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Brics estuda medidas para regular Inteligência Artificial

Dez países integrantes do Brics estão planejando – de forma conjunta – formas de lidar com os impactos que a Inteligência Artificial causará no mercado de trabalho. Entre as medidas em debate figura possibilidade de se desenvolver medidas regulatórias conjuntas visando o uso ético dessa tecnologia.

O assunto foi debatido nesta quinta-feira (13) e ontem (12) durante reuniões do grupo de trabalho (GT) formado pelo bloco para debater assuntos relacionados a emprego.

Integram o Brics Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.

Entre as preocupações observadas pelo GT estão o desenvolvimento de políticas de proteção social para trabalhadores que perderem emprego diante das transformações tecnológicas; e o estímulo para que jovens e idosos desenvolvam potencialidades para que possam estar incluídos nessas novas tecnologias.

Consensos

Coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Emprego do Brics, Maíra Lacerda diz estar confiante de que muitos consensos serão apresentados em documento a ser assinado pelos ministros do Trabalho do bloco, durante a reunião agendada para 25 de abril no Itamaraty, em Brasília.

Segundo ela, que é também assessora de Relações Internacionais do Ministério do Trabalho e Emprego, as reuniões prévias para o encontro, ocorridas de forma virtual esta semana, já acenam com “propostas concretas e objetivas”, em especial relacionadas a uma regulação ética da Inteligência Artificial.

“Todos países planejam fazer algo no âmbito local, mas estamos antevendo que algo está em vista também de forma coletiva envolvendo o bloco”, disse a coordenadora do GT. “Na visão de todos, a IA não é monstro, mas ela precisa ser usada com ética”, acrescentou.

Sessões

Foram dois dias de reuniões dedicadas a discutir o tema. As atividades se dividiram em quatro sessões: impacto da IA no mercado de trabalho; transformação digital para novos setores; desenvolvimento de políticas de proteção social para trabalhadores que perderem emprego; e encorajamento ao aprendizado continuado para desenvolver potencialidades, em especial de jovens e idosos.

Maíra Lacerda disse ser grande a expectativa de colaboração entre os países, no sentido de proteger os trabalhadores. “Percebemos consensos também com relação à preocupação com educação e com a inserção de trabalhadores jovens e idosos”, disse

“Todos falam de cooperação e união do Brics para tratar do tema Inteligência Artificial. Existindo vontade, os horizontes são amplos, inclusive com troca de conhecimentos e de tecnologias, pelos países”, acrescentou.

Implementação

A fim de viabilizar ao máximo a implementação das propostas que constarão no documento a ser assinado pelos ministros, estuda-se, caso seja do interesse do país membro, a possibilidade de internalizar alguns pontos acordados em suas legislações. 

Tal medida é vista como um recurso para evitar que uma eventual mudança de governo nos países resulte em retrocesso àquilo que havia sido consensual no grupo. “Mas isso é algo a ser decidido de forma individual pelo país”, pondera a coordenadora do GT.

Iphan monta força-tarefa para recuperar Igreja de São Francisco

Uma força-tarefa formada por 15 servidores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) começou a prestar apoio técnico à superintendência do órgão na Bahia visando contratar obras emergenciais para a Igreja de São Francisco, em Salvador. O local perdeu parte do forro do teto da nave central na última quarta-feira (5) e foi interditado.

Em nota, o Iphan informou que o grupo de servidores reúne arquitetos e engenheiros “de atuação destacada” – a maioria com mais de 15 anos dedicados ao órgão – oriundos da sede e de seis superintendências, incluindo a da Bahia.

“A força-tarefa vai auxiliar na instrução processual e seleção da empresa que prestará os serviços emergenciais no teto da igreja”, informou o Iphan.

Estabilização

A análise do processo, de acordo com o instituto, começou na madrugada do último dia 6 e os serviços vão englobar desde escoramento e estabilização do monumento até diagnóstico, triagem, catalogação, higienização, proteção e armazenagem de estruturas e bens artísticos a serem restaurados e remontados em uma etapa posterior.

A força-tarefa começou a operar na última terça-feira (11) com alguns integrantes atuando a distância e outros, presencialmente, em sala exclusiva para o trabalho, montada na superintendência do Iphan na Bahia. A previsão é que o grupo permaneça mobilizado, pelo menos, até 21 de fevereiro.

Vistoria agendada

Em entrevista – nesta quinta-feira (13) – a emissoras de rádio durante o programa Bom dia, Ministra, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a ministra da Cultura, Margareth Menezes (foto), disse que as avarias no teto da igreja foram sinalizadas ao Iphan pouco antes da queda e que uma vistoria estava agendada para ser feita no local.

“Quando foi sinalizada a questão do teto – que, inclusive, nem os próprios padres imaginavam que aquilo iria ceder, ou não abririam a igreja –, eles deram entrada e, dois dias depois – isso é protocolo do registro – já tinha sido marcada a visita dos técnicos do Iphan à Igreja de São Francisco”, assegurou.

Parte do forro do teto da Igreja de São Francisco de Assis, em Salvador, desabou – Foto – Defesa Civil de Salvador/Divulgação

A ministra acrescentou que “infelizmente aconteceu um desastre com uma fatalidade e isso nos comove a todos. Mas estão [sendo feitos] levantamentos e perícias”, disse. “Estão debruçados para atender”, finalizou.

Outras interdições

A paróquia Nossa Senhora de Boa Viagem, também em Salvador, foi interditada esta semana após passar por duas vistorias do Iphan. O anúncio foi feito no perfil da igreja nas redes sociais. “Devido ao ocorrido na Igreja de São Francisco, o Iphan realizou duas vistorias esta semana em nossa igreja e nos orientou a interditá-la”, especificou a paróquia.

Na última terça-feira (11), uma equipe do Iphan no Amazonas se reuniu com técnicos da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e da Unidade Gestora de Projetos Especiais do governo estadual, além de representantes da Arquidiocese de Manaus, para avaliar soluções para a cobertura da Igreja de São Sebastião, em Manaus.

No início de janeiro, a igreja foi interditada após recomendação do instituto visando garantir a segurança de pessoas que transitam na paróquia.

“É preciso entender que existe um histórico e que nossa gestão tem buscado se debruçar sobre isso para dar continuidade a todas essas ações de restauro. É uma coisa muito grande, precisa ter também um orçamento e, principalmente, mão de obra. Uma mão de obra especializada”, destacou a ministra Margareth Menezes, ao comentar as interdições.

PF mira suspeitos de invadir sistemas do CNJ para soltar presos

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (13) a operação Data Change, que tem como alvo um grupo criminoso que conseguiu invadir os sistemas de execução penal e de mandados de prisão mantidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) visando soltar criminosos de alta periculosidade.

Os agentes cumpriram oito mandados de busca e apreensão em Goiânia. Há a suspeita de que advogados participaram das fraudes. A seccional de Goiás da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) disse acompanhar as diligências.

Após invadir os sistemas, os criminosos alteravam os dados sobre o cumprimento de penas e inseriam documentos falsos. Foram identificadas fraudes em pelo menos 15 processos, “mas esse número pode aumentar com os desdobramentos da investigação que está em curso”, informou a PF.

Acrescentou que “essas alterações indevidas tinham por finalidade adiantar as datas para progressão de regime dos apenados, de modo que estes pudessem progredir, de forma fraudulenta, mais rapidamente do regime fechado para o semiaberto, quando então rompiam a tornozeleira, tornando-se foragidos da justiça”.

Condenados

Entre os beneficiados estariam condenados a mais de 60 anos prisão e também integrantes de facções criminosas.

Essa não é a primeira vez que os sistemas do CNJ são invadidos para a inserção de informações fraudulentas. Em janeiro de 2023, por exemplo, o Banco Nacional de Mandados de Prisão foi acessado irregularmente para a inserção de documentos e alvarás de soltura falsos.

Na ocasião, foi inserida no sistema uma falsa ordem de prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra ele mesmo.

Após investigação da Polícia Federal e parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), a deputada Carla Zambelli (PL-SP) se tornou ré no caso, acusada de ter encomendado a ação a Walter Delgatti Neto, conhecido por ter sido o hacker responsável por vazar mensagens no escândalo conhecido como Vaza Jato. A parlamentar nega participação no crime.

Polícia Civil de SP identifica mandante da morte de delator do PCC

A Polícia Civil de São Paulo informou que identificou o mandante da morte do empresário Vinícius Gritzbach, assassinado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, em novembro do ano passado. O nome do suspeito, que está sendo procurado pela polícia, ainda não foi divulgado oficialmente.

Gritzbach era réu por homicídio e acusado de envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro para a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). No ano passado, ele havia assinado um acordo de colaboração com o Ministério Público, entregando o nome de pessoas ligadas ao PCC e também acusando policiais de corrupção.

Até o momento, 26 pessoas foram presas por envolvimento no caso, dos quais 17 são policiais militares e cinco, policiais civis. Os quatro outros presos são suspeitos de ter alguma relação com o homem que foi apontado como integrante da facção criminosa e que teria atuado como “olheiro” no dia do crime.

Nesta quinta-feira (13), o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) deflagrou uma operação para cumprir novos mandados judiciais contra os envolvidos na morte do delator. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, 120 policiais civis estão hoje realizando buscas em mais de 20 endereços de pessoas suspeitas de envolvimento com o caso.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, as investigações permitiram que as equipes descobrissem novas provas e identificassem mais envolvidos no assassinato, o que levou a Justiça a expedir os mandados que estão sendo cumpridos hoje. A operação segue em andamento.

Tecnologia

A secretaria informou que a força-tarefa que trabalha no caso usou tecnologia de ponta nas investigações tal como o equipamento ForenScope 4K, que detecta fragmentos biológicos. Também foi usada uma aparelhagem que fez o levantamento 3D de todo o local do crime. Esses equipamentos forneceram detalhes da trajetória balística, contribuindo para as investigações.

O primeiro identificado por participação no assassinato foi Kauê do Amaral Coelho, que, segundo a polícia, atuou como olheiro no dia do crime, informando os atiradores sobre o momento em que a vítima saía do saguão do aeroporto. Coelho ainda não foi encontrado, e a secretaria está oferecendo R$ 50 mil por informações que levem ao suspeito. A namorada dele foi presa em janeiro.

No último mês, a Corregedoria da Polícia Militar deflagrou uma operação contra policiais militares suspeitos de envolvimento no caso. Na ocasião, foram cumpridos 15 mandados de prisão e sete de busca e apreensão. Dois policiais militares foram presos logo na sequência. Entre os detidos, estão suspeitos de serem os atiradores e o motorista do dia do crime.

De acordo com a secretaria, as apurações correm sob sigilo, para não prejudicar os processos sobre o caso.

No Rio, PF deflagra operação contra crimes eleitorais em Nilópolis

A Polícia Federal (PF) deflagrou quinta-feira (13) operação para desarticular organização criminosa suspeita de praticar diversos delitos no âmbito das eleições municipais de Nilópolis, na Baixada Fluminense, em 2024, como compra de votos, fraude à cota de gênero, apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral e lavagem de dinheiro.

A investigação teve início em outubro de 2024, quando 24 pessoas foram presas em flagrante, em Nilópolis, com valores que supostamente seriam destinados à compra de votos. Com o aprofundamento das diligências, a PF identificou um complexo esquema de corrupção eleitoral operado em Nilópolis durante as eleições municipais de 2024, que envolvia o uso de candidaturas laranjas e uma rede de apoio que se estendia a servidores públicos e políticos locais. 

Na ação, policiais federais cumprem dois mandados de busca e apreensão.

“Super enzima” de bactéria pode transformar resíduos em biocombustível

Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) divulgam nesta quinta-feira (13), na revista Nature, o processo e potencial de um biocatalisador isolado a partir de bactérias do solo brasileiro, chamado de CelOCE (do inglês, Cellulose Oxidative Cleaving Enzyme).

As amostras são de áreas normalmente cobertas por bagaço de cana-de-açúcar, e as bactérias analisadas não tiveram uma “fase de laboratório” de seleção e criação. A pesquisa foi desde a bioprospeção, quando se encontraram os microorganismos com potencial, até a produção da enzima em escala industrial, na planta-piloto do CNPEM. A enzima já teve seu pedido de registro de patente depositado e está em licenciamento para uso industrial. O uso no setor produtivo pode começar entre um e quatro anos após o licenciamento, dependendo da tecnologia aplicada em seu desenvolvimento.

Encontrar as bactérias não foi um acidente, mas parte dos resultados do programa de mapeamento genético da vida microbiana da biodiversidade brasileira, realizado pelo CNPEM com parceiros nacionais e internacionais, como o que isolou compostos com potencial para uso médico em bactérias de uma unidade de conservação na Amazônia. Essa descoberta teve parcerias com o Instituto Nacional de Pesquisa para Agricultura, Alimentos e Meio Ambiente da França (INRAE, da Universidade Aix Marseille), e com a Universidade Técnica da Dinamarca (DTU).

O “caminho” para chegar a ela também pode ser testado em outras condições e indicar compostos com potencial para a reciclagem em petroquímicos e plásticos. É quase como espionar as bactérias e copiar suas soluções.

Pequenas enzimas

A CelOCE é uma enzima muito pequena, composta por 115 aminoácidos, o que a torna mais simples de alterar em laboratório do que o tipo de enzima usada atualmente. Essa “flexibilidade” é um dos motivos que a faz ser tratada pela equipe do CNPEM como um avanço, com potencial de mudar a cadeia de produção baseada em biomassa, e pode ser usada em combustíveis em produtos obtidos por petroquímicos, como plásticos, ácidos orgânicos e outras moléculas. Dados sob condições industriais mostraram que, ao ser usada junto com enzimas já utilizadas na indústria, a CelOCE aumentou em até 21% a quantidade de glicose liberada a partir de resíduos vegetais.

Ela funciona acelerando a quebra da celulose por desconstrução, etapa necessária para produzir energia no processo de construção de bioquímicos. “Essa descoberta muda o paradigma da degradação da celulose na natureza e tem o potencial de revolucionar as biorrefinarias”, explicou o pesquisador do CNPEM Mario Murakami, responsável por liderar os estudos. Fsuperenzima

“A pesquisa foi motivada para elucidar a matéria escura metagenômica, que são os genes de função desconhecida de microrganismos inéditos e não cultiváveis em laboratório. Mais de 90% da vida microbiana ainda são desconhecidos e podem conter informações capazes de mudar nosso entendimento sobre muitos processos na natureza, assim como a degradação da celulose, que foi a descoberta nesse trabalho.

O entendimento da ação da enzima sobre a celulose foi possível graças a todo o parque de equipamentos e ao elenco de pesquisadores do CNPEM, permitindo a elucidação da estrutura tridimensional e o mecanismo de reconhecimento das fibras de celulose. Seu mecanismo único, baseado na bioquímica redox, leva a ganhos superiores ao que se conhece no estado-da-arte”, finaliza Murakami. 

Polícia faz nesta quinta-feira perícia em fábrica que pegou fogo

A Polícia Civil informou que fará, nesta quinta-feira (13), uma perícia na confecção de roupas Maximus, que pegou fogo ontem (13) em Ramos, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Segundo a polícia, a 21ª Delegacia de Polícia (Bonsucesso), que investiga as causas do incêndio, está analisando se havia furto de energia elétrica no local, por meio de ligações clandestinas.

A Light, concessionária responsável pelo fornecimento de energia da região, informou que também realizará perícia na rede elétrica do imóvel. “Assim que foi notificada pelas autoridades, a concessionária mobilizou uma equipe para o local”.

O fornecimento de energia elétrica foi interrompido em trechos de ruas da região devido ao incêndio, a pedido dos bombeiros, para auxiliar no combate às chamas.

O Corpo de Bombeiros informou que o prédio da fábrica não tinha o certificado de aprovação da corporação, que comprova que a edificação cumpre a legislação estadual anti-incêndio.

A Defesa Civil Municipal interditou totalmente a fábrica e o prédio anexo atingidos pelo incêndio. Técnicos do órgão constataram danos à estrutura do prédio anexo à fábrica e, portanto, há risco de desabamento da estrutura interna.

Já o edifício vizinho (número 117 da Rua Roberto Silva) não corre risco de desabamento, mas a área de serviço do térreo foi isolada por medida de segurança. No prédio, os técnicos verificaram que há rachaduras nas paredes do segundo e terceiro pavimentos, atingidos pelo calor do fogo.

Vítimas

Segundo o Corpo de Bombeiros, pelo menos 21 pessoas foram resgatadas do imóvel após o início do incêndio e receberam atendimento médico. No Hospital Getúlio Vargas, por exemplo, foram encaminhadas dez vítimas, com queimaduras nas vias aéreas. Oito pacientes, sendo três homens e cinco mulheres, estão em estado grave. Duas mulheres estão em situação estável, de acordo com a direção do hospital.

Outras oito vítimas deram entrada nas unidades da rede municipal de saúde, das quais três permanecem internadas, sendo uma em estado grave no Hospital Municipal Souza Aguiar. Quatro pessoas já receberam alta e uma saiu de alta à revelia no Hospital Municipal Salgado Filho.

Carnaval

A confecção Maximus produzia fantasias para várias escolas da Série Ouro, o grupo de acesso das escolas de samba do Rio de Janeiro. Algumas delas tiveram perda significativa de suas fantasias, como a Império Serrano, a Unidos da Ponte e a Unidos de Bangu.

Diante da situação, a Liga-RJ, que coordena o carnaval da Série Ouro, decidiu que as três escolas mais afetadas pelo incêndio não serão receberão notas no carnaval deste ano e, portanto, não poderão ser rebaixadas para a Série Prata.

O governador fluminense, Cláudio Castro, anunciou que aumentará de R$ 10 milhões para R$ 16 milhões o repasse para as escolas de samba da Série Ouro.

“O Carnaval é parte da nossa identidade e vamos trabalhar juntos para minimizar os impactos dessa tragédia”,​ afirmou Castro.

Dia do Rádio: veículo é fundamental no combate às mudanças climáticas

O avanço das queimadas e do desmatamento percorre, por vezes, as florestas mais rapidamente do que as informações de conscientização sobre o cenário de destruição. Não à toa, entidades como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) definiram que o Dia do Rádio deste ano, celebrado nesta quinta-feira (13), deve chamar atenção para o papel fundamental do veículo no combate às mudanças climáticas em todo o mundo.

No Brasil, pesquisadores consideram o rádio veículo estratégico para que as informações vençam eventuais limitações tecnológicas, como regiões sem sinal para internet ou para telefone celular. Ouvidos pela Agência Brasil, esses especialistas afirmam que um exemplo importante dessa atuação é na região amazônica, afetada, historicamente, tanto pela destruição da área nativa quanto pela dificuldade de comunicações. 

Conforme explica o professor Marcos Sorrentino, de ciências florestais da Universidade de São Paulo (USP), as mudanças climáticas, assim como a conservação da biodiversidade, exigem mudanças comportamentais e de valores, que precisam ser divulgadas pelo rádio, o veículo que atravessa o país. “Precisamos dialogar com as pessoas para que elas repensem o seu modo de produção e de consumo. O rádio tem uma longa história que possibilita o estar mais próximo das pessoas”, argumentou. 

 Por isso, segundo Sorrentino, é necessário cumprir esse papel diariamente. Ele cita os programas da Rádio Nacional da Amazônia que, na sua opinião, prestam serviço prático. “Eu lembro que, certa vez, eu estava no interior de um município do estado do Pará e um agricultor estava ouvindo a Rádio Nacional, sintonizado nas mensagens e nos desafios (diante da erosão ambiental)”, afirma. 

Mudanças de comportamentos

O professor diz que o rádio vem se reinventando para efetiva divulgação de conteúdo educativo, como tem ocorrido nos aprofundamentos criados por reportagens, entrevistas e podcasts. Para Sorrentino, o veículo proporciona oportunidades para que a sociedade mude comportamentos a fim de realizar o enfrentamento das mudanças do clima e da erosão da biodiversidade.

“É necessário o enfrentamento da alienação dos sujeitos, do distanciamento e da incompreensão”. Ele conta que presenciou, na cidade de Belterra (PA), a elaboração de programas de rádio por parte de professores e alunos. Inclusive, para o pesquisador, as campanhas de rádio têm dois públicos prioritários. “Inequivocamente, os jovens são os que mais sentirão os impactos das mudanças do clima. E o outro público é o de idosos, que podem trazer a história de vida para repercutir nas rádios do país”, argumenta.

Campanhas

Cientista sênior do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), o ecólogo Paulo Moutinho afirma que o rádio sempre foi fundamental para as pesquisas que a entidade realiza na região.

“O rádio permitiu, por exemplo, que fizéssemos campanhas de prevenção de incêndios na região e que preveniram perda econômica de pequenos a grandes agricultores. Também foi fundamental em ações de educação diante da mudança do clima”.

Rio de Janeiro (RJ), 12/09/2023 – Novo estúdio da Rádio Nacional durante transmissão do programa Revista Rio, apresentado por Dylan Araújo. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil – Tânia Rêgo/Agência Brasil

Ele recorda que, desde a década de 1980, utiliza o veículo para educação ambiental na Amazônia, incluindo a prevenção de incêndios e o uso adequado de plantas medicinais. Depois, na atuação como pesquisador, ele se envolvia em pesquisas sobre prevenção de incêndio e de desmatamento ilegal. Ele trocava ideias, pelo rádio, com os ouvintes porque havia um fluxo de cartas para as emissoras com interações. “Tudo isso não é algo do passado. O rádio ainda é um instrumento de alta tecnologia de comunicação na Amazônia, pois é fácil de ser adquirido”.

“No coração das pessoas”

Para Moutinho, o rádio será ainda durante muito tempo um instrumento fundamental para a comunicação na Amazônia. “Há programas icônicos também em relação a isso. O Natureza Viva, da Rádio Nacional, por exemplo, tem alcance enorme”. 

A profissional da Rádio Nacional da Amazônia Mara Régia di Perna, que apresenta o programa e é referência nacional em comunicação ambiental, concorda, em entrevista à Agência Brasil, concorda que o programa Natureza Viva tem sido um aliado da sociedade para prestar serviço de utilidade pública. 

“O que faz do rádio uma poderosa ferramenta de mobilização social é a capacidade de ele chegar ao coração das pessoas com intimidade”, afirmou Mara Régia. Ela cita que as características do veículo fazem a diferença, com agilidade, acessibilidade, mobilidade, instantaneidade e linguagem simples.

Utilidade pública

Outro profissional que atua pela comunicação, o geógrafo e comunicador Marco Lopes, do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, que tem sede em Tefé (AM), é responsável por um programa de rádio chamado “Ligado no Mamirauá”, que já tem mais de 30 anos de história. “Até hoje, difunde informações sobre manejo dos recursos naturais”. 

O programa vai ao ar pela Rádio Rural de Tefé (93,9 FM). “A importância do veículo para conscientizar sobre as mudanças climáticas ocorre de diversas formas”. Ele exemplifica que, no ano passado, houve uma das piores secas da história do Amazonas e foi necessário aprofundar informações sobre o assunto. “Historicamente, o programa tem também um serviço de utilidade pública, de divulgar as informações do nível do rio. E essas informações são fundamentais”. 

Contra a desinformação

Segundo Lopes, as informações são mais assimiladas por populações mesmo em situação de vulnerabilidade. O mote principal é lutar contra fake news e não utilizar alarmismo para tratar dos temas ambientais. 

O combate à desinformação também é uma preocupação central, segundo a socioambientalista Muriel Saragossi. Para ela, rádio é o veículo de comunicação mais importante no interior da Amazônia. ao proporcionar informação de qualidade para populações distantes dos sinais de celular. “Na Amazônia, temos muitos jovens comunicadores, sejam indígenas, ribeirinhos ou quilombolas, que reproduzem conteúdos informativos dentro de suas comunidades e escolas rurais, o que permite formar uma nova geração de amazônidas com informações verdadeiras”.

Avião que transportava drogas é abatido pela FAB

Um avião de pequeno porte que transportava drogas foi interceptado e abatido pela Força Aérea Brasileira (FAB), nesta terça-feira (12), ao entrar no espaço aéreo nacional vindo da Venezuela, na Região Norte do país. A ação, realizada em conjunto com a Polícia Federal, seguiu os protocolos das Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo (MPEA), previstas em legislação federal.

Ao ser localizada e interceptada pela FAB, a aeronave suspeita não se identificou pelo rádio, nem modificou a rota para pousar em um aeródromo próximo.

Foram disparados tiros de advertência, também sem sucesso. Com isso, o avião foi classificado como hostil pelo governo brasileiro e foi alvejado com o chamado tiro de detenção, para impedir a continuidade do voo.

“Essa medida é utilizada como último recurso, após a aeronave interceptada descumprir todos os procedimentos estabelecidos e forçar a continuidade do voo ilícito. Com a execução do Tiro de Detenção, o avião interceptado, classificado como hostil, veio a colidir com o solo”, informou a FAB, em nota.

A localização do avião em solo ocorreu nesta quarta-feira (12), por meio de um helicóptero da FAB.

Com participação de agentes da Polícia Federal na ação, foram identificados dois homens sem vida e presença de drogas no interior da aeronave.

Relatório indica que RJ vive escalada da violência neste início de ano

Um novo relatório divulgado nesta terça-feira (11) pelo Instituto Fogo Cruzado revela que municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro tiveram um aumento no número de tiroteios, mortos, feridos, vítimas de balas perdidas e baleados em roubos no primeiro mês do ano de 2025. O documento descreve a situação como “uma explosão na violência armada”.

No mês passado, 181 pessoas foram baleadas, dos quais 79 morreram. É um cenário significativamente mais violento do que o registrado em janeiro de 2024. O número de baleados cresceu 79% em relação aos 101 contabilizados no início do último ano. Já os óbitos tiveram alta de 36% frente 58 registros de janeiro de 2024.

Já na comparação com o mês anterior, observou-se aumento de 42% nos tiroteios, de 1% nas mortes e 70% na quantidade de feridos: dezembro de 2024 acumulou 195 tiroteios, 78 mortos e 60 feridos.

Um dos dados que chama atenção é o elevado número de vítimas de balas perdidas: foram 26, das quais sete morreram. É um recorde quando se compara com os meses de janeiro dos últimos nove anos.

O número de baleados em roubos ou tentativas de roubo na região metropolitana do Rio de Janeiro é outro indício de uma escalada na violência. Foram 25, o maior registro desde 2020. Entre essas vítimas, oito morreram.

Arte/Agência Brasil

“Ainda que seja necessário ter certa cautela para analisar os dados do primeiro mês do ano, por ser um período curto de tempo, nós vemos com grande preocupação a alta nos indicadores”, afirma Carlos Nhanga, coordenador regional do Instituto Fogo Cruzado no Rio de Janeiro. Segundo ele, a violência armada é dinâmica e alterações no volume das ocorrências não podem ser atribuídas a um único fator.

Nhanga, no entanto, vê falhas nas políticas de segurança pública. “Enquanto os grupos armados diversificam suas formas de atuação, o poder público insiste na velha e falha tática de confronto, colocando a população na linha de tiro”, acrescenta. Ele pontua que os dados levantados contribuem para uma melhor compreensão do cenário e uma busca por soluções para preservar a vida da população.

O Fogo Cruzado surgiu inicialmente como um aplicativo desenvolvido pela Anistia Internacional e lançado em 2016 para monitoramento de tiroteios e os impactos deles na região metropolitana do Rio de Janeiro. Foi sendo aprimorado, convertendo-se em uma plataforma capaz de reunir diversos indicadores sobre violência armada. Em 2018, o projeto passou a ter uma gestão independente, e, com o tempo, o monitoramento se estendeu para algumas outras regiões do país. Para fornecer informações que possam auxiliar o planejamento de políticas de segurança pública eficazes, o Fogo Cruzado apresenta relatórios periódicos e levantamentos eventuais.

Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro (Sesp) informou em nota que não fará comentários sobre dados não oficiais. A pasta afirmou não ter conhecimento sobre a metodologia utilizada para a elaboração do relatório. “A fonte das informações oficiais é o Instituto de Segurança Pública (ISP). Em relação à letalidade violenta, segundo o ISP, o Rio de Janeiro tem registrado uma queda nos índices, reflexo das ações estratégicas implementadas pelas autoridades de segurança pública”, registra a nota.

A Sesp disse ainda que tem intensificado as ações no combate ao crime organizado para impedir o crescimento territorial de facções criminosas. “O objetivo é conter o avanço desses grupos, que buscam conquistar novos territórios para expandir suas atividades ilícitas, como tráfico de drogas, extorsão e controle sobre comunidades. Além disso, a Secretaria busca apoio do governo federal, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública, para monitorar o deslocamento de criminosos de outros estados e a entrada de armamentos ilegais no Rio de Janeiro”, acrescenta o texto.

Outros indicadores

O relatório do Fogo Cruzado também contabiliza oito agentes de segurança mortos no mês passado. É o maior número registrado para o mês de janeiro desde 2018, quando houve 12 óbitos.

Ao todo, foram registrados pelo Instituto Fogo Cruzado 277 tiroteios ou disparos de arma de fogo no último mês na região metropolitana do Rio. O número revela aumento de 30% nos registros em comparação com janeiro de 2024, quando foram contabilizadas 213 ocorrências.

A proporção de tiroteios ocorridos em ações e operações policiais também cresceu. Foram 42% no mês passado, acima dos 34% registrados em janeiro de 2024.

No recorte por municípios, a capital fluminense respondeu por 193 tiroteios (69,8% do total), 43 mortos (54,4% do total) e 67 feridos (65,7% do total). As ocorrências nas cidades de São Gonçalo, São João de Meriti, Duque de Caxias e Nova Iguaçu contribuíram para incrementar os registros. Em cada uma delas, houve ao menos nove tiroteios e juntas elas responderam por 26,6% dos óbitos. Na capital, os bairros mais afetados pela violência armada foram Complexo do Alemão, Vila Isabel, Penha, Bangu e Santa Cruz.