Skip to content

Polícia de Minas Gerais prende assassino de soldado da Rota

A Polícia Militar de Minas Gerais prendeu um jovem identificado como Kaique Coutinho do Nascimento, que confessou ter assassinado, no dia 2 deste mês, o soldado Samuel Wesley Cosmo, das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), na Baixada Santista. A prisão ocorreu na tarde de ontem (14), em Uberlândia.

A Rota é o destacamento de elite da Polícia Militar de São Paulo.

Nesta quarta-feira, policiais militares mineiros localizaram Nascimento e outro homem, após receber denúncia sobre tráfico de drogas no bairro Gávea Sul, em Uberlândia. Nascimento tentou despistar os agentes apresentando nome falso, ao ser abordado.

Contudo, os agentes verificaram sua identidade e confirmaram que já havia um mandado de prisão contra ele, expedido pela Justiça de São Paulo. Na ocasião, foram apreendidos com Nascimento R$ 10 mil, cerca de 20 munições e entorpecentes e, por esse motivo, ele e o outro detido também deverão responder por narcotráfico.

A presença de agentes da Rota na Baixada Santista tem preocupado entidades de defesa dos direitos humanos, por conta da Operação Escudo, que foi deflagrada após o assassinato do policial Patrick Bastos Reis, também do batalhão, em meados de julho de 2023. A operação foi vista por diversas entidades como uma forma de retaliação institucionalizada e considerada abuso de autoridade por parte da polícia.

Oficialmente, justificou-se a existência e a manutenção da operação como uma solução para combater o tráfico de drogas na região. No entanto, a Defensoria Pública de São Paulo apurou que 90% das prisões em flagrante feitas no âmbito da operação, na primeira fase, não tiveram apreensão de armas e que, em 67% dos casos, não foram encontradas drogas.

SSP

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo  informou que a segunda etapa da Operação Escudo, que ganhou o nome de Verão e teve início no último dia 7, já soma 21 mortos pelos agentes. Segundo a secretaria, todos os homicídios ocorreram como resultado de confrontos entre as vítimas e os policiais.

A operação também conta com reforço do Comando de Operações Especiais (COE) e, até o momento, registra 620 prisões e 72 armas apreendidas.

Migrantes africanos que usam rota pela Colômbia para chegar aos EU causam caos em aeroporto

28 de dezembro de 2023

 

O aumento do fluxo de migrantes africanos no aeroporto internacional El Dorado, Bogotá, Colômbia, tem causado caos no local. Segundo a imprensa, eles vêm através da empresa aérea turca Turkish Airlines com o objetivo de fazer conexão para El Salvador e depois Nicarágua, de onde pretendem seguir para os Estados Unidos.

Com esta rota, eles evitam a passagem pela perigosa floresta do Darién, onde anualmente dezenas de migrantes morrem.

Carlos García, do Departamento da Migração da Colômbia, disse que o país deve adotar um “protocolo mais estrito” para receber os africanos.

A maioria deles vêm da Guiné, Eritrea, Camarões, Somália, Angola e Burkina Faso e é retida no aeroporto por falta de documentos obrigatórios que permitam que continuem sua viagem até El Salvador.

O general colombiano José Luis Ramírez disse que haverá uma investigação com ajuda da Interpol para averiguar se há algum tipo de crime envolvido na onda migratória.

 
 

Ataques a navios e mudança de rota podem aumentar preço do petróleo

A intensificação dos ataques a navios comerciais no Mar Vermelho por parte dos rebeldes Houthis, a partir do Iêmen, pode interferir no comércio internacional marítimo. Nos últimos dias, várias companhias marítimas começaram a evitar um dos principais corredores comerciais, o que poderá fazer subir o preço do petróleo e de outros bens, alertam especialistas.

O desvio de uma das rotas de fornecimento mais importantes do mundo tanto para o transporte de matérias-primas, especialmente de petróleo e gás natural liquefeito, como de bens de consumo é suscetível de provocar atrasos no fornecimento e de aumentar os custos. Redirecionar os navios para outras rotas comerciais representa aumento de tempo, custos de combustível e de seguro para o transporte marítimo.

Na sequência dos ataques dos rebeldes Houthis a vários navios ao largo da costa do Iêmen nos últimos dias, grandes transportadoras marítimas como a MSC (Itália/Suíça), Maersk (Dinamarca) ou a Hapag-Lloyd (Alemanha) anunciaram a suspensão temporária da navegação pelo Mar Vermelho, delimitado ao norte pelo Canal do Suez e ao sul pelo estratégico Estreito de Bab al-Mandeb, que separa a Península Ibérica do continente africano. Também a gigante petrolífera britânica BP anunciou a suspensão de todo o trânsito no Mar Vermelho nessa segunda-feira. 

Desde o início da guerra entre o Hamas e Israel que os Houthis, movimento apoiado pelo Irã, declararam o seu apoio ao Hamas e têm como alvo dos ataques os navios que viajam para Israel. Nas últimas semanas, os ataques têm-se intensificado com lançamento de várias rajadas de mísseis e drones contra o Sul de Israel, assim como contra navios com bandeira israelense ou propriedade de empresas de Israel. “A recente escalada de ataques imprudentes dos Houthis com origem no Iêmen ameaça o livre fluxo do comércio, põe em perigo marinheiros inocentes e viola o direito internacional”, afirmou o secretário norte-americano da Defesa, Lloyd Austin.

Rota alternativa

A rota do Mar Vermelho é considerada uma “autoestrada do mar” que liga o Mediterrâneo ao Oceano Índico e, consequentemente, a Europa à Ásia, e é responsável por 12% do comércio mundial, segundo a Câmara Internacional do Transporte Marítimo (ICS, na sigla em inglês), sediada em Londres.

Todos os anos cerca de 20 mil navios passam pelo Canal do Suez, o ponto de entrada e saída ao norte dos navios que atravessam o Mar Vermelho. 

“Atualmente, as mercadorias podem ser sujeitas ao custo adicional de uma rota mais longa”, defendeu Paul Tourret, diretor do Observatório da Indústria Marítima (Isemar), informa a agência France Presse (AFP).

Como alternativa a essa rota fundamental, os navios deverão passar pelo Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África, o que significa aumento de “seis dias à viagem de um navio médio da Ásia para a Europa e poderia acrescentar entre US$ 300 mil e US$ 400 mil ao custo do combustível”, disse Andreas Krieg, professor no King’s College of London.

Uma das maiores companhias marítimas do mundo, a Maersk, anunciou nesta terça-feira que vai redirecionar alguns dos seus navios para essa rota, depois de, na segunda-feira, também a petrolífera BP ter optado por essa solução.

“O que vai ser muito interessante é se os petroleiros continuarem a redirecionar-se e, obviamente, ontem vimos a BP começar a redirecionar alguns dos seus navios em torno do Cabo da Boa Esperança também”, disse à BBC Radio 4 Richard Meade, editor-chefe do jornal de navegação Llyod’s List.

Apesar de até ao momento as alterações no preço do petróleo terem sido mínimas, tendo o preço subido um por cento na segunda-feira, e mantendo-se estável na terça-feira, com o crude de referência Brent a negociar a cerca de 78 dólares (71 euros) por barril, o desvio dos navios ameaça afetar mais do que o aumento do preço do petróleo.”É um mercado muito mais equilibrado que pode ter sérias implicações para a cadeia de abastecimento global”, acrescentou Richard Meade.

De acordo com Paul Tourret, as mercadorias mais afetadas seriam “tudo o que se consome na primavera ou no início do verão”. No entanto, o atraso em toda a cadeia de abastecimento da indústria poderá causar outras dificuldades, especialmente os custos de combustível e de seguro para o transporte marítimo, como explicou à BBC Marco Forgiona, diretor-geral do Instituto de Exportação e Comércio Internacional: “Depois, temos o problema de os navios estarem no lugar errado, os contentores no lugar errado e temos o potencial de congestionamento nos portos e mais atrasos”.

A perturbação no comércio internacional marítimo levou os Estados Unidos a lançarem uma operação naval, apoiada pelo Reino Unido, Canadá, a França, Itália, o Bahrein, a Noruega, os Países Baixos, as Seychelles e a Espanha, para proteger os navios na rota do Mar Vermelho. “É por isso que hoje estou anunciando a criação da Operação Prosperity Guardian”, declarou o secretário norte-americano da Defesa, Lloyd Austin.

Rebeldes Houthis

Apesar do anúncio da criação de uma nova aliança de proteção marítima feita pelos Estados Unidos, os rebeldes Houthis do Iêmen afirmaram que não vão parar os ataques contra os navios comerciais no Mar Vermelho.

“Mesmo que os Estados Unidos mobilizem o mundo inteiro, nossas operações militares não vão parar independentemente do sacrifício que isso nos custe”, declarou Mohammed al-Bukhaiti, importante liderança Houthi, na rede social X. Ele acrescentou que os ataques só cessarão “se Israel parar com os seus crimes e se os alimentos, os medicamentos e o combustível chegarem à população sitiada” na Faixa de Gaza.

O principal porta-voz dos Houthis, Mohammed Abdelsalam, concordou, afirmando também no antigo Twitter que os rebeldes iemenitas agem em “solidariedade ao povo palestiniano e contra o bloqueio da Faixa de Gaza”.

“Não se trata de uma demonstração de força, nem de um desafio a ninguém”, observou, acrescentando que “a aliança formada tem por objetivo proteger Israel”. O porta-voz dos Houthis considerou que “os povos da região têm o direito de apoiar o povo palestiniano tal como a América, que assumiu o direito de apoiar Israel”.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.