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Paris abre Olimpíada com inédita cerimônia a céu aberto

A terceira Olimpíada a ser sediada em Paris começou com uma ousadia. Pela primeira vez na história, uma cerimônia de abertura dos jogos foi realizada fora de um estádio. Misturando trechos pré-gravados com apresentações ao vivo, a festa aconteceu ao longo de um trecho de 6 quilômetros do Rio Sena, no coração da capital francesa. A chuva foi presença constante e, embora forte em alguns momentos, não atrapalhou o espetáculo a céu aberto.

As delegações com os atletas dos países participantes dos jogos desfilaram em embarcações pelo Sena. Conforme a tradição olímpica, a delegação da Grécia foi a primeira, seguida pela delegação dos atletas refugiados olímpicos. Os anfitriões franceses fecharam o desfile das nações. A maioria dos países dividiam uma mesma embarcação. Outras, ocupavam um barco inteiro. Foi o caso dos brasileiros, liderados pelos porta-bandeiras Raquel Kochhan, capitã da seleção feminina de rugby sevens, e Isaquias Queiroz, campeão olímpico da canoagem velocidade.

Em meio ao desfile dos barcos, atrações musicais e espetáculos de dança foram acontecendo às margens do Rio Sena, tendo como pano de fundo prédios históricos de Paris. Coube à cantora norte-americana Lady Gaga apresentar o primeiro número musical da noite, homenageando os famosos cabarés de Paris. 

Atletas acendem a tocha olímpica – Reuters/Ueslei Marcelino/Proibida reprodução

Enquanto isso, a cerimônia exibia um misterioso condutor da tocha olímpica percorrendo vários lugares icônicos da capital francesa. Dos subterrâneos da cidade, até locais como a Catedral de Notre Drame, o Museu do Louvre e o Museu D’Orsay. O percurso do condutor serviu como base para que a cerimônia fizesse referências à história e às artes da França, passando pela pintura, literatura, teatro e cinema. Fatos históricos também foram lembrados, como a Revolução Francesa, com a representação da rainha Maria Antonieta após ter sido decapitada na guilhotina.

A Marselhesa, hino da França, foi interpretada pela mezzo soprano Axelle Sain-Cirel, posicionada no alto do Grand Palais. Um trecho da cerimônia homenageou as mulheres francesas. Dez estátuas com importantes figuras históricas do país emergiram do Rio Sena. Entre elas estava a da filósofa Alice Milliat, que lutou pelo direito das mulheres participarem das Olimpíadas no início do século 20. Esta é a edição de Jogos Olímpicos com a maior participação feminina na história. 

A Ponte Debilly virou uma grande passarela, com um desfile de expoentes da moda. O local também foi palco para uma celebração da diversidade de corpos, da música e da dança.

Olimpíadas 2024 – por Reuters/Brian Inganga/Proibida reprodução

Autoridades e jornalistas foram alocados em um espaço na Praça do Trocadero, próximo à Torre Eiffel, perto do ponto final do desfile dos barcos com as delegações. 

Em discurso, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, exaltou o espírito de solidariedade dos Jogos Olímpicos e clamou pela união da humanidade na diversidade. O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou abertos a 33ª edição dos Jogos Olímpicos.

No trecho final da cerimônia, a Torre Eiffel se tornou a grande estrela do espetáculo. Ao invés dos tradicionais fogos de artifício, um show de luzes e lasers potentes, sincronizados com a trilha sonora, fez brilhar o monumento mais famoso da França. 

A tocha olímpica ressurgiu no palco montado e foi entregue pelo condutor misterioso a Zinedine Zidane, ex-jogador campeão mundial de futebol. Depois passou pelas mãos de estrelas internacionais do esporte, começando pelo tenista espanhol Rafael Nadal. Depois, já em uma lancha no Rio Sena, se juntaram a ele a ex-tenista norte-americana Serena Willians; a ex-ginasta romena Nadia Comaneci e o ex-velocista norte-americano Carl Lewis.

De volta à terra firme, o revezamento da tocha contou com vários atletas, tendo o Museu do Louvre como cenário até o Jardin des Tuileries, ou Jardins das Tulherias. Lá o judoca Teddy Riner, tricampeão olímpico do judô, e a ex-atleta Marie- José Pérec, tricampeã olímpica no atletismo, acenderam juntos a pira olímpica, alocada em um gigantesco balão, que pairou no céu de Paris. 

Abertura das Olimpíadas 2024 – Reuters/Adnan Abidi/Proibida reprodução

A cerimônia foi encerrada com uma emocionante apresentação da cantora canadense Celine Dion. Ela era uma das atrações mais aguardadas do evento e cantou L’Hymne à L’Amour, clássico de Edith Piaf, em um dos andares da Torre Eiffel.

As competições em Paris começaram na quarta-feira (24), mas neste sábado (27), serão distribuídas as primeiras medalhas da Olimpíada. 

Os jogos na capital francesa seguem até 11 de agosto.

UnB concede diploma post mortem a Honestino Guimarães

Em uma cerimônia emocionante, a Universidade de Brasília (UnB) concedeu nesta sexta-feira (26) o diploma de geólogo ao estudante Honestino Guimarães, desaparecido político perseguido durante a ditadura militar e cujo corpo nunca foi encontrado. Liderança estudantil, Honestino foi preso em 1965 e viveu na clandestinidade nos anos seguintes. Ele foi sequestrado em 1973 e nunca mais foi visto. A confirmação pública de sua morte ocorreu em 1996. 

O reconhecimento, concedido na modalidade port mortem, ocorreu no auditório da Associação dos Docentes da UnB e contou com a presença de professores, estudantes, familiares de Honestino e autoridades locais e nacionais. 

Na cerimônia, foi anunciada a decisão do Conselho Universitário da UnB que anulou a decisão de desligar Honestino da instituição de ensino. Ele havia sido expulso em 1968, antes de concluir a graduação.

A reitora da universidade e presidente do Conselho Universitário, Márcia Abrahão, anunciou a concessão do título e explicou que, para que esse momento ocorresse, foi feito todo um trabalho de pesquisa aos arquivos da Universidade de Brasília e do histórico escolar de Honestino Guimarães. 

“Nós analisamos academicamente a proposta. Então este diploma é um diploma de geólogo mesmo. Além do diploma em si, este ato mostra o compromisso desta universidade com a democracia, não só na ditadura militar”, afirmou a reitora. “A UnB é território de resistência. Continuaremos sendo território de resistência. A UnB pede desculpas à família de Honestino Guimarães”, acrescentou Márcia Abrahão.

Participaram do evento integrantes do Diretório Central dos Estudantes da UnB – cujo nome homenageia a liderança -, representantes do governo federal, dentre eles a presidente da Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Eneá Almeida, que é professora da universidade. Em mais de um momento, os familiares de Honestino Guimarães foram aplaudidos efusivamente pela plateia que compareceu ao ato.

Presente no palco, Sebastião Lopes Neto, primo de Honestino, fez um histórico sobre a origem humilde, vindo do interior de Goiás, e a militância política do estudante, atuando em movimentos comunistas e de luta pela democracia, como dirigente e militante. 

O ex-reitor da universidade José Geraldo de Souza Júnior foi encarregado de proferir o discurso de apresentação do outorgado. “A decisão fez justiça a um dos nomes mais importantes do Brasil na luta contra a ditadura militar e na luta da democracia, dos direitos estudantis e da autonomia universitária”, declarou José Geraldo, professor titular de Direito, que comandou a UnB entre 2008 e 2012.

“A concessão do diploma não é só uma celebração. É um ato de justiça, de reparação”, disse, em referência às análises que foram feitas do processo acadêmico. Segundo o orador, o ato passa “uma inequívoca mensagem à sociedade, para deixar explícito o compromisso da UnB com a justiça, a democracia e a história, a despeito dos que insistem em contestar os fatos de um período sombrio no nosso país, um negacionismo que precisa ser combatido com todas forças, sobretudo em respeito a cada vítima direta ou indireta da ditadura”. 

“A universidade é um espaço plural, de democracia, de dúvida, contraditório, pesquisa, estudo, extensão, de construção e de defesa da democracia. E é por isso que ela foi tão atacada, e a UnB, na década de 1960, foi violentamente atacada. E recentemente, de novo, a universidade pública brasileira também foi atacada”, afirmou Alexandre Brasil, secretário de Educação Superior do Ministério da Educação. 

Dia de eleição não terá cobrança de pedágio na cidade do Rio

A Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro promulgou nesta sexta-feira (26) a Lei 8.518/2024, que proíbe a cobrança de pedágio nos dias de eleição no município, no período das 8h às 18h. Caso a proibição seja descumprida, o cidadão tem o direito de ser reembolsado pelas concessionárias, assegura o texto. 

A lei impõe também multas que as concessionárias terão de pagar ao município, que variam de R$ 50 mil a R$ 200 mil, considerando a reincidência da infração.

O texto aproveita e trata de dias normais, quando a taxa e cobrada, ao determinar que o tempo máximo para atendimento nos pedágios deve ser de 15 minutos. 

As eleições municipais de 2024 serão realizadas nos dias 6 e 27 de outubro, com votação aberta das 8h às 17h, considerando o horário de Brasília.

Bandeira tarifária de energia volta a ser verde, sem cobrança extra

A bandeira tarifária de energia elétrica em agosto será verde, o que significa que as contas de luz dos consumidores não terão custo extra no próximo mês. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as condições favoráveis para geração de energia elétrica no país permitem a adoção da bandeira sem cobrança. 

No mês passado, a Aneel tinha estabelecido bandeira amarela, com acréscimo de R$ 1,88 a cada 100 kW/h consumidos, por causa da previsão de chuva abaixo da média e a expectativa de aumento do consumo de energia.

“No final de junho, houve uma expectativa de menor volume de chuvas para julho, o que se confirmou na maior parte do país. Porém, o volume de chuvas na Região Sul neste mês contribuiu para a definição da bandeira verde em agosto”, explicou o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa. 

Criado pela Aneel em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias indica aos consumidores os custos da geração de energia no Brasil. O cálculo para acionamento de cada bandeira leva em conta principalmente o risco hidrológico e o preço da energia.

As bandeiras tarifárias funcionam da seguinte maneira: as cores verde, amarela ou vermelha (nos patamares 1 e 2) indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração, sendo a bandeira vermelha a que tem um custo maior, e a verde, sem custo extra.

Morre J. Borges, mestre da xilogravura pernambucana, aos 88 anos

Faleceu nesta sexta-feira (26) aos 88 anos por causas naturais o xilogravurista, cordelista, poeta e “patrimônio vivo de Pernambuco” José Francisco Borges, conhecido como J. Borges. O artista plástico nasceu em 1935 na cidade pernambucana de Bezerros, onde sempre manteve seu ateliê.

Amigo de J.Borges, o ilustrador e quadrinista pernambucano Jô Oliveira diz que J.Borges é “o mais famoso artista popular brasileiro”. “Além de talentoso, sempre foi uma pessoa muito modesta, que tinha muita paciência para mostrar os materiais que utilizava, bem como suas técnicas”, disse o ilustrador cujos trabalhos, a exemplo de J.Borges, têm como base a cultura popular nordestina, em especial o cordel.

Homenagem de Jô Oliveira ao amigo J. Borges, com o artista pernambucano e a personagem do famoso cordel A Chegada da Prostituta no Céu. Arte: Jô Oliveira/Divulgação

“Eu o encontrei pela primeira vez no início da década de 1980. Morava em uma casa bem simples e dirigia um carro que nem painel tinha. Ele usava, como ferramenta, uma faca de mesa com cabo e um pedacinho de lâmina pequeno, de 2 ou 3 centímetros, para fazer as gravuras”, lembra Jô Oliveira.

Outra coisa marcante citada por Oliveira é o fato de que J.Borges fazia questão de vender suas obras a preços acessíveis. “Isso o tornava ainda mais popular. Ele me dizia que o importante era vender em grande quantidade. Não à toa, durante a pandemia, era comum ver entrevistados nas TVs que tinham, ao fundo, obras deles em suas paredes das residências”

A morte do artista foi comentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas redes sociais. 

“Nos despedimos hoje de José Francisco Borges, o J. Borges, um dos maiores xilogravuristas do país. Autodidata, começou a trabalhar muito cedo no agreste pernambucano. Fiquei muito feliz de poder levar sua arte até o Papa. Meus sentimentos aos familiares, amigos e admiradores deste grande artista do nosso país”, postou o presidente.

Exposição

Quem quiser conhecer o trabalho de J.Borges pode ir ao Museu do Pontal, no Rio de Janeiro. A exposição vai até 25 de março de 2025.

O curador e diretor-executivo da exposição, Lucas Van de Beuque, falou, em junho à Agência Brasil, que J. Borges estava entre os maiores artistas vivos brasileiros, com obras expostas desde o Museu Louvre, de Paris, na França, até equipamentos culturais no Brasil e também em coleções privadas.

Segundo o curador, a exposição no Museu do Pontal mostra a trajetória do artista “desde os primeiros estudos de cordéis que ele fez até as últimas obras, como a Sagrada Família, que foi dada ao Papa Francisco no ano passado pelo presidente Lula, representando a arte popular do Brasil, e a obra O coração na mão, que ele fez recentemente e é um grande sucesso”, disse Van de Beuque.

Artista

As xilogravuras de J. Borges ganharam admiradores de peso, como o escritor Ariano Suassuna. O artista tem vários prêmios, como a comenda da Ordem do Mérito Cultural, o prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) na categoria Ação Educativa/Cultural e o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.

J. Borges fez também exposições nos Estados Unidos, na França, na Alemanha, Suíça, Itália, Venezuela e Cuba.

Foi também ilustrador de capas de livros de escritores como Eduardo Galeano e José Saramago. Além disso, foi fonte de inspiração para documentários e para o desfile da escola de samba Acadêmicos da Rocinha, em 2018.

Quando criança, J. Borges talhava madeira para fazer colheres de pau e brinquedos artesanais, para vendê-los nas feiras de sua região. Foi também durante a infância que começou a vender livros de cordel – literatura à qual se dedicou com mais intensidade aos 21 anos.

Ele foi condecorado com a comenda da Ordem do Mérito pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Recebeu também o prêmio Unesco na categoria Ação Educativa/Cultural e, em 2002, foi um dos 13 artistas que ilustraram o calendário anual das Nações Unidas.

Em maio de 2022, o artista participou do programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, sobre xilogravura. Veja, abaixo, o episódio:

Xilogravura: a maestria da madeira 

Mortes por policiais militares de SP quase dobram no primeiro semestre

Um levantamento feito pelo Ministério Público de São Paulo mostra que, no primeiro semestre deste ano, o número de pessoas mortas por policiais militares em serviço no estado de São Paulo chegou a 296. No mesmo período do ano passado, o número de mortes foi de 154.  

Em fevereiro deste ano, foram registradas 73 mortes desse tipo, mais do que o triplo do mesmo mês do ano passado, com 24 mortes. 

Uma das explicações está relacionada com as operações da polícia na Baixada Santista. Tanto a Operação Escudo quanto a Operação Verão foram alvo de críticas justamente por causa da violência policial. 

Nesta semana, a Justiça aceitou a denúncia contra dois PMs que participaram da operação Escudo. Eles são acusados de executar uma pessoa em julho do ano passado, na Baixada Santista. Essa operação teve uma segunda fase, no começo deste ano, seguida da operação Verão. Nesse caso, esses dois policiais que viraram réus teriam executado uma pessoa imobilizada e, na sequência, alterado a cena do crime e apagado imagens de câmeras no local. 

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou em nota que as mortes ocorrem quando os criminosos reagem de forma violenta e que todos os casos são investigados pela corregedoria, pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário. 

 

Traficante que matou estudante no Rio é condenado a 18 anos de prisão

A Justiça do Estado do Rio condenou o traficante Manuel Avelino de Sousa Júnior pelos crimes de homicídio por motivo torpe e ocultação de cadáver de Matheusa Passareli Simões Vieira, estudante de Artes Visuais, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Ele foi condenado pelo juízo da 1ª Vara Criminal junto ao 1º Tribunal do Júri a 18 anos e quatro meses de prisão em regime fechado, e 12 dias-multa. 

De acordo com a denúncia do Ministério Público (MPRJ), o crime aconteceu no dia 29 de abril de 2018, no Morro do Dezoito, no bairro da Água Santa, zona norte da cidade. O acusado efetuou disparos de pistola e fuzil contra Matheusa, que havia saído de um evento em uma casa próxima à comunidade, entrou em surto e retirou as próprias roupas, entrando nua na comunidade.

Abordada por traficantes de drogas, a estudante foi levada para o interior do Morro do Dezoito, sendo interrogada pelo chamado “tribunal do tráfico”. Com a decretação da morte, Manuel Avelino esquartejou o corpo da mulher com um facão e, em seguida, colocou fogo nos restos mortais da vítima.

Ainda segundo o MPRJ, o crime foi cometido por motivo torpe, uma vez que serviu apenas para demonstrar o poder da facção criminosa que domina a comunidade. O corpo da vítima foi esquartejado e incinerado no alto do morro. Os familiares de Matheusa nunca tiveram acesso aos restos mortais.

Materialidade

Em um texto publicado no Facebook, na época do crime, a irmã de Matheusa, Gabe Passarelli, confirmou a morte. “Poucas são as possibilidades de encontrarmos alguma materialidade, além das milhares que a Matheusa deixou em vida e que muito servirão para que possamos ressignificar a realidade brutal que estamos vivendo”, disse na rede social.

A Coordenadoria Especial de Diversidade Sexual da prefeitura do Rio (Ceds) também se manifestou sobre o crime e lamentou a morte da estudante.

O coordenador Nélio Georgini contou que “as denúncias de casos de agressão a lésbicas, gays, bissexuais e transexuais do Rio de Janeiro cresceram mais de 100% entre janeiro e abril de 2018, em relação a 2017”. O órgão pondera que isso não necessariamente significa que ocorreram mais agressões e pode refletir também o aumento da procura por formalizar as denúncias na Ceds.

MEC publica edital de inscrições para o Fies

O Ministério da Educação (MEC) anunciou o cronograma e demais procedimentos relativos à complementação de informações das inscrições para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) adiadas para o segundo semestre de 2024.

De acordo com o edital publicado no Diário Oficial da União (DOU),  o prazo para complementar as informações no sistema de inscrição será de 31 de julho às 23h59 de 2 de agosto, no site do Fies.

O programa do Ministério da Educação financia, de forma escalonada, estudantes de cursos de graduação em instituições de educação superior privadas que aderiram ao Fies.

Passo a passo

Para a contratação do financiamento os candidatos pré-selecionados do Fies devem complementar as informações da inscrição no sistema. O acesso é por meio de login e senha na conta no portal de serviços digitais do governo federal, o  gov.br.

Após a complementação da inscrição no Fies Seleção, o candidato deve comparecer à comissão da instituição de ensino superior responsável pela análise das informações prestadas no ato da inscrição de ensino para validá-las, em até cinco dias, contados a partir da data de complementação da inscrição.

Se a comissão validar a inscrição em até dez dias o pré-selecionado do Fies deve comparecer ao banco onde será contratado o financiamento com a documentação exigida. Somente após a aprovação pelo agente financeiro o candidato poderá assinar o contrato que vai financiar as mensalidades da faculdade particular.

A apresentação de informações ou documentos falsos implicará na reprovação do candidato no processo seletivo do Fies.

Critérios

Os estudantes selecionados para o Fies no segundo semestre de 2023 ou no primeiro semestre de 2024 e que tiveram a conclusão da inscrição adiada para o segundo semestre de 2024 podem participar dessa etapa de inclusão de informações.

Na primeira fase de seleção do programa puderam se inscrever estudantes que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir da edição de 2010, e que obtiveram média aritmética das notas nas provas igual ou superior a 450 pontos e nota superior a zero na redação.

Em relação à renda familiar mensal, o limite por participante é de até três salários mínimos (R$ 4.236/mês, em 2024).

O percentual de financiamento dos encargos educacionais será definido de acordo com o comprometimento da renda familiar mensal bruta per capita em reais e o encargo educacional cobrado pela instituição de ensino superior em reais.

O MEC criou uma página na internet com um tira dúvidas sobre o Fies.

CMN flexibiliza restrição a imóveis rurais no RS com embargo ambiental

A partir de 30 de agosto até 31 de dezembro, os produtores rurais do Rio Grande do Sul com embargo ambiental terão mais flexibilidade para não terem o acesso ao crédito cortado. O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou uma regra transitória que ameniza os impedimentos sociais, ambientais e climáticos para as operações de crédito rural no estado, afetado recentemente por enchentes.

No caso de assentamentos de reforma agrária e de áreas ocupadas por povos e comunidades tradicionais, o crédito rural será vedado apenas às áreas com embargo ambiental e ao agente responsável pelo embargo da área. A medida vale para embargo de qualquer órgão ambiental competente, federal ou estadual, decorrente do uso econômico de áreas desmatadas ilegalmente e registradas no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

As mudanças constam em resolução do CMN publicada nesta quarta-feira (24). O Conselho é formado pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, além do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. 

Produtores rurais tradicionais também receberam ajuda e tiveram as regras flexibilizadas. O CMN autorizou que as verificações de sobreposição de área para os empreendimentos devem considerar apenas ao perímetro dos projetos, em vez da superfície do imóvel rural. Dessa forma, a área do empreendimento deve coincidir, pelo menos parcialmente, com a área do respectivo Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Em nota, o Ministério da Fazenda informou que a infraestrutura urbana de diversas cidades gaúchas ficou comprometida, resultando na instabilidade do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar) do Rio Grande do Sul. Isso ocorreu porque a sede da empresa de processamento de dados do estado, gestora do Cadastro Ambiental Rural (CAR), foi alagada.

Como a migração da versão estadual para a versão federal do Sicar ainda não foi concluída, muitos produtores rurais gaúchos estão tendo dificuldades para retificar o CAR de seu imóvel e corrigir problemas que geram limitações para acessar o crédito rural.

Sistema de informação do governo fica indisponível; PF é acionada

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), informou nesta quarta-feira (24) que o Sistema Eletrônico de Informações (SEI) e algumas funcionalidades do Processo Eletrônico Nacional foram afetados após um ” incidente de segurança cibernética” ter sido registrado nessa terça-feira (23). 

A Polícia Federal (PF) e Agência Brasileira de Investigação (Abin) foram acionadas para investigar o incidente. 

O sistema é usado para o andamento dos processos administrativos de nove ministérios e mais dois órgãos. São eles: Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Ministério da Fazenda, Ministério dos Povos Indígenas, Ministério do Planejamento e Orçamento, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Ministério da Previdência Social, Ministério da Igualdade Racial e Ministério das Mulheres, além da Casa da Moeda e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras.

De acordo com o MGI, o sistema está indisponível e não foi identificada, até o momento, perda de dados ou informações. 

“Não foram afetados os serviços ofertados ao cidadão via GOV.BR. As equipes de TI já estão tratando o incidente para que os serviços sejam restabelecidos o mais breve possível”, disse o ministério, em nota.