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Anvisa proíbe venda de lotes de balas da Dori por risco de Salmonella

Uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização, distribuição e consumo de vários lotes de sete balas fabricadas pela empresa Dori Alimentos S.A.

A medida, publicada no último dia 19 no Diário Oficial da União, foi adotada depois que a agência recebeu um comunicado da própria fabricante relatando o recolhimento voluntário das balas, devido ao risco de contaminação por Salmonella muenchen.

A empresa informou ter detectado o risco “durante a verificação de rotina nos seus controles de segurança de alimentos”, em produtos fabricados na unidade de Rolândia (PR).

Dori

No site, a empresa alerta que a ingestão de Salmonella muenchen pode causar infecção gastrointestinal, cujos sintomas mais comuns são: dor abdominal, diarreia, febre e vômito.

A Dori informa ainda que os pontos de venda e estabelecimentos varejistas “foram orientados a interromper imediatamente a venda desses produtos, e o processo de descontaminação, limpeza e higienização da planta fabril afetada já foi concluído”.

Aos consumidores que tenham comprado as balas dos lotes contaminados, a empresa alerta que o produto não deve ser consumido.

“Entrem em contato com o serviço de atendimento ao cliente da Dori Alimentos, pelo telefone 0800 707 4077, de segunda a sexta-feira, das 8:00 às 17:00 e aos sábados das 8:00 às 12:00, ou por e-mail (sac@dori.com.br), para o esclarecimento de dúvidas sobre o recolhimento e/ou sobre o processo de reembolso, sem quaisquer custos aos consumidores.”

Salmonella

De acordo com o Ministério da Saúde, a Salmonella (Salmonellose) é uma bactéria da família das Enterobacteriaceae que causa intoxicação alimentar e, em casos raros, pode provocar graves infecções e até mesmo a morte.

Trata-se de uma bactéria que possui duas espécies causadoras de doenças em humanos: S. enterica e S. bongori. A Salmonella enterica tem maior relevância para a saúde pública.

A Resolução 2991, do dia 16 de agosto, foi publicada pela Anvisa no Diário Oficial da União de 19 de agosto.

Confira os produtos e lotes

Os produtos e lotes recolhidos são:

bala hortelã mint recheada tipo cestinha – lotes PRD 210624, PRD 240624 e PRD 250624, válidos até os dias 21, 24 e 25 de junho de 2026;
bala bolete tutti frutti – lotes PRD 250624, PRD 270624, PRD 280624, PRD 010724, PRD 020724 e PRD 030724, válidos até 25, 27 e 28 de junho de 2026, e 1º, 2 e 3 de julho de 2026;
bala hortelã mint – lotes PRD 050724, PRD 080724, PRD 240624, PRD 260624, PRD 270624 e PRD 280624, válidos até 5 e 8 de julho de 2026, e 24, 26, 27 e 28 de junho de 2026;
bala morango recheada polpa natural – lotes PRD 080724, PRD 090724 e PRD 100724, válidos até 8, 9 e 10 de julho de 2026;
bala Dori regaliz tijolo – lotes PRD 185 03072024, PRD 186 04072024 e PRD 187 05072024, válidos até os dias 3, 4 e 5 de novembro de 2025;
bala yogurte 100 morango – lotes PRD 030724, PRD 040724, PRD 050724, PRD 090724, PRD 010724 e PRD 020724, válidos até 3, 4, 5, 9, 1º e 2 de julho de 2026; e
bala lua cheia chantilly lotes PRD 020724, PRD 030724 e PRD 040724, válidos até 2, 3 e 4 de julho de 2026.

A Anvisa informou que as próximas etapas da medida incluem divulgar mensagem de alerta pela empresa, identificar as medidas adotadas pela fabricante com o objetivo de investigar e corrigir o ocorrido, além de acompanhar a ação de recolhimento pela Vigilância Sanitária.

Matéria ampliada às 16h20 para inclusão das orientações da Dori

Brasil inaugura fábrica de medicamentos para diabetes e obesidade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, participaram nesta sexta-feira (23) da inauguração de fábrica de polipeptídeo sintético, em Hortolândia (SP), voltada para a produção de medicamentos para diabetes e obesidade.

Em nota, o ministério informou que a fábrica vai produzir a liraglutida sintética, “produto inovador que foi submetido para registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e está na fila prioritária para avaliação”.

Operada pela farmacêutica EMS, a fábrica também deve produzir a semaglutida, insumo do medicamento Ozempic, cuja patente vigora até março de 2026 e cujo pedido de registro já foi submetido à Anvisa.

“Com um investimento de R$ 60 milhões, o espaço representa um marco histórico, pois é considerado o primeiro do tipo no país e faz parte das iniciativas do governo federal relacionadas ao Complexo Econômico-Industrial da Saúde”, avaliou o ministério, em nota.

Durante a inauguração, Nísia destacou benefícios para pacientes com diabetes. “É o primeiro medicamento produzido no país para tratamento de diabetes e obesidade, de forma inovadora, utilizando peptídeos, a liraglutida e também a semaglutida”.

“É motivo de muito orgulho e de muita expectativa”, disse. “A produção de polipetídeos sintéticos vai reduzir os efeitos colaterais para pacientes e também o custo, além de garantir avanço na autonomia do nosso país”, completou.

Em sua fala, a ministra citou a importância de “esforços conjugados” e avaliou a inauguração da nova fábrica como “o encontro da competência e da qualidade do setor privado com as políticas públicas do governo federal”.

Durante a cerimônia, Lula avaliou o momento como “auspicioso” para a saúde no Brasil. “Muito me alegra voltar a esse complexo industrial 17 anos depois da primeira visita”, disse, ao citar o poder de compra do Estado como “fator muito importante para o desenvolvimento da indústria nacional”.

“Estamos convencidos de que o poder de compra do SUS vai permitir que a gente tenha uma indústria farmacêutica capaz de competir com qualquer uma do mundo. O Brasil cansou de ser pequeno, de ser um país em vias de desenvolvimento, de dizer que somos o país do futuro. Não.Queremos ser grandes. Pra nós, o futuro não é amanhã, começa agora. E essa fábrica é o exemplo de que o futuro já chegou na área da saúde.”

Entenda

A inauguração da fábrica atende às diretrizes da estratégia nacional para o desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, lançada em setembro de 2023 e com previsão de investimento de R$ 57,4 bilhões do setor público e da iniciativa privada até 2026.

A proposta é expandir a produção nacional de itens classificados como prioritários para o Sistema Único de Saúde (SUS), além de reduzir a dependência do Brasil no que diz respeito a insumos, medicamentos, vacinas e outros produtos estrangeiros.

Na matriz de desafios produtivos e tecnológicos em saúde, o diabetes, segundo o ministério, foi identificado como prioridade, tornando a inovação e o desenvolvimento tecnológico de plataformas e produtos relacionados a essa condição relevantes no âmbito do complexo.

Moradores protestam contra demolição de imóveis na Maré

Moradores protestaram na manhã desta sexta-feira (23) contra a demolição de imóveis, em curso desde o início da semana, no Parque União, uma das comunidades que compõe o Complexo da Maré, na zona norte da capital. Manifestantes fecharam a Avenida Brigadeiro Trompowski, que liga a Avenida Brasil à Ilha do Governador.

A operação vem sendo conduzida por agentes da Secretaria Municipal de Ordem Pública, com o apoio da Polícia Militar e da Polícia Civil. “Eles invadem as casas sem mandado judicial”, afirma Caitano Silva, integrante da Associação de Moradores do Parque União.

De acordo com o município, são imóveis construídos de forma irregular. A Polícia Civil suspeita que sãode imóveis erguidos em esquema de lavagem de dinheiro de organizações crimininosas que comandam o tráfico na região.

“As investigações apontam que a comunidade do Parque União vem sendo utilizada há anos, por meio da construção e abertura de empreendimentos, para lavar o capital acumulado com o comércio de drogas. Os agentes apuram ainda a participação de funcionários de órgãos representativos da comunidade no esquema”, afirmou la Polícia Civil, em nota.

Abuso de poder

A Associação de Moradores do Parque União denuncia abuso de poder e remoção de pertences. “Moradores que estão aqui não são traficantes”, disse Caitano Silva. Segundo ele, a operação afetou o funcionamento de escolas, posto de saúde e estabelecimentos comerciais, deixou ruas vazias e gerou impacto psicológico na população.

“Em muitos casos, são subtraídos pertences dos moradores, dinheiro, celulares, perfumes, coisas que eles encontram, caso o morador não esteja dentro de sua residência. Muitas das vezes, agentes quebram, bagunçam o interior da casa do morador e vão embora”, acrescetou

Em nota, a Secretaria Municipal de Ordem Pública disse que foram feitas apreensões em um apartamento de luxo de um dos prédios que está sendo demolido e nenhuma pessoa se identificou como dona dos equipamentos. Todos os itens foram levados para o depósito municipal e poderão ser retirados pelo proprietário, mediante identificação e comprovação de compra.

Na quarta-feira (21), um jovem de 17 anos afirmou que foi conduzido à delegacia, junto com sua mãe, após documentar em vídeos a operação. Nas redes sociais, foram compartilhadas imagens de dentro do apartamento. “Querem demolir o prédio com nós aqui dentro. Já estão quebrando tudo aqui em cima. Nós vamos para onde com três crianças?”, disse o jovem, ao lado da sua irmã, que carregava um bebê recém-nascido no colo.

Em outra cena, o rapaz questiona um policial. “Você gostaria de ver isso acontecendo com a sua família. Amanhã, eles estarão todos no sofá de suas casas vendo tlevisão”.

Em vídeo publicado no dia seguinte, a mãe do jovem deu sua versão sobre o ocorrido. “Os policiais falaram que não podia divulgar imagens, para não serem mortos por causa do vídeo do meu filho. Eles queriam calar a voz do meu filho. Meu filho não é bandido. Ele tem 17 anos e é estudante”, diz a mãe.

Procurada pela Agência Brasil, a Polícia Civil disse que precisava de mais informações, além das relatadas no vídeo, para apurar o que ocorreu.

Direitos fundamentais

A organização da sociedade civil Redes da Maré divulgou na quarta-feira (21), em seu portal eletrônico, uma análise a partir averiguações que realizaram no local. “Moradores afirmaram que, apesar de ter havido um aviso sobre a possível demolição, não foi ofertado qualquer outro tipo de suporte ou orientação acerca de seus direitos ou passos a serem seguidos diante desta situação”, diz o texto.

De acordo com a organização, não se trata de uma questão exclusivamente relacionada à segurança pública e criminal.

“O que estamos testemunhando envolve violações mais amplas dos direitos fundamentais dos moradores. A questão das remoções é histórica e está profundamente ligada ao problema do acesso à moradia digna nas favelas e periferias urbanas. A falta de políticas públicas adequadas e a negligência estatal com os espaços e equipamentos resultam em estratégias improvisadas para ocupar o espaço urbano sem a devida regulamentação e fiscalização”.

A Rede da Maré faz um chamado às autoridades públicas para o atendimento das demandas por moradia.

“O Estado, ao abdicar de sua responsabilidade na gestão do espaço público e na regulação dos direitos urbanos e habitacionais, contribui para a perpetuação dessas práticas. É necessário que o Estado se corresponsabilize por sua negligência histórica nos espaços de favela, em vez de, simplesmente criminalizar e prejudicar diretamente toda uma população e, além disso, expô-la de forma espetacularizada, nas redes sociais. Nós, da Redes da Maré, entendemos que a violência não pode ser um caminho para a efetivação dos direitos humanos”.

Pólio pode atingir crianças palestinas e israelenses, alerta a ONU

Após a confirmação do primeiro caso de poliomielite na Faixa de Gaza, o comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (Unrwa, na sigla em inglês), Philipe Lazzarini, alertou, nesta sexta-feira (23), que a doença não fará distinção entre crianças palestinas e israelenses.

Para ele, atrasar uma pausa humanitária na região aumentará o risco de disseminação do vírus entre crianças dos dois lados do conflito. “Não basta levar as vacinas para Gaza e proteger os sistemas de refrigeração”, disse, ao citar que as doses precisam chegar à boca de todos os menores de 10 anos.

A agência informou, também, que vai colocar seus centros de cuidados primários de saúde e suas clínicas móveis à disposição da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a partir do fim deste mês para que as campanhas de vacinação sejam realizadas.

Entenda

A OMS confirmou o primeiro caso de poliomielite na Faixa de Gaza em 25 anos. Trata-se de um bebê de 10 meses que vive na cidade palestina de Deir al-Balah, na região central da Faixa de Gaza, e que não havia recebido nenhuma das doses previstas no esquema vacinal contra a doença, conhecida popularmente como paralisia infantil. 

Em seu perfil na rede social X (antigo Twitter), o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse estar “seriamente preocupado” com a confirmação do caso. “A OMS e seus parceiros trabalharam arduamente para colher e transferir amostras da criança para testagem em um laboratório certificado na região”.

Ele acrescentou que “o sequenciamento genômico confirmou que o vírus está ligado à variante do poliovírus tipo 2, detectada em amostras ambientais recolhidas em junho em águas residuais de Gaza. A criança, que desenvolveu paralisia na perna esquerda, está em situação estável”, completou o diretor-geral.

Tedros destacou ainda que, dado o elevado risco de propagação do poliovírus na Faixa de Gaza e em regiões próximas, o Ministério da Saúde Palestino, a própria OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) organizam duas rodadas de vacinação contra a pólio ao longo das próximas semanas, visando interromper a transmissão.

A expectativa é que, em cada uma das rodadas de vacinação, mais de 640 mil crianças com menos de 10 anos possam receber a vacina oral contra a pólio, conhecida popularmente como gotinha.

O poliovírus foi detectado em junho em amostras ambientais colhidas na Faixa de Gaza. Desde então, segundo a OMS, pelo menos três crianças apresentaram quadros suspeitos de paralisia flácida aguda, sintoma comum da pólio. Amostras de sangue foram colhidas e enviadas para análise laboratorial.

“Mais de 1,6 milhão de doses da vacina oral, utilizada para interromper a propagação do vírus, serão entregues na Faixa de Gaza. As entregas das vacinas e dos equipamentos de refrigeração devem passar pelo aeroporto Ben Gurion [em Israel] antes de serem direcionadas à Gaza, no fim de agosto”, informou a OMS.

“É essencial que o transporte das doses e dos equipamentos de refrigeração seja facilitado em todas as etapas dessa jornada, visando garantir o recebimento em tempo oportuno, a aprovação e a liberação dos insumos em tempo para que a campanha aconteça”, ressaltou a OMS. Ao todo, 708 equipes com cerca de 2,7 mil profissionais de saúde foram acionadas.

Cobertura vacinal

A OMS alertou que é preciso alcançar uma cobertura vacinal de pelo menos 95% durante cada rodada da campanha para interromper a propagação da pólio e reduzir o risco do ressurgimento da doença, levando em consideração “sistemas de saúde, água e saneamento gravemente prejudicados na região”.

Dados mostram que a Faixa de Gaza esteve livre da pólio pelos últimos 25 anos. “O ressurgimento da doença, sobre a qual a comunidade humanitária já havia alertado ao longo dos últimos 10 meses, representa outra ameaça para as crianças em Gaza e em países vizinhos. Um cessar-fogo é a única forma de garantir a segurança da saúde pública na região”, observou a OMS.

Risco

Ainda segundo ela, a Faixa de Gaza mantinha boa cobertura vacinal antes da escalada dos conflitos, em outubro do ano passado. De lá para cá, a vacinação de rotina foi fortemente impactada – incluindo a segunda dose da vacina contra a pólio, que caiu de 99% em 2022 para menos de 90% em 2023 e no primeiro trimestre de 2024.

“O risco de disseminação do vírus, dentro da Faixa de Gaza e internacionalmente, permanece alto em razão de lacunas na imunidade das crianças, provocadas por interrupções na vacinação de rotina, dizimação do sistema de saúde, deslocamento constante da população, desnutrição e sistemas de água e saneamento gravemente danificados”, alertou a entidade.

“A situação também aumentou o risco de propagação de outras doenças preveníveis ​​por vacinação, como o sarampo, além de casos de diarreia, infecções respiratórias agudas, hepatite A e doenças de pele entre crianças”, informou a OMS.

Light blinda rede elétrica para reduzir perda de energia no RJ

A empresa de energia Light planeja concluir, até dezembro deste ano, a blindagem da rede elétrica em sete áreas de sua concessão no estado do Rio de Janeiro. No momento, a companhia trabalha na quinta área, segundo  informou à Agência Brasil o superintendente da empresa, Bruno Rodrigues.

“A blindagem de rede é um dos projetos que compõem uma carteira de iniciativas de combate de perdas da Light. É o principal projeto em áreas de segmentação, ou áreas de risco, onde a gente não consegue atuar como em áreas de tratamento convencional. Digamos que é uma zona de transição, onde a quantidade de reincidência de clientes na prática do furto é muito alta. A blindagem é, hoje, o nosso projeto de maior eficiência nessas áreas”, afirmou.

As áreas estão localizadas nos municípios do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Belford Roxo e apresentam altos índices de perdas não técnicas. De acordo com a Light, o desafio é grande, uma vez que, a cada 100 clientes regulares, há 34 que furtam energia.

Este é um projeto de longo prazo. “Pretendemos instalar nos próximos quatro anos algo próximo de 500 mil clientes, o que corresponde a R$ 2,5 bilhões em investimentos”.

Na primeira etapa foram investidos R$ 25 milhões. Segundo o superintendente, o projeto vem trazendo resultados interessantes, conseguindo reduzir a perda de energia de 90% para cerca de 6% a 5% em algumas regiões. “É um resultado relevante, dada a média nacional.”

A Light está estudando com cautela as próximas áreas para avançar com o projeto. Será dada prioridade na blindagem efetuada pela Light à Baixada Fluminense e às regiões norte e oeste do município do Rio de Janeiro. “Algo em torno de 90% desse projeto abrangem a Baixada Fluminense e zonas norte e oeste do Rio”.

Acesso à energia

Rodrigues ressaltou que a blindagem não é feita contra furto de cabos, mas contra furtos de energia.

O objetivo central é impedir que o consumidor irregular, fraudador, tenha acesso à energia em níveis de tensão domésticos de forma não medida.

“É impedir o acesso do cliente a energias que não passaram ainda pela medição. A blindagem acontece na transformação da média tensão, que são os cabos que temos nas ruas, em alturas maiores nos postes, onde a energia atinge 3.800 volts. Essa energia não está apta para o consumo doméstico. O equipamento que faz a transformação dessa energia para níveis doméstico é o transformador. “ 

O foco principal da companhia é que, nesse transformador, que constitui o principal ponto de contato para a clandestinidade, para as fraudes, seja feita uma blindagem para que, a partir desse ponto, a energia que vai para a residência já vai medida.

O impacto financeiro direto no caixa da companhia com o furto de energia alcança R$ 800 milhões ao ano. Já em termos de qualidade de energia, segurança das pessoas expostas às conexões clandestinas, “o impacto é incontável”, disse Rodrigues. “Porque é a vida humana, para nós, é algo que vem em primeiro lugar e a prática de furtos e ligações clandestinas acaba pondo em risco”, ressaltou.

ONU: comitê pede que Reino Unido reduza discurso de ódio após tumultos

Um comitê da Organização das Nações Unidas pediu nesta sexta-feira (23) que o Reino Unido aprove medidas para coibir discurso de ódio e retórica xenofóbica que, segundo o órgão, tiveram influência direta em alimentar os tumultos recentes no país.

Os distúrbios racistas envolvendo grupos de extrema direita eclodiram em protestos contra a imigração em todo o Reino Unido em agosto, após informações falsas circularem na internet dizendo que o suspeito de um ataque mortal contra meninas era um imigrante islâmico.

“[O Comitê] está preocupado com a persistência e, em alguns casos, com o aumento acentuado de crimes de ódio, discurso de ódio e incidentes xenofóbicos”, disse o Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial em um comunicado à imprensa após uma análise do histórico do Reino Unido.

Isso incluiu discursos racistas e xenófobos por parte de políticos e figuras públicas na mídia impressa, de radiodifusão e online, afirmou.

O órgão da ONU não citou os nomes dos políticos ou dos veículos de mídia envolvidos, mas Gün Kut, membro do Comitê, disse aos jornalistas haver uma ligação direta entre discursos xenofóbicos e violência racial.

“Há uma preocupação óbvia com o discurso de ódio por parte de figuras proeminentes do público”, disse, em uma coletiva de imprensa em Genebra.

O comitê da ONU, que revisa os registros de todos os países a cada poucos anos, também mencionou preocupações com o racismo institucional nos sistemas policial e de Justiça britânicos e pediu que o país criasse um mecanismo para investigar as reclamações.

Não houve nenhum comentário do governo britânico em um primeiro momento.

O antigo governo, liderado pelo Partido Conservador, afirmou em documentos enviados à ONU estar comprometido com a construção de “um Reino Unido mais justo” e com o enfrentamento de “disparidades negativas”. Ele disse que tomou medidas desde sua última revisão para tratar das disparidades, como o lançamento da estratégia Reino Unido Inclusivo, em 2022.

*Reportagem adicional de William James, em Londres

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Com novidades, Dorival convoca seleção brasileira para Eliminatórias

O técnico Dorival Júnior convocou, nesta sexta-feira (23), os 23 jogadores que defenderão o Brasil nas partidas contra Equador e Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, que será disputada nos Estados Unidos, no Canadá e no México. O anúncio foi realizado na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

A lista tem duas caras novas: os atacantes Estevão, do Palmeiras, e Luiz Henrique, do Botafogo, chamados pela primeira vez à seleção principal. O jogador do Verdão, de somente 17 anos, está negociado com o Chelsea, da Inglaterra, para onde vai em julho de 2025, após completar 18 anos. O do Glorioso preocupava devido a dores na panturrilha direita que sentiu durante o duelo contra o Alviverde, na última quarta-feira (21), pela Libertadores. Porém, não foi constatada lesão.

Outros quatro jogadores que não estiveram na Copa América foram chamados: o goleiro Ederson, os volantes André e Gerson e o atacante Pedro. Na comparação com os 26 atletas que disputaram a nos Estados Unidos, estão ausentes o goleiro Rafael, o zagueiro Bremer, os meio-campistas Andreas Pereira, Douglas Luís e Ederson (da Atalanta, da Itália) e os atacantes Evanilson, Gabriel Martinelli, Raphinha e Pepê.

“As alterações são basicamente pelo momento. Todos foram avaliados e essas avaliações continuam sempre, a todo instante. Queremos que esses jogadores nos deem uma resposta. Ninguém está descartado ou com a posição assegurada. Precisamos de rendimento, estarmos melhores nessas partidas seguintes. A manutenção está aqui, a estrutura da equipe está mantida, mas é natural que um ou outro elemento venha para que, naquele momento, seja importante ou fundamental e possa dar uma resposta”, explicou Dorival, em entrevista coletiva.

Ao todo, seis jogadores da convocação que atuam no Brasil. Além de Estevão, Luiz Henrique, André (Fluminense), Gerson e Pedro (ambos do Flamengo), o lateral Guilherme Arana (Atlético-MG), que esteve na Copa América, foi lembrado novamente por Dorival. O treinador lamentou, porém, ter ouvido de torcedores – segundo ele – para não chamar atletas de seus clubes do coração, com receio de perdê-los por lesão em jogos importantes do calendário.

“A seleção brasileira é muito mais importante que toda e qualquer situação. Não podemos continuar pisando no produto que nós vendemos. O trabalho é moroso, detalhista e cabe a todos buscarmos essa recuperação. Tenho certeza que esse espírito vai mudar. Daqui a pouco, teremos o torcedor brasileiro do nosso lado. Não é simples, mas várias das ações são no sentido de estarmos com o torcedor do nosso lado”, justificou o comandante da CBF.

O duelo contra o Equador será no dia 6 de setembro, às 22h (horário de Brasília), no Estádio Couto Pereira, em Curitiba. Quatro dias depois, a seleção brasileira viaja para Assunção, no Paraguai, para encarar os donos da casa no Estádio Defensores del Chaco, às 21h30. Enquanto estiver na capital paranaense, o grupo utilizará o Centro de Treinamento do Caju, do Athletico-PR. O chefe da delegação será o presidente do Juventude, Fábio Pizzamiglio.

Os confrontos marcam a estreia de Dorival nas Eliminatórias. O Brasil perdeu os últimos três jogos pelo torneio classificatório, contra Uruguai (0x2), Colômbia (1×2) e Argentina (0x1), todos sob comando de Fernando Diniz. A seleção canarinho ocupa a sexta posição, a última na zona de classificação direta à Copa, com sete pontos.

Dorival tem oito jogos a frente do Brasil e está invicto – a eliminação nas quartas de final da Copa América ocorreu nos pênaltis, após empate sem gols no tempo normal contra o Uruguai. O retrospecto é de três vitórias (duas delas em amistosos, contra Inglaterra e México) e cinco igualdades.

Convocados: 

GOLEIROS

 Alisson (Liverpool-Inglaterra), Bento (Al Nassr-Arábia Saudita) e Ederson (Manchester City-Inglaterra).

LATERAIS

 Danilo (Juventus-Itália), Yan Couto (Borussia Dortmund-Alemanha), Guilherme Arana (Atlético-MG) e Wendel (Porto-Portugal).

ZAGUEIRO

Beraldo, Marquinhos (ambos Paris Saint-Germain-França), Eder Militão (Real Madrid-Espanha) e Gabriel Magalhães (Arsenal-Inglaterra).

MEIO-CAMPISTAS

André (Fluminense), Bruno Guimarães (Newcastle United-Inglaterra), Gerson (Flamengo), João Gomes (Wolves-Inglaterra), Lucas Paquetá (West Ham-Inglaterra) e Rodrygo (Real Madrid).

ATACANTES

Endrick, Vinícius Júnior (ambos Real Madrid), Estevão (Palmeiras), Luiz Henrique (Botafogo), Pedro (Flamengo) e Savinho (Manchester City).

Venezuela quer proibir candidatura que não acatar reeleição de Maduro

O governo de Nicolas Maduro na Venezuela tem defendido aprovar na Assembleia Nacional do país uma reforma eleitoral que proíba a candidatura de políticos que não acatem decisões judiciais, em especial, a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que reiterou a vitória de Maduro na eleição de 28 de julho, ainda que não tenha apresentado as atas da votação.

O presidente da Assembleia Nacional, o deputado governista Jorge Rodríguez, na sessão do parlamento dessa quinta-feira (22), defendeu uma nova lei que proíba a candidatura de quem não acatar a decisão do Supremo.

“Se querem entrar no jogo democrático, o primeiro que tem que fazer é acatar essa sentença [do TSJ]. É obrigatório. Quem descumprir essa sentença não deve vir depois se inscrever para deputado ou registrar candidaturas a governadores e prefeitos”, afirmou o chefe do Legislativo.

No mesmo dia, a proposta recebeu o apoio do presidente Nicolás Maduro. “Estou de acordo com a proposta que surgiu na Assembleia Nacional de fazer uma reforça de todas as leis eleitorais e que não possam participar em processos eleitorais aqueles que desconheçam as leis, os poderes públicos e à Constituição”, afirmou.

A proposta surge após parte da oposição não reconhecer a sentença judicial que reiterou a vitória de Maduro na eleição presidencial de 28 de julho. Em uma rede social, o candidato opositor Edmundo González, que sustenta ser o verdadeiro vencedor da eleição, afirmou que “nenhuma sentença deterá a verdade”.

“Tentar judicializar o resultado das eleições não muda a verdade. Ganhamos esmagadoramente e temos as atas que demonstram. Desde que o Nicolás Maduro recorreu ao que deveria ser o Tribunal máximo da nação, sabíamos que não buscava outra coisa que não negar a verdade. Ditaram uma sentença que atende ao regime”, afirmou González, acrescentando que o TSJ é um braço do governo Maduro.

União Europeia e México

O representante da União Europeia para assuntos estrangeiros, Josep Borell, declarou nesta sexta-feira (23) que o bloco não vai reconhece o governo Maduro caso as atas não sejam verificadas.

“Todos devem poder verificar qual é o resultado de uma eleição. Entretanto, isso ainda não aconteceu [na Venezuela] e praticamente perdemos a esperança que aconteça”, disse Borrell, segundo a agência de notícias ROT, de Portugal.

A União Europeia já não reconhece o governo Maduro ao menos desde 2017, quando o país elegeu uma Assembleia Constituinte, dando início ao atual bloqueio econômico contra o país sul-americano.

O presidente mexicano, Manuel López Obrador, ao ser questionado se reconhecerá o terceiro mandato do governo Maduro, disse que ainda é preciso esperar as atas eleitorais.

“[O TSJ] recomenda que se venham a conhecer as atas. Tem uma data na resolução [da Justiça]. Vamos esperar que se conheça as atas. O parecer resolve o Tribunal e pede ao CNE que venha a apresentar as atas”, disse Obrador.

Sentença

Após perícia realizada pelo Tribunal, a Corte confirmou a vitória de Maduro anunciada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Sem apresentar as atas, a Sala Eleitoral do TSJ determinou que o CNE [Conselho Nacional Eleitoral] publique “os resultados definitivos” da eleição no Diário Oficial do país. Além disso, a Corte certificou que o Poder Eleitoral foi vítima de um ataque cibernético, que teria impedido o trabalho da instituição. 

A decisão citou o artigo 155 da Lei Orgânica dos Processos Eleitorais do país. O dispositivo define que o CNE deve publicar os dados no Diário Oficial em até 30 dias após a proclamação do candidato. Com isso, o CNE deve publicar os dados até o dia 30 de agosto. Em eleições anteriores, o Poder Eleitoral publicava os dados no site na internet poucas horas ou dias após a proclamação do vencedor. 

Brasil ganha 19 medalhas em competição internacional de matemática

Seis alunos do Departamento de Matemática do Centro Técnico Científico da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio), com idades entre 18 e 21 anos, conquistaram seis medalhas na 31ª ‘International Mathematics Competition for University Student’s (IMC), realizada na Bulgária, na cidade de Blagoevgrad, entre os dias 5 e 11 deste mês. Eles obtiveram duas medalhas de ouro, correspondendo a duas primeiras colocações no certame pelo Brasil, além de duas de prata e duas de bronze.

As medalhas conquistadas pela equipe da PUC Rio na Competição Internacional de Matemática para Estudantes Universitários deram à universidade a primeira colocação entre as seis instituições brasileiras que participaram do evento nesta edição. Ao todo, foram 19 medalhas conquistadas por universitários brasileiros na IMC, sendo três de ouro, nove de prata e sete de bronze.

Arthur Moreira e João Arthur Marques Linhares (prata); Gabriella Morgado e João Marcelo Ribeiro Monteiro de Carvalho (bronze) e Miguel Batista e Luis Felipe Pestana Giglio obtiveram ainda os mais altos lugares na competição (65 e 62 pontos, respectivamente), assumindo a liderança na prova pelo Brasil, junto com Pablo Andrade Carvalho Barros (61 pontos, também medalha de ouro), da FGV Rio.

O estudante de matemática Miguel Batista, um dos vencedores do torneio, cursa mestrado na área de computação. Foto – Tomaz Silva/Agência Brasil

As demais instituições brasileiras participantes na IMC 2024 foram Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro (FGV Rio), Universidade de São Paulo (USP), Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), Universidade Federal do Ceará (IFC) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A PUC Rio foi também a única instituição brasileira a contar com representantes femininas na equipe e na liderança. Os vencedores foram Miguel Batista e Luis Felipe Pestana Giglio (ouro),

Preparação

Em entrevista à Agência Brasil, Miguel Batista disse que os membros da equipe fizeram preparação de longo prazo sozinhos, e de curto prazo em grupo, quando se reuniam semanalmente na PUC para resolver problemas. Essa foi a quarta vez que o estudante participou da IMC, sendo duas ‘online’ e duas presenciais. Nas três primeiras, ganhou medalha de bronze. “Era um pouco incômodo”, confessou. A conquista da medalha de ouro na IMC 2024 foi um marco importante para ele, porque esta foi sua última participação como aluno universitário, porque já que se formou em matemática. “Foi uma emoção grande”.

Atualmente, Miguel está fazendo mestrado na área de computação e pretende trabalhar fora do país. Ele tenciona também participar como professor em olimpíadas de matemática e, ainda, como líder.

A líder da equipe da PUC Rio foi Luize D’urso, 27 anos de idade, que ocupa o posto pela segunda vez. A primeira foi em 2022, quando o evento foi realizado ‘online’. Com graduação e mestrado em matemática pela instituição, Luize percebeu nesta edição 2024 do IMC que era a única mulher enviada como líder por uma equipe brasileira. A participação da líder é importante porque ela é responsável pela revisão da correção da prova. “Existem erros de pontuação. A nota que os alunos recebem imediatamente não equivale ao que realmente deveria ser. A competição ocorre em uma semana apenas. São dois dias de provas”, explicou Luize D’urso.

Os líderes corrigem todas as provas, após análise dos avaliadores que dão notas prévias. “O líder é muito importante para a equipe para garantir que a pontuação seja dada corretamente. Eu consegui ganhar alguns pontos que a equipe merecia. O Miguel, por exemplo, que ganhou ouro, merecia nota 10 em duas questões e eu consegui acordo com cada questão para dar notas justas. Por causa disso, ele conseguiu a medalha de ouro e o primeiro lugar em todo o Brasil”. Luize D’urso está fazendo, no momento, doutorado no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), mas pretende, no futuro, trabalhar na PUC Rio como professora da disciplina.

Desafios

Na IMC, os alunos são desafiados a resolver problemas de álgebra, geometria e análise, tendo quatro horas por dia para solucionar as questões. As premiações são de acordo com os pontos conquistados e, por isso, não se ganha apenas um ouro, uma prata e um bronze. Desde 2008, os alunos da PUC Rio trazem medalhas da IMC. Já são 44 medalhas, sendo 11 ouros, 16 pratas e 17 bronzes.

O professor Sinésio Pesco, diretor do Departamento de Matemática do CTC/PUC-Rio, destacou que a unidade tem buscado oferecer aos seus alunos a participação em eventos mundiais olímpicos de matemática, de frequência anual. “Isso tem sido, inclusive, um dos motivos pelos quais eles vêm estudar conosco, além do fato de também sermos reconhecidos como um centro de excelência em matemática”. (Alana Gandra)

OMS confirma pólio em bebê de 10 meses na Faixa de Gaza

A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou o primeiro caso de poliomielite na Faixa de Gaza em 25 anos. Trata-se de um bebê de 10 meses que vive na cidade palestina de Deir al-Balah, na região central do território, e que não havia recebido nenhuma das doses previstas no esquema vacinal contra a doença, conhecida popularmente como paralisia infantil.

Em seu perfil na rede social X, o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse estar “seriamente preocupado” com a confirmação do caso. “A OMS e seus parceiros trabalharam arduamente para colher e transferir amostras da criança para testagem em um laboratório certificado na região”.

“O sequenciamento genômico confirmou que o vírus está ligado à variante do poliovírus tipo 2, detectada em amostras ambientais recolhidas em junho em águas residuais de Gaza. A criança, que desenvolveu paralisia na perna esquerda, está em situação estável”, completou o diretor-geral.

Tedros destacou que, dado o elevado risco de propagação do poliovírus na Faixa de Gaza e em regiões próximas, o Ministério da Saúde Palestino, a própria OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) organizam duas rodadas de vacinação contra a pólio ao longo das próximas semanas, no intuito de interromper a transmissão.

Trégua humanitária

Na semana passada, a OMS fez um apelo por uma trégua humanitária em Gaza para que as duas rodadas de vacinação contra a pólio possam ser realizadas. Em nota, a entidade, junto ao Unicef, pediu que todas as partes envolvidas no conflito implementem pausas humanitárias durante um período de pelo menos sete dias.

“Essas pausas nos combates permitiriam que crianças e famílias chegassem em segurança às unidades de saúde e que agentes comunitários alcançassem crianças que não têm acesso a essas unidades para serem imunizadas contra a poliomielite. Sem as pausas humanitárias, a realização das campanhas não será possível”, disse a OMS.

A expectativa é que, em cada uma das rodadas de vacinação, mais de 640 mil crianças com menos de 10 anos possam receber a vacina oral contra a pólio, conhecida popularmente como gotinha.

Entenda

O poliovírus foi detectado em junho em amostras ambientais colhidas na Faixa de Gaza. Desde então, segundo a OMS, pelo menos três crianças apresentaram quadros suspeitos de paralisia flácida aguda, sintoma comum da pólio. Amostras de sangue foram colhidas e enviadas para análise laboratorial.

“Mais de 1,6 milhão de doses da vacina oral, utilizada para interromper a propagação do vírus, serão entregues na Faixa de Gaza. As entregas das vacinas e dos equipamentos de refrigeração devem passar pelo aeroporto Ben Gurion [em Israel] antes de serem direcionadas à Gaza, no fim de agosto”, informou a entidade.

“É essencial que o transporte das doses e dos equipamentos de refrigeração seja facilitado em todas as etapas dessa jornada, para garantir o recebimento em tempo oportuno, a aprovação e a liberação dos insumos em tempo para que a campanha ocorra”, ressaltou a OMS. Ao todo, 708 equipes com cerca de 2,7 mil profissionais de saúde foram acionadas.

A organização alertou que é preciso alcançar uma cobertura vacinal de pelo menos 95% durante cada rodada da campanha para interromper a propagação da pólio e reduzir o risco do ressurgimento da doença, levando em consideração “sistemas de saúde, água e saneamento gravemente prejudicados na região”.

Dados da entidade mostram que a Faixa de Gaza esteve livre da pólio pelos últimos 25 anos. “O ressurgimento da doença, sobre o qual a comunidade humanitária já havia alertado ao longo dos últimos 10 meses, representa outra ameaça para as crianças em Gaza e em países vizinhos. Um cessar-fogo é a única forma de garantir a segurança da saúde pública na região”.

Risco

Ainda de acordo com a OMS, a Faixa de Gaza mantinha boa cobertura vacinal antes da escalada dos conflitos, em outubro do ano passado. De lá para cá, a vacinação de rotina foi fortemente impactada – incluindo a segunda dose da vacina contra a pólio, que caiu de 99% em 2022 para menos de 90% em 2023 e no primeiro trimestre de 2024.

“O risco de disseminação do vírus, dentro da Faixa de Gaza e internacionalmente, permanece alto em razão de lacunas na imunidade das crianças, provocadas por interrupções na vacinação de rotina, dizimação do sistema de saúde, deslocamento constante da população, desnutrição e sistemas de água e saneamento gravemente danificados”, alerta a OMS.

“A situação também aumentou o risco de propagação de outras doenças preveníveis ​​por vacinação, como o sarampo, além de casos de diarreia, infecções respiratórias agudas, hepatite A e doenças de pele entre crianças”, disse a OMS.