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Aeroportos: 2023 teve aumento de 15,3% de passageiros, diz governo

O ano de 2023 contabilizou 112,6 milhões de passageiros em voos domésticos ou internacionais, o que representa um aumento de 15,3% em relação a 2022 (quando houve 97,6 milhões de passageiros), conforme divulgou o governo federal, nesta segunda-feira (22). “Nos próximos três anos, temos esperança de chegar a 140 milhões de passageiros”, afirmou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.     

O ministro explicou que o aumento do número de passageiros em voos nacionais foi de 9,2 milhões de pessoas (de 82,2 milhões em 2022 para 91,4 milhões), enquanto que em viagens para e de outros países, aumentou 5,8 milhões de passageiros (de 15,4 milhões para 21,2 milhões). “Foi um importante crescimento nos voos internacionais”, avalia. 

Os dados têm relação também com o aumento da oferta de voos que têm como origem ou destino outros países, de 94 mil (em 2022) para 122 mil (no ano passado). As viagens dentro do Brasil foram de 730,7 mil (2022) para 789,3 mil (em 2023). “O grande desafio que temos é ampliar o número de voos internacionais. O Brasil está numa rota do crescimento”, disse Costa Filho. 

Ele explicou que, até a Semana Santa, o governo espera anunciar um planejamento de ao menos 100 novos aeroportos, incluindo oito no Estado do Amazonas. 

Pesquisa

Na mesma ocasião, o ministério do Turismo divulgou pesquisa que aponta que um em cada três brasileiros pretende viajar a lazer até março deste ano. Os dados foram apresentados pelo ministro Celso Sabino. Pela pesquisa, esses viajantes compraram  em “cima da hora”:  quase 20% dos entrevistados que irão viajar até março adquiriram as passagens da viagem de verão nos meses de novembro e dezembro.

O levantamento Tendências de Turismo foi realizado entre o dia 7 e 11 de dezembro do ano passado. Foram 2.029 entrevistas domiciliares com brasileiros a partir de 16 anos, nas 27 unidades da Federação. 

Praia

Aliás, a combinação de sol e praia é a preferida dos brasileiros, segundo o levantamento (51% dos viajantes).  A pesquisa apontou que 69% dos brasileiros fazem uma viagem a lazer por ano e que 66% dos turistas viajam, em uma média, de 10 dias. Ao menos 47% ficam na casa de amigos e parentes. A hospedagem em hotel representa 29%.

Cidades do Nordeste (42%) e do Sudeste (41%) são os destinos preferidos para as férias dos brasileiros que irão viajar pelo Brasil, segundo apontou o levantamento. Os destinos preferidos são São Paulo (19%), Rio de Janeiro (12%), Bahia (12%), Santa Catarina (9%) e Ceará (7%). 

A maioria pretende viajar em família (60%). Viagens com amigos ou de forma solitária representam 13% dos entrevistados em ambos os casos. 

A pesquisa revelou que os locais que os brasileiros mais têm vontade de conhecer em algum momento são Salvador (a campeã),  Fernando de Noronha, Rio de Janeiro, Lençóis Maranhenses e Florianópolis.

TCU esclarece que não decidiu sobre isenção a líderes religiosos

O Tribunal de Contas da União (TCU) esclareceu que não determinou a suspensão da isenção tributária a líderes religiosos. Em nota, o órgão informou que o processo está sob análise do ministro Aroldo Cedraz, ainda sem decisão final.

O comunicado informou que o Ministério Público junto ao TCU (MPTCU) fez representação aos ministros do órgão para avaliar se o ato declaratório de 29 de julho do ano passado era legal e legítimo. Na ocasião, o então secretário especial da Receita Federal, Julio Cesar Vieira, ampliou a isenção tributária a templos religiosos ao salário de pastores e ministros religiosos.

“O processo trata de representação do MPTCU para avaliar a legalidade e legitimidade da ampliação de isenção de impostos para remuneração recebida por pastores conferida pela referida norma, diante de possível desvio de finalidade e ausência de motivação”, esclareceu o TCU.

O comunicado reiterou que qualquer manifestação formal do órgão sai apenas quando ministros tomam decisões solitariamente ou em plenário. “O TCU se manifesta apenas por meio de seus acórdãos ou por decisões monocráticas dos seus ministros”, destacou.

Na quarta-feira (18), a Receita Federal suspendeu a imunidade tributária sobre salários de líderes religiosos, como pastores e ministros de igrejas evangélicas. Assinado pelo secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, o ato declaratório reverteu o benefício concedido pelo ex-secretário especial do órgão Julio Cesar Vieira Gomes, pouco antes do início da campanha eleitoral de 2022.

O ex-secretário especial Julio Cesar foi exonerado da Receita Federal em junho do ano passado, após vir à tona o envolvimento dele no caso da liberação de joias dadas de presente por governos estrangeiros ao ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Quando comandava o órgão, Julio Cesar assinou o despacho que pedia aos auditores da Receita, no Aeroporto de Guarulhos, que entregassem um conjunto de joias presenteadas pelo governo da Arábia Saudita ao ex-presidente em 2022. A defesa de Bolsonaro nega qualquer irregularidade.

Zagallo craque: 13 letras e uma vida a serviço da seleção brasileira

“Brasil campeão tem 13 letras”. Escutar essa frase é lembrar de Mário Jorge Lobo Zagallo. Uma das razões é o apego dele ao número 13, que surgiu com a esposa Alcina, devota de Santo Antônio (cuja data é comemorada em um dia 13). A outra é a história vitoriosa, de mais de meio século, dedicada à seleção brasileira – dentro ou fora de campo.

Simplesmente quatro dos cinco títulos mundiais da seleção amarelinha tiveram participação do Velho Lobo: dois como atleta, um como técnico e um como coordenador técnico.

Mário Jorge Lobo Zagallo morreu às 23:41 desta sexta-feira (5). O velho Lobo, tetracampeão mundial como jogador, técnico e auxiliar técnico com a Seleção Brasileira, tinha 92 anos. O Hospital Barra D’Or, onde o ídolo estava internado desde o final do ano passado, comunicou que ele não resistiu a uma falência múltipla de órgãos resultante de progressão de múltiplas comorbidades previamente existentes.

 A Confederação Brasileira de Futebol decretou também luto de sete dias em homenagem à memória do seu eterno campeão. Em nota, o presidente da CBF Ednaldo Rodrigues lamentou a morte da “lenda”: 

“A CBF e o futebol brasileiro lamentam a morte de uma das suas maiores lendas, Mário Jorge Lobo Zagallo.  A CBF presta solidariedade aos seus familiares e fãs neste momento de pesar pela partida deste ídolo do nosso futebol.”

O velório será na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, a partir das 9h30 deste domingo. A solenidade será aberta ao público. O sepultamento ocorrerá às 16h do mesmo domingo no Cemitério São João Batista.

Trajetória

Zagallo estava internado desde o final do ano passado e morreu de falência múltipla dos órgãos – Instagram/ZagalloOficial

Zagallo era alagoano de Atalaia, nascido em 8 de agosto de 1931. Antes de completar um ano, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. O talento com a bola nos pés chamou atenção na peneira em que foi aprovado para o time infantil do América-RJ, na Tijuca, bairro da zona norte carioca onde morava. Pelo Mecão, foi campeão carioca de Amadores em 1949, como juvenil, antes de se transferir para o Flamengo.

Antes de brilhar no Rubro-Negro, onde foi tricampeão carioca (1953 a 1955), ele foi recrutado pelo Exército. Em 1950, trabalhando como segurança no Maracanã, viu de perto o uruguaio Alcides Ghiggia silenciar o Maior do Mundo e adiar o sonho do então inédito título mundial brasileiro. História que o então soldado Zagallo ajudaria a mudar anos depois.

A conquista da Taça Oswaldo Cruz (disputada pelas seleções de Brasil e Paraguai) em 1958 foi o começo da trajetória de Zagallo na seleção. Ele vestiu a amarelinha em 36 ocasiões e marcou seis gols. Um na final da Copa do Mundo daquele ano, na vitória por 5 a 2 sobre a anfitriã Suécia, estampando a primeira estrela no peito brasileiro. E o ponta-esquerda deixou clara a importância tática – defensiva e ofensiva – que lhe rendeu o apelido “formiguinha”.

Foi também em 1958 que a passagem de Zagallo pelo Flamengo chegou ao fim, com a mudança para o Botafogo. Foram sete anos na Estrela Solitária, ao lado de Nilton Santos, Didi e Garrincha, com dois títulos cariocas (1961 e 1962) e dois Torneios Rio-São Paulo (1962 e 1964). Foi também vestindo a camisa alvinegra que o ponta-esquerda ajudou o Brasil a erguer a taça Jules Rimet pela segunda vez, em 1962, no Chile.

Treinador

Zagallo deixou os gramados aos 34 anos, iniciando a carreira como treinador. Em 1966, assumiu justamente o Botafogo, sendo bicampeão carioca (1967 e 1968) e conduzindo o Glorioso ao primeiro título brasileiro, em 1968.

Às vésperas da Copa do Mundo de 1970, o Velho Lobo foi chamado para comandar o Brasil no México. Ele teria menos de cem dias para trabalhar. Ainda assim, decidiu mexer no time que era de João Saldanha. Uma das alterações mais marcantes foi a escolha dos cinco jogadores mais avançados. Com Gérson, Rivellino, Tostão, Pelé e Jairzinho, todos camisas 10 nos respectivos clubes, a seleção conquistou o tri.

Após dirigir o Brasil na Copa de 1974, Zagallo passou por diferentes clubes e países (Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos), até retornar à seleção em 1991, como coordenador técnico. Ao lado de Carlos Alberto Parreira, fez parte da comissão do tetracampeonato mundial, sendo escolhido para suceder o treinador campeão.

A nova passagem à frente da amarelinha teve momentos amargos, como a eliminação na semifinal da Olimpíada de Atlanta (Estados Unidos) para a Nigéria, mas também de conquistas, como a da Copa das Confederações e da Copa América, ambos em 1997. Esta última foi especial, por ser a primeira do Brasil longe de casa. Após derrotar a anfitriã Bolívia na final, por 3 a 1, na altitude de La Paz, o Velho Lobo disparou contra os críticos a famosa frase: “Vocês vão ter que me engolir!”.

Zagallo recebe uma réplica da taça Jules Rimet, nos 50 anos do Tricampeonato Mundial – CBF/Arquivo Pessoal/Direitos reservados

O vice-campeonato mundial na França, em 1998, deu fim à segunda passagem de Zagallo no comando da seleção brasileira.

Ele dirigiu Portuguesa e Flamengo (onde venceu o Carioca e a Copa dos Campeões de 2001) antes de, depois do penta, em 2002, reeditar a parceria com Parreira, novamente como coordenador técnico. A dupla levantou as taças das Copas América de 2004 e das Confederações de 2005. O adeus nas quartas de final da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, foi também o último trabalho do Velho Lobo, aos 75 anos.

Foram 135 partidas à frente do Brasil, com 79,7% de aproveitamento, sendo o treinador com mais jogos no comando da seleção. Como coordenador, ele participou de outros 72 jogos (65,7% de aproveitamento). Pois é, “Zagallo craque” não tem 13 letras a toa.

*Colaborou o repórter Juliano Justo, da EBC

Caixa SP abre exposição com obra hiper-realista de Giovani Caramello

No canto da parede, um idoso repousa, lábios cerrados e um olhar à frente, sem piscar. Chegando mais perto é possível ver as marcas do tempo em seu rosto e uma expressão séria, representando alguma angústia ou solidão. Seu corpo também mostra a marca de uma possível cirurgia realizada no peito.

Embora muito detalhista e de grande precisão, esse idoso é apenas uma representação da realidade. Ele é uma das dez obras hiper-realistas do jovem artista brasileiro Giovani Caramello, que integra a exposição Hiper-realismo no Brasil, que acontece na Caixa Cultural São Paulo, ao lado da Praça da Sé, no centro da capital paulista. Essa imagem, inclusive, ilustra a capa do catálogo dedicado à mostra.

A semelhança com o real é impressionante no trabalho de Caramello, um artista autodidata nascido em Santo André, em 1990. E é por isso que sua obra faz parte de um movimento artístico chamado hiper-realismo.

“O Giovanni Caramelo é um jovem artista que mora em Santo André. Ele começou sua prática na escultura a partir de um interesse que estava ligado à sua prática profissional. Ele trabalhava num escritório de modelagem 3D e, de forma a melhorar no trabalho, ele começou a estudar algumas técnicas de escultura. Muito rapidamente começou uma produção autoral a partir dessa busca, pelo desenvolvimento dessas técnicas. E nesse processo ele desenvolveu uma pesquisa sobre o hiper-realismo, que é esse movimento artístico que tem início ali no final dos anos 70 e começo dos anos 80”, explicou Ícaro Ferraz Vidal Júnior, curador da exposição, em entrevista à Agência Brasil.

Giovani Caramello criou suas obras resina, silicone e terracota. A exposição Hiper-realismo no Brasil está aberta na Caixa Cultural São Paulo. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

As dez obras em exposição foram produzidas pelo artista entre os anos de 2017 e 2022.

Seu trabalho é feito em resina, silicone e terracota e busca traduzir questões relacionadas à efemeridade do tempo – e à solidão. Nesta exposição, há também esculturas feitas em bronze e cerâmica. “Aqui na curadoria a gente construiu uma espécie de narrativa: os primeiros personagens [que aparecem na sala expositiva] são crianças e você vai vendo um envelhecimento progressivo. O hiper-realismo do Giovanni Caramello está a serviço de uma poética que não se esgota nessa exibição da virtuose técnica, mas que está justamente a serviço de mostrar as inscrições do tempo sobre o corpo humano. Então, é como se ele produzisse biografias ficcionais, escrevendo rugas, pintas e cicatrizes sobre esses personagens”, descreveu o curador.

Ao mesmo tempo, esses personagens retratam uma certa solidão. “São figuras solitárias, são figuras que são atravessadas por sentimentos e emoções nos quais a gente de alguma maneira se projeta. Acho que é inevitável a gente pensar o que esse personagem está sentindo, qual é a história dele, por que ele está assim”, falou.

Além da preocupação narrativa, a curadoria também pensou em apresentar a diversidade de obras de Caramello. “Era interessante curatorialmente mostrar que o Giovani tem uma entrada na escultura pelo hiper-realismo e pelo desenvolvimento de técnicas muito avançadas de representação. Mas ele também tem um diálogo com a tradição da escultura clássica. A ideia era um pouco também de ampliar o olhar para a produção do Giovanni, mostrando que, para além do fascínio que a virtuose técnica exerce, tem, primeiro, uma pesquisa muito consistente”, falou o curador.

Visitantes

O artista Alex dos Santos, que vai expor uma de suas obras na recém-inaugurada exposição Mamáfrica – Ancestralidades Africanas no Brasil e em Cuba, também em cartaz na Caixa Cultural de São Paulo, visitou a mostra dedicada a Giovani Caramello em São Paulo. Em entrevista à Agência Brasil, ele contou que o hiper-realismo é uma técnica utilizada por artistas para buscar a perfeição.

“Não conhecia o trabalho dele [Caramello]. Estou conhecendo agora esse artista incrível. Aquela obra [ele aponta para a obra expositiva Onde Habitam Meus Demônios, que apresenta a cabeça de um homem] mostra um pouco de tristeza e de solidão”, falou Santos.

A mostra também já foi visitada pela professora Priscila Morrone, que foi ao local levando o filho de uma amiga. “Também sou do ABC Paulista e acompanho o artista há algum tempo. Já estive em outras exposições e gosto bastante [do trabalho dele]. Só sinto falta de representações de outros corpos, não padronizados. Talvez ele tenha e não esteja aqui, já que a exposição não corresponde a tudo o que ele já fez. Mas sinto falta disso, ainda mais estando aqui com uma criança negra”, disse ela.

Priscila acrescentou que, apesar disso, admira muito o detalhismo do artista. “Os detalhes me impressionam e a capacidade de olhar para uma dessas obras e de sentir a expressão delas pelo olhar”.

Em resposta a esse questionamento feito pela visitante, o curador afirmou que a obra de Caramello acaba refletindo muito sobre seu próprio corpo. “Uma possibilidade de leitura do trabalho dele, sobretudo sobre esse aspecto mais afetivo e emotivo, é de que teria algo de autobiográfico. Acaba que o próprio corpo do Giovani serve de referência para essas figuras”.

A exposição, que já passou por Curitiba, fica em cartaz em São Paulo até o dia 18 de fevereiro. Depois, ela segue para uma temporada em Recife. A mostra Hiper-realismo no Brasil, de Giovani Caramello é gratuita. Mais informações sobre ela podem ser obtidas no site da Caixa Cultural.