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Hamas: cessar-fogo é única maneira de levar reféns de volta pra casa

Uma autoridade do Hamas disse nesta terça-feira (11) que os reféns israelenses em Gaza podem ser levados de volta para casa somente se um frágil cessar-fogo for respeitado. O grupo descartou a “linguagem de ameaças” depois que o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, afirmou que “deixaria o inferno explodir” se eles não forem libertados.

O Hamas começou a libertar alguns reféns gradualmente sob o cessar-fogo em vigor desde 19 de janeiro, mas adiou a libertação até segunda ordem, acusando Israel de violar os termos ao continuar os ataques à Faixa de Gaza.

Trump, um aliado próximo de Israel, afirmou ontem que o Hamas deveria libertar todos os reféns mantidos pelo grupo militante até o meio-dia de sábado (15) ou ele proporia o cancelamento do cessar-fogo entre Israel e Hamas.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que Israel continua determinado a recuperar todos os reféns.

“Continuaremos a tomar medidas determinadas e implacáveis até devolvermos todos os nossos reféns — os vivos e os mortos”, disse ele ao declarar luto pelo israelense Shlomo Mansour, depois que os militares confirmaram que ele foi morto durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra de Gaza.

Trump enfureceu palestinos e líderes árabes e derrubou décadas de política dos EUA que endossavam uma possível solução de dois Estados na região. Ele tenta impor sua visão de Gaza, devastada por ofensiva militar israelense e que enfrenta falta de comida, água, abrigo e precisa de ajuda externa.

“Trump precisa lembrar que existe um acordo que deve ser respeitado por ambas as partes, e essa é a única maneira de levar de volta os prisioneiros [israelenses]. A linguagem das ameaças não tem valor e só complica as coisas”, disse à Reuters Sami Abu Zuhri, representante sênior do Hamas.

Trump afirmou que os Estados Unidos deveriam assumir o controle de Gaza — onde muitas casas foram transformadas em pilhas de cimento, poeira e metal retorcido após meses de guerra — e retirar seus mais de 2 milhões de moradores para que o enclave palestino possa ser transformado na “Riviera do Oriente Médio”.

Trump se reúne com o rei Abdullah, da Jordânia, nesta terça-feira, o que provavelmente será um encontro tenso após a ideia do presidente de reconstrução de Gaza, incluindo uma ameaça de cortar a ajuda ao país árabe, aliado dos EUA, se ele se recusar a reassentar os palestinos.

O deslocamento forçado de uma população sob ocupação militar é um crime de guerra proibido pelas convenções de Genebra de 1949.

Os palestinos temem uma repetição do que chamam de Nakba, ou catástrofe, quando centenas de milhares de palestinos fugiram ou foram expulsos durante a guerra de 1948 que acompanhou a criação de Israel. Israel nega que eles tenham sido forçados a sair.

“Temos que dar um ultimato ao Hamas. Cortar a eletricidade e a água, interromper a ajuda humanitária. Abrir as portas do inferno”, disse o ministro das Finanças de extrema-direita de Israel, Bezalel Smotrich, em conferência do Institute for Ultra-Orthodox Strategy and Policy.

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Hamas liberta primeira de três reféns que devem voltar hoje a Israel

Já foi libertado um dos três reféns israelenses que vão ser entregues nesta quinta-feira (30) pelo Hamas. O Exército israelense confirmou que a refém Agam Berger já está em Israel. Os três reféns vão ser trocados por 110 cidadãos palestinos detidos por Israel.

Agam Berger “cruzou a fronteira para território israelense” sob a proteção de membros das forças especiais, após ser entregue ao Exército pela Cruz Vermelha em Jabalia, no norte do enclave, disse o Exército israelense em comunicado.

A soldado foi levada por militares até um palco improvisado, onde acenou para uma multidão que se juntou numa praça em Jabalia, cercada por um cenário de destruição. Agam Berger, de 20 anos, foi capturada durante o ataque do Hamas, em 7 de outubro de 2023, quando cumpria o serviço militar perto da Faixa de Gaza.

A libertação da soldado é a primeira prevista para esta quinta-feira, na terceira troca de reféns por prisioneiros palestinos no âmbito do cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

Os outros dois a serem libertados hoje são outra jovem de 29 anos, Arbel Yehud, e um cidadão israelense-alemão de 80 anos, Gadi Moses.

Os três reféns vão ser trocados por 110 cidadãos palestinos detidos por Israel, incluindo 32 condenados à prisão perpétua.

Cinco tailandeses também devem ser libertados ainda hoje, fora do âmbito do acordo de trégua. Uma quarta troca está prevista para sábado (1º), com a libertação de três homens de acordo com o calendário anunciado por Israel.

Três civis israelenses e quatro soldados – todas mulheres – foram libertados até agora como parte do acordo de cessar-fogo, que começou em 19 de janeiro. Em troca, Israel libertou 290 condenados e detidos palestinos.

Palestinos continuam a regressar ao norte de Gaza

No âmbito do acordo que interrompeu 15 meses de guerra na Faixa de Gaza, Israel autorizou igualmente o regresso das pessoas deslocadas ao norte do enclave palestino. Segundo os dados mais recentes da Organização dos Estados Unidos (ONU), mais de 376 mil palestinos deslocados já regressaram ao norte da Faixa de Gaza desde segunda-feira (27).

O Hamas classificou o regresso como “vitória” para o povo palestino e sinalizou “o fracasso e a derrota dos planos de ocupação”.

Quase todos os 2,4 milhões de moradores da Faixa de Gaza foram deslocados pela guerra desencadeada pelo ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.

O cessar-fogo durará seis semanas e permitirá a libertação de 33 reféns mantidos em Gaza em troca de cerca de 1.900 prisioneiros palestinos.

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Israel solta 90 palestinos após libertação de três reféns do Hamas

Poucas horas depois de três reféns israelenses terem sido libertados pelo Hamas, Israel liberou nesta segunda-feira 90 detidos palestinos, majoritariamente mulheres e crianças. A troca ocorreu no âmbito do cessar-fogo na Faixa de Gaza, região devastada por mais de 15 meses de guerra.

“Noventa terroristas” foram “libertados” da prisão militar de Ofer, na Cisjordânia ocupada, e de um centro de detenção em Jerusalém, declarou a Autoridade Prisional de Israel pouco depois da meia-noite de hoje.

Centenas de pessoas seguiram os carros que transportavam os prisioneiros ao longo de uma estrada em Beitunia que conduz a Ramallah, sede da Autoridade Palestina, agitando bandeiras palestinas e de vários movimentos, incluindo o Hamas.

A maior parte dessas 90 pessoas é formada por mulheres e crianças. “A espera foi extremamente difícil. Mas, graças a Deus, tínhamos a certeza de que um dia seríamos libertados”, contou à agência France Press a jornalista Bouchra al-Tawil, detida em março do ano passado.

Horas antes, um dirigente do Hamas informou à AFP que três reféns israelenses tinham sido “entregues ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha” na cidade de Gaza. O Exército israelense confirmou, entretanto, a chegada dos reféns a Israel.

Trata-se da britânica-israelense Emily Damari, de 28 anos, da romena-israelense Doron Steinbrecher, 31 anos, e da israelnse Romi Gonen, 24 anos, todas capturadas pelo Hamas no ataque de 7 de outubro de 2023.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou, à chegada das três mulheres, que elas “passaram por um inferno” durante os 471 dias de cativeiro.

As jovens foram transferidas para o hospital de Sheba, perto de Tel Aviv, que declarou que elasse encontravam “em estado estável”. Uma perdeu dois dedos de uma mão. Daniel Hagari, porta-voz do Exército, avançou que “entre três e quatro mulheres raptadas” seriam “libertadas todas as semanas”. Um alto funcionário do Hamas disse por sua vez à AFP que a próxima libertação teria lugar no próximo sábado.

Serão libertados mais de 30 reféns

A trégua entrou em vigor às 9h15 desse domingo, com quase três horas de atraso, depois de o Hamas ter adiado a apresentação da lista das três reféns israelenses que seriam libertadas no mesmo dia. O movimento justificou a demora com “complicações no terreno” e “a continuação dos bombardeios”.

O cessar-fogo em Gaza permitiu também a milhares de palestinos deslocados tentarem regressar à sua casa, nem sempre com sucesso. “Nem sequer conseguimos encontrar a localização exata das nossas casas” devido à “escala de destruição”, lamentou à AFP uma deslocada de guerra.

O acordo, que entrou em vigor na véspera do regresso de Donald Trump à Casa Branca, tem alimentado esperanças de uma paz duradoura no território palestino, mas Benjamin Netanyahu já avisou que Israel se reserva “o direito de retomar a guerra, se necessário”.

O braço armado do Hamas afirmou que a trégua depende de Israel “honrar os seus compromissos”. Entre o início previsto da trégua e a entrada efetiva em vigor, Israel promoveu ataques em Gaza que mataram oito palestinos, de acordo com a Defesa Civil local.

Anunciado na quarta-feira (15) pelos mediadores Catar, Estados Unidos e Egito, o acordo de cessar-fogo pretende, segundo Doha, conduzir ao “fim definitivo” da guerra.

A negociação prevê que as hostilidades cessem completamente e que 33 reféns israelenses sejam libertados numa primeira fase de seis semanas. Em troca, as autoridades israelenses concordaram em libertar cerca de 1.900 palestinos no mesmo prazo.

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Com início de cessar-fogo, Hamas liberta primeiras reféns em Gaza

Palestinos saíram às ruas neste domingo (19) para celebrar e retornaram aos escombros de suas casas bombardeadas, enquanto a Cruz Vermelha foi resgatar os primeiros reféns libertados sob um acordo de cessar-fogo que interrompeu os conflitos na Faixa de Gaza.

As três reféns mantidas pelo Hamas foram entregues à Cruz Vermelha, segundo uma autoridade israelense. São elas: Romi Gonen, Emily Damari e Doron Steinbrecher. Agora Israel deve liberar 90 reféns palestinos em poder dos israelenses.

A trégua finalmente entrou em vigor após um atraso de três horas, durante o qual as forças israelenses bombardearam Gaza pelo ar em um ataque final, matando 13 pessoas, de acordo com autoridades de saúde palestinas.

Uma equipe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha estava a caminho para receber do Hamas os primeiros reféns a serem libertados sob o acordo de cessar-fogo, disse um oficial envolvido na operação à Reuters.

“Sinto que finalmente encontrei água para beber depois de 15 meses perdido no deserto. Sinto-me viva novamente”, disse à Reuters, por meio de um aplicativo de bate-papo, Aya, uma mulher deslocada da Cidade de Gaza, que está abrigada em Deir Al-Balah, na região central da Faixa de Gaza, há mais de um ano.

No norte do território, onde ocorreram alguns dos mais intensos ataques aéreos israelenses e batalhas com os militantes, centenas de pessoas abriram caminho em uma paisagem devastada de escombros e metal retorcido.

Combatentes armados do Hamas dirigiram pela cidade de Khan Younis, no sul do país, com multidões aplaudindo e cantando, apesar de um atraso de quase três horas na implementação do acordo de cessar-fogo, após 15 meses de um conflito devastador.

Os policiais do Hamas, vestidos com uniformes azuis da polícia, se posicionaram em algumas áreas depois de meses tentando se manter fora de vista para evitar os ataques aéreos israelenses.

As pessoas que se reuniram para aplaudir os combatentes cantaram “Saudações às Brigadas Al-Qassam” – o braço armado do Hamas.

O acordo de cessar-fogo entrou em vigor após um atraso de quase três horas, interrompendo uma guerra que trouxe mudanças políticas ao Oriente Médio e dando esperança aos 2,3 milhões de habitantes de Gaza, muitos dos quais foram deslocados várias vezes.

O Serviço de Emergência Civil Palestino disse que os ataques militares israelenses mataram pelo menos 13 pessoas em todo o enclave com o atraso. Nenhum outro ataque foi relatado após a entrada em vigor do cessar-fogo, às 11h15 (6h15 no horário de Brasília).

“Agora estamos esperando o dia em que voltaremos para nossa casa na Cidade de Gaza”, disse Aya. “Com ou sem danos, não importa, o pesadelo da morte e da fome acabou.”

Caminhões de ajuda entram em Gaza

As ruas da destruída Cidade de Gaza, no norte do território, já estavam ocupadas por grupos de pessoas agitando a bandeira palestina e filmando as cenas com seus celulares. Várias carroças carregadas com pertences domésticos percorriam uma rua repleta de escombros e detritos.

Ahmed Abu Ayham, 40 anos, morador da Cidade de Gaza e abrigado com sua família em Khan Younis, disse que a cena de destruição em sua cidade natal era “terrível”, acrescentando que, embora o cessar-fogo possa ter poupado vidas, não era hora para comemorações. “Estamos sofrendo, sofrendo muito, e é hora de nos abraçarmos e chorarmos”, disse Abu Ayham pelo mesmo aplicativo.

O tão aguardado acordo de cessar-fogo pode ajudar a colocar um fim na guerra de Gaza, que começou depois que o Hamas, que controla o pequeno território costeiro, atacou Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1,2 mil pessoas, de acordo com as autoridades israelenses.

A resposta de Israel reduziu grande parte de Gaza a escombros e matou cerca de 47 mil palestinos, de acordo com autoridades de saúde de Gaza.

Caminhões transportando combustível e suprimentos de ajuda fizeram fila nas passagens de fronteira nas horas que antecederam a entrada em vigor do cessar-fogo. O Programa Mundial de Alimentos disse que eles começaram a atravessar na manhã de domingo.

O acordo exige que 600 caminhões de ajuda sejam autorizados a entrar em Gaza todos os dias do cessar-fogo inicial de seis semanas, incluindo 50 que transportam combustível. Metade dos 600 caminhões de ajuda seria entregue no norte de Gaza, onde especialistas alertaram que a fome é iminente.

“A guerra acabou, mas a vida não será melhor por causa da destruição e das perdas que sofremos”, disse Aya. “Mas pelo menos não haverá mais derramamento de sangue de mulheres e crianças, eu espero.”

*Com informações das agências Reuters e Lusa.

Com início de cessar-fogo, Hamas liberta primeiras reféns em Gaza

Palestinos saíram às ruas neste domingo (19) para celebrar e retornaram aos escombros de suas casas bombardeadas, enquanto a Cruz Vermelha foi resgatar os primeiros reféns libertados sob um acordo de cessar-fogo que interrompeu os conflitos na Faixa de Gaza.

As três reféns mantidas pelo Hamas foram entregues à Cruz Vermelha, segundo uma autoridade israelense. São elas: Romi Gonen, Emily Damari e Doron Steinbrecher. Agora Israel deve liberar 90 reféns palestinos em poder dos israelenses.

A trégua finalmente entrou em vigor após um atraso de três horas, durante o qual as forças israelenses bombardearam Gaza pelo ar em um ataque final, matando 13 pessoas, de acordo com autoridades de saúde palestinas.

Uma equipe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha estava a caminho para receber do Hamas os primeiros reféns a serem libertados sob o acordo de cessar-fogo, disse um oficial envolvido na operação à Reuters.

“Sinto que finalmente encontrei água para beber depois de 15 meses perdido no deserto. Sinto-me viva novamente”, disse à Reuters, por meio de um aplicativo de bate-papo, Aya, uma mulher deslocada da Cidade de Gaza, que está abrigada em Deir Al-Balah, na região central da Faixa de Gaza, há mais de um ano.

No norte do território, onde ocorreram alguns dos mais intensos ataques aéreos israelenses e batalhas com os militantes, centenas de pessoas abriram caminho em uma paisagem devastada de escombros e metal retorcido.

Combatentes armados do Hamas dirigiram pela cidade de Khan Younis, no sul do país, com multidões aplaudindo e cantando, apesar de um atraso de quase três horas na implementação do acordo de cessar-fogo, após 15 meses de um conflito devastador.

Os policiais do Hamas, vestidos com uniformes azuis da polícia, se posicionaram em algumas áreas depois de meses tentando se manter fora de vista para evitar os ataques aéreos israelenses.

As pessoas que se reuniram para aplaudir os combatentes cantaram “Saudações às Brigadas Al-Qassam” – o braço armado do Hamas.

O acordo de cessar-fogo entrou em vigor após um atraso de quase três horas, interrompendo uma guerra que trouxe mudanças políticas ao Oriente Médio e dando esperança aos 2,3 milhões de habitantes de Gaza, muitos dos quais foram deslocados várias vezes.

O Serviço de Emergência Civil Palestino disse que os ataques militares israelenses mataram pelo menos 13 pessoas em todo o enclave com o atraso. Nenhum outro ataque foi relatado após a entrada em vigor do cessar-fogo, às 11h15 (6h15 no horário de Brasília).

“Agora estamos esperando o dia em que voltaremos para nossa casa na Cidade de Gaza”, disse Aya. “Com ou sem danos, não importa, o pesadelo da morte e da fome acabou.”

Caminhões de ajuda entram em Gaza

As ruas da destruída Cidade de Gaza, no norte do território, já estavam ocupadas por grupos de pessoas agitando a bandeira palestina e filmando as cenas com seus celulares. Várias carroças carregadas com pertences domésticos percorriam uma rua repleta de escombros e detritos.

Ahmed Abu Ayham, 40 anos, morador da Cidade de Gaza e abrigado com sua família em Khan Younis, disse que a cena de destruição em sua cidade natal era “terrível”, acrescentando que, embora o cessar-fogo possa ter poupado vidas, não era hora para comemorações. “Estamos sofrendo, sofrendo muito, e é hora de nos abraçarmos e chorarmos”, disse Abu Ayham pelo mesmo aplicativo.

O tão aguardado acordo de cessar-fogo pode ajudar a colocar um fim na guerra de Gaza, que começou depois que o Hamas, que controla o pequeno território costeiro, atacou Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1,2 mil pessoas, de acordo com as autoridades israelenses.

A resposta de Israel reduziu grande parte de Gaza a escombros e matou cerca de 47 mil palestinos, de acordo com autoridades de saúde de Gaza.

Caminhões transportando combustível e suprimentos de ajuda fizeram fila nas passagens de fronteira nas horas que antecederam a entrada em vigor do cessar-fogo. O Programa Mundial de Alimentos disse que eles começaram a atravessar na manhã de domingo.

O acordo exige que 600 caminhões de ajuda sejam autorizados a entrar em Gaza todos os dias do cessar-fogo inicial de seis semanas, incluindo 50 que transportam combustível. Metade dos 600 caminhões de ajuda seria entregue no norte de Gaza, onde especialistas alertaram que a fome é iminente.

“A guerra acabou, mas a vida não será melhor por causa da destruição e das perdas que sofremos”, disse Aya. “Mas pelo menos não haverá mais derramamento de sangue de mulheres e crianças, eu espero.”

*Com informações das agências Reuters e Lusa.

Israel ataca local com refém na Faixa de Gaza, diz Hamas

As brigadas Al-Qassam informaram, nesta quinta-feira (16), que os bombardeiros de Israel após o anúncio de cessar-fogo atingiram um dos locais onde se encontra uma das reféns que devem ser libertadas na primeira fase do acordo.

“Após anunciar o acordo, o exército inimigo atacou o local onde estava uma das prisioneiras da primeira etapa do acordo esperado. Qualquer agressão e bombardeio nesta fase pelo inimigo pode transformar a liberdade de um prisioneiro em uma tragédia”, informou Abu Ubeida, porta-voz da organização militar.

Após o anúncio de cessar-fogo na Faixa de Gaza, pelo menos 71 palestinos foram assassinados e outros 200 ficaram feridos por causa dos bombardeios de Israel, segundo as autoridades locais.

Enquanto isso, o Hamas negou comunicado de Israel e reafirmou, nesta quinta-feira (16), que o grupo está comprometido com o acordo de cessar-fogo anunciado pelos mediadores, segundo Izzat al-Rishq, representante político da organização palestina.

O acordo do cessar-fogo foi colocado em xeque ontem pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que alegou que o Hamas teria feito exigências de última hora. De acordo com a agência Associated Press, a votação do acordo prevista para hoje pelo governo de Israel teria sido suspensa por “crise de última hora” provocada pelo Hamas, segundo informou o gabinete de Netanyahu.

O anúncio do cessar-fogo pelas autoridades do Catar, país que participou como mediador ao lado do Egito e dos Estados Unidos, foi intensamente comemorado pela população de Gaza e por manifestante em Israel, que esperam ver de volta os reféns ainda mantidos em cativeiro.  

O acordo determina uma fase inicial de seis semanas de trégua com a retirada gradual das forças israelenses de Gaza e a libertação de 33 reféns mantidos pelo Hamas em troca de palestinos presos por Israel. A última fase do acordo prevê a discussão de um governo alternativo em Gaza e planos para reconstruir a região sem a participação do Hamas.

 

Israel mantém ataques à Gaza, e Hamas reafirma compromisso com acordo

Após o anúncio de cessar-fogo na Faixa de Gaza, pelo menos 71 palestinos foram assassinados e outros 200 ficaram feridos por causa dos bombardeios de Israel, segundo as autoridades locais.

Enquanto isso, o Hamas negou comunicado de Israel e reafirmou, nesta quinta-feira (16), que o grupo está comprometido com o acordo de cessar-fogo anunciado pelos mediadores, segundo Izzat al-Rishq, representante político da organização palestina.

O acordo do cessar-fogo foi colocado em xeque ontem pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que alegou que o Hamas teria feito exigências de última hora. De acordo com a agência Associated Press, a votação do acordo prevista para hoje pelo governo de Israel teria sido suspensa por “crise de última hora” provocada pelo Hamas, segundo informou o gabinete de Netanyahu.

“O gabinete israelense não se reunirá até que os mediadores notifiquem Israel de que o Hamas aceitou todos os elementos do acordo”, informou o governo de Tel Aviv. 

Autoridades israelenses informaram à Reuters que o acordo não será oficial por parte de Israel até que ele seja votado pelo gabinete do primeiro-ministro. O governo israelense conta com a oposição de parte dos integrantes, que defendem a manutenção da guerra.

Em comunicado publicado nesta quinta, o primeiro-ministro de Israel informou que conversou por telefone com o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e com o presidente eleito, Donald Trump, que assume no próximo dia 20. Segundo Benjamin, ele agradeceu a ajuda dos dois para libertação dos reféns e pelo “avanço no acordo dos reféns”, sem mencionar o cessar-fogo.

O anúncio do cessar-fogo pelas autoridades do Catar, país que participou como mediador ao lado do Egito e dos Estados Unidos, foi intensamente comemorado pela população de Gaza e por manifestante em Israel, que esperam ver de volta os reféns ainda mantidos em cativeiro.

O acordo determina uma fase inicial de seis semanas de trégua com a retirada gradual das forças israelenses de Gaza e a libertação de 33 reféns mantidos pelo Hamas em troca de palestinos presos por Israel. A última fase do acordo prevê a discussão de um governo alternativo em Gaza e planos para reconstruir a região sem a participação do Hamas.

*Com informações de agências internacionais

 

Hamas aceita proposta de cessar-fogo com Israel na Faixa de Gaza

O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) informou, nesta quarta-feira (15), que aceitou a proposta de cessar-fogo com Israel para suspender o conflito na Faixa de Gaza que dura mais de 15 meses e matou mais de 45 mil pessoas.

Em nota, o grupo palestino disse que entregou a resposta aos mediadores do Catar e do Egito após reunião de emergência para discutir o assunto.

“O movimento afirma que respondeu de forma responsável e positiva à proposta, guiado por seu compromisso com nosso povo firme na Faixa de Gaza para deter a agressão sionista e acabar com os massacres e a guerra genocida em andamento à qual estão sendo submetidos”, diz o comunicado do Hamas.

Em evento realizado nessa terça-feira (14) no Atlantic Council, nos Estados Unidos (EUA), o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou que o acordo estava apenas dependendo da resposta do Hamas.

O acordo, ainda não anunciado oficialmente, determina uma fase inicial de seis semanas de cessar-fogo com a retirada gradual das forças israelenses de Gaza e a libertação de reféns mantidos pelo Hamas em troca de palestinos presos por Israel.

Em uma rede social, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o acordo foi resultado de sua eleição.

“[Meu governo continuará a] trabalhar em estreita colaboração com Israel e nossos Aliados para garantir que Gaza NUNCA mais se torne um refúgio seguro para terroristas. Continuaremos promovendo a PAZ ATRAVÉS DA FORÇA em toda a região, à medida que construímos o ímpeto deste cessar-fogo para expandir ainda mais os Acordos Históricos de Abraão”, escreveu Trump.

Os acordos de Abraão são os documentos firmados entre Israel e países árabes da região para normalizar as relações com Tel Aviv e que são apontados como um dos motivos que levaram o Hamas a atacar Israel no dia 7 de outubro de 2023, dando início à atual fase do conflito israel-palestino iniciado em 1948.

O cessar-fogo

Na primeira fase do cessar-fogo, alguns prisioneiros seriam liberados tanto do lado do Hamas quanto do lado de Israel, priorizando mulheres, crianças, homens acima dos 50 anos, feridos ou doentes. Na segunda fase, após 16 dias de cessar-fogo, seriam liberados os demais dos prisioneiros, todos homens e soldados.

A última fase do acordo prevê a discussão de um governo alternativo em Gaza e planos para reconstruir a região. De acordo com o secretário Blinken, que participou das negociações junto com representantes do Catar e Egito, os princípios do acordo consideram que o Hamas deve ficar de fora do novo poder em Gaza.

“Ninguém deve esperar que Israel aceite um Estado palestino que seja liderado pelo Hamas ou outros extremistas; que seja militarizado ou tenha milícia armada independente”, afirmou o secretário para assuntos externos do governo de Joe Biden.

Parte do governo de Israel vem pressionando para que o acordo não seja firmado. O ministro da Segurança Nacional do país, Itamar Bem-Gvir, disse que o acordo seria “terrível”.

“Apelo ao meu amigo, o Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, para que se junte a mim numa cooperação total contra o terrível acordo que está a ser forjado e para que informemos juntos, de forma clara e decisiva, que, se o acordo for aprovado, nós nos retiraremos do governo juntos”, informou em uma rede social.

Hamas celebra cessar-fogo no Líbano e defende acordo para Gaza

O grupo palestino Hamas celebrou nesta quarta-feira (27) o acordo para um cessar-fogo no Líbano entre Israel e o grupo Hezbollah e se colocou à disposição de cooperar para chegar a um fim da guerra na Faixa de Gaza.

“Estamos interessados ​​em parar a agressão contra nosso povo, dentro dos parâmetros de parar a agressão em Gaza que concordamos; ou seja, um cessar-fogo, a retirada das forças de ocupação, o retorno dos deslocados e a obtenção de um acordo real e completo de troca de prisioneiros”, informou o grupo que atua em Gaza.

O Hamas considera que o acordo do Hezbollah com Israel, “sem cumprir as condições que o inimigo estabeleceu, é um marco importante para destruir as ilusões de Netanyahu de mudar o mapa do Oriente Médio”. Inicialmente, Israel pretendia destruir completamente as capacidades militares do Hezbollah.

O grupo armado palestino também saudou a atuação do grupo libanês. “Elogiamos o papel fundamental desempenhado pela Resistência Islâmica no Líbano, em apoio à Faixa de Gaza e à resistência palestina, e os grandes sacrifícios feitos pelo Hezbollah e sua liderança, liderados pelo falecido secretário-geral Sayyed Hassan Nasrallah, e apreciamos a firmeza do povo libanês irmão e sua solidariedade constante com o povo palestino”, afirmou o Hamas.

O conflito no Líbano começou após o dia 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel em resposta à ocupação dos territórios palestinos e ao cerco à Faixa de Gaza. O ataque do Hamas causou a morte de 1,2 mil pessoas e a captura de mais de 200 reféns. Desde então, o Hezbollah tem realizado ataques a bases militares no norte de Israel em solidariedade aos palestinos de Gaza diante da ofensiva israelense. 

Em setembro deste ano, Israel iniciou um ataque massivo contra o Líbano, destruindo diversas regiões do sul do país e de Beirute, a capital. Estima-se que quase 4 mil libaneses morreram desde o início do atual conflito.

O governo de Tel Aviv alega que o objetivo da ofensiva no Líbano era permitir que os moradores do norte do país voltassem às suas casas, uma vez que os ataques do Hezbollah levaram ao deslocamento de milhares de israelenses.

Netanyahu

Ao anunciar o acordo no Líbano, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Hamas não irá se beneficiar desse acordo e que o cessar-fogo no norte de Israel permitirá ampliar a pressão contra o grupo palestino em Gaza.

“Quando o Hezbollah estiver fora do jogo, o Hamas será deixado sozinho [em Gaza]. A nossa pressão vai intensificar e isso contribuirá para a missão sagrada de libertar os nossos reféns”, afirmou, nessa terça-feira (26), o primeiro-ministro israelense.

Ao mesmo tempo, o presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, informou que irá trabalhar para um cessar-fogo em Gaza sem o Hamas no poder. “Nos próximos dias, os Estados Unidos farão outra pressão com a Turquia, o Egito, Catar, Israel e outros para alcançar um cessar-fogo em Gaza, com a libertação dos reféns e o fim da guerra sem o Hamas no poder”, afirmou em rede social.

O acordo

Intermediado pela França e os EUA, o acordo entre Israel e o Hezbollah prevê um cessar-fogo no Líbano por dois meses e estabelece a retirada do Exército de Israel do país. Por outro lado, o movimento xiita libanês se comprometeu a ir para o norte do Rio Litani, uma fronteira estabelecida no final da última guerra entre Israel e o Hezbollah, em 2006.

Assim, os dois países deixam uma faixa de terra que será patrulhada pelo Exército libanês e pela força das Nações Unidas no Líbano (Unifil).

Assassinato de líder do Hamas em batalha deve transformá-lo em símbolo

A forma como o líder do grupo Hamas e comandante do 7 de outubro, Yahya Al-Sinwar, foi assassinado na Faixa de Gaza reforça a influência do grupo islâmico e o torna um símbolo da resistência contra a ocupação de Israel e da causa Palestina.  É o que defendem especialistas entrevistados pela Agência Brasil.

Para esses pesquisadores, o assassinato de Sinwar em meio a uma batalha entre o Hamas e militares israelenses travada na cidade de Khan Yunes, ao sul da Faixa de Gaza, nessa quinta-feira (17), acaba com a versão de Israel de que a liderança vivia escondida em túneis ou no luxo em algum exílio.

24/10/2023, Rashmi Singh diz que a forma com que o líder foi encontrado mostra que ele estava na linha de frente – Frame/TV Assembleia MG

“A forma como foi encontrado e morto mostrou que ele estava a lutar na linha da frente e no campo de batalha, o que não só o transformou num mártir, mas também numa força de mobilização para o Hamas e outro grupos. Basta ver como a imagem dele de uniforme e keffiyeh [manto árabe tradicional] com o braço machucado se tornou viral na internet – está sendo transformado em um símbolo”, destacou Rashmi Singh, professora de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais.  

As imagens divulgadas por Israel de Al-Sinwar – ainda vivo – coberto de poeira dentro de um prédio semidestruído viralizou pelo mundo.

O pós-doutor em ciências sociais e especialista em relações internacionais Marcelo Buzetto avaliou que o impacto, entre os palestinos deve ser o de reforçar o papel de grupos armados como o Hamas.

Marcelo Buzetto é autor do livro A questão Palestina; guerra, política e relações internacionais – Marcelo Buzetto/Arquivo Pessoal

“Será um exemplo porque esses combatentes fizeram uma opção política de não ir para o exílio e de ficar no território lutando. Essa história vai ser contada e vai se multiplicar o número de combatentes anticolonialistas por todo o mundo árabe, por todo o mundo islâmico. Tem uma simbologia muito grande”, comentou o autor do livro A questão Palestina; guerra, política e relações internacionais.

Segundo a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), a família de Yahya Al-Sinwar não era de Gaza, apesar de ele ter nascido em um campo de refugiados em Khan Younis, em 1962. Seus pais teriam sido expulsos do vilarejo Majdal Asqalan, que virou Ashkelon após a criação de Israel.

“Sinwar será lembrado como mártir e herói do povo palestino, ao lado de figuras como Yasser Arafat e Sheikh Izz El-Din Qassam, e de todos que rejeitam viver sob o jugo colonial”, disse a entidade, em nota. 

Sinwar chegou a ficar 23 anos presos em Israel, tendo sido libertado em acordo de troca de prisioneiros. Ele era chefe do escritório político do Hamas, em Gaza, e foi o comandante do ataque contra Israel em 7 de outubro.

A liderança palestina teve um pedido de prisão feito pela procuradoria do Tribunal Penal Internacional (TPI) acusado de crimes de guerra pelo 7 de outubro, quando 1,2 mil pessoas morreram. A procuradoria do TPI também pediu a prisão do primeiro-ministro de Israel, Benajmin Netanyahu, por acusações de crimes de guerra em Gaza.

Consequências

Tanto o presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, quanto a vice-presidente Kamala Harris, candidata à sucessão de Biden na eleição do próximo dia 5 de novembro, avaliaram que a morte de Sinwar seria uma oportunidade para encerrar a guerra.

Netanyahu, por outro lado, afirmou que a guerra continua, mas que esse seria “o começo do fim” do conflito e que o país seguirá tentando trazer de volta os 101 reféns ainda em poder do grupo palestino. O chefe do Estado israelense diz que a guerra só deve acabar quando o Hamas entregar as armas. 

Ao confirmar a morte de Sinwar nesta sexta-feira (18), o Hamas informou, por meio de nota, que seguirá lutando. “Esses prisioneiros [sequestrados no dia 7 de outubro] não retornarão, exceto parando a agressão em Gaza, retirando-se dela e libertando nossos heroicos prisioneiros das prisões da ocupação”, informou o grupo.

A professora Rashmi Singh, autora do livro O Hamas e o terrorismo suicida: abordagens multicausais e multiníveis, a morte de Sinwar é uma perda importante para organização, mas não pode ser visto como um enfraquecimento do grupo.

“O Hamas perdeu muitos dos seus principais membros ao longo dos últimos 30 anos e, em todas as ocasiões, não só sobreviveu à perda como substituiu rapidamente o líder por um dos seus membros. A estrutura do Hamas permite-lhe funcionar em unidades e células, o que o torna capaz de resistir à pressão de assassinatos”, afirmou.  

Para a especialistas, foi a ocupação de Israel que possibilitou o surgimento do Hamas. “Até que isso mude, o Hamas e outros grupos de resistência que utilizam táticas violentas, incluindo o terrorismo, não desaparecerão”, acrescentou.