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Haiti: líder de gangue morre; formação de conselho de transição segue

Ataques, incluindo um tiroteio que deixou um líder de gangue morto, explodiram na capital do Haiti, Porto Príncipe, na quinta-feira (21), quando grupos políticos pareciam estar mais perto de finalizar um conselho de transição para assumir um governo ausente.

Uma operação policial matou o chefe da gangue Delmas 95, Ernst Julme, conhecido como Ti Greg, um dia depois que outro líder de gangue foi morto, confirmaram a polícia e fontes.

A morte de Julme, membro da aliança Viv Ansanm, do líder de gangue Jimmy “Barbeque” Cherizier, marca um revés nas ações das gangues para tomar conta de mais áreas da cidade. Julme havia escapado recentemente da maior prisão do Haiti em uma fuga em massa.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, recebeu com satisfação as informações de que grupos políticos haviam selecionado todos os membros de um conselho de transição que assumiria os poderes presidenciais antes de futuras eleições, disse um porta-voz da ONU.

O conselho, destinado a reunir a classe política fragmentada do Haiti, tem a tarefa de nomear um substituto para o primeiro-ministro Ariel Henry, que anunciou sua renúncia em 11 de março, após a violência das gangues impedir seu retorno ao país.

“O secretário-geral saúda os relatos de que todas as partes interessadas do Haiti indicaram representantes para o Conselho Presidencial de Transição”, disse o porta-voz adjunto Farhan Haq em uma entrevista coletiva.

O plano de transição foi intermediado na Jamaica pela Comunidade Intergovernamental do Caribe (Caricom), juntamente com representantes do governo e da oposição do Haiti. A Caricom divulgou uma lista de grupos políticos que estariam representados no conselho.

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Líder pataxó hã-hã-hãe é assassinado em Brumadinho

Reconhecido como um dos articuladores do movimento indígena, o cacique Merong Kamakã Mongoió, do povo pataxó hã-hã-hãe, foi assassinado na manhã desta segunda-feira (4), em Brumadinho (MG). De acordo com membro da equipe da Comissão Pastoral da Terra (CPT) que atua no estado, Merong havia manifestado a intenção de “ampliar as lutas” em conversa recente, ocorrida no dia 25 de fevereiro. 

Merong era uma das figuras à frente da Retomada Kamakã Mongóio, no Vale do Córrego de Areias, município de Brumadinho. Conforme esclareceu a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em nota, o líder havia se engajado tanto na defesa de seu próprio povo como na de outros, como os kaingang, os xokleng e os guarani. 

Merong nasceu em Contagem (MG) e foi viver na Bahia ainda criança. Como liderança, também exerceu atividades no Rio Grande do Sul e participou da Ocupação Lanceiros Negros, iniciativa que contribuiu com as retomadas xokleng konglui, no município gaúcho de São Francisco de Paula, e guarani mbya em Maquiné.  

“A Funai lamenta profundamente a perda e se solidariza com familiares e amigos neste momento de tristeza”, escreveu a autarquia.

Defesa do território

Os pataxó hã-hã-hãe têm comunidades na Reserva Indígena Caramuru-Paraguassu, nos municípios de Itajú do Colônia, Camacã e Pau-Brasil, e também na Terra Indígena Fazenda Baiana, no município de Camamu. Os territórios ficam, respectivamente, no sul e no baixo-sul da Bahia.

Em dezembro do ano passado, como noticiou a Agência Brasil, outro cacique pataxó hã-hã-hãe, Lucas Kariri-Sapuyá, de 31 anos, foi executado. O jovem foi surpreendido em uma tocaia, por dois homens encapuzados, quando retornava à sua comunidade, com o filho na garupa da motocicleta.

A Reserva Indígena Caramuru-Paraguassu é marcada por uma série de invasões e conflitos, sendo alvo de fazendeiros e posseiros. A estrada em que o cacique sofreu a emboscada também ficou conhecida por ser a morada do líder pataxó João Cravim, que, aos 29 anos de idade, foi executado, no dia 16 de dezembro de 1988, fazendo o mesmo trajeto de Lucas. Cravim era irmão de Galdino Jesus dos Santos, que foi queimado vivo em Brasília, por cinco jovens, enquanto dormia em um ponto de ônibus, na madrugada de 20 de abril de 1997.

Em 21 de janeiro deste ano, outra liderança, pajé, foi assassinada no mesmo contexto. A vítima foi a pataxó hã-hã-hãe Maria de Fátima Muniz de Andrade, mais conhecida como Nega Pataxó, morta durante um ataque de fazendeiros integrantes do grupo Invasão Zero, na retomada do território Caramuru, município de Potiraguá, no sul da Bahia. Além do assassinato, indígenas ficaram feridos após a investida. 

A Agência Brasil solicitou informações sobre o caso à Secretaria de Segurança de Minas Gerais, mas não teve resposta. 

Violência contra mulher quilombola é dupla, diz líder comunitária

A garantia da posse da terra é o maior desafio de comunidades quilombolas. Esse é o principal recado que moradores de quilombos do Rio de Janeiro fizeram questão de frisar para representantes de órgãos do poder público que participaram do Seminário Quilombola Nego Bispo, nesta semana, no Rio de Janeiro.

O encontro promovido pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro leva no nome a homenagem a um dos maiores intelectuais quilombolas do país. O evento reuniu líderes comunitários que puderam expressar as principais dificuldades e necessidades enfrentadas pelos territórios uma vez ocupados por negros escravizados e descendentes. Foram convidadas autoridades do Poder Judiciário, de ministérios e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que trata de titularização das comunidades quilombolas.

Lucimara Muniz vive no quilombo de Custodópolis, em Campos de Goytacazes, no norte do estado do Rio. Ela enfrentou a distância de aproximadamente 280 quilômetros para estar no seminário e denunciar o que considera o maior problema da população quilombola.

“A questão da demarcação fundiária das terras quilombolas é o ponto chave, objetivo principal para as comunidades, porque se você não tiver o direito da terra, as comunidades, principalmente as lideranças, ficam constantemente ameaçadas. As outras pessoas que ajudam as lideranças também sofrem ameaça”, disse à Agência Brasil.

Lucimara Muniz, do Quilombo de Custodópolis, defende que a demarcação de terras é ponto chave  Tânia Rêgo/Agência Brasil

Lucimara relatou o caso de um líder ameaçado que, além de perder o território, “acabou perdendo o direito à cidade” e a liberdade de ir e vir.

“Conheço o caso de um líder que mora dentro de um carro porque ele não pode ir ao território dele nem andar pela cidade para visitar a família. Quando ele vai, vai escondido. É uma pessoa que perdeu o direito de ir e vir”, conta a integrante da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq).

Lucimara aponta a especulação imobiliária e o avanço da fronteira agrícola como causadores dessa perda de território por parte de descendentes de escravizados. Ela cita o episódio do assassinato de Maria Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete, em agosto de 2023, para expor que o problema não se limita ao Rio de Janeiro. Mãe Bernadete era líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, na região metropolitana de Salvador.

Mulheres

A situação de insegurança de quilombolas é agravada quando se trata de ser mulher, diz Rejane Maria de Oliveira, do quilombo Maria Joaquina, em Cabo Frio, a 3,5 horas de carro da capital do Rio de Janeiro.

“Quem fica mais em casa é a mulher negra, porque existe um racismo grande em que as portas de emprego não se abrem. Ela acaba ficando dentro do território, cuidando dos filhos, da terra, e é ela que vê o território ser descaracterizado, sendo tomado”, diz a integrante da Conaq.

“O ataque vem duas vezes mais forte porque somos mulheres. A ameaça e a raiva vêm duas vezes mais fortes porque somos mulheres”, disse à Agência Brasil.

Rejane Maria de Oliveira, do Quilombo Maria Joaquina, ressalta que os ataques a quilombolas são maiores contra as mulheres – Tânia Rêgo/Agência Brasil

Rejane enfatiza, no entanto, que as mulheres não se deixam derrotar facilmente. Ela cita o exemplo de Dandara dos Palmares, companheira do herói negro Zumbi dos Palmares, morto em 20 de novembro de 1965. “A terra pela qual estamos lutando hoje é para aqueles que ainda não nasceram”.

Ancestralidade

No conjunto de diálogos dos representantes quilombolas, uma palavra diversas vezes pronunciada com ênfase é “ancestralidade”. Para os líderes dos movimentos, é como se fosse uma força interna que os mantêm vivos em uma batalha por direitos.

Natalia Lima representa uma geração de jovens dispostos a resistir e combater desigualdades. Ela é do quilombo Boa Esperança, no município de Areal, no centro-sul fluminense, a cerca de 50 quilômetros do Rio de Janeiro.

“Houve pessoas lá atrás que lutaram muito, e a gente sabe da luta dos nossos ancestrais, nossos antepassados. Hoje, vendo o mundo do jeito que está, não tem como aceitar. Somos um povo preto que tem que resistir a todo momento. A força da ancestralidade é uma coisa viva”.  

População quilombola

De acordo com o Censo 2022, o Brasil tem cerca de 1,33 milhão de quilombolas, o que representa 0,66% da população brasileira. Desse universo, 87% (1,07 milhão) vivem fora de territórios oficialmente reconhecidos. Há presença de quilombolas em 1,7 mil municípios brasileiros.

Os desafios dos quilombolas não terminam com a titularidade da terra. A presidente da Associação das Comunidades Remanescente de Quilombos do Estado do Rio de Janeiro (Acquilerj), Bia Nunes, acredita que não basta haver a garantia de propriedade do território.

Bia Nunes, presidente da Acquilerj, fala durante o Seminário Quilombola Nego Bispo – Tânia Rêgo/Agência Brasil

“Depois que a gente consegue conquistar o título da terra, tem que haver as políticas públicas para a comunidade”, defendeu à Agência Brasil. “A gente precisa das políticas públicas dentro da comunidade antes e depois do título da terra”.

Bia lista como principais carências políticas o acesso à saúde pública e a presença da educação quilombola dentro dos territórios.

“Enquanto a gente não conseguir, dentro da comunidade, fazer esse trabalho de conscientização com as crianças e com os jovens, a gente não consegue se fortalecer. Quando o jovem está dentro da sala de aula e começa a se reconhecer, a se pertencer, fica muito mais fácil para ele entender depois, do lado de fora da comunidade, quem ele é”.

A Acquilerj reúne mais de 50 comunidades tradicionais. Bia Nunes acrescenta que a elaboração de políticas não pode ser uma coisa imposta aos quilombolas.

“Às vezes chega alguma política pública que não atende a determinada necessidade porque a coisa já foi formada por quem não sente [a necessidade]. Quando é feita por quem não sente, ela não nos atende”.

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro conduz um programa que realiza visitas em comunidades tradicionais. Além de prestar assistências coletivas aos quilombos, também há atendimentos individualizados para resolver questões como divórcios, guarda de crianças e emissão de documentos, por exemplo. Serviços simples, mas que se tornam mais complicados em comunidades muitas vezes distantes de grandes centros.

Representatividade

Mulher negra, a defensora Daniele da Silva de Magalhães comanda a Coordenadoria da Promoção da Equidade Racial da Defensoria. Ela pleiteia que o poder público tenha cada vez mais representatividade, como o caso dela.

“A gente consegue institucionalizar a dor de 56% da população. O que eu faço é o que eu sinto”, ressalta, fazendo referência ao percentual de pretos e pardos na população brasileira.

“Às vezes, ao final do meu dia, eu estou exaurida emocionalmente porque eu não falo de algo que é do outro. Eu falo de algo que é meu, é dos nossos, é dos meus”, completa.

Daniele da Silva Magalhães pleiteia representatividade no poder público – Tânia Rêgo/Agência Brasil

Antirracismo

O Seminário Quilombola Nego Bispo faz parte da campanha 21 Dias de Ativismo Contra o Racismo, criada por ativista do movimento negro com a missão de incentivar a luta antirracista em diferentes contextos.

A campanha foi idealizada para lembrar o Massacre de Shaperville, bairro de Johanesburgo, na África do Sul. Em um protesto realizado em 21 de março de 1960, jovens negros realizaram uma marcha contra a Lei do Passe, que os obrigava a usar uma caderneta na qual estava determinado aonde eles poderiam ir, assim como a obrigatoriedade do ensino do africaner, a língua do opressor. Foram 63 jovens mortos e 186 feridos.

Nego Bispo

Antonio Bispo dos Santos, o Nego Bispo, morreu em 3 de dezembro do ano passado, aos 63 anos. Nascido no Vale do Rio Berlengas, no Piauí, em um povoado onde hoje fica a cidade de Francinópolis, Nego Bispo era considerado um dos maiores intelectuais quilombolas do país, tendo publicado dois livros Quilombos, modos e significados (2007) e Colonização, Quilombos: modos e significados (2015), além de vários artigos e poemas.

Além da atividade intelectual, Bispo atuou na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Conaq.

Líder da oposição chadiana morto em tiroteio

1 de março de 2024

 

O líder da oposição chadiana Yaya Dillo foi morto num tiroteio com as forças de segurança na capital, N’Djamena, confirmou quinta-feira o procurador estadual Oumar Mahamat Kedelaye.

Dillo, que liderou o Partido Socialista Sem Fronteiras, deveria ser a principal oposição ao seu primo e atual presidente de transição, Mahamat Idriss Deby, durante as eleições de maio.

Um porta-voz do governo disse quinta-feira que quatro soldados morreram durante os ataques, bem como três pessoas que eram membros do partido de Dillo.

Dez dias antes do tiroteio, o membro da oposição Ahmed Torabi foi acusado de tentativa de assassinato do presidente do Supremo Tribunal, Samir Adam Annour. Torabi foi preso, disse o governo.

O governo e o partido da oposição tinham relatos diferentes sobre o caso. Um comunicado do governo disse que a agência de segurança foi atacada por membros do Partido Socialista Sem Fronteiras.

Segundo o partido, cujo secretário-geral relatou os acontecimentos à agência de notícias Reuters, o tiroteio partiu de soldados contra familiares e membros do partido que se dirigiram à agência de segurança.

Dillo também foi acusado de liderar um ataque contra a agência de segurança durante a noite de terça-feira, afirmação que negou. Ele também disse à Agence France-Presse antes de sua morte que o ataque contra Annour foi “encenado” e tinha como objetivo “eliminá-lo fisicamente” antes das eleições.

A família de Dillo disse ter recebido o corpo e que seu funeral estava marcado para quinta-feira.

A sua morte ocorreu um dia depois de um anúncio de que as eleições presidenciais do Chade seriam realizadas em 6 de maio, em vez de outubro, como previsto.

 

Líder do PCC é morto durante operação policial em São Paulo

16 de fevereiro de 2024

 

Uma operação policial na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, já resultou na morte de 25 pessoas, entre elas um líder do PCC, na madrugada desta sexta-feira (16). Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a ação é uma resposta a uma série de ataques contra policiais na região.

A operação envolveu dezenas de policiais civis e militares, que cumpriram mandados de busca e apreensão em diversos pontos das cidades de Santos, São Vicente, Praia Grande e Guarujá. Durante as buscas, houve confrontos entre os policiais e os suspeitos.

O criminoso foi identificado como Rodrigo Pires dos Santos, conhecido como Danone. O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, comemorou a operação. “Integrante de organização criminosa, ele atuava no tráfico internacional de drogas e é suspeito por envolvimento em atentado contra a vida de agentes públicos”, escreveu.

Um vídeo de Rodrigo usando um fuzil foi identificado pelos agentes. “Cenas como essa ocorriam na região sem que houvesse o devido trabalho de inteligência para enfrentá-las”, postou o secretário.

 
 

Rússia: Alexei Navalny, líder da oposição, morre na prisão

Alexei Navalny (2017)

16 de fevereiro de 2024

 

Morreu hoje Alexei Navalny, o mais feroz inimigo do presidente russo Vladimir Putin, que fez uma cruzada contra a corrupção oficial e organizou manifestações antigovernamentais e concorreu a cargos públicos para defender reformas contra a corrupção na Rússia e contra o presidente Vladimir Putin e o seu governo.

O Serviço Penitenciário Federal Russo disse em comunicado que Navalny se sentiu mal após uma caminhada na sexta-feira e perdeu a consciência.

A declaração da prisão afirmava que “todas as medidas de reanimação necessárias foram realizadas, mas não produziram resultados positivos… Os paramédicos confirmaram a morte do condenado”. A porta-voz de Navalny disse nas redes sociais que a sua equipa não poderia confirmar imediatamente a sua morte até que o seu advogado visitasse a prisão.

 
 

Líder opositor russo Alexei Navalny morre, diz serviço penitenciário

O líder da oposição russa Alexei Navalny morreu nesta sexta-feira (16) depois de desmaiar e perder a consciência em uma prisão ao norte do Círculo Polar Ártico, onde cumpria uma longa pena, informou o serviço penitenciário russo.

Navalny, de longe o líder da oposição mais famoso da Rússia, ganhou destaque há mais de uma década ao satirizar a elite em torno do presidente Vladimir Putin e ao expressar alegações de corrupção em grande escala. Ele tinha 47 anos.

O Serviço Penitenciário Federal do Distrito Autônomo de Yamalo-Nenets disse em comunicado que Navalny “se sentiu mal” depois de uma caminhada na colônia penal IK-3 em Kharp, cerca de 1,9 mil quilômetros a nordeste de Moscou.

Navalny, segundo o serviço penitenciário, perdeu a consciência quase imediatamente.

“A equipe médica da instituição chegou imediatamente e uma equipe de ambulância foi chamada”, informou o serviço penitenciário.

“Foram realizadas todas as medidas de reanimação necessárias, que não deram resultados positivos. Os médicos da ambulância constataram a morte do condenado.”

“As causas da morte estão sendo estabelecidas”, acrescentou.

Putin foi informado sobre a morte de Navalny, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Navalny ganhou a admiração da oposição da Rússia por ter regressado voluntariamente à Rússia em 2021 vindo da Alemanha, onde foi tratado pelo que os testes de laboratório mostraram ser uma tentativa de envenenamento com um agente nervoso.

Navalny afirmou na época que foi envenenado na Sibéria em agosto de 2020. O Kremlin negou ter tentado matá-lo e disse não haver evidências de que ele tenha sido envenenado com um agente nervoso.

Líder Fluminense recebe Vasco em clássico no Maracanã

Tentando manter a liderança da Taça Guanabara do Campeonato Carioca, o Fluminense recebe o Vasco, a partir das 21h30 (horário de Brasília) desta quarta-feira (13) no estádio do Maracanã, em partida válida pela 8ª rodada da competição. A Rádio Nacional transmite esse jogão de bola ao vivo.

Além de buscar pontos que lhe mantenham em situação confortável na competição regional, o Tricolor das Laranjeiras chega à partida para tentar dar ritmo de jogo à sua equipe titular, que disputa a primeira final da atual temporada a partir da próxima semana, quando inicia a disputa da Recopa Sul-Americana contra a LDU (Equador) na altitude de Quito.

Liderando a Taça Guanabara com 17 pontos, alcançados com cinco vitórias e dois empates em sete partidas, o Fluminense entrará em campo com força máxima com o objetivo de somar mais três pontos. Assim, a expectativa é de que o técnico Fernando Diniz escale o Tricolor com: Fábio; Guga, Felipe Melo, Thiago Santos e Marcelo; André, Martinelli e Ganso; Keno, Arias e Cano.

Alegria pra trabalhar, Fluminense! 😁

📸: Marcelo Gonçalves/FFC pic.twitter.com/luhMQowSvD

— Fluminense F.C. (@FluminenseFC) February 13, 2024

No banco, a equipe das Laranjeiras terá nomes como os meias Terans e Renato Augusto e os atacantes Douglas Costa e John Kennedy, este que acaba de se reapresentar após disputar o Pré-Olímpico de futebol masculino.

Do lado vascaíno a expectativa também é de uma formação com força máxima. Após o meio-campista francês Payet cumprir suspensão, a expectativa é de que o técnico Ramón Díaz mande a campo: Léo Jardim; Paulo Henrique, João Victor, Medel, Léo e Lucas Piton; Zé Gabriel, Galdames e Payet; David e Vegetti.

Clicks do treino desta terça-feira de carnaval 📷👊

FOCO TOTAL NO CLÁSSICO! 💢

📸: Leandro Amorim | #VascoDaGama pic.twitter.com/8sEXt3GC8s

— Vasco da Gama (@VascodaGama) February 13, 2024

Na 4ª posição da classificação com 12 pontos, o Cruzmaltino sabe que uma vitória é muito importante para encaminhar a sua classificação para a próxima etapa do Campeonato Carioca.

Transmissão da Rádio Nacional

A Rádio Nacional transmite Fluminense e Vasco com a narração de André Luiz Mendes, comentários de Rodrigo Campos e reportagem de Bruno Mendes. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui:

Educação é o caminho para transformação da favela, diz líder do Alemão

Acompanhado de ministros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpriu, terça e quarta-feira (6 e 7), uma série de agendas na área de educação no Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense. Entre os principais anúncios feitos pelo presidente estão a construção de três campi do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ). Os institutos são promessa do presidente e demanda antiga das comunidades, que apostam no investimento em educação para capacitar os jovens e contribuir para o crescimento local.

A expectativa é que as obras, que receberão, cada uma, R$ 15 milhões do governo federal, estejam concluídas até 2025.  

Os campi serão em Belford Roxo, município da Baixada Fluminense, que ganhará uma nova sede para substituir a atual estrutura provisória; o campus Parque Olímpico/Cidade de Deus do Instituto Federal do Rio de Janeiro, que funcionará no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, onde as arenas esportivas serão transformadas em unidades de ensino, e o campus Complexo do Alemão, localizado em um dos maiores conjuntos de favelas da zona norte da capital.

As obras fazem parte da promessa de Lula de inaugurar mais 100 campi dos institutos federais até o final do mandato, em 2026. Os institutos são também demanda que vem pelo menos desde 2018, lembra a educadora Elisabete Aparecida, que administra o Centro Cultural Oca dos Curumins, também conhecida como Escolinha da Tia Bete, que há quase 50 anos atua na educação no Complexo do Alemão.

“O que precisamos é que aumente o número de escolas, de professores. Precisamos fazer com que os alunos sintam prazer de ir para a escola, a escola tem que ser atrativa para eles”, diz Aparecida, que participou da cerimônia no Complexo do Alemão. “Só com educação é que se consegue transformação tanto da favela quanto do bairro e do Brasil”, acrescenta.

A demanda por educação de qualidade está no Plano de Ação Popular do CPX (complexo), elaborado coletivamente por moradores e organizações que atuam no local. Lúcia Cabral, da organização não governamental (ONG) comunitária Espaço Democrático de União, Convivência, Aprendizagem e Prevenção (Educap), que atua no Complexo do Alemão e fez parte da construção do plano.

Lúcia ressalta a importância dos institutos para tornar o ensino médio mais atrativo e oferecer formação técnica aos estudantes. “O ensino médio está muito fragilizado. São poucas escolas. Às vezes, faltam vagas; às vezes, as escolas são distantes. O ensino médio é a base para o jovem ingressar na universidade. Então, nada mais justo do que ter esse espaço aqui”, diz Lúcia, que acrescenta: “Precisamos desse espaço para o Alemão, que dr respeite a população que está aqui no Complexo do Alemão, na Penha e adjacências.”

Em Belford Roxo, as aulas são dadas em uma espécie de contêineres provisórios. A construção de uma sede é uma demanda local e vai permitir que se amplie a atuação do instituto. “Não é apenas a construção de uma sede, é o reconhecimento que o IF [instituto federal] é da Baixada Fluminense, é da população que mais precisa”, disse em discurso na cidade o reitor do Instituto Federal do Rio de Janeiro, Rafael Almada. “Os institutos emancipam a nossa população”, ressaltou.

Especialização

Os institutos federais são instituições especializadas na educação profissional e tecnológica, oferecendo também educação básica e superior. Os cursos são gratuitos. Os IFs constituem a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, criada em 2008. Esses institutos têm como obrigatoriedade legal garantir um mínimo de 50% de vagas para a oferta de cursos técnicos de nível médio, prioritariamente na forma integrada, ou seja, junto ao ensino médio. Atualmente, existem 682 institutos federais, com mais de 1,5 milhão de matrículas.

Um dos estudantes matriculados é Victo Hugo Antunes da Silva, de 18 anos, que cursa biotecnologia no campus localizado no bairro do Maracanã, zona norte do Rio. “Os institutos federais são de uma importância enorme. Depois que comecei a estudar no IF, tenho conseguido me desenvolver e aprender melhor, não só pelos estudos, mas pelos projetos coletivos”, diz Victo, que também assistiu ao anúncio do novo campus no Complexo do Alemão.

Nos discursos feitos nos dois dias, ao ressaltar a importância da educação, o presidente Lula chegou a convocar as famílias para não deixarem os jovens desistirem da escola: “Não permita que o filho de vocês deixe de estudar; a consagração dele está em ele estudar”, afirmou, ao discursar em Belford Roxo. O presidente compartilhou a própria história e disse que também teve formação técnica, o que fez diferença na própria trajetória profissional.

O presidente também aproveitou para divulgar o programa Pé-de-Meia, que entra em vigor em março. O Pé-de-Meia oferece recursos a estudantes de baixa renda para incentivá-los a concluir o ensino médio. Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, que acompanhou o presidente nos compromissos no Rio de Janeiro, mais de 400 mil estudantes deixam o ensino médio todos os anos no Brasil.

“Tem muita gente que fala para mim: ‘Lula, você está gastando dinheiro com essa molecada. Eu falo: ‘Não. Gastar dinheiro, eu vou estar gastando quando eu tiver que fazer cadeia para colocar esse moleque. Eu tenho é que fazer escola. Quando eu estiver colocando ele na escola, eu estou garantindo que ele não vá para o narcotráfico, que ele não vá para o crime organizado, que ele não pratique delitos. Estou garantindo que ele vai ser o orgulho do pai, da mãe e dos irmãos dentro de casa’”, disse o presidente em Belford Roxo.  

Líder marubo que comandou buscas por Dom e Bruno morre em Manaus

Morreu neste sábado (3) o líder indígena Paulo Marubo, que coordenou a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) por três vezes, em Manaus. Um dos companheiros de luta do indigenista Bruno Pereira, assassinado em 2022, ele teve uma piora, nesta semana, em seu quadro de hepatite.

Segundo o advogado Eliésio Marubo, outra liderança ligada à entidade, Paulo Marubo, seu tio, já apresentava ontem os rins e o fígado bastante comprometidos pela doença. Paulo Marubo foi um dos responsáveis por estruturar a Equipe de Vigilância da Univaja (EVU), que surgiu com a função de ampliar a segurança dos povos originários que habitam a Terra Indígena do Vale do Javari.

O território concentra o maior número de indígenas em isolamento voluntário do mundo e vive sob ameaças do tráfico internacional de drogas, entre outros tipos de crime, como a pesca e a caça ilegais. Paulo Marubo esteve à frente da Univaja por quase uma década e foi quem liderou as buscas pelo indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, do The Guardian.

Eliésio Marubo esclareceu que Paulo Marubo chegou a precisar de reposição de plaquetas, fragmentos que ajudam na coagulação do sangue, e retirada de líquidos da cavidade abdominal. O ex-coordenador da Univaja teve que ser transportado para Tabatinga (AM) e, depois, para Manaus, onde deu entrada no Hospital 28 de Agosto e permaneceu no corredor da unidade, sem receber o devido cuidado dos profissionais. A transferência ocorreu, pelo que informou Eliésio Marubo, em virtude da precariedade no atendimento da rede do Sistema Único de Saúde (SUS).

Eliésio Marubo estendeu a crítica à pasta de segurança do Amazonas. No seu entender, o governo deveria ter oferecido um esquema efetivo para garantir a integridade de Paulo Marubo, tendo em vista que era um alvo de criminosos e havia sido ameaçado de morte inúmeras vezes, de modo que, ao ficar vulnerável na unidade hospitalar, o risco aumentava.

“Ele contribuiu muito para o modelo da Univaja. Criou uma nova forma de a entidade trabalhar, enfrentar os desafios da nossa região e nos deixa com muita dor por esse passamento.”

Em nota, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) reconheceu o legado deixado por Paulo Marubo. Na mensagem, a entidade afirma que ele “criou condições para que a floresta e as vidas que ali habitam sigam em pé”.

A Agência Brasil procurou os ministérios dos Povos Indígenas e da Saúde e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), para verificar se desejam se pronunciar, e aguarda retorno. A reportagem também pediu posicionamento da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas.