Skip to content

Ferroviária se garante na semifinal do Brasileiro de futebol feminino

A Ferroviária está nas semifinais da Série A1 do Campeonato Brasileiro de futebol feminino. A classificação foi alcançada na tarde desta quarta-feira (28), quando as Guerreiras Grenás derrotaram o Internacional por 2 a 0 na Arena Fonte Luminosa em partida que teve transmissão ao vivo da TV Brasil.

Neném e Mylena Carioca marcaram e garantiram a Ferroviária na semifinal! As @guerreirasgrena seguem na disputa! pic.twitter.com/UUocjsFwFr

— Brasileirão Feminino Neoenergia (@BRFeminino) August 28, 2024

A vaga ficou com a equipe de Araraquara porque, na ida, o resultado foi uma igualdade de 1 a 1. Nesta quarta a Ferrovirária abriu o placar aos 11 minutos do primeiro tempo com Neném. Após o intervalo, aos 13 minutos, Mylena Carioca deu números finais ao marcador.

Agora, nas semifinais, as Guerreiras Grenás enfrentarão quem avançar entre São Paulo e Grêmio. Na partida de ida as paulistas venceram por 2 a 1.

Palmeiras classificado

Outra equipe a avançar na competição foi o Palmeiras, que ficou no empate de 2 a 2 com o Cruzeiro no Estádio Jayme Cintra, em Jundiaí. As Palestrinas se garantiram nas semifinais porque triunfaram por 2 a 1 no confronto de ida. O próximo desafio na competição é o Corinthians, que deixou o Bragantino pelo caminho.

Que jogo! Muita emoção entre Palmeiras e Cruzeiro! Melhor para as Palestrinas, que vão para mais uma semifinal! pic.twitter.com/oMc7BIZfe5

— Brasileirão Feminino Neoenergia (@BRFeminino) August 28, 2024

Veja aqui a tabela atualizada do Brasileirão Feminino.

Brasileiro Feminino: Ferroviária e Inter disputam vaga nas semifinais

Após empatarem em 1 a 1 no Estádio Centenário, em Caxias do Sul, no último domingo (25), Ferroviária e Internacional voltam a se enfrentar para buscarem uma vaga nas semifinais da Série A1 do Campeonato Brasileiro de futebol feminino. A partida, que será disputada a partir das 15h30 (horário de Brasília) desta quarta-feira (28) na Arena Fonte Luminosa, em Araraquara, será transmitida ao vivo pela TV Brasil.

De olho nas transmissões! 📺

Você assiste todos os jogos das #QuartasBRFem na tela do @CanalGOATBR, @TVBrasil, @sportv e @tvglobo! ✅️ pic.twitter.com/cq2NpC9qEQ

— Brasileirão Feminino Neoenergia (@BRFeminino) August 27, 2024

As Guerreiras Grenás chegam embaladas a este confronto, isto porque tiveram a segunda melhor campanha da primeira fase da competição com 71% de aproveitamento, além da melhor defesa da fase classificatória, sofrendo apenas 10 gols. Por outro lado, o time comandado pela técnica Jéssica de Lima tem o pior ataque entre os oito classificados para o mata-mata, com 21 gols marcados.

Após buscar o empate no final no confronto de ida em Caxias do Sul, o Internacional sonha com o retorno à semifinal do Brasileirão Feminino, etapa da qual não toma parte desde 2022, quando foi vice-campeão perdendo a final para o Corinthians. Porém, para alcançar este objetivo as Gurias Coloradas terão que quebrar um tabu de seis jogos sem vencer a Ferroviária.

Para este confronto o técnico Jorge Barcellos não poderá contar com a atacante Chú, que se recupera de uma lesão no joelho direito. Além disso, há incerteza sobre o aproveitamento da meia Analuyza, que sofreu uma entorse no tornozelo direito. Quem vencer entre Internacional e Ferroviária pega na semifinal quem avançar entre São Paulo e Grêmio. Na partida de ida as paulistas venceram por 2 a 1.

* Colaboração de Pedro Amorim (estagiário) sob supervisão de Paulo Garritano.

Brasileiro Feminino: Corinthians derrota Bragantino e chega à semi

O Corinthians se tornou a primeira equipe a se classificar para as semifinais da Série A1 do Campeonato Brasileiro de futebol feminino após derrotar o Bragantino por 1 a 0, nesta terça-feira (27), no estádio do Canindé.

Deu Corinthians! O Timão é a primeira equipe classificada para as semifinais do #BrasileirãoFemininoNeoenergia! pic.twitter.com/miUhUnzwFp

— Brasileirão Feminino Neoenergia (@BRFeminino) August 28, 2024

Agora, na próxima etapa da competição, as Brabas do Timão medirão forças com quem vencer o confronto entre Palmeiras e Cruzeiro. No jogo de ida das quartas o Alviverde triunfou por 2 a 1. O confronto de volta será disputado a partir das 15h30 (horário de Brasília) da próxima quarta-feira (28) no estádio Jayme Cintra, em Jundiaí.

O único gol da partida disputada nesta terça foi marcado pela atacante Vic Albuquerque aos 32 minutos do primeiro tempo. Milene chutou de fora da área, a goleira Thayla deu rebote e a camisa 17 aproveitou a sobra para empurrar para o fundo das redes.

Fortaleza assume liderança do Brasileiro com vitória sobre Corinthians

O Campeonato Brasileiro tem um novo líder, o Fortaleza, que derrotou o Corinthians por 1 a 0 no estádio do Castelão neste domingo (25), e que foi beneficiado pelo empate sem gols do Botafogo com o Bahia, em Salvador, em confronto válido pela 24ª rodada da competição.

FIIIIIIIIIIIIIIIIM DE JOGO NA ARENA CASTELÃO! O FORTALEZA ACREDITA ATÉ O FIM E ABRE O PLACAR NO FINALZINHO DA PARTIDA SOMANDO +3 IMPORTANTES PONTOS E CONQUISTANDO A LIDERANÇA DO CAMPEONATO BRASILEIRO 2024!

SEGUIMOS JUNTOS, NAÇÃO TRICOLOR!

⚽ YAGO PIKACHU#FortalezaECpic.twitter.com/v5Qdb2Bhr9

— Fortaleza Esporte Clube 🦁 (@FortalezaEC) August 25, 2024

Com o triunfo sobre o Timão, graças a gol de Yago Pikachu, o Leão chegou aos 48 pontos, um a mais do que o Alvinegro de General Severiano, que agora é o vice-líder. Para o Corinthians a derrota representou a permanência no Z4 (zona do rebaixamento), na 18ª posição com 22 pontos.

Outra equipe que disputa a liderança do Brasileiro é o Flamengo, que bateu o Bragantino por 2 a 1 no estádio do Maracanã. O Rubro-Negro, que venceu graças a gols de Michael e Raul (contra), agora é o quarto colocado com os mesmo 44 pontos do Palmeiras, que está na 3ª colocação após golear o Cuiabá por 5 a 0 no último sábado (24).

FFFFFFFFFIIIIIIIIIIIMMMMMMMMMMM DE PAAAAPOOOOO NO MARACANÃ! MICHAEL MARCA NA REESTREIA E TOMA➕3️⃣ PONTOS NA CONTA DO MAIS QUERIDO! VVVAAAAMMMOOOSSS, FLAAAMMMEEEENNGOOOOOOOOOO#VAMOSFLAMENGO #CRF pic.twitter.com/pd00jeudf4

— Flamengo (@Flamengo) August 26, 2024

Outros resultados

Criciúma 0 x 1 Grêmio
São Paulo 2 x 1 Vitória
Internacional 1 x 0 Cruzeiro

Inter e Ferroviária ficam no 1 a 1 nas quartas do Brasileiro Feminino

Internacional e Ferroviária empataram em 1 a 1, na manhã deste domingo (25) no estádio Centenário, em Caxias do Sul, em confronto válido pela ida das quartas de final da Série A1 do Campeonato Brasileiro de futebol feminino. A partida foi transmitida ao vivo pela TV Brasil.

Tudo igual entre Internacional e Ferroviária! O jogo de volta promete… #QuartasBRFem pic.twitter.com/QDY6jbCb3U

— Brasileirão Feminino Neoenergia (@BRFeminino) August 25, 2024

Após um primeiro tempo sem bola na rede, aos 16 minutos da etapa final Tamara cometeu falta em Micaelly dentro da área. Duda Santos cobrou a penalidade máxima com perfeição para abrir o marcador para as Guerreira Grenás. Em desvantagem a equipe da casa começou a se lançar ao ataque. E o empate veio aos 36 minutos, também em cobrança de pênalti, de Priscila.

Aos 48 minutos Priscila voltou a balançar as redes, mas desta vez com a bola em movimento. Porém, o lance foi invalidado pela arbitragem, o que fez com que o resultado final fosse mesmo o empate de 1 a 1.

Vitória palestrina

No outro confronto das quartas de final do Brasileiro Feminino disputado neste domingo, o Palmeiras venceu o Cruzeiro por 2 a 1 em partida disputada na Arena Independência. Juliete e Amanda Gutierres marcaram para as visitantes, enquanto Vitória Calhau descontou para as Cabulosas.

Palestrinas na frente! Deu @Palmeiras_FEM no jogo de ida das #QuartasBRFem! 🐷 pic.twitter.com/gvFR36UduA

— Brasileirão Feminino Neoenergia (@BRFeminino) August 25, 2024

Empate na ida

Na primeira partida das quartas de final, disputada na noite do último sábado (24), Bragantino e Corinthians não passaram de um empate de 1 a 1 no estádio Nabi Abi Chedid.

Um gol para cada lado! Tudo igual entre @RedBullBraga e @SCCPFutFeminino no jogo de ida das #QuartasBRFempic.twitter.com/nXkktBxV3U

— Brasileirão Feminino Neoenergia (@BRFeminino) August 24, 2024

Flávio Dino mantém Sport como único campeão brasileiro de 1987

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou recurso da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e manteve o Sport Clube Recife como único campeão do Campeonato Brasileiro de 1987.

Na decisão proferida na segunda-feira (19), o ministro entendeu que o recurso extraordinário usado pela CBF não pode fazer o reexame da decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, sediado em Recife, que reconheceu o clube pernambucano como único campeão.

“Verifica-se que o tribunal de origem decidiu a controvérsia com fundamento no conjunto fático-probatório dos autos e nos regulamentos dos campeonatos brasileiros de futebol, cuja análise ou reexame se revelam inviáveis em recurso extraordinário”, argumentou Dino.

Em outras decisões, o Supremo também negou recursos para retirar do Sport o posto de campeão brasileiro de 1987.

O título do Campeonato Brasileiro de 1987 sairia de um quadrangular entre os campeões do módulo verde e do módulo amarelo. Vencedor do módulo verde, o Flamengo se recusou a jogar contra o Sport. 

Em 2011, a CBF declarou o Flamengo também campeão de 1987, mas a decisão foi derrubada pela Justiça do Rio de Janeiro e de Pernambuco.

Brasileiro Feminino conhece classificados para as quartas de final

Após a realização dos confrontos da 15ª rodada da Série A1 do Campeonato Brasileiro de futebol feminino, nesta quarta-feira (15), foram definidas as oito equipes classificas para as quartas de final da competição: Corinthians, Bragantino, Ferroviária, Internacional, São Paulo, Grêmio, Palmeiras e Cruzeiro.

Já classificado de forma antecipada como primeiro colocado da primeira fase, o Corinthians superou o Avaí/Kindermann por 3 a 1 no Parque São Jorge, em São Paulo. A segunda posição da classificação ficou com a Ferroviária, que foi superada por 1 a 0 nesta quarta pelo Flamengo, que ficou fora da próxima etapa da competição.

Claro que não podia faltar ela… A última TABELA do ano!

Ficou feliz com a classificação do seu time? Comenta aí! pic.twitter.com/vcHt0qijdP

— Brasileirão Feminino Neoenergia (@BRFeminino) August 21, 2024

O São Paulo goleou o Grêmio por 4 a 0, na Cotia, e seguiu para as quartas de final com a terceira melhor campanha da primeira fase. Já as Gurias Gremistas seguem em frente, mas na sexta colocação. Quem também goleou por 4 a 0 para seguir vivo no Brasileirão feminino foi o Palmeiras, que superou o Atlético-MG no Gregorão, em Contagem, e ficou em quarto. Já as Vingadoras foram rebaixadas, pois ficaram na lanterna.

A quinta posição é do Cruzeiro, que perdeu de 2 a 1 para um surpreendente Bragantino no Nabi Abi Chedid. O time de Bragança Paulista seguiu em frente com a oitava colocação. A última equipe classificada é o Internacional, que goleou o rebaixado Santos por 6 a 2 no SESC Protásio Alves, em Porto Alegre.

Com a definição dos classificados, também ficaram certos os confrontos das quartas: Corinthians contra Red Bull Bragantino, Ferroviária e Internacional, São Paulo diante do Grêmio e Palmeiras versus Cruzeiro.

TUDO DEFINIDO PARA A SEGUNDA FASE!

Ficou assim o chaveamento da minha disputa! E aí, palpites? Quem vai levantar a taça? A promessa é de grandes jogos! 🇧🇷 pic.twitter.com/vMjLxWTX0k

— Brasileirão Feminino Neoenergia (@BRFeminino) August 21, 2024

* Tabela da Série A1 do Campeonato Brasileiro de futebol feminino.

Sistema socioeducativo brasileiro são miniprisões, diz ativista

“Demorei 15 anos para entender que fui vítima de abusos sexuais em unidade de cumprimento de medidas socioeducativas. Achava que era troca de favores. Depois entendi que eram agentes do estado que estavam violando meus direitos”.

O relato é de Monalisa Teixeira, hoje com 35 anos. Filha de uma empregada doméstica e abandonada pelo pai, esteve internada para cumprimento de medidas socioeducativas dos 15 aos 16 anos.

Hoje em dia, Monalisa faz parte do Movimento Moleque, que dá apoio a mães que tiveram filhos vítimas de violência.

O relato foi feito em apresentação, nesta quarta-feira (21), de um levantamento sobre a situação das adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas de internação. O evento aconteceu em um auditório da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, medidas socioeducativas são aplicadas pela Justiça a menores de idade envolvidos na prática de um ato infracional. O grau mais severo é a privação de liberdade, cumprida em unidades de internação geridas pelos governos estaduais.

O relatório foi elaborado pela Plataforma Brasileira de Direitos Humanos (Dhesca), rede formada por quase 50 organizações da sociedade civil, como a Justiça Global e Odara – Instituto da Mulher Negra.

“O sistema socioeducativo brasileiro são miniprisões fingindo ser sistema socioeducativo”, afirma a relatora nacional de direitos humanos da Dhesca, Isadora Salomão.

Violações

Os pesquisadores visitaram unidades socioeducativas reservadas para adolescentes do sexo feminino em três estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, entre março e abril de 2022. Eles também entrevistaram adolescentes, parentes, gestores de unidades e servidores, além de representantes de instituições como Defensorias Públicas, Tribunais de Justiça e Ministério Público.

Apesar do número limitado de estados, a relatora entende que a situação encontrada não é específica dessas localidades.

“A gente está fazendo esse relatório em uma perspectiva nacionalizada, apesar de ter visitado esses três estados. A gente quer fazer um panorama geral sobre a situação das meninas do sistema socioeducativo”.

O relatório classifica as violações de direitos em três eixos: estruturais, relacionadas às questões de acomodação; saúde, que abarca questões físicas e mentais; e identidade e cultura. “Esse último envolve questões como racismo e lesbofobia”, esclarece Isadora.

Entre os pontos identificados estão espaço restrito, causando aglomeração de internas; medidas de isolamento como forma de castigo para infrações disciplinares; casos de banheiros sem vaso sanitário e porta; proibição de recebimento de itens de higiene, sendo mandatório o uso de roupas íntimas distribuídas em quantidade insuficiente; falta de atividades educacionais e recreativas; presença de agentes socioeducativos homens, existência de algemas e relatos de violência e assédio sexuais.

Outra questão é a disposição geográfica das unidades. Sendo poucos endereços, muitas adolescentes ficam distantes do local de moradia, dificultando o recebimento de visitas.

Com base em documentos e estatísticas públicas, a Dhesca traçou o perfil das adolescentes que cumprem medidas socioeducativas no país. Quase 70% delas moram em cidade diferente de onde está a unidade de internação. Mais da metade tem entre 17 e 18 anos, 18% são mães, e 5% se declaram transgênero.

Uma crítica destacada no relatório é em relação manter internas as adolescentes que se tornam mães. “Tem muita criança que não consegue ver uma grade, pois passou a primeira infância nesse espaço. As crianças já nascem cumprindo medida socioeducativa”, lamenta.

“Medida de internação é último caso”, defende a relatora.

Ressocialização

A presidente da Comissão de Direitos Socioeducativos da Ordem Advogados do Brasil seccional Rio de Janeiro (OAB-RJ), Margarida Prado, criticou o tratamento rígido que menores recebem nas unidades de internação, como andar de cabeça baixa e mãos para traz.

“Tem que romper da dinâmica da submissão e obediência. Tem que ter autonomia. Se não, quando sair da privação de liberdade, em vez de obedecer ao diretor, obedecerá ao traficante. O Estado tem que investir na pedagogia da autonomia”, disse.

A vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente, Mônica Alkmim, estende as críticas ao sistema de Justiça. “Quem encaminha os menores para as unidades sabe o que acontece lá. Tem a visão de que são ‘sementinhas’ do mal”, criticou.

A defensora pública Paula Arraes reforça a crítica direcionada ao Poder Judiciário. “Já ouvi frases como ‘se fosse tão ruim, eles não voltariam’”. A defensora relatou ainda que, como defensores podem realizar vistorias em unidades socioeducativas, algumas formas de violação de direitos são feitas de forma tácita, mais difíceis de serem documentadas.

“Chamam meninas trans pelo nome de registro”, citou. “Já é difícil comprovar violação quando se tem a foto de um adolescente machucado. Fica mais ainda quando é difícil documentar”, constata a subcoordenadora em matéria socioeducativa da Coordenadoria de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cdedica) da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.

Para Isadora, o sistema socioeducativo se comportar como se fosse miniprisão causa impactos nas vidas das adolescentes, mesmo quando elas alcançam a liberdade.

“A tendência é que elas saiam e não consigam ter uma vida coletiva e produtiva”, avalia.

Segundo Isadora, o relatório – iniciado após o recebimento de denúncias apresentadas por movimentos sociais e organizações da sociedade civil – é uma forma de jogar luz sobre o problema.

“Esse relatório colabora bastante para que o conjunto da sociedade saiba o que acontece nos sistemas socioeducativos femininos no Brasil”.

Ela considera ainda que o documento é um combustível para a defesa dos direitos humanos. “Potencializa uma luta para que essa situação cesse e que a gente olhe a infância e a adolescência como um período em que é necessário o Estado ter mais responsabilidades sobre quem precisa se ressocializar”, conclui.

Ativista compara sistema socioeducativo brasileiro a miniprisões

“Demorei 15 anos para entender que fui vítima de abusos sexuais em unidade de cumprimento de medidas socioeducativas. Achava que era troca de favores. Depois entendi que eram agentes do estado que estavam violando meus direitos”.

O relato é de Monalisa Teixeira, hoje com 35 anos. Filha de uma empregada doméstica e abandonada pelo pai, esteve internada para cumprimento de medidas socioeducativas dos 15 aos 16 anos.

Hoje em dia, Monalisa faz parte do Movimento Moleque, que dá apoio a mães que tiveram filhos vítimas de violência.

O relato foi feito em apresentação, nesta quarta-feira (21), de um levantamento sobre a situação das adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas de internação. O evento aconteceu em um auditório da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente, medidas socioeducativas são aplicadas pela Justiça a menores de idade envolvidos na prática de um ato infracional. O grau mais severo é a privação de liberdade, cumprida em unidades de internação geridas pelos governos estaduais.

O relatório foi elaborado pela Plataforma Brasileira de Direitos Humanos (Dhesca), rede formada por quase 50 organizações da sociedade civil, como a Justiça Global e Odara – Instituto da Mulher Negra.

“O sistema socioeducativo brasileiro são miniprisões fingindo ser sistema socioeducativo”, afirma a relatora nacional de direitos humanos da Dhesca, Isadora Salomão.

Violações

Os pesquisadores visitaram unidades socioeducativas reservadas para adolescentes do sexo feminino em três estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, entre março e abril de 2022. Eles também entrevistaram adolescentes, parentes, gestores de unidades e servidores, além de representantes de instituições como Defensorias Públicas, Tribunais de Justiça e Ministério Público.

Apesar do número limitado de estados, a relatora entende que a situação encontrada não é específica dessas localidades.

“A gente está fazendo esse relatório em uma perspectiva nacionalizada, apesar de ter visitado esses três estados. A gente quer fazer um panorama geral sobre a situação das meninas do sistema socioeducativo”.

O relatório classifica as violações de direitos em três eixos: estruturais, relacionadas às questões de acomodação; saúde, que abarca questões físicas e mentais; e identidade e cultura. “Esse último envolve questões como racismo e lesbofobia”, esclarece Isadora.

Entre os pontos identificados estão espaço restrito, causando aglomeração de internas; medidas de isolamento como forma de castigo para infrações disciplinares; casos de banheiros sem vaso sanitário e porta; proibição de recebimento de itens de higiene, sendo mandatório o uso de roupas íntimas distribuídas em quantidade insuficiente; falta de atividades educacionais e recreativas; presença de agentes socioeducativos homens, existência de algemas e relatos de violência e assédio sexuais.

Outra questão é a disposição geográfica das unidades. Sendo poucos endereços, muitas adolescentes ficam distantes do local de moradia, dificultando o recebimento de visitas.

Com base em documentos e estatísticas públicas, a Dhesca traçou o perfil das adolescentes que cumprem medidas socioeducativas no país. Quase 70% delas moram em cidade diferente de onde está a unidade de internação. Mais da metade tem entre 17 e 18 anos, 18% são mães, e 5% se declaram transgênero.

Uma crítica destacada no relatório é em relação manter internas as adolescentes que se tornam mães. “Tem muita criança que não consegue ver uma grade, pois passou a primeira infância nesse espaço. As crianças já nascem cumprindo medida socioeducativa”, lamenta.

“Medida de internação é último caso”, defende a relatora.

Ressocialização

A presidente da Comissão de Direitos Socioeducativos da Ordem Advogados do Brasil seccional Rio de Janeiro (OAB-RJ), Margarida Prado, criticou o tratamento rígido que menores recebem nas unidades de internação, como andar de cabeça baixa e mãos para traz.

“Tem que romper da dinâmica da submissão e obediência. Tem que ter autonomia. Se não, quando sair da privação de liberdade, em vez de obedecer ao diretor, obedecerá ao traficante. O Estado tem que investir na pedagogia da autonomia”, disse.

A vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente, Mônica Alkmim, estende as críticas ao sistema de Justiça. “Quem encaminha os menores para as unidades sabe o que acontece lá. Tem a visão de que são ‘sementinhas’ do mal”, criticou.

A defensora pública Paula Arraes reforça a crítica direcionada ao Poder Judiciário. “Já ouvi frases como ‘se fosse tão ruim, eles não voltariam’”. A defensora relatou ainda que, como defensores podem realizar vistorias em unidades socioeducativas, algumas formas de violação de direitos são feitas de forma tácita, mais difíceis de serem documentadas.

“Chamam meninas trans pelo nome de registro”, citou. “Já é difícil comprovar violação quando se tem a foto de um adolescente machucado. Fica mais ainda quando é difícil documentar”, constata a subcoordenadora em matéria socioeducativa da Coordenadoria de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cdedica) da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.

Para Isadora, o sistema socioeducativo se comportar como se fosse miniprisão causa impactos nas vidas das adolescentes, mesmo quando elas alcançam a liberdade.

“A tendência é que elas saiam e não consigam ter uma vida coletiva e produtiva”, avalia.

Segundo Isadora, o relatório – iniciado após o recebimento de denúncias apresentadas por movimentos sociais e organizações da sociedade civil – é uma forma de jogar luz sobre o problema.

“Esse relatório colabora bastante para que o conjunto da sociedade saiba o que acontece nos sistemas socioeducativos femininos no Brasil”.

Ela considera ainda que o documento é um combustível para a defesa dos direitos humanos. “Potencializa uma luta para que essa situação cesse e que a gente olhe a infância e a adolescência como um período em que é necessário o Estado ter mais responsabilidades sobre quem precisa se ressocializar”, conclui.

Brasileiro Feminino Sub-17: Inter vence Grêmio para ficar com título

O Internacional mostrou poder de recuperação para conquistar o título do Campeonato Brasileiro Feminino Sub-17 ao derrotar o Grêmio por 4 a 3 na disputa de pênaltis, após um empate por 2 a 2 nos 90 minutos, na noite desta segunda-feira (21) no SESC Protásio Alves, em Porto Alegre. A decisão da competição contou com a transmissão ao vivo da TV Brasil.

Esta é a terceira oportunidade na qual as Gurias Coloradas alcançam o troféu do Brasileirão Feminino Sub-17, após os títulos de 2020 e de 2022. O Inter é o maior vencedor da história da competição.

𝘾𝘼𝙈𝙋𝙀𝘼̃𝙎 𝘽𝙍𝘼𝙎𝙄𝙇𝙀𝙄𝙍𝘼𝙎! 🏆🔥

Em jogo eletrizante no SESC Protásio Alves, as Gurias Coloradas buscam o empate por 2 a 2 e vencem as gremistas nos pênaltis pelo Brasileirão Sub-17!

🎧 Acompanhe a festa da vitória no Canal do Inter: https://t.co/j1p8rcSyi1 pic.twitter.com/RMPGOwxGOJ

— Gurias Coloradas (@GuriasColoradas) August 20, 2024

Poder de reação

Apesar de ficar com o título no final, o Internacional não começou bem a final, pois viu as Gurias Gremistas abrirem o placar logo aos 47 segundos de partida. Após boa jogada pela ponta direita a bola foi levantada na área, onde Maria encontrou espaço para dominar e bater sem chances para a goleira Camilly. A partir daí o Internacional criou as melhores oportunidades, mas o Grêmio mostrou competência para segurar a vantagem até o intervalo.

A etapa final começou com um roteiro parecido com o do primeiro tempo, com o Grêmio abrindo o placar muito cedo, desta vez aos 3 minutos, quando Helô roubou a bola no campo de defesa do Internacional, partiu com liberdade e, da intermediária, bateu por cobertura para deixar o seu.

Cliques da comemoração das @GuriasGremistas! O Grêmio vai vencendo o Internacional por 2×0 na final do #BrasileirãoFemininoSub17!

📸 Staff Images / CBF pic.twitter.com/dyCYxY9vCI

— Brasileirão Feminino Neoenergia (@BRFeminino) August 20, 2024

Diante de um placar tão adverso coube ao Inter partir de vez para o ataque. Com isso as Gurias Coloradas conseguiram descontar aos 35 minutos, quando Piauí aproveitou bola levantada na área para finalizar para defesa parcial de Josi. E a centroavante mostrou frieza para aproveitar o rebote e colocar a bola no fundo da rede.

A partir daí a pressão das coloradas aumentou ainda mais e o empate acabou saindo aos 44 minutos, quando a zagueira Milenna aproveitou cobrança de escanteio para subir muito e cabecear para igualar o marcador. Como a igualdade perdurou até o fim dos 90 minutos, o título foi decidido na disputa de pênaltis.

Emoção até o fim na decisão do #BrasileirãoFemininoSub17! As @GuriasColoradas buscaram o empate na reta final do segundo tempo!

📸 Staff Images / CBF pic.twitter.com/N6Z8p8PUcG

— Brasileirão Feminino Neoenergia (@BRFeminino) August 20, 2024

Brilho de Camilly

Nas penalidades máximas a goleira Camilly foi decisiva, pois defendeu as cobranças de Ana Vidal e de Yasmin para ajudar o Internacional a triunfar por 4 a 3.

Campanha perfeita

Para alcançar a decisão do Campeonato Brasileiro Feminino Sub-17 o Internacional cumpriu uma campanha perfeita, com cinco vitórias em cinco jogos. Foram 21 gols marcados e apenas um sofrido.