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Intervenção chama atenção para potencialidade do Rio Paraopeba

No Rio Paraopeba, em Brumadinho (MG), varas de bambu com panos coloridos preenchem uma das margens e a ponte que passa por cima das águas. Imagens retratam crianças se divertindo, pássaros voando e brincando, peixes que resistem nas águas turvas e elementos da vegetação característica da região.

É a intervenção artística As histórias que o rio conta, feita por um coletivo de mulheres que chama atenção para as potencialidades do rio, destacando cenas do cotidiano e a biodiversidade ali presente.

Em 2019, uma barragem da mineradora Vale se rompeu liberando uma avalanche de rejeitos, que causou a morte de 270 pessoas e gerou diversos impactos na Bacia do Rio Paraopeba.

Às margens do Rio Paraopeba, em Brumadinho, coletivo de mulheres realizou intervenção artística As histórias que o rio conta – Foto Mel Fayad/Divulgação

“O que a gente é levado a acreditar é que a vida não existe, que os peixes estão mortos, que a água está contaminada. O convite é de estender e alongar o olhar para além da ponte, das margens, e passar um tempo ali, para observar o que existe de vida ali e o tanto que ela é bonita”, explia o coletivo.

As artistas preferem não ser nomeadas, mas identificadas como um movimento que promove um ativismo delicado e sensível, atento a tornar o invisível visível.

A intervenção busca trazer memórias de um rio que se lembra de ser vivo, além de denunciar a tragédia e chamar atenção para o cuidado com o meio ambiente, em uma região em que a mineração ainda é muito presente. Os que passam por ali são convidados a refletir sobre a relação dos seres humanos com a natureza.

A intervenção foi instalada na madrugada deste domingo (17), no dia em que a cidade de Brumadinho completa 85 anos.

Intervenção artística As histórias que o rio conta, às margens do Rio Paraopeba – Foto Mel Fayad/Divulgação

“Existe uma coisa muito forte que tem a ver com a mineração que ainda existe e é muito presente. [A intervenção] fica como esse chamado do rio, do olhar para a natureza que está viva e está pulsando”, diz o coletivo.

As obras são todas feitas a partir de materiais recicláveis e outros materiais como ripas para as molduras das gravuras e chapas de MDF.

Flamengo supera Botafogo e fatura primeira edição da Copinha Feminina

A taça da primeira edição da Copa São Paulo de Futebol Júnior Feminina é do Flamengo. Neste domingo (17), o Rubro-Negro derrotou o Botafogo por 2 a 0 no Estádio do Canindé, em São Paulo, pela final da competição sub-20.

O clássico foi realizado sol sol eslcadante na capital paulista. O Botafogo iniciou melhor e chegou a ter dois gols, ambos com participação da zagueira Raiani, anulados por impedimento. As Gloriosas, no entanto, perderam a lateral Kemilly, expulsa, logo aos 11 minutos, tendo que atuar o restante da partida com uma jogadora a menos.

O Flamengo, aos poucos, passou a dominar as ações, consolidando a superioridade no segundo tempo. Aos 13 minutos, na sequência de uma cobrança de escanteio, Mariana desviou a bola na pequena área e mandou para as redes. O gol do título saiu nos acréscimos, novamente após um tiro de canto. Depois do cruzamento, a também atacante Pimenta, de cabeça, fechou o placar no Canindé.

A conquista coroa uma campanha invicta do Flamengo. As cariocas jogaram a primeira fase no próprio Canindé e ficaram na ponta do Grupo A, com sete pontos (duas vitórias e um empate), à frente de Santos, Grêmio e Botafogo-PB. Na semifinal, disputada no Estádio da Rua Javari, as rubro-negras derrotaram o São Paulo nos pênaltis, após empate por 3 a 3 no tempo normal. Foram 11 gols marcados e sete sofridos.

A primeira Copinha Feminina reuniu 16 clubes de sete estados e do Distrito Federal. Os times foram divididos em quatro chaves, sediadas em diferentes estádios da capital paulista: Canindé, Rua Javari, Nicolau Alayon e Ibrachina Arena. A atacante Mileninha, do Internacional, terminou a competição como artilheira, com seis gols.

 

Entenda as possíveis consequências do pacote econômico de Milei

O pacote econômico anunciado pelo governo do presidente Javier Milei, na Argentina, deve causar impactos expressivos e imediatos na maioria da população do país. Para entender as possíveis consequências dessas medidas, a Agência Brasil entrevistou dois professores de economia de diferentes correntes de pensamento.

Para o economista André Roncaglia, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), as medidas anunciadas devem cobrar um alto custo da maioria da população do país em uma verdadeira “terapia de choque”, que abre a possibilidade de convulsões sociais.

“Vão tentar fazer uma terapia de choque na sociedade argentina, baseados num diagnóstico equivocado do ponto de vista teórico, porque está tomando o efeito como causa. O déficit fiscal é mais efeito do processo inflacionário do que causa e a terapia que eles estão propondo tem o risco de causar uma severa recessão na economia”, alerta.

Analise diferente faz o professor de economia da Universidade Federal de Minas Gerais Mauro Sayar, para quem o déficit público deve ser combatido com medidas duras. Ele pondera que os efeitos negativos devem ser amenizados pelo aumento dos benefícios sociais anunciados pelo governo.

“Medidas que aparentemente são boas, que a gente fala que são populistas e que vêm sendo implementados na Argentina por vários governos, durante vários anos, mostraram-se equivocadas. Querer que coisas similares sejam colocadas em prática é desejar que a Argentina continue ruim. Infelizmente, tem horas que medidas mais duras devem ser tomadas”, avalia.

Economista Mauro Sayar – Foto: Frame/TV UFMG

As análises divergentes podem ser explicadas porque, enquanto o professor Roncaglia é identificado com o campo heterodoxo e desenvolvimentista da economia, o Sayar é identificado com um campo liberal. São correntes de pensamento que, na maioria das vezes, divergem quanto as causas e as consequências dos eventos econômicos.

Medidas

O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, defende que a origem de todos os problemas econômicos do país é o déficit fiscal do Estado, que gasta mais do que consegue arrecadar. “Essa é a razão dos nossos problemas. Por isso, agora, o que vamos fazer é o oposto o que sempre foi feito, solucionar esse problema pela raiz”, disse Caputo, que foi secretário de Finanças durante o governo de Maurício Macri (2015-2019).

Para reduzir o déficit fiscal primário, previsto para ser de menos de 3% do PIB (soma de todos os bens e serviços produzidos no país) em 2024, o governo anunciou a redução dos subsídios ao transporte e à energia; a desvalorização da moeda em 50% (de 400 pesos para 800 pesos o valor do dólar oficial); a redução de 18 para nove ministérios e de 106 para 54 secretarias; o cancelamento das obras públicas já licitadas e não iniciadas, além de prometer não iniciar novas obras públicas; a taxação da importação e exportação, acabando com as licenças para importar; além de não renovar os contratos dos trabalhadores com menos de 1 ano de serviço no Estado.

Ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, durante anúncio de medidas econômicas do novo governo – Foto: Frame/Ministério de Economia/AR

A promessa é que essas medidas possam combater a inflação na Argentina, que fechou novembro em 160%, considerando o acumulado dos últimos 12 meses.

O ministro da Economia reconhece que as medidas vão piorar a situação, no início, mas prometeu que, após o choque inicial, a economia deve melhorar. “Vamos estar durante uns meses pior que antes, particularmente em termos de inflação”, admitiu. Para amenizar os efeitos negativos da medida, o governo duplicou o valor do benefício assistencial e aumentou o cartão alimentação em 50%.

Prejudica a maioria

O professor Roncaglia explica que as medidas devem aumentar a inflação, prejudicando a maioria da população.

“As medidas geram uma pressão inflacionária hoje, o que deprime os salários de maneira muito profunda, gera dificuldade para os exportadores, porque está tributando exportações e tributando importações e não gera incentivo ao investimento. Então, a combinação desses elementos sobrecarrega as massas populares no que diz respeito a suportar o custo da estabilização, ou seja, os trabalhadores, pensionistas e funcionários públicos”, afirmou.

Por outro lado, acredita que a população mais rica não deve sentir o mesmo efeito. “A camada mais rica da população que tem dólar expatriado, que está fora do país, não vai sofrer nada”, completou.

O economista disse ainda que não há certeza de que a retomada econômica ocorra após a terapia de choque. “É algo que não tem absolutamente nenhuma certeza, nenhuma segurança, porque eles não estão atacando a causa do problema e a causa do problema inflacionário é a falta de dólares”, ponderou.

Economista André Roncáglia – Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Para Roncaglia, as medidas anunciadas terão dificuldades em atrair dólares, o que pode vir a ocorrer por meio de novos empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI). “A questão que fica é, o que o FMI está disposto a emprestar para a Argentina? É suficiente para estabilizar a economia?”, questiona.

Déficit alimenta a inflação

O economista Mauro Sayar, em contraponto, acha que a população mais pobre já está sofrendo com a inflação, e acredita que a forma de combatê-la é equilibrando as contas públicas.

“[Com o ajuste fiscal] o governo passa a ter mais crédito, coisa que o governo argentino não tem. Ninguém está disposto a financiar um governo em que você compra um título do governo que esse título não vai valer nada porque vai ser corroído pela inflação”, destacou.

Sayar também defende o corte nos subsídios que, na sua visão, beneficia parcela mais rica da população, como no caso dos subsídios aos combustíveis. “Não se deve ficar dando subsídios para tornar os preços de produtos artificialmente mais baratos. Vamos ver quais são os verdadeiros preços. Os preços devem refletir os custos das mercadorias”, explica.

As medidas do Milei também foram elogiadas pelo FMI. As medidas podem ajudar a “estabilizar a economia e estabelecer as bases para um crescimento mais sustentável e liderado pelo setor privado”, segundo Julie Kozarck, diretor de Comunicações do FMI.

Por outro lado, movimentos sociais e sindicais argentinos prometem protestos contra o pacote de austeridade fiscal. Contra os protestos, o governo prometeu usar as Forças Armadas caso as manifestações prejudiquem a circulação de pessoas e mercadorias.

Fifa confirma novo Mundial de Clubes entre junho e julho de 2025

O Conselho da Federação Internacional de Futebol (Fifa) se reuniu neste domingo (17), em Jeddah, na Arábia Saudita, e definiu os detalhes do novo Mundial de Clubes da entidade, que terá a edição inicial em 2025. O torneio, que reunirá 32 equipes, será disputado nos Estados Unidos entre 15 de junho e 13 de julho.

👀 The FIFA Council has confirmed key details for the new FIFA Club World Cup, starting in the United States in 2025.

Here’s everything you need to know…

— FIFA (@FIFAcom) December 17, 2023

O período destinado à competição compreende a reta final da temporada europeia e o meio das competições brasileiras e sul-americanas. O Brasil tem três clubes classificados à edição inaugural deste novo Mundial: Palmeiras, Flamengo e Fluminense, campeões das Libertadores de 2021, 2022 e 2023, respectivamente. O vencedor de 2024 também se garantirá no torneio.

Ainda segundo a Fifa, a partir do ano que vem, haverá uma competição anual, com nome de Copa Intercontinental, reunindo os campeões das sete confederações. O formato se assemelha ao do atual Mundial, com uma diferença: o vencedor da Liga dos Campeões de Europa vai direto à final, enquanto os demais times – entre eles o ganhador da Libertadores – se enfrentarão em confrontos eliminatórios.

Outra definição anunciada pelo Conselho da Fifa foi a das sedes dos próximos Mundiais sub-20. O masculino, em 2025, será no Chile. O feminino, em 2026, na Polônia.

“É ótimo ver novas medidas aprovadas pelo Conselho da Fifa, enquanto continuamos a nos esforçar para alcançar nosso objetivo de tornar o futebol verdadeiramente global”, comentou o presidente da entidade, Gianni Infantino, no Instagram.

A América do Sul tem direito a seis lugares no novo Mundial. Além dos quatro campeões da Libertadores entre 2021 e 2024, outras duas equipes serão definidas por meio de um ranking, cujos critérios ainda serão divulgados. A Europa terá 12 equipes, sendo quatro vencedores da Liga dos Campeões (também 2021 a 2024) e oito times via ranking.

As confederações das Américas do Norte, Central e Caribe, da Ásia e da África terão quatro vagas cada um. Já a Oceania terá um representante, assim como o país-sede – que, no caso de 2025, serão os Estados Unidos.

Times já classificados para o Mundial de 2025

América do Sul – Palmeiras, Flamengo e Fluminense

Europa –  Chelsea (Inglaterra), Real Madrid (Espanha) e Manchester City (Inglaterra)

Américas Central e do Norte – Monterrey (México), Seattle Sounders (Estados Unidos) e León (México)

Ásia – Al Hilal (Arábia Saudita) e Urawa Reds (Japão)

África – Al Ahly (Egito) e Wydad Casablanca (Marrocos)

Praia perde para time chinês e fecha Mundial de Clubes em 4º lugar

O Dentil Praia Clube se despediu do Campeonato Mundial de clubes de vôlei feminino, realizado em Hanghzou (China), na quarta colocação. Na madrugada deste domingo (17), o time mineiro foi superado na disputa do terceiro lugar pelo anfitrião Tianjin Bohai, por 3 sets a 1, com parciais de 23/25, 20/25, 25/17 e 19/25.

Apesar do revés, a oposta Tainara foi o nome da partida, com 32 pontos, sendo 27 de ataque, quatro de bloqueio e um de saque. O Praia encerra a participação no Mundial com uma vitória, sobre o Sport Center 1, do Vietnã, e três derrotas. Além de perder do Tianjin, as mineiras foram batidas pelos turcos Vakıfbank (primeira fase) e Eczacibasi (semifinal).

Bronze Medalists 🥉!

Congrats to Tianjin Bohai Bank for winning the bronze medal at the 2023 #ClubWorldChamps!

📺 Full match replay on https://t.co/ZfA7bfOsjq.

🏐 #volleyball pic.twitter.com/MTDnAL28Fj

— Volleyball World (@volleyballworld) December 17, 2023

A equipe de Uberlândia (MG) repete a campanha de 2018, quando também ficou em quarto. Na ocasião, o Praia caiu para o Vakıfbank e perdeu a disputa do bronze para o Eczacibasi. O último time brasileiro a ser campeão mundial foi o Osasco, em 2012.

O título ficou com o Eczacibasi, campeão pela quarta vez, ao derrotar o Vafikbank na final deste ano por 3 sets a 2 (25/19, 23/25, 23/25, 25/23 e 15/9). A oposta sérvia Tijana Boskovic foi o destaque do time vencedor, com 27 pontos. A brasileira Gabi Guimarães, também oposta, anotou 16 pontos pela equipe vice-campeã.

O Praia volta as atenções à temporada 2023/2024 da Superliga Feminina. Atual campeã, a equipe de Uberlândia está na segunda colocação, com sete vitórias e uma derrota em oito jogos. As mineiras voltam a jogar somente no dia 6 de janeiro, às 18h30 (horário de Brasília), contra o Sesc Flamengo, no Ginásio do Tijuca Tênis Clube, no Rio de Janeiro, pela nona rodada.

Mais um Dia, Zona Norte é o grande vencedor do Festival de Brasília

O longa-metragem carioca Mais um Dia, Zona Norte, de Allan Ribeiro, foi o grande vencedor do 56º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O filme arrebatou sete prêmios, de melhor longa-metragem do júri oficial, ator coadjuvante, atriz coadjuvante, trilha sonora, menção honrosa, melhor longa do júri da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) e Prêmio Like.

O filme brasiliense Cartório das Almas, de Leo Bello, ganhou o prêmio de melhor longa pelo júri popular. A produção também levou os prêmios de edição de som (Olivia Hernandez) e de direção de arte (Maíra Carvalho).

O filme O Dia que Te Conheci, de André Novais, recebeu os Candangos de melhor roteiro, ator (Renato Novaes) e atriz (Grace Passô), além do Prêmio Zózimo Bulbul, entregue pela Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (Apan) e pelo Centro Afrocarioca de Cinema.

Entre os curtas-metragens, o júri oficial concedeu o Troféu Candango ao filme Não Existe Almoço Grátis, de Marcos Nepomuceno e Pedro Charbel. O filme Pastrana, de Gabriel Motta e Melissa Brogni, levou o prêmio do júri popular. Na votação do público, o documentário Vão das Almas, de Edileuza Penha e Santiago Dellape, foi eleito o melhor curta.

A Mostra Brasília, que premia produções audiovisuais do Distrito Federal, elegeu Rodas de Gigante, documentário sobre o teatrólogo uruguaio-brasiliense Hugo Rodas, como melhor longa-metragem, direção (Catarina Accioly) e montagem (Sérgio Azevedo). O filme recebeu o 25º Troféu Câmara Legislativa.

Primeiro longa-metragem de animação da história do Festival de Brasília, O Sonho de Clarice, dirigido por Fernando Gutiérrez e Guto Bicalho, levou a maioria dos prêmios técnicos: direção de arte, trilha sonora e edição de som, na Mostra Brasília. O filme Ecos do Silêncio, longa-metragem de André Luiz Oliveira, recebeu o Troféu Câmara Legislativa de melhor fotografia e ator (Thalles Cabral).

Rayssa Leal conquista prata no Mundial de skate street no Japão

A brasileira Rayssa Leal ficou com o vice-campeonato no Mundial de skate street, disputado em Tóquio (Japão). A maranhense de 15 anos dividiu o pódio da final, realizada na madrugada deste domingo (17), pelo horário de Brasília, com as anfitriãs Yumeka Odo (ouro) e Momiji Nishiya (bronze).

Fadinha obteve 261.90 na somatória dos pontos da melhor volta (foram duas, de 45 segundos cada) e das duas manobras mais bem avaliadas (em cinco tentativas). Em uma delas, Rayssa recebeu 90.91 de nota e colocou pressão em Yumeka, principal adversária. A japonesa, porém, na reta final, conseguiu um 94.80, ultrapassando a brasileira e assegurando o ouro.

A prata em Tóquio encerra uma temporada vitoriosa de Rayssa. Em março, a maranhense disputou o Mundial de Sharjah (Emirados Árabes Unidos), referente a 2022, e ficou com o título. No início de dezembro, em São Paulo, ela foi bicampeã do Super Crown (super coroa, na tradução literal) do Street League Skateboarding (SLS), principal circuito mundial da modalidade.

A final masculina do Mundial de Tóquio também foi dominada pelos anfitriões. Os três lugares do pódio foram ocupados pelos japoneses. A vitória foi de Sora Shirai, com Kairi Netsuke ficando com a prata e Yuto Horigome levando o bronze. O paulista Gabryel Aguilar foi o brasileiro que chegou mais longe, parando na semifinal.

RAYSSA LEAL É VICE-CAMPEÃ MUNDIAL! 🥈

Nossa fadinha teve mais uma atuação brilhante e ficou com o segundo lugar no Mundial de Skate Street em Tóquio! 🇯🇵

Na grande final, repleta de emoções, Rayssa somou 261.90 pontos e garantiu a prata! 🛹🇧🇷

É mais uma importante medalha para… pic.twitter.com/NpGloX7aPI

— Time Brasil (@timebrasil) December 17, 2023

Jogos de Paris

O Mundial faz parte da primeira fase de classificação à Olimpíada de Paris, na França. A última competição deste período será a etapa de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, do circuito da World Skate, federaçao internacional da modalidade, em março.

Os 44 primeiros do ranking avançam à próxima fase, com limite de seis skatistas por país em cada gênero. Eles terão mais duas etapas para somar pontos: Xangai, na China, em maio; e Budapeste, na Hungria, em junho.

O skate street em Paris terá 44 atletas – 22 no masculino e 22 no feminino. Cada país pode classificar, no máximo, três skatistas no masculino e três no feminino. Entre as mulheres, as brasileiras mais bem colocadas são Rayssa (segunda), Pâmela Rosa (sétima) e Gabi Mazetto (11ª). Entre os homens, os destaques são Kelvin Hoefler (quarto), Giovanni Vianna (décimo) e Felipe Gustavo (19º).

Mega-Sena acumula e sorteará R$ 550 milhões na Mega da Virada

Nenhuma aposta acertou as seis dezenas do concurso 2.669 da Mega-Sena, sorteadas neste sábado (18). Pela terceira vez seguida, o prêmio acumulou.

Os números sorteados foram 04 – 07 – 16 – 35 – 46 – 54.

Com isso, o prêmio da faixa principal para o próximo sorteio, na Mega-Sena da Virada, está estimado em R$ 550 milhões. Esse será o maior prêmio da história do concurso.

Além da acumulação do prêmio principal, o valor subiu porque o próximo concurso, 2.670, que coincidirá com a Mega-Sena da Virada, terá final 0.

A quina teve 64 apostas ganhadoras, e cada uma vai receber R$ 36.773,28. Já a quadra registrou 3.317 apostas vencedoras, e cada ganhador receberá um prêmio de R$ 1.013,60.

As apostas para a Mega-Sena da Virada começam nesta segunda-feira (18) e podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) de 31 de dezembro, nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

O jogo simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 5. No ano passado, a Mega-Sena da Virada sorteou R$ 541,9 milhões, com o prêmio dividido em cinco apostas.

Pampa é ameaçado com rápido desaparecimento da fauna e flora

Um bioma que representa mais de 68% da área total do Rio Grande do Sul, o Pampa sofre com o rápido desaparecimento de sua fauna e flora. Entre 1985 e 2022, o Pampa, bioma que só há ocorre no estado, perdeu 2,9 milhões de hectares, segundo estudo da MapBiomas Pampa. A perda corresponde a 58 vezes a área da capital Porto Alegre, o que representa uma redução de 32% da área que existia em 1985. Neste domingo (17), Dia Nacional do Bioma Pampa, tem-se muito pouco a comemorar, já que o Pampa é o bioma menos protegido do país. O avanço da monocultura de grãos e a silvicultura são as principais ameaças às áreas de vegetação campestre, com pouco mais de um metro de altura.

O estudo, elaborado a partir da análise de imagens de satélite, aponta ainda que a vegetação campestre do Pampa Sul-Americano, bioma composto por mais de 1 milhão de quilômetros quadrados entre Brasil, Argentina e Uruguai, sofreu a perda de 20%, incluindo 9,1 milhões de hectares de campos nativos no mesmo período. Nas áreas mapeadas, 66% estão na Argentina (72 milhões de hectares), 18% no Brasil (19,4 milhões de hectares) e 16% no Uruguai (17,8 milhões de hectares). O Pampa Sul-Americano ocupa 6,1% da América do Sul.

O biólogo, mestre em Botânica, doutor em Ecologia e Recursos Naturais e professor titular do Departamento de Botânica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Paulo Brack alerta que a situação é grave.

Biólogo, mestre em Botânica, doutor em Ecologia e Recursos Naturais e professor titular do Departamento de Botânica pela UFRGS Paulo Brack – Foto arquivo pessoal

“A situação do bioma Pampa está bem grave, no sentido de que, por exemplo, no ano passado o MapBiomas, que é essa rede de informação que reúne uma série de entidades e instituições que avaliam a situação dos biomas brasileiros, colocou o bioma Pampa em primeiro lugar em perda de remanescentes nos últimos 37 anos, desde 1985 até 2021, sendo que 29,5% tinham sido perdidos nesse período de praticamente três décadas e meia. A gente verifica que os campos nativos estão rapidamente sendo substituídos principalmente por plantios de soja, a expansão da soja é impressionante. Ela se dá não só na parte do Pampa, mas também no Planalto, nos campos de altitude também, que é outra situação bem preocupante”, disse o professor à Agência Brasil.

Conforme o mapeamento, entre 1985 e 2022, o uso agrícola do solo avançou 2,1 milhões de hectares. Já a silvicultura, aumentou a sua extensão em mais de 720 mil hectares no período, crescimento que equivale a 1.667%. A área total ocupada pelos campos em 1985 era de 9 milhões de hectares, enquanto em 2022 é de cerca de 6,2 milhões de hectares.

“Por essa situação de perda acelerada e pela inexistência de mecanismos que facilitem atividades mais compatíveis, que não seja a conversão para a agricultura e também para a silvicultura, considerando que a silvicultura cresceu mais de 1600% nesse período de 1985 até 2021, não se tem, infelizmente, tido atenção dos governos em relação ao que fazer para evitar essa impressionante conversão do Pampa em atividades como plantios na agricultura, inclusive as pastagens exóticas, monoculturas de forrageiras, e isso vem contribuindo muito para a acelerada perda do Pampa. Em poucas décadas a gente não terá mais condições de possuir esse bioma, praticamente ele estará perdido, restando pequenas áreas”, lamenta.

O professor explica que devido às características da vegetação do Pampa, a criação de gado é uma atividade altamente propícia para a região. Em 2022, o estado do Rio Grande do Sul tinha 11,9 milhões de cabeças de gado, a oitava posição no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A partir de um manejo bem executado, o gado não precisa de suplementação além do sal mineral. É o que os pesquisadores chamam de vocação natural do bioma.

“Nós consideramos que a pecuária realmente deveria ser incentivada no Pampa, porque é impressionante também que a pecuária no Brasil esteja se deslocando para áreas desmatadas na Amazônia. Por exemplo, em Rondônia, que é um estado praticamente com extensão muito semelhante ao Rio Grande do Sul, o número de cabeças de gado é maior”, disse.

“Essa pecuária lá é realizada em cima de áreas praticamente em áreas originalmente florestais. E esse modelo de expansão da pecuária em áreas originalmente florestais também é um absurdo porque deveria ser feito ao contrário, um incentivo para pecuária aqui em campos nativos”, defendeu Brack.

Pampa Sul-Americano perdeu 20% de vegetação campestre – Foto: MapBiomas.Org

Segundo o professor, o investimento em outras atividades como o turismo ecológico, a criação de frutíferas nativas e a agricultura familiar também têm potencial de ajudar na preservação do Pampa.

“Diríamos que, além da pecuária, o turismo relacionado a locais com patrimônio paisagístico e também formações como os butiazais [matas da fruta butiá] na parte sul do estado. Temos formações rochosas também na parte mais sudeste do bioma, que é chamada Serra do Sudeste, uma área belíssima, são áreas também com potencial de turismo fantástico e, ao mesmo tempo, também os produtos que existem lá”, aponta.

“Nós já tínhamos feito, há uns anos, um levantamento de frutas nativas que ocorrem no Pampa, e encontramos mais de uma meia centena de espécies de frutas nativas que poderiam ser cultivadas com o campo e até dando sombra para o gado. Por exemplo, temos araçá, pitanga, guabiroba, goiaba serrana, que ocorre também na parte sul, que é uma planta que ganhou o mundo, chamada de feijoa, cereja do Rio Grande, que também está sendo plantada em outras partes do mundo. Temos frutíferas nativas e, ao mesmo tempo, também um potencial e já em um uso de centenas de espécies ornamentais do Pampa, muitas delas levadas para outras partes do mundo”, completou.

Outra iniciativa apontada por Brack seria a criação de mais unidades de conservação. Das 320 Unidades de Conservação (UC) administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Área de Proteção Ambiental (APA) de Ibirapuitã, localizada em Sant’Ana do Livramento, município do Rio Grande do Sul, foi criada em 1992, exclusivamente para a proteção do Pampa. Com uma área de 316,7 mil hectares, protege diversas espécies ameaçadas de extinção, como o estilete (Lamproscapha ensiformis), a faquinha-truncada ( Mycetopoda siliquosa) e a faca (Mycetopoda legumen), ambas espécies aquáticas.

“Nós temos um déficit muito grande, e não existem iniciativas dos governos, seja estadual ou também federal, no sentido de avançarmos em criar áreas fundamentais para manter esse patrimônio representado pelo bioma Pampa”, resumiu o professor.

Patrimônio

Tramita no Senado a Proposta de Emenda à Constituição 33/2023, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), que pode incluir o Pampa como patrimônio do país. A proposta declara todos os biomas brasileiros – explicitamente nominados – como patrimônio nacional, de forma que sua utilização e a exploração de seus recursos naturais devem ocorrer dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente.

Atualmente, a Constituição Federal reconhece como patrimônios apenas a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, o Pantanal Mato-Grossense, além da Serra do Mar e da Zona Costeira. Com a PEC, seriam também patrimônios nacionais o Cerrado, a Caatinga e o Pampa. O texto, entretanto, ainda aguarda a designação de um relator.

“A aprovação da PEC é muito importante para esse reconhecimento, e nós diríamos mais, é uma torneira na destruição dos biomas brasileiros, que vai se dar, em grande parte, pelo financiamento, pela facilitação, pelos investimentos econômicos que estão transformando a nossa rica sociobiodiversidade em monoculturas”, avalia o professor.

“Essa inclusão daria possibilidade, talvez maior, de se criar políticas específicas que considerassem uma realização mais restritiva a atividades de degradação e, ao mesmo tempo, também uma facilitação para atividades que são mais compatíveis”, defende Brack.

Bioma

A palavra Pampa é de origem indígena quíchua e significa região plana. O termo descreve bem a paisagem de campos naturais de gramíneas, também conhecida como Campos do Sul ou Campos Sulinos, e que, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ocupa, no Brasil, uma área de 178 mil quilômetros quadrados. O clima é temperado, com temperaturas médias entre 13°C e 17°C. São cerca de 3 mil espécies de plantas, sendo 450 delas espécies de gramíneas; 70 tipos de cactos; 100 tipos de árvores e 150 espécies de leguminosas.

A fauna é composta por 102 espécies de mamíferos, 476 espécies de aves, 50 espécies de anfíbios; 97 espécies de répteis, 50 espécies de peixes. Entre as espécies estão a ema, perdiz, pica-pau-do-campo, joão-de-barro, quero-quero, caturrita, sapinho-de-barriga-vermelha, tuco-tucos, furões e veados-campeiros, entre outros.

Um total de 49 espécies da fauna e 146 espécies de plantas estão ameaçadas de extinção.

Pesquisadores desenvolvem hidrogel anti-inflamatório de baixo custo

Pesquisadores brasileiros estão desenvolvendo um hidrogel de baixo custo com ação anti-inflamatória capaz de ajudar a tratar feridas crônicas na pele, especialmente recomendado para pacientes com diabetes. Elaborado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista  e da Universidade Federal de São Paulo, o produto contém aminoácidos que vão do número dois ao 26 na cadeia de peptídeos e que forma a proteína AnxA1, necessária para diminuir as células inflamatórias.

O efeito da substância foi avaliado em testes com camundongos que tiveram um quadro semelhante ao do diabetes tipo 1 induzido. Três dias após o início do uso do novo hidrogel, a redução da inflamação começou a ser percebida. Após 14 dias, as feridas estavam completamente cicatrizadas. Camundongos que não passaram por nenhum receberam apenas aplicação de um hidrogel simples, sem a proteína, tiveram características comuns da fase aguda da inflamação, com lesões mais intensas no terceiro dia. 

Segundo a pesquisadora do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce-Unesp) e coordenadora do estudo, Sonia Maria Oliani, esse novo hidrogel é altamente absorvente, mantém o meio úmido ideal para a cicatrização e mostra eficiência para levar ao processo de cicatrização completa da lesão, com redução de tempo de cicatrização. 

A coordenadora explica em nota que o gel ainda está em período experimental, na parte pré-clínica, mas tem uma possibilidade muito grande de entrar no comércio assim que tiver passado pela fase clínica, quando é testado em pessoas . Em seguida, é necessária autorização para a produção.  Algumas  indústrias mostraram interesse no novo produto, mas ainda não há previsão de quando estará disponível e nem o preço.

A nota ainda destaca o novo hidrogel é de fácil produção e baixo custo, o que o torna muito viável economicamente. Os resultados dos testes em animais foram divulgados na revista Biomedicine & Pharmacotherapy.  O estudo é feito com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

Diabetes

Para quem sofre de diabetes, o processo de cicatrização de lesões é mais complicado porque a hiperglicemia aumenta a produção de substâncias oxidantes e, ao contrário da cicatrização normal, as feridas diabéticas têm resposta inflamatória maior e o processo da formação de vasos sanguíneos é prejudicado. 

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, o Brasil é o sexto país em número de pessoas com a doença, que atingiu proporções epidêmicas e se tornou a quinta causa de morte no mundo. São 17,7 milhões de indivíduos sofrendo diariamente com as alterações metabólicas, como nefro e neuropatias e dificuldades na cicatrização de feridas. Estima-se que um entre cinco pacientes com diabetes possa desenvolver feridas crônicas, como a úlcera do pé diabético.