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CCJ do Senado reduz alíquota para serviços de água e esgoto

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nessa quinta-feira (12), um requerimento que reduz em 60% a alíquota a ser paga para serviços de água e esgoto. A mudança altera o projeto de lei que regulamenta a reforma tributária. Antes, esses serviços estavam com a alíquota cheia. 

O governo estima que a mudança deve impactar a alíquota global do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) em 0,38 ponto percentual. 

O senador Eduardo Gomes (PL-TO) defendeu a proposta argumentando que os serviços de água e esgoto devem ser equiparados aos serviços de saúde, que têm alíquota reduzida.

“Pela evidente característica de que investimento em saneamento é investimento na saúde”, justificou Gomes.

Cashback

O líder do governo no Senado, Jacques Wagner (PT-BA), defendeu que a devolução dos tributos para famílias de baixa renda por meio do cashback seria mais eficaz.

“Se se fizer a paridade com saúde, apesar de o objetivo ser nobre, nós estaremos dando essa redução para todos, ricos e pobres, e não para aqueles que merecem receber de volta pelo serviço de saneamento o imposto eventualmente pago”, comentou.

O relator da reforma, senador Eduardo Braga (MDB-AM), justificou que a redução da alíquota para água e esgoto terá um impacto considerável sobre a alíquota padrão do IVA. Por isso, decidiu não incluir esses serviços entre os beneficiados com imposto menor. E propôs a alternativa do cashback.

“Se os senadores decidirem que a solução é pelo cashback, eu mudo o meu relatório e eu aumento o cashback para 50% do IBS [Imposto sobre Bens e Serviços]”, comentou. O destaque do PL acabou indo a voto e sendo aprovado.

Até então, o relatório do Projeto de Lei 68/2024 do senador Braga tinham um impacto estimado de 0,13 ponto percentual sobre a alíquota padrão cheia prevista com o texto que chegou da Câmara dos Deputados. A alíquota-padrão do IVA deve ser cobrada de todos os bens e produtos que não receberam algum tratamento diferenciado. 

Com a mudança em relação aos serviços de água e esgoto, estima-se que a alíquota cresça mais 0,38 ponto percentual. Segundo cálculo do Ministério da Fazenda com base no texto aprovado na Câmara, a alíquota padrão do IVA para bens e serviços deve ficar entre 25,45% e 27%, menor que os cerca de 34% cobrados atualmente sobre o consumo no Brasil.

Serviços

O relator da matéria Eduardo Braga ainda acatou emendas para reduzir a alíquota-padrão de determinados serviços, como no caso das atividades de condicionamento físico, que terão redução de 60% no imposto pago. Por meio da aprovação de uma emenda do Podemos, o serviço veterinário também foi beneficiado pela redução em 60% do IVA padrão.

Outra mudança acatada deduz do cálculo do imposto todos os bens e serviços médicos adquiridos por associados de planos de saúde prestados por cooperativas médicas. Antes, apenas 50% desses gastos seriam deduzidos.

Setor de serviços cresce 1,1% e atinge patamar recorde

O volume de serviços no Brasil teve alta de 1,1% em outubro deste ano, na comparação com setembro. Com o resultado, o setor atingiu patamar recorde na série histórica, iniciada em 2012, de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quarta-feira (11), no Rio de Janeiro.

Na comparação com outubro de 2023, o setor cresceu 6,3%. Também foram observados avanços no acumulado dos dez primeiros meses de 2024 (3,2%) e no acumulado de 12 meses (2,7%).

A alta de setembro para outubro foi puxada principalmente pelo setor de transportes, que cresceu 4,1%. “O transporte aéreo exerceu o principal impacto positivo no mês em função da queda observada nos preços das passagens aéreas”, explica Rodrigo Lobo, pesquisador do IBGE.

O crescimento do transporte aéreo chegou a 27,1% no período, enquanto os demais componentes dos serviços de transportes tiveram altas inferiores a 3%: terrestre (1,6%), aquaviário (0,7%) e armazenagem, serviços auxiliares dos transportes e correio (2,6%).

Outro setor dos serviços que anotou expansão foi o dos serviços profissionais, administrativos e complementares (1,6%).

Queda

Apesar do crescimento médio do setor de serviços, três atividades tiveram queda de setembro para outubro: informação e comunicação (-1%); outros serviços (-1,4%) e serviços prestados às famílias (-0,1%).

A receita nominal dos serviços teve crescimento de 0,8% em relação a setembro, 9,6% na comparação com outubro de 2023, 7,8% no acumulado do ano e 7,4% no acumulado de 12 meses.

O índice de atividades turísticas aumentou 4,7% em volume ante setembro. Este é o segundo resultado positivo seguido e coloca o segmento de turismo 12,9% acima do patamar de fevereiro de 2020. É também o ponto mais alto da série, 4,4% acima do recorde anterior (junho deste ano).

Acordo gera oportunidades para comércio de bens, serviços e turismo

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) celebrou a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE), avaliando que ele levará ao fortalecimento das relações comerciais e gerar novas “oportunidades econômicas e a consolidação de laços históricos e culturais entre os blocos”. 

O acordo, firmado nesta sexta-feira (6), estabelece uma das maiores áreas de integração econômica do mundo, abrangendo um mercado de mais de 750 milhões de consumidores, com participação de 17% da economia global e 30% das exportações mundiais de bens.

O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, disse que a entidade apoia iniciativas que promovam a competitividade do setor produtivo brasileiro, fomentando a sustentabilidade e a inovação. Segundo Tadros, a CNC teve participação ativa nas tratativas, defendendo os interesses do setor de comércio de bens, serviços e turismo brasileiro.

“O acordo reflete o compromisso com o desenvolvimento sustentável, promovendo práticas que conciliam crescimento econômico e preservação ambiental, essenciais para garantir um futuro promissor às próximas gerações”, disse. “Esse acordo abre novos horizontes para nossas empresas, promovendo maior competitividade, acesso a mercados globais e oportunidades de negócios para os setores de bens, serviços e turismo”, concluiu.

ApexBrasil

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) também avalia que, com a liberalização do comércio entre Mercosul e a UE, os mercados europeus podem recuperar sua importância na pauta exportadora brasileira.

Apesar de a UE ser o segundo maior parceiro comercial do Brasil, com um comércio de mais de R$ 90 bilhões em 2023. Dados da inteligência de mercado da ApexBrasil, entre 2003 e 2023, mostram que a participação do bloco nas exportações do país caiu de 23% para 13,6%. Conforme a agência, isso é resultado do aumento do comércio com o Leste Asiático, destacadamente com a China, principal parceiro comercial no país.

 O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Segundo o presidente da Apex, Jorge Viana, o acordo retoma a importância desse comércio bilateral e é uma oportunidade para diversificação e agregação de valor aos produtos brasileiros exportados.

“O acordo entre o Mercosul e a União Europeia envolve 25% da economia global e 780 milhões de pessoas. É um acordo estratégico, para o qual o presidente Lula contribuiu decisivamente, desde o lançamento das negociações em seu primeiro governo até sua diplomacia presidencial ativa nesse mandato, tendo visitado líderes do Mercosul e da União Europeia. Graças a esse esforço, o Brasil poderá aproveitar as mais de 1.800 oportunidades de curto prazo para o bloco que a ApexBrasil mapeou, com destaque para uma ampla gama de produtos, como café, milho, suco de laranja, mel natural, aviões, calçados, móveis de madeira, entre muitos outros”, afirmou Viana.

CNI

A indústria também se manifestou a respeito do acordo. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a iniciativa é benéfica para a diversificação das exportações da indústria brasileira, fortalecendo a competitividade do Brasil em nível global, com a ampliação da base de parceiros comerciais.

Nesta sexta-feira, os chefes de Estado do Mercosul e a representante da UE, Ursula von der Leyen, anunciaram a que foi firmado o acordo de livre comércio para redução das tarifas de exportação entre os países que compõe esses mercados. As negociações se arrastavam há 25 anos.

O acordo foi anunciado em entrevista à imprensa em Montevidéu, no Uruguai, onde ocorre a 65ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul.

Apesar das negociações terem sido encerradas, ainda é necessário que o acordo seja assinado. Os textos negociados passarão por revisão jurídica e serão traduzidos para os idiomas oficiais dos países. Em seguida, o acordo precisa ser aprovado internamente em cada uma das nações. Não há prazo para a finalização desse processo.

OMS soma mais de 1,2 mil ataques contra serviços de saúde em 2024

A Organização Mundial da Saúde (OMS) contabilizou, ao longo de 2024, mais de 1,2 mil ataques contra serviços de saúde em países e territórios que enfrentam conflitos – incluindo Afeganistão, Faixa de Gaza, Haiti, Líbano, Mianmar, Sudão e Ucrânia.

“Ataques a serviços de saúde se tornaram o novo normal em meio a conflitos”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Esses ataques matam e mutilam”, completou, em seu perfil na rede social X (antigo Twitter).

“Ao longo dos últimos três anos, observamos um aumento na frequência, na escala e no impacto de ataques a serviços de saúde”, avaliou Tedros. Segundo ele, desde 2018, foram registrados mais de 7,8 mil ataques em 21 países e territórios, além de mais de 2,6 mil mortes e 5,4 mil feridos, incluindo profissionais de saúde e pacientes.

Destruição

“Esses ataques privam pessoas vulneráveis de acessar os serviços de saúde que mais precisam. Destroem hospitais, clínicas e ambulâncias, além de desmoralizar, degradar e desumanizar. Tudo isso afeta idosos, crianças, gestantes, pessoas com deficiência e pacientes que precisam de tratamento para câncer, falência renal e doenças do coração”, acrescentou.

“A legislação internacional exige que serviços de saúde sejam ativamente protegidos. Se não houver responsabilização, esses ataques vão aumentar. A melhor forma de interromper ataques contra serviços de saúde é colocar fim às guerras. O melhor remédio é a paz”, concluiu o diretor-geral da OMS.

Rio é a cidade com mais serviços públicos certificados pelo Unicef

O Fundo das Nações Unidas para a Infância  (Unicef) certificou como Unidade Amiga da Primeira Infância (Uapi) – Edição 2024, 176 serviços públicos municipais de saúde, 47 de educação infantil e dez de assistência social na cidade do Rio de Janeiro. A iniciativa tem parceria com as prefeituras de sete capitais brasileiras. O número de certificações no Rio de Janeiro é recorde no país.

A certificação ocorreu nesta quarta-feira (4) em cerimônia no Rio de Janeiro, a primeira de uma série de eventos de certificações que também ocorrem ao longo das próximas semanas em Belém, Fortaleza, Manaus, Recife, Salvador e São Luís.

Cada uma das unidades no Rio de Janeiro recebeu uma placa de certificação para ser fixada no local de atendimento. “O reconhecimento das unidades é a culminância de uma série de capacitações, fortalecimento dos mecanismos de monitoramento e avaliação, e melhoria dos serviços na atenção às gestantes, aos bebês e às crianças em seus primeiros seis anos de vida”, diz o Unicef.

Na primeira edição 2021-2023 do Rio de Janeiro, aderiram 117 unidades municipais de saúde e 11 de educação, além de a cidade ter sediado um piloto na área de assistência social. Ao todo, 128 unidades foram certificadas na ocasião.

“A cada edição, vemos crescer o esforço dos serviços municipais, numa atuação intersetorial, em melhorar o atendimento às crianças em seus primeiros anos de vida. Esse é um investimento essencial para que cada criança cresça saudável, protegida e com oportunidade de aprender e se desenvolver plenamente”, destacou Maíra Souza, oficial de Desenvolvimento Infantil do Unicef e coordenadora nacional da iniciativa.

“O trabalho intersetorial é ainda mais importante em realidades complexas de centros urbanos como o Rio de Janeiro. Em especial, territórios impactados pela violência armada e pelo racismo, é fundamental termos políticas públicas intencionais bem coordenadas entre si que garantam o acesso de qualidade a serviços essenciais para a vida das gestantes, mães e bebês que são continuamente afetados por violações de direitos”, acrescenta Flavia Antunes, chefe do escritório do Unicef no Rio de Janeiro.

Saúde

Na rede de saúde, 176 unidades de Atenção Primária estão recebendo este ano a certificação, 59 a mais do que em 2023. Agora, o Rio de Janeiro se torna a cidade brasileira com o maior número de unidades de saúde amigas da primeira infância. 

A Clínica da Família Maestro Celestino, em Marechal Hermes, foi uma das novas unidades certificadas como Unidade Amiga da Primeira Infância. É lá que a pequena Alice, de 10 meses, recebe o cuidado integral em saúde desde que estava na barriga da mãe Gabrielle Danzer, durante o pré-natal.

Nascida em janeiro, Alice estreou na clínica logo na sua primeira semana de vida. Naquela consulta, fez o teste do pezinho e posteriormente recebeu as vacinas iniciais. “Nós duas continuamos juntas aqui na unidade até hoje. Você se sente confiante quando a sua filha é bem assistida na saúde, isso é primordial. O que eu não posso fazer, os médicos e os profissionais habilitados fazem com muita atenção e propriedade. Tudo pra mim é novo neste momento, é a minha primeira bebê, então a forma como ela está sendo cuidada me traz tranquilidade e paz”, disse Gabrielle, de 29 anos.

“A atenção integral às crianças, especialmente nos primeiros meses de vida, é essencial para o desenvolvimento saudável e protegido de uma série de doenças que podem ser prevenidas pelas vacinas. Na rede municipal, priorizamos muito esse cuidado, desde a gestação, na assistência pré-natal e na puericultura. Ver mais unidades da nossa rede recebendo o certificado de Uapi é a certeza de que estamos no caminho certo, garantindo direitos e contribuindo para um Brasil melhor e mais saudável”, ressaltou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

Educação

A iniciativa se baseia na promoção do desenvolvimento integral das crianças. Nesse sentido, é essencial o envolvimento das unidades de educação infantil, que multiplicou sua adesão nesta edição.

A Creche Municipal Célia Alencar, em Realengo, é uma das unidades da Secretaria Municipal de Educação a receber a certificação. São 85 crianças matriculadas na creche, com idades entre 2 e 4 anos. Entre os critérios avaliados, estão o protagonismo infantil, os cuidados específicos com alimentação para crianças com alergias, e a higiene no momento da troca de fraldas.

Para atender às exigências, que também seguem os parâmetros de qualidade para a educação infantil definidos pelo Ministério da Educação, a creche precisou comprovar, por meio de fotos, práticas já estabelecidas e implementar novos itens, como a coleta seletiva de resíduos e o treinamento de funcionários para identificar possíveis sinais de violência doméstica contra as crianças.

“Essa certificação é um reconhecimento ao compromisso da nossa rede com a qualidade da educação infantil e o cuidado integral com as nossas crianças. A Creche Municipal Célia Alencar é um exemplo de como podemos oferecer um ambiente acolhedor, seguro e que estimule o desenvolvimento pleno na primeira infância. Esse reconhecimento do Unicef reflete o trabalho coletivo da equipe escolar, das famílias e de toda a comunidade”, disse o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha.

Ouça na Radioagência Nacional:

 

Rio tem esquema especial de serviços para Parada Do Orgulho LGBTI+

A prefeitura do Rio preparou um plano operacional para a 29ª Parada Do Orgulho LGBTI+ Rio 2024, neste domingo (24), na orla de Copacabana. A concentração dos participantes será a partir das 11h, na Avenida Atlântica, na altura do posto 5. O início do desfile foi marcado para as 15h e seguirá da Atlântica até a Rua Rodolfo Dantas.

Neste ano, o público poderá acompanhar as apresentações de artistas apoiadores da causa em dez trios espalhados pela orla. Entre eles estarão Duda Beat, Diego Martins, Unna X, Gael, Mc Bianca, WD, Reddy Allor, Thaís Macedo e Pedro Mussum. O Hino Nacional será interpretado mais uma vez pela atriz, cantora, DJ, escritora e performer Valéria Barcellos, celebrando a representatividade da mulher trans. Durante 12 anos o hino foi cantado pela Divina Diva Jane Di Castro, que morreu em 2020. 

O esquema da prefeitura mobiliza ações de vários órgãos municipais com equipes na tenda Rio Sem Preconceito, montada entre as ruas Sá Ferreira e Souza Lima, próximas ao local da concentração. Lá, a Coordenadoria de Diversidade Sexual (CDS-Rio) e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) farão, até as 15h, o atendimento ao público que receberá informações e fará pré-inscrições em projetos como o  DAM  + e o Garupa.

O DAM+ é destinado a quem quer concluir o ensino fundamental e a preparação para o acesso aos órgãos públicos por meio de concursos para pessoas trans, travestis e não binárias. O Garupa busca facilitar a ligação de pessoas LGBTQIA+ aos serviços de saúde.

Ainda na tenda, o público poderá receber informações sobre legislação de direitos da comunidade LGBTQIA+ e os serviços prestados pela prefeitura. Também serão feitos atendimentos, como o recebimento de denúncias por técnicos da área jurídica e inscrição para programas desenvolvidos pela Coordenadoria de Diversidade Sexual..

Aa Parada do Orgulho LGBTI+ do Rio de Janeiro busca promover o contato da população em geral com a diversidade presente no mundo. Com base nesses dados, trabalha para que gerações futuras cresçam em um lugar melhor e se desenvolvam em uma sociedade mais tolerante, sem LGBTQIA+fobia.

O coordenador da CDS-Rio, Carlos Tufvesson, disse que a principal missão do CDS-Rio é combater o preconceito. “Acredito que é assim que vamos mudar tristes dados, como os altos índices de crimes contra essa população ao redor do país. A parada é um evento para todas e todos acima de orientação sexual ou identidade de gênero”, afirmou.

Trânsito

A Companhia de Engenharia de Trânsito do Rio (CET-RIO) começou as interdições do tráfego de veículos ontem às 23h30, suspendendo a circulação na Avenida Atlântica, na pista junto à orla, entre as rua Francisco Otaviano e  Miguel Lemos, para o posicionamento dos trios elétricos.

Hoje, às 7h, foi implantada a área de lazer na mesma via, como ocorre aos domingos e feriados. A pista junto às edificações, a partir da Rua Joaquim Nabuco até a Avenida Princesa Isabel, além de seus acessos, também poderá ser interditada gradativamente conforme o fluxo de chegada do público.

A área de lazer e a interdição da pista junto às edificações permanecerão até o fim do evento. A desocupação da via pelo público e a limpeza das pistas, com a liberação ao tráfego de veículos, está prevista até as 23h. A inversão de mão na pista dos prédios funcionará em seu horário habitual, das 7h às 18h.

Recomendações

A prefeitura sugere que o público use o transporte público para a chegada e a saída da parada e, por causa das interdições no trânsito, pede aos motoristas que busquem rotas alternativas para seus deslocamentos e, se possível, evitem a passagem pela região, porque o trânsito deverá estar impactado. A Secretaria Municipal de Transportes montou um esquema de mobilidade com desvios de linhas de ônibus no local e o reforço de viagens das linhas que operam na região.

Metrô

Neste domingo, o MetrôRio funcionará até as 23h. A Linha 2 vai operar entre Pavuna e General Osório/Ipanema, e a transferência entre as linhas 1 e 2, no trecho entre as estações Central do Brasil/Centro e General Osório/Ipanema. A concessionária sugeriu que a Estação Cantagalo/Copacabana seja usada para desembarque; e a Siqueira Campos/Copacabana para a volta.

Ordem pública

A Secretaria de Ordem Pública (Seop) e a Guarda Municipal vão atuar com 430 agentes e 55 viaturas em apoio à parada. A Coordenadoria de Fiscalização de Estacionamento e Reboques, da SEOP, atuará nas imediações para impedir o estacionamento irregular. A operação contará com reforço dos grupamentos especiais Tático Móvel, Motociclistas e de Operações Especiais, que estarão nas principais ruas de acesso ao evento.

Monitoramento

Durante toda a Parada do OrgulhoLGBTI+, o Centro de Operações Rio vai monitorar toda a região com cerca de 200 câmeras instaladas na orla de Copacabana e nas demais vias do bairro. Ao todo 50 operadores estarão de plantão na Sala de Situação, na Cidade Nova. “Os operadores vão acompanhar os principais pontos de bloqueio e acessos ao bairro de Copacabana. Um drone também será utilizado para auxiliar a operação nos pontos em que não há câmeras de monitoramento”, informa o texto da prefeitura.

Trabalha Rio

Equipes da Secretaria Municipal de Trabalho e Renda do Rio estarão, entre as 10h e as 13h, em um estande entre as ruas Sá Ferreira e Souza Lima dando informações sobre os programas de empregabilidade e qualificação desenvolvidos pela pasta.

Limpeza

A operação especial de limpeza montada pela Comlurb inclui 380 trabalhadores, sendo 327 garis, na limpeza da areia, da ciclovia, do calçadão, da Avenida Atlântica e das vias de acesso. A varrição, coleta e remoção de resíduos serão feitas antes, durante e após a parada. 

“A companhia também vai disponibilizar 1.000 contêineres em todo o trecho do evento, no calçadão e na Avenida Atlântica para que os frequentadores façam o descarte correto de seus resíduos. Todas as rotinas de limpeza do bairro serão mantidas normalmente, inclusive o projeto Praia Limpa, de intensificação de limpeza em toda a orla”, informou a Comlurb.

Policiamento

A Polícia Militar preparou um esquema que inclui 1448 agentes que atuam orla e nos acessos à Praia de Copacabana. De acordo com a Secretaria de Estado de Polícia Militar, os organizadores estimam que cerca de 500 mil pessoas participarão da 29ª Parada Do Orgulho LGBTI+ Rio 2024.

“A corporação vai atuar com policiais distribuídos por todo o percurso, seja nas 15 torres de observação instaladas ou em baseamentos estratégicos”, informou a secretaria em nota

Um helicóptero fará o monitoramento aéreo e. juntamente com uma ambulância e um carro comando, será responsável pela transmissão de imagens em tempo real ao Centro Integrado de Comando e Controle.

Previsão do tempo

Conforme o Alerta Rio, neste domingo a cidade do Rio de Janeiro terá céu nublado, com chuva fraca e isolada. Para o período da tarde, a previsão é de redução de nebulosidade, sem previsão de chuva. “Os ventos estarão fracos a moderados e as temperaturas estáveis, com máxima prevista de 29°C”.

Falta de serviços básicos preocupa periferias, aponta G20 Favelas

A principal preocupação dos moradores de favelas é a falta de acesso a serviços básicos e a instituições estatais adequadas, que resultam em escassez e precariedade da infraestrutura estatal, o que é uma marca central desses lugares. 

Essas ausências fazem parte da vida cotidiana dessas comunidades, que na sequência se preocupam com segurança comunitária, transporte, educação, saúde e acesso às artes e aos esportes. 

A análise faz parte das conclusões do Communiqué G20 Favelas, documento que sintetiza as diretrizes e recomendações às lideranças do G20, para o desenvolvimento sustentável e inclusivo das favelas, com destaque para a importância desses territórios serem protagonistas no cenário global.

O Communiqué foi elaborado pela Central Única das Favelas (Cufa), com a Unesco e a London School Economics, a partir de debates em 3.007 conferências realizadas em cidades do Brasil e de mais 48 países, onde a organização social está presente. 

O documento será entregue ao G20 Social nesta quinta-feira (14). Hoje (13), entretanto, a Cufa fez um pré-lançamento na sua sede, no Conjunto de Favelas da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro. Nessa comunidade, os debates tiveram início no dia 29 de abril deste ano e a intenção foi fechar o círculo com a apresentação no mesmo local.

O documento, que será apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva às lideranças na reunião de cúpula do G20, que vai ocorrer nas próximas segunda-feira (18) e terça-feira (19), chama a atenção que “as favelas e as comunidades periféricas identificam a precariedade institucional como uma das principais áreas em que devem ser desenvolvidas políticas públicas voltadas aos direitos humanos e à redução da desigualdade”. 

O Communiqué pede aos líderes do G20 investimentos em políticas públicas que garantam o acesso universal a serviços estatais básicos nas favelas e comunidades periféricas, incluindo transporte público, saúde e educação. “As ações podem incluir a melhoria de hospitais e centros de saúde ao nível de outras regiões da cidade, comprometendo empresas privadas de saúde apoiadas por fundos públicos a oferecer serviços nas comunidades das favelas”.

Outra demanda das populações de periferias é o reconhecimento da necessidade urgente de se ter segurança comunitária nos territórios, além de apoio às vítimas de crimes e da violência com a instalação de centros de apoio com assistência psicológica, social e jurídica. 

O G20 Favelas aponta ainda dificuldades de mobilidade. As comunidades pedem transporte dentro das favelas “para melhorar o acesso ao trabalho, à educação e ao lazer, bem como o direito de ir e vir na cidade”.

O documento pede apoio à educação dentro da favela, acompanhando os jovens moradores em suas jornadas de decisão e instrução para que permaneçam na escola, e deem foco a programas que visem apoiar a díade mãe-bebê e educar para o desenvolvimento infantil e atenção à primeira infância.

Discriminação e estigma

 

Para moradores das favelas, a realidade da discriminação e do estigma é uma preocupação tão grande quanto a precariedade das instituições e dos serviços dentro desses territórios. 

O documento aponta que as comunidades são expostas a um nível de discriminação e estigma que começa com indicadores socioeconômicos, com a fragilidade dos serviços prestados pelo Estado e com a dificuldade de engajar prestadores privados para trabalharem nas favelas. “No dia a dia, as pessoas desses territórios são moldadas por representações negativas da favela e da identidade de serem moradoras de favela”.

“Ser da favela, morar na favela e transitar pela cidade marcado(a) socialmente pela favela são fatos que criam uma identidade construída pela discriminação e pelo estigma, desafiando o direito dos moradores a uma autointerpretação positiva. O estigma associado às favelas continua sendo um determinante importante da vida nesses territórios, criando interseccionalidades com múltiplas identidades”.

Mulheres

Nesse cenário, conforme o G20 Favelas, as mulheres são atingidas diretamente. “A posição das mulheres, especialmente a de mães solteiras e mulheres negras, é uma preocupação chave nas experiências de estigma. Trabalhamos para transformar essas lentes negativas e revelar o potencial, a atuação e a resiliência das favelas, enfatizando a importância de se reconstruir a autoestima e a contribuição dessas comunidades para a sociedade”.

Diante dessa realidade, o Communiqué convoca os líderes do G20 a trabalharem com as favelas e comunidades periféricas na realização de campanhas educacionais que combatam as representações negativas sobre esses moradores e que eduquem o público sobre o valor e a importância dessas comunidades para as cidades e para a sociedade como um todo. 

O resumo das conferências pede também que os governantes desenvolvam “políticas que impeçam o setor privado de discriminar e excluir os moradores desses territórios de processos de recrutamento e seleção de empregos com base em seu endereço”.

Além disso, querem que os líderes reconheçam a importância de se combater a discriminação e a violência contra mulheres, especificamente contra mulheres negras; querem a criação de políticas de apoio às mães solteiras e suporte por meio da educação, da saúde e da segurança social.

“A segurança, a educação e o empoderamento das mulheres sustentam a segurança, a educação e o empoderamento de muitos outros indivíduos, da comunidade como um todo e das gerações futuras”, diz o documento.

Racismo

Outro ponto do documento é que os governantes enfatizem que não há lugar para o racismo e para a discriminação de qualquer tipo em suas sociedades, “educando-as para os direitos e para a humanidade dos moradores de favelas; e promoverem a solidariedade e a igualdade de oportunidades para os moradores, independentemente de raça, gênero, orientação sexual, capacidade física e religião”.

Direitos Humanos

Conforme o documento, a educação sobre os direitos humanos passa pela criação de espaços seguros para pessoas de diferentes orientações sexuais, raças, gêneros, religiões e habilidades se encontrarem, incluindo o desenvolvimento de programas educacionais em escolas e programas de conscientização para as comunidades e para a sociedade em geral. Quanto aos direitos das minorias religiosas e às práticas relacionadas às tradições culturais ancestrais das comunidades, como as tradições afro-religiosas no Brasil, pedem que seja incentivado o entendimento e o respeito pelas práticas religiosas dessas parcelas da população.

Sustentabilidade

A inclusão em ações de sustentabilidade é mais uma demanda. O documento afirma que “a mudança climática e a pobreza urbana colidem de múltiplas formas, afetando de maneira desproporcional e injusta as favelas e as comunidades periféricas”.

Conforme apontou, mais de um bilhão de residentes de favelas e assentamentos informais em todo o mundo “sofrem desproporcionalmente o peso do aquecimento global, sendo os mais expostos às consequências de padrões de chuva alterados, erosão e aumento da temperatura. A precariedade da infraestrutura urbana nesses territórios agrava, ainda mais, sua vulnerabilidade. Enchentes e deslizamentos causam danos permanentes aos meios de subsistência e às habitações dessas comunidades. A falta de serviços públicos adequados obriga muitas pessoas a recorrerem a estratégias de sobrevivência insustentáveis, como o corte de árvores e a construção em áreas sujeitas à erosão”.

O Communiqué observa ainda que a coleta seletiva de lixo e a segurança alimentar, especialmente o acesso a alimentos frescos e com valores acessíveis, são questões centrais para as favelas. “As comunidades exigem soluções urgentes nessa direção, com investimentos em infraestrutura verde e o compromisso dos governos e líderes com a deliberação participativa para a criação de políticas sustentáveis interligadas à redução das desigualdades”.

Também nessa área, além das melhorias em infraestrutura de coleta e reciclagem de lixo nas favelas, regiões ribeirinhas e comunidades periféricas, por meio da implementação da coleta seletiva em pontos acessíveis às comunidades, pedem a criação de programas educacionais que enfoquem a conscientização ambiental e o treinamento para ações sustentáveis adequadas à realidade das comunidades. Querem também o desenvolvimento de políticas para eliminar a insegurança alimentar, enfrentando o desafio dos “desertos alimentares”. 

O G20 Favelas pede recursos para a criação e a alocação de terras para hortas comunitárias, onde “os moradores possam cultivar vegetais e frutas frescas e desenvolver uma economia circular”; e a instalação de infraestruturas verdes, como cisternas para a captação de água da chuva, painéis solares e saneamento ecológico.

Desenvolvimento

O G20 Favelas considera que a combinação da precariedade dos serviços e das instituições com a discriminação e o estigma enfrentados pelas comunidades de favelas, provoca a falta de oportunidades e um ambiente desfavorável para impulsionar o desenvolvimento socioeconômico. “As comunidades das favelas têm plena consciência da presença do ‘Estado mínimo’ em suas vidas cotidianas e demonstram maior conscientização sobre a importância de se criar estruturas e capacidades que possam gerar desenvolvimento socioeconômico em seus territórios”.

As principais preocupações dos moradores são o treinamento profissional e educação, empregabilidade, fortalecimento da economia da favela e aproveitamento de seu poder interno, “com ênfase em questões como a reintegração de ex-presidiários na sociedade e o desenvolvimento de oportunidades econômicas com base nos recursos e nas capacidades dos próprios moradores”.

O documento informa que a Cufa e sua ramificação, a Favela Holding, trabalham para criar motores de desenvolvimento socioeconômico para as favelas, e são exemplos que devem ser seguidos. Pede aos líderes do G20 que “garantam investimentos em capacitação e treinamento profissional para os jovens das favelas; criem programas para o desenvolvimento profissional de mães solteiras, que representam a maioria dos principais provedores e chefes de família nas comunidades; invistam na capacitação de empreendedores sociais nas favelas, com ênfase em atividades que promovam o orgulho e a autoestima nesses territórios”. Quer ainda a criação de projetos de incentivo ao turismo comunitário, com foco no desenvolvimento sustentável, nas economias criativas e no empoderamento da comunidade.

Urbanização

De acordo com o Communiqué, as favelas e os assentamentos informais resultam do crescimento urbano e fazem parte da realidade das cidades no mundo em desenvolvimento. O documento relata questões que se sobrepõem significativamente à mudança climática e à insegurança ambiental nos territórios de favelas, onde os moradores sabem dos perigos de enchentes, deslizamentos de terra e grandes incêndios. 

“Para as favelas, a urbanização continua sendo um grande problema, com a maioria das comunidades enfrentando a falta de saneamento adequado, iluminação, pavimentação e ausência de espaços de lazer, como parques. Habitações irregulares são comuns e uma grande preocupação para seus moradores”.

“A Cufa busca enfatizar as soluções criativas desenvolvidas pelas comunidades das favelas; reconhece que as favelas não desaparecerão no futuro próximo e acredita que a formulação de políticas para melhorar seu habitat deve ser realizada em parceria com as comunidades locais e de modo a aprender com as soluções criadas pelos próprios moradores”, aponta, acrescentando nas recomendações aos governantes que “comprometam institutos de pesquisa nacionais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) brasileiro, a firmarem parcerias com as comunidades para mapear a realidade desses territórios, a fim de obter evidências sólidas e fundamentadas para orientar o desenvolvimento de políticas de urbanização”.

Desigualdades

O documento ressalta que o combate à desigualdade continua sendo uma preocupação central das favelas e das comunidades periféricas. “A desigualdade é vivenciada, antes de tudo, como pobreza e pela necessidade de se ter acesso à renda básica e à alimentação. Tanto a renda básica quanto o combate à fome ilustram bem as prioridades estabelecidas por essas comunidades em relação às desigualdades. Tais prioridades são expressas em relação à importância da democracia participativa no enfrentamento das desigualdades”.

A luta contra a desigualdade, para o G20 Favelas, é também “marcada pela necessidade de ações afirmativas, direitos trabalhistas, uma rede de segurança social e acesso às artes, todos elementos vistos como partes essenciais da luta contra a desigualdade”. E pede reconhecimento da importância “de uma renda básica e da luta contra a fome nas favelas e periferias, apoiando assim os fluxos de renda e entrada de recursos nesses territórios por meio de programas que garantam suporte e transferências de renda emergenciais, especialmente para aquelas pessoas em condição de extrema pobreza”.

O G20 Favelas quer ainda que seja facilitada a participação das comunidades e de seus representantes nos processos de tomada de decisão, relacionados à formulação de políticas voltadas para esses territórios “e desenvolvam protocolos de consulta que incorporem as vozes das favelas e periferias nos debates sobre questões que afetam essas comunidades”. Também no combate à desigualdade pede o investimento no trabalho cultural das favelas e garantia de acesso a espaços de arte e esporte.

Violência policial

O policiamento e a violência policial que impactam o dia a dia das comunidades, é um dos principais temas levantados pelas comunidades das favelas. “Experiências de violência, discriminação e falta de confiança na polícia são recorrentes nessas áreas. A exposição à violência e ao crime é uma experiência frequente na vida de seus moradores; faz parte do seu cotidiano e pertence ao conhecimento implícito que eles têm sobre suas comunidades. A maioria dos residentes desses territórios já foi diretamente afetada pela violência policial e manifesta a importância de se reformar a polícia por meio da introdução de novos marcos legais para o policiamento e, mais relevante ainda, treinar as forças policiais e modificar atitudes e percepções negativas que estas têm sobre aqueles”, relata o documento.

Para solucionar esse problema, o G20 Favelas pede aos líderes que desenvolvam programas de policiamento comunitário com investimentos no treinamento de policiais comunitários, incluindo o conhecimento sobre direitos humanos, diversidade humana e as necessidades dos diferentes grupos, além da mediação de conflitos. Formem e treinem todas as forças policiais que atuam nas favelas em direitos humanos e nas consequências da prática do racismo no policiamento. Acabem com as políticas de hiper encarceramento, desenvolvendo outras que identifiquem formas alternativas de punição”.

Conclusões

No Communiqué, o G20 Favelas procurou identificar a realidade das comunidades de favelas da forma como é apresentada pelas vozes e pelas experiências cotidianas dos próprios moradores. “Ao fazer isso, a iniciativa foi guiada pela crença de que, apesar da precariedade de seu habitat e de sua infraestrutura básica, as favelas são espaços de potência, soluções, adaptação e vibração cultural.

“Esperamos que essas vozes inspirem os países do G20 em seus processos de tomada de decisões. O G20 Favelas está comprometido em trabalhar com todos os parceiros e líderes do G20 para contestar as representações negativas que ainda estão ligadas ao território das favelas e alavancar o potencial de seus habitantes, garantindo assim que eles tenham os recursos, as capacidades e o apoio necessários para realizar plenamente esse potencial”, concluiu.

Conferências

As 3.007 conferências realizadas para ouvir as comunidades sobre as questões que mais atingem as favelas, reuniram mais de 10 mil moradores de favelas e periferias. Eles participaram de discussões coletivas em quatro dimensões políticas: redução de desigualdades para a erradicação da fome e o combate à pobreza; sustentabilidade; desafios globais enfrentados pelas favelas e periferias; e direitos humanos, com recortes de gênero e raça.

Favelas

O documento destaca que, conforme a UN-Habitat 2022, mais de 1 bilhão de pessoas vivem em favelas e assentamentos informais em todo o mundo. “No Brasil, as favelas são o lar de cerca de 17,1 milhões de pessoas, que vivem em mais de 5 milhões de domicílios distribuídos em mais de 13,1 mil favelas (Data Favela, 2022; IBGE, 2020). A rápida urbanização, o planejamento ineficaz e a falta de habitação acessível são os principais fatores desses números, especialmente nos países em desenvolvimento. Se a tendência atual não for revertida, o futuro das cidades será marcado pelo que a ONU-Habitat chama de ‘mega favelas’, locais onde os moradores experimentarão múltiplas privações que impedirão a mobilidade socioeconômica e um futuro urbano melhor”.

Parceria

Há quase uma década, a Cufa tem atuado em parceria com a London School of Economics (LSE) e a Unesco em uma série de atividades de pesquisa e eventos internacionais que enfatizam a importância de entender e se associar de maneira eficaz com organizações de base das favelas, a fim de transformar comunidades e trajetórias de vida em territórios de exclusão. 

Uma questão central tem sido como alavancar o conhecimento, as ações e a experiência das comunidades de favelas para influenciar, em âmbito institucional, os formuladores de políticas públicas e políticas de Estado, informa o Communiqué, acrescentando que o pressuposto que orienta o trabalho é que “o reconhecimento da voz e do potencial das pessoas, da cultura e da economia das favelas são centrais para a luta contra a pobreza e as desigualdades, para o desenvolvimento de uma governança inclusiva, processos de tomada de decisões mais justos e eficientes, e um desenvolvimento social, econômico e ambiental sustentável.

Rock in Rio ajudou a impulsionar serviços em setembro, diz IBGE

O setor de serviços apresentou uma alta de 1% em setembro e voltou atingir o patamar mais alto da série histórica, iniciada em 2012, depois da queda de 0,3% de agosto. Com o resultado de setembro, o volume de serviços está em um nível 0,6% acima do recorde anterior (julho deste ano).

O Rock in Rio, festival musical internacional realizado em setembro, na cidade do Rio de Janeiro, foi um dos fatores que contribuíram para a alta dos serviços no país, no mês. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o segmento de “outros serviços prestados às famílias”, que contabiliza os espetáculos e eventos culturais, subiu 16,5% devido ao festival.

“O Rock in Rio está entre os principais impactos positivos para explicar esse crescimento de 1% do setor de serviços no mês de setembro”, explica o pesquisador do IBGE Rodrigo Lobo.

Além do impacto direto do festival, medido no segmento de “outros serviços prestados às famílias”, há também efeitos indiretos em outros setores. “A gente sempre tem efeitos de transbordamento, no transporte aéreo, nas hospedagens, nos restaurantes. Mas na Pesquisa Mensal de Serviços, a gente não consegue captar porque é uma pesquisa amostral e a gente não consegue captar com precisão para ter um número que reflita toda a extensão do impacto de um festival dessas proporções”.

De acordo com Rodrigo Lobo, outros impactos importantes vieram dos segmentos de serviços de engenharia, dos serviços de tecnologia da informação e o transporte dutoviário.

 

Serviços crescem 1% de agosto para setembro

O volume de serviços cresceu 1% em setembro deste ano, na comparação com agosto. A alta veio depois de uma queda de 0,3% registrada em agosto. Os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) foram divulgados nesta quarta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os serviços também avançaram 4% na comparação com setembro do ano passado, 2,9% no acumulado do ano e 2,3% no acumulado de 12 meses. A receita nominal do setor apresentou crescimentos de 1,1% em relação a agosto deste ano, 8,4% na comparação com setembro de 2023, 7,6% no acumulado do ano e 7,1% no acumulado de 12 meses.

Quatro das cinco atividades pesquisadas tiveram alta: serviços profissionais, administrativos e complementares (1,4%); informação e comunicação (1,0%); transportes (0,7%) e serviços prestados às famílias (0,4%). A atividade outros serviços foi a única com queda (-0,3%).

O índice de atividades turísticas subiu 0,5% ante agosto e agora está 8,1% acima do patamar de fevereiro de 2020 (pré-pandemia de covid-19) e apenas 0,2% abaixo do ponto mais alto da série (fevereiro de 2014).

RJ convoca 2º colocado em pregão para assumir serviços do PCS Saleme

A Fundação Saúde irá contratar de forma emergencial o segundo colocado em pregão, para assumir o lugar do laboratório PCS Lab Saleme, no Rio de Janeiro. A Fundação diz ainda que prepara licitação para a contratação de um novo laboratório.

Em nota à imprensa, a Fundação Saúde afirmou que “o processo de contratação emergencial para a empresa que vai substituir neste momento o Laboratório PCS já está em andamento e que o segundo colocado do pregão foi convocado. A licitação para a contratação de um novo laboratório já está em fase de preparação pela Fundação Saúde”. 

Segundo a Fundação Saúde, o laboratório Rocha e Fonseca Diagnósticos, segundo colocado da licitação, já confirmou interesse em prestar serviço à rede estadual. “A contratação está em fase de analise da documentação e de capacidade técnica”, disse à Agência Brasil. 

A Fundação Saúde é uma entidade pública, de personalidade jurídica de direito privado que é vinculada à Secretaria Estadual de Saúde. A Fundação é responsável por gerir as unidades de saúde da rede estadual.

O laboratório PCS Lab Saleme é investigado por expedir laudos errados que levaram à infecção por HIV de seis pacientes transplantados no Rio de Janeiro. Ele foi contratado, por meio de pregão eletrônico, em dezembro de 2023, pela Fundação Saúde. O contrato foi assinado no valor de R$ 9,8 milhões.

Após o ocorrido, o PCS Lab Saleme foi interditado pela Vigilância Sanitária local, com orientação técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), até a conclusão das investigações, com foco na segurança dos transplantes. Novos exames pré-transplante estão sendo realizados no Hemorio.

A Polícia Civil investiga o caso, que está sob sigilo. Um dos sócios do laboratório e três funcionários foram presos

O caso, sem precedentes, é considerado grave por entidade médicas, pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) e pelo Ministério da Saúde. 

O Sistema Nacional de Transplantes é considerado o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo. Ele é garantido a toda a população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e é responsável pelo financiamento de cerca de 88% dos transplantes no país, segundo dados do Ministério da Saúde.