equipamentos, documentos, livros e mobiliário.

“O diretor do IF, Olavo Filho, juntamente com a comunidade de docentes, técnicas, técnicos e estudantes, se mobilizaram prontamente para tentar recuperar o máximo possível”, informou a UnB. Ainda na noite de ontem, a reitora Márcia Abrahão e o vice-reitor, Enrique Huelva, estiveram no campus Darcy Ribeiro para avaliar os impactos.

Uma forte chuva caiu no Distrito Federal na noite de ontem e causou grandes alagamentos em diversos pontos. Na Asa Norte, onde fica a UnB, pistas ficaram totalmente submersas.

“As já conhecidas deficiências no sistema de drenagem de águas da Asa Norte, somadas à topografia da região, propiciaram o alagamento de parte do subsolo da parte central do Instituto de Ciências Central (ICC Centro) e do auditório do departamento de Engenharia Florestal”, diz a nota da reitoria da UnB.

De acordo com o órgão, em resposta a evento similar ocorrido em 2019, a universidade executou obras de contenção abrangendo todas as unidades situadas no subsolo do ICC, edificação com mais de 50 anos.

São Vicente cancela carnaval de rua por falta de segurança

A prefeitura de São Vicente, na Baixada Santista, cancelou o Carnaval de rua na cidade em razão da falta de segurança. A Portaria 2 de 2024, publicada em edição extra do Boletim Oficial do Município na noite desta sexta-feira (9), é assinada pelo secretário de Turismo da cidade, Paulo Bonavides, e pelo secretário executivo, Mário Santana Neto.

“Considerando a preservação e integridade dos foliões e organizadores de blocos e bandas carnavalescas; Considerando os últimos acontecimentos envolvendo a segurança pública no Município de São Vicente e na região da Baixada Santista; (…) Resolve: Adiar a realização dos eventos carnavalescos das bandas e blocos de rua na Cidade de São Vicente. Registre-se e cumpra-se”, diz o texto da portaria. 

A região da Baixada Santista é alvo de uma nova fase da Operação Escudo da polícia de São Paulo, lançada como reação à morte do policial militar da Rota Samuel Wesley Cosmo, em Santos, no último dia 2. A operação já resultou, até ontem (9), em 14 civis mortos. 

Nesta sexta-feira (9), um policial militar atirou duas vezes à queima-roupa em um homem desarmado no bairro Bitaru, na cidade de São Vicente, na Baixada Santista. A ação do policial foi gravada por moradores locais. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que abriu uma investigação para apurar o caso. A pasta destacou que a ação não tem relação com a Operação Escudo.

Direitos Humanos

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, publicou hoje (10) nas redes sociais uma nota manifestando preocupação em relação à atuação da polícia na Baixada Santista. “O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) vem a público externar a preocupação do governo federal diante dos relatos recebidos pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos de que graves violações de direitos humanos têm ocorrido durante a chamada Operação Escudo”, diz o texto.

SP: carnaval na rua como ativo cultural foi chave para festa explodir

O Carnaval de rua de São Paulo tem crescido exponencialmente nos últimos anos. A festa popular, que contava com menos de 50 blocos em 2013, passou a ter mais de 500 cordões cadastrados em 2024 e deverá atrair 15 milhões de pessoas, segundo a prefeitura. 

Segundo o pesquisador Guilherme Varella, o aumento excepcional dos foliões nas ruas paulistanas passou a ocorrer quando a festa foi desburocratizada e vista, pela administração municipal, como um ativo cultural da cidade. “O carnaval de rua é a forma mais radical de ocupação cultural da cidade”, destaca Varella que é professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA). 

O pesquisador foi um dos responsáveis, na gestão de Fernando Haddad na prefeitura de São Paulo (2013 a 2016), pela implantação da política municipal que deu vazão à demanda reprimida dos foliões de ocuparem as ruas da capital paulista. 

“[Antes de 2013] os blocos eram criminalizados, entre aspas, não penalmente, porque não existia uma lei que fizesse isso, mas empiricamente, no cotidiano da gestão. O bloco queria sair, a prefeitura falava: claro, você pode sair, só que para isso você tem que me dar essa autorização, aquele certificado, aquela licença, pedir a autorização do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar, um sem número de documentos que, na prática, impedia que um bloco saísse”, conta Varella, que é autor do livro Direito à Folia – O Direito ao Carnaval e a Política Pública do Carnaval de Rua na Cidade de São Paulo.

De acordo com o pesquisador, nessa época, só conseguiam ir para a rua os blocos que tinham apelo comercial ou apoio financeiro. Os demais cordões tinham duas opções: ou deixavam de sair, ou saíam “irregularmente”, e eram objeto de ação policial.

“Na década de 90, 2000, São Paulo foi muito marcado por uma característica política dos governos locais, que era a de entender a cidade como algo que deveria ser muito normatizado. A cidade como atenção à propriedade privada, a cidade com um recrudescimento policial, porque havia a ideia de segurança pública como esvaziamento da cidade, não como ocupação”.

Varella frisa que o carnaval de rua, como manifestação cultural da cidade de São Paulo, sempre existiu historicamente, desde o início do século XX. No entanto, o poder público ora negligenciava a festa, ora coibia. “Reprimia quando via que essa coisa estava tomando um tamanho que era considerável, que era relevante para a cidade, que de alguma maneira interferia no cotidiano da cidade”.

Segundo o pesquisador, os primeiros cordões carnavalescos da cidade começaram a ganhar espaço na cidade, principalmente nas várias regiões em que havia a tradição do samba, como na Barra Funda, no Glicério e no Bixiga.

“A cada vez que eles cresciam e também ocupavam a cidade, eles sofriam uma tentativa de controle por parte do poder público. Passavam a ser confinados, ordenados, regrados, institucionalizados, e foi quando eles passaram a se converter em escolas de samba, na década de 40, na década de 50”, conta.

Ressurgimento dos blocos

De acordo com Varella, em 2013, algumas dezenas de blocos carnavalescos criaram o Manifesto Carnavalista, com a reivindicação de direito à folia e de tomar o espaço público. A demanda, segundo ele, encontrou acolhimento em uma nova visão de cidade da gestão de Haddad que, segundo o pesquisador, era baseada na ocupação pública, na abertura dos espaços.

“Tem um fenômeno que é conjuntural também, que é o crescimento da pauta, em todas as grandes cidades do mundo, do direito à cidade. E o carnaval de rua vira propriamente uma pauta de direito à cidade. E essa reivindicação encontra eco na própria agenda política institucional da prefeitura, naquele momento”.

Segundo o pesquisador, outras políticas, nesse mesmo sentido – de dar resposta às demandas da população de mais acesso à cidade – foram implementadas no mesmo período, como a abertura da Avenida Paulista aos pedestres, a instalação de internet em praças públicas, e os coletivos de ocupação noturna da cidade. 

“Esse encontro faz com que a reivindicação do movimento carnavalesco seja atendida como política pública. E se cria propriamente uma política pública para o carnaval de rua de São Paulo”. A nova política, segundo Varella, foi baseada em dois pilares: o carnaval de rua passou a ser visto, pela prefeitura, como um ativo cultural da cidade, um ativo da sua diversidade; e a administração municipal desburocratizou o processo: para saírem, os blocos precisavam basicamente avisar a prefeitura. 

“Essa mudança de chave fez com que o carnaval crescesse exponencialmente. Abriram-se as comportas que estavam represadas. São Paulo tinha um desejo de fazer carnaval que era reprimido. Criou-se um conjunto de fatores que permitiram que os blocos saíssem, no seu protagonismo, com seu conteúdo, sem que a administração interferisse nesse conteúdo”.